{"id":160006,"date":"2020-05-27T15:00:18","date_gmt":"2020-05-27T18:00:18","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=160006"},"modified":"2020-05-27T12:17:47","modified_gmt":"2020-05-27T15:17:47","slug":"bioma-mais-ameacado-do-brasil-mata-atlantica-vive-alta-do-desmatamento","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/05\/27\/160006-bioma-mais-ameacado-do-brasil-mata-atlantica-vive-alta-do-desmatamento.html","title":{"rendered":"Bioma mais amea\u00e7ado do Brasil, Mata Atl\u00e2ntica vive alta do desmatamento"},"content":{"rendered":"\n

An\u00e1lise da SOS Mata Atl\u00e2ntica aponta aumento de quase 30% na devasta\u00e7\u00e3o entre 2018 e 2019, ap\u00f3s tend\u00eancia de queda nos \u00faltimos anos. Para ONG, governo Bolsonaro amea\u00e7a o que sobrou da cobertura original do bioma.<\/p>\n\n\n\n

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Restam apenas 12% da cobertura original da Mata Atl\u00e2ntica<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O ritmo de destrui\u00e7\u00e3o da Mata Atl\u00e2ntica voltou a subir ap\u00f3s ter sido registrada a menor taxa de desmatamento das \u00faltimas tr\u00eas d\u00e9cadas. Entre 2018 e 2019, o bioma perdeu 145 quil\u00f4metros quadrados, um aumento de quase 30% em compara\u00e7\u00e3o com o per\u00edodo anterior, segundo levantamento divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o SOS Mata Atl\u00e2ntica nesta ter\u00e7a-feira (27\/05).<\/p>\n\n\n\n

Os n\u00fameros de desmatamento do bioma vinham caindo desde 2016, e entre 2017 e 2018, 113 quil\u00f4metros quadrados foram devastados, a menor \u00e1rea registrada desde 1985, quando come\u00e7aram os registros da SOS Mata Atl\u00e2ntica.<\/p>\n\n\n\n

O bioma \u00e9 considerado o mais amea\u00e7ado do pa\u00eds. De sua \u00e1rea original de 1,3 milh\u00e3o de quil\u00f4metros quadrados, espalhados por 17 estados e que cobria grande parte da costa, restam apenas 12%. <\/p>\n\n\n\n

O levantamento foi divulgado na data em que se celebra o dia nacional da Mata Atl\u00e2ntica. O decreto de 1999 que instituiu a comemora\u00e7\u00e3o \u00e9 uma refer\u00eancia \u00e0 Carta de S\u00e3o Vicente de 1560, documento assinado pelo padre Jos\u00e9 de Anchieta que detalhou, pela primeira vez, a biodiversidade dessa floresta.<\/p>\n\n\n\n

Em 2020, motivos para comemorar s\u00e3o praticamente inexistentes, lamenta Mauro Mantovani, diretor de Pol\u00edticas P\u00fablicas da SOS Mata Atl\u00e2ntica. “O desmatamento aumentou nos mesmos lugares, infelizmente, onde j\u00e1 havia atividades ilegais que j\u00e1 foram levadas \u00e0 Justi\u00e7a”, diz.<\/p>\n\n\n\n

O monitoramento, feito h\u00e1 30 anos pela Funda\u00e7\u00e3o SOS Mata Atl\u00e2ntica com dados de sat\u00e9lites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), aponta que os estados de Minas Gerais, Bahia e Paran\u00e1 t\u00eam as maiores \u00e1reas de destrui\u00e7\u00e3o florestal.<\/p>\n\n\n\n

Embora as equipes que participam do levantamento n\u00e3o tenham visitado as regi\u00f5es mais afetadas devido \u00e0s medidas de isolamento social para conter a pandemia do novo coronav\u00edrus, as motiva\u00e7\u00f5es para o desmatamento s\u00e3o conhecidas.<\/p>\n\n\n\n

Em Minas Gerais, a floresta nativa tem sido substitu\u00edda por planta\u00e7\u00f5es de eucalipto, que, mais tarde, ser\u00e3o convertidas em carv\u00e3o, segundo a ONG que monitora o bioma. Na Bahia, a expans\u00e3o do cultivo de soja seria a principal causa.<\/p>\n\n\n\n

“No Paran\u00e1, a destrui\u00e7\u00e3o \u00e9 sobre as florestas de arauc\u00e1ria, o que que \u00e9 pior, pois sobrou menos de 1% da \u00e1rea original”, alerta Mantovani. Trata-se de um tipo de forma\u00e7\u00e3o florestal do bioma da Mata Atl\u00e2ntica, chamada cientificamente de Floresta Ombr\u00f3fila Mista, e que ocorre em regi\u00f5es do Sul e Sudeste do pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 um processo de desmonte da legisla\u00e7\u00e3o”<\/h3>\n\n\n\n

