{"id":157746,"date":"2020-03-19T13:35:00","date_gmt":"2020-03-19T16:35:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=157746"},"modified":"2020-03-18T21:39:12","modified_gmt":"2020-03-19T00:39:12","slug":"so-a-ponta-do-iceberg-seria-a-nossa-destruicao-da-natureza-a-culpada-pelo-coronavirus","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/03\/19\/157746-so-a-ponta-do-iceberg-seria-a-nossa-destruicao-da-natureza-a-culpada-pelo-coronavirus.html","title":{"rendered":"S\u00f3 a ponta do iceberg: seria a nossa destrui\u00e7\u00e3o da natureza a culpada pelo coronav\u00edrus?"},"content":{"rendered":"\n
\"\"\/<\/figure>\n\n\n\n

Apenas uma d\u00e9cada ou pouco mais atr\u00e1s, os cientistas pensavam que as florestas tropicais e os ambientes naturais intactos cheios de vida selvagem ex\u00f3tica eram uma grande amea\u00e7a para os seres humanos por abrigarem v\u00edrus e pat\u00f3genos que levam a novas doen\u00e7as, como ebola, HIV e dengue.<\/p>\n\n\n\n

Agora, esse pensamento est\u00e1 come\u00e7ando a mudar de paradigma: ser\u00e1 que n\u00e3o \u00e9 a destrui\u00e7\u00e3o humana da biodiversidade que cria as condi\u00e7\u00f5es para novos v\u00edrus e doen\u00e7as, como o coronav\u00edrus (COVID-19)?<\/p>\n\n\n\n

Na esteira dessa formula\u00e7\u00e3o, tem emergido uma nova disciplina cient\u00edfica conhecida como \u201csa\u00fade planet\u00e1ria\u201d que foca nas conex\u00f5es cada vez mais vis\u00edveis entre o bem-estar de humanos, de outros seres vivos e de ecossistemas inteiros.<\/p>\n\n\n\n

\u201cInvadimos florestas tropicais e outras paisagens selvagens, que abrigam tantas esp\u00e9cies de animais e plantas \u2013 e dentro dessas criaturas, tantos v\u00edrus desconhecidos. Cortamos as \u00e1rvores; matamos os animais ou os engaiolamos e os enviamos aos mercados. Rompemos os ecossistemas e liberamos os v\u00edrus de seus hospedeiros naturais. Quando isso acontece, eles precisam de um novo anfitri\u00e3o. Muitas vezes, somos n\u00f3s\u201d, disse David Quammen, autor do livro \u201cSpillover: Animal Infections and the Next Human Pandemic\u201d (em tradu\u00e7\u00e3o livre, \u201cPropaga\u00e7\u00e3o: Infec\u00e7\u00f5es Animais e a Pr\u00f3xima Pandemia Humana\u201d), ao New York Times<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

De animais para seres humanos<\/h2>\n\n\n\n

As pesquisas cient\u00edficas sugerem que surtos de doen\u00e7as infecciosas como o ebola, a s\u00edndrome respirat\u00f3ria aguda grave (SARS), a gripe avi\u00e1ria e agora o COVID-19 est\u00e3o aumentando. Os pat\u00f3genos est\u00e3o cruzando a fronteira entre animais e humanos e se espalhando rapidamente.<\/p>\n\n\n\n

Os Centros para Preven\u00e7\u00e3o e Doen\u00e7as dos EUA estimam que tr\u00eas quartos das doen\u00e7as novas e emergentes que infectam humanos se originam em animais.<\/p>\n\n\n\n

Algumas condi\u00e7\u00f5es, como raiva e peste, atravessaram essa fronteira h\u00e1 s\u00e9culos. Outras, como o v\u00edrus de Marburg, que se acredita ser transmitido por morcegos, ainda s\u00e3o raras. E outras, como o COVID-19 e a s\u00edndrome respirat\u00f3ria do Oriente M\u00e9dio (MERS), ligada a camelos, s\u00e3o novas para os seres humanos e est\u00e3o se disseminando globalmente.<\/p>\n\n\n\n

Minera\u00e7\u00e3o, constru\u00e7\u00e3o de estradas, r\u00e1pida urbaniza\u00e7\u00e3o e crescimento populacional<\/h2>\n\n\n\n

