{"id":160423,"date":"2020-06-11T08:00:24","date_gmt":"2020-06-11T11:00:24","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=160423"},"modified":"2020-06-11T01:21:56","modified_gmt":"2020-06-11T04:21:56","slug":"mourao-diz-que-recursos-do-fundo-amazonia-serao-liberados-em-ate-tres-meses","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/sem-categoria\/2020\/06\/11\/160423-mourao-diz-que-recursos-do-fundo-amazonia-serao-liberados-em-ate-tres-meses.html","title":{"rendered":"Mour\u00e3o diz que recursos do Fundo Amaz\u00f4nia ser\u00e3o liberados em at\u00e9 tr\u00eas meses"},"content":{"rendered":"\n

Em coletiva, vice-presidente reconhece erros do governo no combate ao desmatamento em 2019 e afirma que prioridade \u00e9 tentar reverter imagem negativa do pa\u00eds no exterior ap\u00f3s crise das queimadas na Amaz\u00f4nia.<\/p>\n\n\n\n

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“Tivemos uma reuni\u00e3o extremamente proveitosa com os dois embaixadores”, disse Mour\u00e3o<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O vice-presidente da Rep\u00fablica, Hamilton Mour\u00e3o, afirmou nesta quarta-feira (10\/06) que os recursos do Fundo Amaz\u00f4nia, financiado por Noruega e Alemanha e suspenso desde 2019, devem ser liberados em at\u00e9 tr\u00eas meses. A previs\u00e3o foi feita durante uma coletiva de imprensa para ve\u00edculos de comunica\u00e7\u00e3o estrangeiros.<\/p>\n\n\n\n

“Tivemos uma reuni\u00e3o extremamente proveitosa com os dois embaixadores [da Noruega e da Alemanha]. Estamos colocando uma m\u00e9trica do que vem a ser o combate ao desmatamento para que resultados sejam medidos. Acredito que em mais dois ou tr\u00eas meses os recursos do fundo ser\u00e3o liberados e beneficiar\u00e3o projetos ligados \u00e0 preserva\u00e7\u00e3o e ao desenvolvimento sustent\u00e1vel da regi\u00e3o”, disse.<\/p>\n\n\n\n

Criado em 2008, o Fundo Amaz\u00f4nia era destinado \u00e0 preserva\u00e7\u00e3o da regi\u00e3o e mantido sobretudo com doa\u00e7\u00f5es de Noruega, que repassou 3,1 bilh\u00f5es de reais para a iniciativa nos \u00faltimos dez anos, e Alemanha, que contribuiu com 200 milh\u00f5es de reais. A verba era administrada por uma equipe exclusiva dentro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ\u00f4mico e Social (BNDES).<\/p>\n\n\n\n

O impasse sobre o fundo come\u00e7ou com quando o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, promoveu mudan\u00e7as unilaterais na gest\u00e3o do programa, sem consultar os alem\u00e3es e os noruegueses. Salles tamb\u00e9m prop\u00f4s usar parte dos recursos do fundo para indenizar propriet\u00e1rios que vivem em \u00e1reas inclu\u00eddas em unidades de conserva\u00e7\u00e3o da Amaz\u00f4nia, o que hoje n\u00e3o \u00e9 permitido \u2013 proposta rejeitada por Oslo e Berlim.<\/p>\n\n\n\n

O auge da crise ocorreu com o avan\u00e7o do desmatamento e das queimadas na floresta no ano passado. A Noruega anunciou, ent\u00e3o, o bloqueio dos recursos e acusou o Brasil n\u00e3o manter o acordo estabelecido. A Alemanha n\u00e3o suspendeu seus repasses para o fundo, mas seguiu o exemplo noruegu\u00eas em outros programas de financiamento.<\/p>\n\n\n\n

Apesar da estimativa do vice, no final de maio quando foi anunciada a reativa\u00e7\u00e3o do fundo, tanto a Noruega, quanto a Alemanha, n\u00e3o garantiram o repasse de recursos.<\/p>\n\n\n\n

Na coletiva online, Mour\u00e3o reconheceu que o governo do presidente Jair Bolsonaro cometeu erros no ano passado em rela\u00e7\u00e3o ao combate do desmatamento, mas destacou que a reativa\u00e7\u00e3o em fevereiro do Conselho da Amaz\u00f4nia Legal, sob o comando da vice-presid\u00eancia, mostra que Bolsonaro est\u00e1 consciente dos problemas ocorridos em 2019.<\/p>\n\n\n\n

Mour\u00e3o destacou ainda que \u00e9 responsabilidade do governo impedir o desmatamento em parques nacionais, terras ind\u00edgenas e \u00e1reas de conserva\u00e7\u00e3o ambiental e acrescentou que a prioridade do conselho \u00e9 reduzir essa devasta\u00e7\u00e3o, por\u00e9m, disse que a atua\u00e7\u00e3o de estados e munic\u00edpios neste combate \u00e9 fundamental.<\/p>\n\n\n\n

“Em rela\u00e7\u00e3o ao desmatamento e queimadas, esperamos ao longo deste ano demonstrar o compromisso do Estado com o impedimento da ocorr\u00eancias de irregularidades, e paulatinamente mudar a imagem que ficou para determinados pa\u00edses sobre os acontecimentos do Brasil”, acrescentou.<\/p>\n\n\n\n

O vice afirmou tamb\u00e9m que, em termos ambientais, o Brasil seria o pa\u00eds com a legisla\u00e7\u00e3o mais avan\u00e7ada. “N\u00e3o somos em hip\u00f3tese alguma o vil\u00e3o ambiental do mundo. N\u00e3o somos n\u00f3s que queimamos petr\u00f3leo e carv\u00e3o e, com isso, polu\u00edmos a atmosfera. Temos uma grande responsabilidade na preserva\u00e7\u00e3o da Amaz\u00f4nia, um patrim\u00f4nio n\u00e3o s\u00f3 pela biodiversidade mas pelo que representa ao clima no nosso continente”.<\/p>\n\n\n\n