Em Bras\u00edlia, um despacho recente expedido pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, \u00e9 visto como mais uma amea\u00e7a ao que resta do bioma. O ato, que legaliza propriedades rurais instaladas em \u00e1reas de prote\u00e7\u00e3o ambiental at\u00e9 julho de 2008, pede ainda o cancelamento de mais de 1.400 multas por desmatamento e inc\u00eandios em \u00e1reas onde a Mata Atl\u00e2ntica, por lei, deveria ser preservada.<\/p>\n\n\n\n

A tentativa de Salles provocou uma rea\u00e7\u00e3o imediata no Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal, que entrou com uma a\u00e7\u00e3o pedindo que os \u00f3rg\u00e3os ambientais nos estados ignorem o despacho do ministro. <\/p>\n\n\n\n

Segundo o Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal (MPF), o ato do ministro “pode implicar o cancelamento indevido de milhares de autos de infra\u00e7\u00e3o ambiental e termos de embargos lavrados a partir da constata\u00e7\u00e3o de supress\u00f5es, cortes e interven\u00e7\u00f5es danosas e n\u00e3o autorizadas \u00e0 Mata Atl\u00e2ntica, assim como a absten\u00e7\u00e3o indevida da tomada de provid\u00eancia e do regular exerc\u00edcio do poder de pol\u00edcia em rela\u00e7\u00e3o a desmatamentos ilegais”.<\/p>\n\n\n\n

Para a SOS Mata Atl\u00e2ntica, declara\u00e7\u00f5es de Salles feitas durante reuni\u00e3o ministerial do governo do presidente Jair Bolsonaro, em 22 de abril, refor\u00e7am a ideia por tr\u00e1s do despacho que interfere no bioma. Na reuni\u00e3o, o ministro do Meio Ambiente afirma que a atual pandemia de covid-19 \u00e9 uma oportunidade para o governo alterar leis.<\/p>\n\n\n\n

“A oportunidade que n\u00f3s temos, que a imprensa est\u00e1 nos dando um pouco de al\u00edvio nos outros temas, \u00e9 passar as reformas infralegais de desregulamenta\u00e7\u00e3o, simplifica\u00e7\u00e3o, todas as reformas que o mundo inteiro cobrou”, disse Salles na reuni\u00e3o, cuja grava\u00e7\u00e3o em v\u00eddeo foi divulgada na semana passada, ap\u00f3s autoriza\u00e7\u00e3o do Supremo Tribunal Federal.<\/p>\n\n\n\n

“Ent\u00e3o para isso precisa ter um esfor\u00e7o nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque s\u00f3 fala de covid-19, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas. De Iphan, de Minist\u00e9rio da Agricultura, de Minist\u00e9rio do Meio Ambiente, de minist\u00e9rio disso, de minist\u00e9rio daquilo”, afirmou o ministro no encontro de 22 de abril.<\/p>\n\n\n\n

“Ficou comprovado, com a fala do ministro flagrada na reuni\u00e3o ministerial, que \u00e9 para dar anistia ao pessoal que tinha desmatado”, pontua Mantovani. “Salles desregulariza tudo. \u00c9 um processo de desmonte da legisla\u00e7\u00e3o. J\u00e1 destru\u00edram a Amaz\u00f4nia, o Cerrado, e agora se voltam para a Mata Atl\u00e2ntica”, critica.<\/p>\n\n\n\n

Destrui\u00e7\u00e3o em todos os biomas<\/h3>\n\n\n\n

Em 2019, o desmatamento em todo o Brasil resultou na perda de 12 mil quil\u00f4metros quadrados de vegeta\u00e7\u00e3o nativa. A maior destrui\u00e7\u00e3o, com mais de 60% do total, foi na Amaz\u00f4nia. O Cerrado vem em segundo lugar.<\/p>\n\n\n\n

Os n\u00fameros comp\u00f5em o Relat\u00f3rio Anual do Desmatamento no Brasil feito a partir dos dados do MapBiomas Alerta, iniciativa que re\u00fane universidades, ONGs e empresas de tecnologia. O relat\u00f3rio, divulgado nesta semana, analisou alertas gerados pelo Inpe, pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amaz\u00f4nia (Imazon) e Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.<\/p>\n\n\n\n

Em \u00e1rea desmatada, o n\u00famero um do ranking \u00e9 o Par\u00e1 (299 mil hectares), seguido por Mato Grosso (202 mil ha) e Amazonas (126 mil ha). O relat\u00f3rio conclui ainda que 99% dos alertas de desmatamento detectados em 2019 s\u00e3o ilegais. As irregularidades v\u00e3o desde desmatamento em \u00e1reas protegidas \u00e0 falta de autoriza\u00e7\u00e3o para retirada da vegeta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Com o levantamento, o MapBiomas, afirmam os autores do projeto, visa “apoiar as institui\u00e7\u00f5es p\u00fablicas e privadas no processo de redu\u00e7\u00e3o do desmatamento e na promo\u00e7\u00e3o da conserva\u00e7\u00e3o e uso sustent\u00e1vel da biodiversidade no territ\u00f3rio brasileiro”.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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