Em 2008, Kate Jones, da Universidade College London (Reino Unido), e seus colegas pesquisadores identificaram 335 doen\u00e7as surgidas entre 1960 e 2004, sendo que pelo menos 60% delas vieram de animais.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com Jones, cada vez mais doen\u00e7as zoon\u00f3ticas s\u00e3o ligadas a mudan\u00e7as ambientais e comportamento humano. A perturba\u00e7\u00e3o de florestas intocadas impulsionadas pela explora\u00e7\u00e3o madeireira, pela minera\u00e7\u00e3o, pela constru\u00e7\u00e3o de estradas em lugares remotos, pela r\u00e1pida urbaniza\u00e7\u00e3o e pelo crescimento populacional est\u00e3o aproximando as pessoas de esp\u00e9cies animais que talvez elas nunca se aproximassem. Isso resulta em transmiss\u00e3o de doen\u00e7as da vida selvagem para os humanos.<\/p>\n\n\n\n

\u201cH\u00e1 muito mais de n\u00f3s em todos os ambientes. Estamos entrando em lugares praticamente imperturb\u00e1veis e sendo expostos cada vez mais. Estamos criando habitats onde os v\u00edrus s\u00e3o transmitidos mais facilmente e, em seguida, nos surpreendemos por termos novos v\u00edrus\u201d, argumentou Jones.<\/p>\n\n\n\n

A cientista estuda como esp\u00e9cies em habitats degradados s\u00e3o mais propensas a carregar v\u00edrus que podem infectar humanos. \u201cSistemas mais simples sofrem de um efeito de amplifica\u00e7\u00e3o. Destrua paisagens, e as esp\u00e9cies que sobram s\u00e3o as que passam doen\u00e7as para humanos\u201d, afirma.<\/p>\n\n\n\n

Eric Fevre, da Universidade de Liverpool (Reino Unido), complementa dizendo que o risco de pat\u00f3genos pulando de animais para seres humanos sempre existiu; a diferen\u00e7a \u00e9 que agora essas doen\u00e7as s\u00e3o igualmente propensas a aparecer em ambientes urbanos e naturais.<\/p>\n\n\n\n

\u201cCriamos popula\u00e7\u00f5es densamente compactadas, onde, ao nosso lado, est\u00e3o morcegos, roedores e p\u00e1ssaros, animais de estima\u00e7\u00e3o e outros seres vivos. Isso cria intensa intera\u00e7\u00e3o e oportunidades para que as coisas se movam de uma esp\u00e9cie para outra\u201d, esclarece.<\/p>\n\n\n\n

Nos EUA, por exemplo, onde os sub\u00farbios fragmentam florestas, o risco de humanos contra\u00edrem a doen\u00e7a de Lyme tem aumentado. \u201cAlterar o ecossistema afeta o ciclo complexo do pat\u00f3geno. As pessoas t\u00eam mais chances de serem picadas por um carrapato que carrega a bact\u00e9ria\u201d, disse o ecologista Thomas Gillespie, professor da Universidade de Emory (EUA).<\/p>\n\n\n\n

Ponta do iceberg<\/h2>\n\n\n\n

Em outras palavras, n\u00f3s estamos criando as condi\u00e7\u00f5es perfeitas para o espalhamento de doen\u00e7as ao reduzir barreiras naturais entre animais que hospedam v\u00edrus e n\u00f3s mesmos.<\/p>\n\n\n\n

\u201cOs pat\u00f3genos n\u00e3o respeitam os limites das esp\u00e9cies. N\u00e3o estou surpreso com o surto de coronav\u00edrus. A maioria dos pat\u00f3genos ainda n\u00e3o foi descoberta. Estamos na ponta do iceberg\u201d, destacou Gillespie.<\/p>\n\n\n\n

Gillespie cr\u00ea que devemos esperar \u201cplenamente\u201d a chegada de uma gripe pand\u00eamica, bem como esperar mortalidades humanas em larga escala e outros pat\u00f3genos com outros impactos. \u201cUma doen\u00e7a como o ebola n\u00e3o se espalha facilmente. Mas algo com uma taxa de mortalidade do ebola espalhada por algo como o sarampo seria catastr\u00f3fico\u201d, afirma.<\/p>\n\n\n\n

