{"id":158866,"date":"2020-04-16T17:13:57","date_gmt":"2020-04-16T20:13:57","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=158866"},"modified":"2020-04-16T17:13:57","modified_gmt":"2020-04-16T20:13:57","slug":"cultivos-em-algumas-regioes-da-amazonia-comecaram-ha-10-mil-anos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/redacao\/traducoes\/2020\/04\/16\/158866-cultivos-em-algumas-regioes-da-amazonia-comecaram-ha-10-mil-anos.html","title":{"rendered":"Cultivos em algumas regi\u00f5es da Amaz\u00f4nia come\u00e7aram ‘h\u00e1 10 mil anos’"},"content":{"rendered":"\n
\"\"
As ilhas florestais desta parte da Bol\u00edvia vistas do ar. Fonte: Umberto Lombardo.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Longe de ser um deserto intocado, algumas regi\u00f5es da Amaz\u00f4nia foram profundamente alteradas por seres humanos que remontam a 10.000 anos, dizem os pesquisadores.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Uma equipe internacional descobriu que, durante esse per\u00edodo, os cultivos estavam sendo realizados em um local remoto no que \u00e9 agora o norte da Bol\u00edvia.<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas acreditam que os humanos que moravam aqui estavam plantando ab\u00f3bora, mandioca e milho.<\/p>\n\n\n\n

Os habitantes tamb\u00e9m criaram milhares de ilhas artificiais na floresta.<\/p>\n\n\n\n

O fim da \u00faltima era glacial, h\u00e1 cerca de 12.000 anos, viu um aumento sustentado das temperaturas globais que iniciou muitas mudan\u00e7as em todo o mundo.<\/p>\n\n\n\n

\"\"
Imagens dos fit\u00f3litos encontrados pelos cientistas – a esfera recortada no canto superior direito \u00e9 de ab\u00f3bora. Fonte: Umberto Lombardo. <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Talvez o mais importante deles tenha sido que as primeiras civiliza\u00e7\u00f5es come\u00e7aram a deixar de viver como ca\u00e7adores-coletores e come\u00e7aram a cultivar colheitas como alimento.<\/p>\n\n\n\n

Pesquisadores j\u00e1 descobriram evid\u00eancias de que as culturas foram domesticadas em quatro locais importantes em todo o mundo.<\/p>\n\n\n\n

Assim, a China vivenciou o cultivo de arroz, enquanto no Oriente M\u00e9dio eram gr\u00e3os, na Am\u00e9rica Central e M\u00e9xico era milho, enquanto batatas e quinoa emergiam nos Andes.<\/p>\n\n\n\n

Agora, os cientistas dizem que a regi\u00e3o de Llanos de Moxos, no sudoeste da Amaz\u00f4nia, deve ser vista como uma quinta regi\u00e3o-chave.<\/p>\n\n\n\n

A \u00e1rea \u00e9 uma savana, mas \u00e9 pontilhada com \u00e1reas elevadas de terra, agora cobertas por \u00e1rvores.<\/p>\n\n\n\n

\"\"
Uma das 4.700 ilhas florestais da regi\u00e3o da Amaz\u00f4nia. Fonte: Umberto Lombardo. <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A \u00e1rea inunda por parte do ano, mas essas “ilhas florestais” permanecem acima das \u00e1guas.<\/p>\n\n\n\n

Cerca de 4.700 desses pequenos montes foram desenvolvidos por seres humanos ao longo do tempo, de uma maneira bem mundana.<\/p>\n\n\n\n

“Estes s\u00e3o apenas lugares onde as pessoas jogam o lixo e, com o tempo, crescem”, disse o principal autor, Dr. Umberto Lombardo, da Universidade de Berna, na Su\u00ed\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 claro que o lixo \u00e9 muito rico em nutrientes e, \u00e0 medida que essas \u00e1reas crescem, elas se elevam acima do n\u00edvel da inunda\u00e7\u00e3o durante a esta\u00e7\u00e3o chuvosa, tornando-se um bom lugar para se acomodar em solo f\u00e9rtil, para que as pessoas voltem continuamente para os mesmos lugares.” <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

Os pesquisadores examinaram cerca de 30 dessas ilhas em busca de evid\u00eancias de plantio de culturas.<\/p>\n\n\n\n

Eles descobriram pequenos fragmentos de s\u00edlica chamados fit\u00f3litos, descritos como pequenos peda\u00e7os de vidro que se formam dentro das c\u00e9lulas das plantas.<\/p>\n\n\n\n

A forma desses pequenos fragmentos de vidro \u00e9 diferente, dependendo de quais plantas eles se originam.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores foram capazes de identificar evid\u00eancias de mandioca cultivadas 10.350 anos atr\u00e1s. A ab\u00f3bora aparece 10.250 anos atr\u00e1s e o milho mais recentemente – apenas 6.850 anos atr\u00e1s.<\/p>\n\n\n\n

“Isso \u00e9 bastante surpreendente”, disse Lombardo. <\/p>\n\n\n\n

\"\"
Os cientistas trabalhando no local. Fonte: Umberto Lombardo.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“Esta \u00e9 a Amaz\u00f4nia, \u00e9 um desses lugares que alguns anos atr\u00e1s pens\u00e1vamos ser como uma floresta virgem, um ambiente intocado.”<\/p>

“Agora estamos descobrindo essa evid\u00eancia de que as pessoas moravam l\u00e1 h\u00e1 10.500 anos atr\u00e1s e come\u00e7aram a praticar o cultivo”.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

As pessoas que viviam nessa \u00e9poca provavelmente tamb\u00e9m sobreviveram com batata doce e amendoim, al\u00e9m de peixes e grandes herb\u00edvoros.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores dizem que \u00e9 prov\u00e1vel que os humanos que moraram aqui possam ter trazido suas plantas.<\/p>\n\n\n\n

Eles acreditam que o estudo \u00e9 outro exemplo do impacto global das mudan\u00e7as ambientais, quando o mundo se aqueceu no final da \u00faltima era glacial.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 interessante, pois confirma mais uma vez que a domestica\u00e7\u00e3o come\u00e7a no in\u00edcio do per\u00edodo do Holoceno, quando temos essa mudan\u00e7a clim\u00e1tica que vemos ao sair da era do gelo”, disse Lombardo.<\/p>\n\n\n\n

“Entramos neste per\u00edodo quente, quando em todo o mundo, ao mesmo tempo, as pessoas come\u00e7am a cultivar”.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

O estudo foi publicado na revista Nature.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC News \/ Matt McGrath
Tradu\u00e7\u00e3o: Reda\u00e7\u00e3o Ambientebrasil \/ Maria Beatriz Ayello Leite
Para ler a reportagem original em ingl\u00eas acesse: https:\/\/www.bbc.com\/news\/science-environment-52217636<\/a> <\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Segundo um estudo, os seres humanos cultivaram colheitas em \u00e1reas da Amaz\u00f4nia desde o final da \u00faltima era glacial. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":158867,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4132],"tags":[313,4431,802,46],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/158866"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=158866"}],"version-history":[{"count":19,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/158866\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":158891,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/158866\/revisions\/158891"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/158867"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=158866"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=158866"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=158866"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}