{"id":160086,"date":"2020-05-29T12:30:00","date_gmt":"2020-05-29T15:30:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=160086"},"modified":"2020-05-28T23:39:17","modified_gmt":"2020-05-29T02:39:17","slug":"dano-na-camada-de-ozonio-provocou-extincao-em-massa-ha-360-milhoes-de-anos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/05\/29\/160086-dano-na-camada-de-ozonio-provocou-extincao-em-massa-ha-360-milhoes-de-anos.html","title":{"rendered":"Dano na camada de oz\u00f4nio provocou extin\u00e7\u00e3o em massa h\u00e1 360 milh\u00f5es de anos"},"content":{"rendered":"\n

Causadas por exposi\u00e7\u00e3o aos raios ultravioletas, muta\u00e7\u00f5es gen\u00e9ticas encontradas em f\u00f3sseis de esporos de plantas sugerem falhas na camada de oz\u00f4nio da \u00e9poca<\/p>\n\n\n\n

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Dano na camada de oz\u00f4nio levou a extin\u00e7\u00e3o em massa h\u00e1 360 milh\u00f5es de anos (Foto: Pexels)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, descobriram que a extin\u00e7\u00e3o em massa que ocorreu 360 \u200b\u200bmilh\u00f5es de anos atr\u00e1s, no fim do per\u00edodo Devoniano, foi causada por um rompimento na camada de oz\u00f4nio. O estudo foi compartilhado nesta quarta-feira (27), na revista Science Advances.<\/p>\n\n\n\n

A equipe coletou amostras de rochas durante expedi\u00e7\u00f5es feitas em regi\u00f5es polares e montanhosas do leste da Groenl\u00e2ndia, que, h\u00e1 milh\u00f5es de anos, formavam um imenso lago quando a Europa e a Am\u00e9rica do Norte ainda eram p\u00f3ximas. Este lago estava situado no hemisf\u00e9rio sul da Terra e teria sido semelhante ao Lago Chade, localicalizado na beira do deserto do Saara.<\/p>\n\n\n\n

Outras amostras foram coletadas das montanhas andinas acima do lago Titicaca, na Bol\u00edvia, que, tamb\u00e9m h\u00e1 milh\u00f5es de anos, ficava mais pr\u00f3ximo ao polo sul. Segundo os especialistas, analisar rochas de diferentes lugares permitiu comparar o evento de extin\u00e7\u00e3o pr\u00f3ximo ao polo com o pr\u00f3ximo \u00e0 linha do Equador.<\/p>\n\n\n\n

Para isso, os cientistas dissolveram as amostras em \u00e1cido fluor\u00eddrico, o que liberou esporos microsc\u00f3picos de plantas que permaneceram preservadas por milh\u00f5es de anos. No exame, os pesquisadores descobriram que muitos desses esporos, que s\u00e3o unidades de reprodu\u00e7\u00e3o das plantas, tinham espinhos peculiares em sua superf\u00edcie, al\u00e9m de paredes celulares mais escuras.<\/p>\n\n\n\n

Estas altera\u00e7\u00f5es s\u00e3o uma resposta aos danos no DNA causados pela radia\u00e7\u00e3o dos raios ultravioletas (UV) \u2014 e \u00e9 exatamente por isso que os cientistas acreditam que a camada de oz\u00f4nio da Terra sofreu danos naquela \u00e9poca.<\/p>\n\n\n\n

A equipe acredita que h\u00e1 360 milh\u00f5es de anos existiu um r\u00e1pido aquecimento global cuja causa ainda \u00e9 desconhecida. Esse clima mais quente resultou no derretimento das calotas polares, que, por sua vez, levou \u00e0 libera\u00e7\u00e3o de subst\u00e2ncias qu\u00edmicas danosas que abriram um buraco na camada de oz\u00f4nio. \u201cNosso escudo de oz\u00f4nio desapareceu por um curto per\u00edodo nesta \u00e9poca antiga, coincidindo com um breve e r\u00e1pido aquecimento da Terra”, disse John Marshall, l\u00edder da pesquisa, em comunicado.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com os cientistas, durante a extin\u00e7\u00e3o, as plantas sobreviveram seletivamente, mas foram muito prejudicadas quando o ecossistema florestal entrou em colapso. O grupo dominante de peixes daquele per\u00edodo foi extinto \u2014 e aqueles que sobreviveram (tubar\u00f5es e peixes \u00f3sseos) permanecem dominantes em nossos ecossistemas at\u00e9 hoje.<\/p>\n\n\n\n

Essas extin\u00e7\u00f5es ocorreram em um momento fundamental para a evolu\u00e7\u00e3o de nossos pr\u00f3prios ancestrais, os tetr\u00e1podes, explicam os pesquisadores. Esses primeiros animais eram peixes que evolu\u00edram para ter membros em vez de barbatanas, mas ainda viviam principalmente na \u00e1gua. A extin\u00e7\u00e3o redefiniu o sentido de sua evolu\u00e7\u00e3o: os sobreviventes eram, em sua maioria, terrestres e tinha o n\u00famero de dedos das m\u00e3os e dos p\u00e9s reduzido a cinco.<\/p>\n\n\n\n

O professor Marshall acredita que as descobertas de sua equipe t\u00eam implica\u00e7\u00f5es para a vida na Terra hoje, pois evidencia a import\u00e2ncia de frear as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas que prejudicam o nosso planeta. “As estimativas atuais sugerem que atingiremos temperaturas globais semelhantes as de 360 \u200b\u200bmilh\u00f5es de anos atr\u00e1s”, afirmou o especialista. “[Isso aumenta] a possibilidade de que um colapso semelhante da camada de oz\u00f4nio possa ocorrer novamente, expondo a superf\u00edcie e a vida marinha rasa \u00e0 radia\u00e7\u00e3o mortal. Isso nos levaria do atual estado das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas para uma emerg\u00eancia clim\u00e1tica.”<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Revista Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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