Sa\u00fade planet\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n

Tendo em vista tudo o que foi falado, bem como o fato de que os pesquisadores da sa\u00fade humana raramente consideram os ecossistemas naturais ao nosso redor, cientistas como Richard Ostfeld, do Instituto Cary de Estudos sobre Ecossistemas (EUA), est\u00e3o desenvolvendo uma nova disciplina chamada de \u201csa\u00fade planet\u00e1ria\u201d que analisa os links entre a sa\u00fade humana e o ecossistema.<\/p>\n\n\n\n

\u201cExiste uma m\u00e1 compreens\u00e3o entre os cientistas e o p\u00fablico de que os ecossistemas naturais s\u00e3o uma fonte de amea\u00e7as para n\u00f3s. \u00c9 um erro. A natureza representa amea\u00e7as, \u00e9 verdade, mas s\u00e3o as atividades humanas que causam o dano real. Os riscos \u00e0 sa\u00fade em um ambiente natural podem ser muito piores quando interferimos\u201d, argumenta.<\/p>\n\n\n\n

Um exemplo \u00e9 o caso dos ratos e morcegos, animais fortemente relacionados com o espalhamento de doen\u00e7as zoon\u00f3ticas.<\/p>\n\n\n\n

\u201cRoedores e alguns morcegos prosperam quando perturbamos os habitats naturais. Eles s\u00e3o os mais propensos a promover transmiss\u00f5es [de pat\u00f3genos]. Quanto mais perturbamos as florestas e os habitats, maior o risco que enfrentamos\u201d, aponta.<\/p>\n\n\n\n

Mercados informais de animais<\/h2>\n\n\n\n

No geral, os cientistas acreditam que v\u00edrus e outros pat\u00f3genos passem de animais para humanos em muitos mercados informais que fornecem carne fresca e animais vivos a popula\u00e7\u00f5es urbanas em r\u00e1pido crescimento. Em muitos desses locais, animais s\u00e3o abatidos, cortados e vendidos na hora.<\/p>\n\n\n\n

Um desses estabelecimentos em Wuhan, inclusive, foi considerado um potencial ponto de partida para a atual pandemia de COVID-19 pelo governo chin\u00eas. L\u00e1, vendia-se v\u00e1rios animais selvagens, incluindo filhotes de lobo, salamandras, crocodilos, escorpi\u00f5es, ratos, esquilos, raposas, civetas e tartarugas. Mercados semelhantes na \u00c1frica Ocidental e Central vendem macacos, morcegos, ratos, bem como dezenas de esp\u00e9cies de aves, mam\u00edferos, insetos e roedores.<\/p>\n\n\n\n

\u201cOs mercados informais s\u00e3o uma tempestade perfeita para a transmiss\u00e3o de pat\u00f3genos entre esp\u00e9cies\u201d, declara Gillespie. \u201cSempre que voc\u00ea tiver novas intera\u00e7\u00f5es com uma variedade de esp\u00e9cies em um s\u00f3 lugar, seja em um ambiente natural como uma floresta ou um mercado de animais vivos e frescos, poder\u00e1 ocorrer um evento de propaga\u00e7\u00e3o\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Proibi\u00e7\u00e3o \u00e9 a resposta?<\/h2>\n\n\n\n

O mercado de Wuhan, juntamente com outros que vendem animais vivos na China, foi fechado pelas autoridades. Al\u00e9m disso, o governo chin\u00eas proibiu o com\u00e9rcio e o consumo de animais silvestres, exceto peixes e frutos do mar.<\/p>\n\n\n\n

Infelizmente, alguns cientistas n\u00e3o creem que este tipo de proibi\u00e7\u00e3o seja a resposta. \u201cN\u00e3o \u00e9 justo demonizar lugares que n\u00e3o t\u00eam geladeiras. Esses mercados tradicionais fornecem boa parte da comida para a \u00c1frica e a \u00c1sia\u201d, disse Jones.<\/p>\n\n\n\n

Delia Grace, epidemiologista e veterin\u00e1ria do Instituto Internacional de Pesquisa em Pecu\u00e1ria (Qu\u00eania), complementa que esses mercados s\u00e3o fontes essenciais de alimento para centenas de milh\u00f5es de pessoas pobres, e que \u00e9 imposs\u00edvel se livrar deles. Proibi\u00e7\u00f5es poderiam piorar ainda mais a situa\u00e7\u00e3o, for\u00e7ando comerciantes \u00e0 clandestinidade, onde poderiam prestar ainda menos aten\u00e7\u00e3o \u00e0 higiene.<\/p>\n\n\n\n