Ao ser questionado sobre os recursos destinados \u00e0 Opera\u00e7\u00e3o Verde Brasil 2, que enviou militares para o combate ao desmatamento da Amaz\u00f4nia e teve in\u00edcio em 11 de maio com previs\u00e3o de dura\u00e7\u00e3o de um m\u00eas, e o cortes nos or\u00e7amentos de \u00f3rg\u00e3os ambientais que v\u00eam ocorrendo nos \u00faltimos anos, Mour\u00e3o disse que os 60 milh\u00f5es de reais estimados \u00e0 miss\u00e3o sa\u00edram de recursos das For\u00e7as Armadas.<\/p>\n\n\n\n

O valor gasto na opera\u00e7\u00e3o tempor\u00e1ria \u00e9 praticamente o mesmo destinado neste ano ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov\u00e1veis (Ibama) para a\u00e7\u00f5es de controle e fiscaliza\u00e7\u00f5es ambientais em todo o Brasil. O governo previu no or\u00e7amento de 2020 do \u00f3rg\u00e3o de fiscaliza\u00e7\u00e3o ambiental 76 milh\u00f5es de reais para a\u00e7\u00f5es de controle em todo o territ\u00f3rio nacional.<\/p>\n\n\n\n

O vice argumentou que os principais problemas dos \u00f3rg\u00e3os de fiscaliza\u00e7\u00e3o atualmente s\u00e3o a falta de funcion\u00e1rios e a estrutura deficit\u00e1ria e destacou que o governo pretende intensificar as a\u00e7\u00f5es de fiscaliza\u00e7\u00e3o at\u00e9 2022. Para isso, segundo ele, o Conselho da Amaz\u00f4nia prev\u00ea reorganiza\u00e7\u00e3o e restrutura\u00e7\u00e3o destas estruturas de controle, al\u00e9m da cria\u00e7\u00e3o de 20 bases na regi\u00e3o da Amaz\u00f4nia. Mour\u00e3o ressaltou que parte dos recursos do Fundo Amaz\u00f4nia seriam destinados para esse fim.<\/p>\n\n\n\n

Na coletiva, Mour\u00e3o tamb\u00e9m falou sobre os protestos contra e a favor de Bolsonaro, os recentes ataques \u00e0 imprensa promovidos pelo presidente e seus seguidores e reiterou que n\u00e3o v\u00ea amea\u00e7a \u00e0 democracia.<\/p>\n\n\n\n

“Tive a oportunidade de viver na Venezuela onde realmente vi a democracia ser destru\u00edda e vi o que s\u00e3o realmente ataques \u00e0 imprensa. Jornalistas sendo atacados nas ruas e sendo amea\u00e7ados de mortes e ve\u00edculos de imprensa sendo cercados por multid\u00f5es armadas e amea\u00e7adoras. Isso n\u00e3o ocorre no Brasil. D\u00e1 mesma forma como a imprensa tem o seu papel de fazer cr\u00edticas, quem sofre cr\u00edtica tamb\u00e9m tem direito de rebater essas cr\u00edticas, desde que se mantenha dentro de um n\u00edvel de educa\u00e7\u00e3o”, minimizou.<\/p>\n\n\n\n

O vice classificou ainda a repercuss\u00e3o dos atos de bolsonaristas que pedem interven\u00e7\u00e3o militar e atacam institui\u00e7\u00f5es, como Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso, como “muita pequena e reduzida\u201d. “\u00c9 pouca gente que comparece para isso e no final das contas \u00e9 muito mais palavras, ret\u00f3rica do que a\u00e7\u00f5es espec\u00edficas contra as institui\u00e7\u00f5es”, acrescentou.<\/p>\n\n\n\n

Na coletiva, Mour\u00e3o falou tamb\u00e9m sobre um artigo que publicou em 3 de junho no jornal Estado de S.Paulo, no qual criticou os protestos contra governo que ocorreram em 31 de maio, alegando que eles n\u00e3o seriam democr\u00e1ticos.<\/p>\n\n\n\n

“Quando falei do artigo quis deixar claro que um agrupamento de brucutus de torcidas organizadas, que a pr\u00f3pria imprensa critica de maneira veemente por serem causadores de viol\u00eancia nos est\u00e1dios, levando a morte de torcedores, n\u00e3o pode ser considerada uma manifesta\u00e7\u00e3o pr\u00f3-democracia. Agora, manifesta\u00e7\u00f5es obviamente s\u00e3o livres e devem ocorrer desde que sigam as leis”, disse.<\/p>\n\n\n\n

“Considero que manifesta\u00e7\u00f5es contra o governo dentro da lei est\u00e3o dentro daquilo que prev\u00ea a democracia”, acrescentou. \u201cEm rela\u00e7\u00e3o \u00e0s outras manifesta\u00e7\u00f5es que, em tese apoiam o governo de Bolsonaro, com algumas bandeiras e palavras de ordem que n\u00e3o s\u00e3o propriamente democr\u00e1ticas, tamb\u00e9m fazem parte do sistema, uma vez que permane\u00e7am \u00fanica e exclusivamente no terreno das palavras”.<\/p>\n\n\n\n

Ao ser questionado sobre os pedidos de impeachment e a possibilidade de afastamento do presidente, Mour\u00e3o disse que n\u00e3o v\u00ea risco do governo terminar antes do fim do atual mandato. “Temos plenas condi\u00e7\u00f5es de irmos at\u00e9 2022, e quem sabe, caso Bolsonaro se candidate, sermos reeleito”.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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