A possibilidade de infec\u00e7\u00e3o por COVID-19 \u00e9 um risco para a conserva\u00e7\u00e3o de primatas. Foto: Pierre Aden\/Visual Hunt<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\nTanto a pesquisa quanto o turismo de observa\u00e7\u00e3o de primatas permitiram que as pessoas aprendessem mais sobre chimpanz\u00e9s, bonobos, gorilas e orangotangos, observando-os de perto.<\/p>\n\n\n\n
Essa pr\u00e1tica tur\u00edstica tamb\u00e9m \u00e9 uma importante fonte de renda para os governos e comunidades \u2013 e uma propor\u00e7\u00e3o significativa do valor arrecadado \u00e9 utilizado para a prote\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies amea\u00e7adas e de seus habitats naturais.<\/p>\n\n\n\n
No entanto, patologias infecciosas como a COVID-19 \u2013 causada pelo v\u00edrus SARS CoV-2 \u2013 s\u00e3o uma grande preocupa\u00e7\u00e3o para a conserva\u00e7\u00e3o dessas esp\u00e9cies.<\/p>\n\n\n\n
Tanto os seres humanos quanto os grandes primatas s\u00e3o suscet\u00edveis a doen\u00e7as infecciosas, e a introdu\u00e7\u00e3o de pat\u00f3genos humanos nessas popula\u00e7\u00f5es pode resultar em perdas catastr\u00f3ficas.<\/p>\n\n\n\n
Johannes Refisch \u00e9 o diretor e coordenador do Programa \u201cGreat Apes Survival Partnership\u201d, da ONU. Nessa entrevista, ele explica por que a preven\u00e7\u00e3o de doen\u00e7as \u00e9 fundamental e quais medidas espec\u00edficas est\u00e3o sendo tomadas para proteger esses animais.<\/p>\n\n\n\n
PNUMA: Em rela\u00e7\u00e3o aos grandes primatas, por que o v\u00edrus SARS CoV-2 \u00e9 uma preocupa\u00e7\u00e3o?<\/h3>\n\n\n\n
A possibilidade de infec\u00e7\u00e3o \u00e9 um risco para a conserva\u00e7\u00e3o dessas esp\u00e9cies. Ainda n\u00e3o sabemos se os macacos s\u00e3o suscet\u00edveis ao v\u00edrus SARS CoV-2, mas sabemos que os chimpanz\u00e9s selvagens foram infectados com o coronav\u00edrus humano OC43 na Costa do Marfim e que os primatas podem ser infectados por muitos outros pat\u00f3genos respirat\u00f3rios humanos.<\/p>\n\n\n\n
Entre as pessoas, o v\u00edrus SARS CoV-2 \u00e9 altamente infeccioso e pode sobreviver no ambiente por alguns dias. Sendo assim, devemos presumir que os macacos tamb\u00e9m s\u00e3o suscet\u00edveis e impedir que sejam infectados.<\/p>\n\n\n\n
PNUMA: Quais s\u00e3o as poss\u00edveis consequ\u00eancias da infec\u00e7\u00e3o entre os grandes primatas?<\/h3>\n\n\n\n
A sobreviv\u00eancia desses animais j\u00e1 est\u00e1 amea\u00e7ada pela perda de habitat, ca\u00e7a ilegal e outras doen\u00e7as. O ebola \u2013 uma febre hemorr\u00e1gica que afeta humanos e macacos \u2013, por exemplo, tem at\u00e9 95% de taxa de mortalidade em gorilas. E c\u00e1lculos indicam que algumas dessas popula\u00e7\u00f5es precisar\u00e3o de mais de 130 anos para se recuperarem. A contra\u00e7\u00e3o do SARS-CoV-2 poderia piorar esse quadro.<\/p>\n\n\n\n
Tamb\u00e9m haveria perdas econ\u00f4micas e de meios de subsist\u00eancia. O turismo de observa\u00e7\u00e3o de primatas \u00e9 uma fonte importante de empregos, de gera\u00e7\u00e3o de renda para governos nacionais e comunidades locais e de arrecada\u00e7\u00e3o de fundos para sustentar as atividades de conserva\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m disso, \u00e9 importante observar o risco de infec\u00e7\u00e3o humana por macacos. Devido a nossa proximidade gen\u00e9tica, os seres humanos podem tanto transmitir doen\u00e7as a estes animais como contra\u00ed-las deles. Novamente, o ebola exemplifica um caso em que tanto as pessoas quanto os primatas foram afetados. Existem evid\u00eancias de que ca\u00e7adores encontraram carca\u00e7as de gorilas que morreram de ebola e contra\u00edram a doen\u00e7a quando consumiram a carne infectada.<\/p>\n\n\n\n
O que est\u00e1 sendo feito para reduzir esses riscos?<\/h3>\n\n\n\n
No momento, n\u00e3o h\u00e1 vacina contra o SARS CoV-2 \u2013 e pode levar meses, se n\u00e3o anos, para que desenvolvam uma.<\/p>\n\n\n\n
Enquanto isso, o Grupo Especialista em Primatas da Uni\u00e3o Internacional para Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza (IUCN), o grupo Se\u00e7\u00e3o sobre Grandes Primatas (Section on Great Apes) e o Grupo Especialista em Sa\u00fade de Animais Selvagens (Wildlife Health Specialist Group) publicaram um comunicado conjunto, recomendando que as visitas de seres humanos a antropoides sejam reduzidas ao m\u00ednimo necess\u00e1rio para garantir a seguran\u00e7a e sa\u00fade desses animais. Enfatizaram tamb\u00e9m que a ades\u00e3o estrita \u00e0s boas pr\u00e1ticas para o turismo de observa\u00e7\u00e3o de macacos e a preven\u00e7\u00e3o de doen\u00e7as s\u00e3o fundamentais.<\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m disso, recomendam que sejam consideradas a suspens\u00e3o dessa pr\u00e1tica tur\u00edstica e a redu\u00e7\u00e3o de pesquisas de campo sobre primatas e apelaram por mecanismos \u201cque compensem a redu\u00e7\u00e3o do lucro e dos empregos desse setor\u201d e apoiem a sa\u00fade p\u00fablica nas comunidades locais. Por isso, em 23 de mar\u00e7o de 2020, grande parte dos locais de observa\u00e7\u00e3o de macacos foram fechados.<\/p>\n\n\n\n
A longo prazo, ser\u00e1 essencial entender a propaga\u00e7\u00e3o de doen\u00e7as entre animais e seres humanos, pois h\u00e1 cada vez mais evid\u00eancias de que a perda de habitat e da biodiversidade tem facilitado a dissemina\u00e7\u00e3o de zoonoses.<\/p>\n\n\n\n
Fonte: PNUMA<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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