Em vez de apontar o dedo para os mercados informais, os especialistas dizem que uma sa\u00edda seria considerar o crescente com\u00e9rcio de animais silvestres. Estes s\u00e3o hospedeiros naturais de muitos v\u00edrus, enquanto as evid\u00eancias da liga\u00e7\u00e3o entre mercados informais e doen\u00e7as n\u00e3o s\u00e3o sempre t\u00e3o claras.<\/p>\n\n\n\n

E o que mais podemos fazer sobre tudo isso?<\/h2>\n\n\n\n

Certamente, precisamos mudar nossa rela\u00e7\u00e3o com o meio ambiente. As demandas por madeira, minerais e recursos naturais levam a paisagens degradadas e perturba\u00e7\u00e3o ecol\u00f3gica que por sua vez levam a doen\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n

Jones cr\u00ea que precisamos pensar na biosseguran\u00e7a global ao encontrar os pontos fracos, assim como refor\u00e7ar a presta\u00e7\u00e3o de cuidados de sa\u00fade nos pa\u00edses em desenvolvimento.<\/p>\n\n\n\n

\u201cOs riscos s\u00e3o maiores agora. Eles sempre estiveram presentes e est\u00e3o l\u00e1 h\u00e1 gera\u00e7\u00f5es. S\u00e3o as nossas intera\u00e7\u00f5es com esse risco que devem ser alteradas\u201d, completa Brian Bird, pesquisador da Universidade da Calif\u00f3rnia (EUA). \u201cEstamos em uma era de emerg\u00eancia cr\u00f4nica. \u00c9 mais prov\u00e1vel que as doen\u00e7as viajem mais e mais r\u00e1pido do que antes, o que significa que devemos ser mais r\u00e1pidos em nossas respostas. Precisamos de investimentos, mudan\u00e7a no comportamento humano e ouvir as pessoas em um n\u00edvel comunit\u00e1rio\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Bird acha que a chave \u00e9 a educa\u00e7\u00e3o, ou seja, compartilhar informa\u00e7\u00f5es e espalhar mensagens sobre pat\u00f3genos e doen\u00e7as a ca\u00e7adores, madeireiros, comerciantes de mercados e consumidores.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEssas propaga\u00e7\u00f5es come\u00e7am com uma ou duas pessoas. As solu\u00e7\u00f5es come\u00e7am com educa\u00e7\u00e3o e conscientiza\u00e7\u00e3o. Precisamos conscientizar as pessoas de que as coisas est\u00e3o diferentes agora. Aprendi trabalhando em Serra Leoa com pessoas afetadas pelo ebola que as comunidades locais t\u00eam fome de informa\u00e7\u00f5es, desejam ter informa\u00e7\u00f5es. Eles querem saber o que fazer. Eles querem aprender\u201d, defende.<\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m precisamos repensar nossa infraestrutura urbana, particularmente em regi\u00f5es financeiramente menos favorecidas. Enquanto os esfor\u00e7os de curto prazo s\u00e3o geralmente focados em conter a propaga\u00e7\u00e3o da infec\u00e7\u00e3o, a longo prazo temos que revisar nossas abordagens atuais de planejamento e desenvolvimento urbanos.<\/p>\n\n\n\n

A ideia \u00e9 estar preparado, pois\u00a0novas doen\u00e7as infecciosas provavelmente continuar\u00e3o a se espalhar rapidamente.<\/p>\n\n\n\n

\u201cN\u00e3o podemos prever de onde vir\u00e1 a pr\u00f3xima pandemia, por isso precisamos de planos de mitiga\u00e7\u00e3o para levar em considera\u00e7\u00e3o os piores cen\u00e1rios poss\u00edveis. A \u00fanica coisa certa \u00e9 que a pr\u00f3xima certamente vir\u00e1\u201d, conclui Bird. [TheGuardian]<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Hypescience <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Apenas uma d\u00e9cada ou pouco mais atr\u00e1s, os cientistas pensavam que as florestas tropicais e os ambientes naturais intactos cheios de vida selvagem ex\u00f3tica eram uma grande amea\u00e7a para os seres humanos por abrigarem v\u00edrus e pat\u00f3genos que levam a novas doen\u00e7as, como ebola, HIV e dengue. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":157747,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[864,4278,1636,481,461,767],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/157746"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=157746"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/157746\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":157748,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/157746\/revisions\/157748"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/157747"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=157746"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=157746"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=157746"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}