{"id":161663,"date":"2020-07-31T17:00:57","date_gmt":"2020-07-31T20:00:57","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=161663"},"modified":"2020-07-31T12:43:59","modified_gmt":"2020-07-31T15:43:59","slug":"navios-chineses-perto-das-galapagos-preocupam-equador","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/07\/31\/161663-navios-chineses-perto-das-galapagos-preocupam-equador.html","title":{"rendered":"Navios chineses perto das Gal\u00e1pagos preocupam Equador"},"content":{"rendered":"\n

Frota de 260 pesqueiros est\u00e1 em \u00e1guas internacionais que ficam entre as \u00e1reas exclusivas do Equador e do arquip\u00e9lago. Pesca predat\u00f3ria pode colocar em risco delicado ecossistema das ilhas Gal\u00e1pagos.<\/p>\n\n\n\n

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Arquip\u00e9lago \u00e9 Patrim\u00f4nio Natural da Humanidade e conta com reserva marinha de 133 mil quil\u00f4metros quadrados<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

As Ilhas Gal\u00e1pagos est\u00e3o bem diante da costa do Equador, a uma dist\u00e2ncia de cerca de 600 milhas (em torno de 1.000 km). Uma zona econ\u00f4mica exclusiva, de 200 milhas (320km), protege os litorais tanto do pa\u00eds sul-americano como do arquip\u00e9lago.<\/p>\n\n\n\n

Mas bem no meio existe um espa\u00e7o de 200 milhas de \u00e1guas internacionais, fora, portanto, da jurisdi\u00e7\u00e3o equatoriana. Exatamente l\u00e1 os militares equatorianos avistaram, h\u00e1 duas semanas, cerca de 260 navios pesqueiros, a ampla maioria de bandeira chinesa.<\/p>\n\n\n\n

A presen\u00e7a dessas embarca\u00e7\u00f5es preocupa as autoridades equatorianas. “Dissemos aos nossos amigos chineses que esse \u00e9 um assunto que o Equador v\u00ea com muito mal-estar e que a sua popula\u00e7\u00e3o considera que deve ser encerrado”, afirmou o ministro das Rela\u00e7\u00f5es Exteriores, Luis Gallegos, a uma radio local.<\/p>\n\n\n\n

O Equador teme uma sobre-explora\u00e7\u00e3o da fauna marinha dessa \u00e1rea, o que poderia colocar em risco o delicado equil\u00edbrio do ecossistema das Gal\u00e1pagos e levar \u00e0 extin\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies. O arquip\u00e9lago de Gal\u00e1pagos \u00e9 Patrim\u00f4nio Natural da Humanidade e conta com uma reserva marinha de 133 mil km\u00b2.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m disso, h\u00e1 o risco da contamina\u00e7\u00e3o das \u00e1guas pelos dejetos de uma enorme frota pesqueira e o risco adicional da introdu\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies, pois os navios carregam \u00e1guas que podem trazer esp\u00e9cies de outros lugares, amea\u00e7ando assim a biodiversidade local.<\/p>\n\n\n\n

O outro temor \u00e9 que os navios entrem em \u00e1guas equatorianas, como disse o ministro da Defesa, Oswaldo Jarr\u00edn, em entrevista \u00e0 emissora Teleamazonas.<\/p>\n\n\n\n

O presidente do conselho de governo das Gal\u00e1pagos, Norman Wray, disse \u00e0 DW que a for\u00e7a naval equatoriana est\u00e1 patrulhando e monitorando os limites da zona econ\u00f4mica exclusiva para evitar qualquer ingresso desses pesqueiros. “Al\u00e9m disso, o governo deixou claro que, sem distin\u00e7\u00e3o de bandeira, far\u00e1 respeitar os direitos mar\u00edtimos do Equador”, acrescentou.<\/p>\n\n\n\n

Segundo a ONG ambientalista Conservaci\u00f3n Internacional Ecuador, a situa\u00e7\u00e3o se repete pelo quarto ano consecutivo. “Est\u00e3o pescando nessa zona, que \u00e9 extraordinariamente rica por causa da conflu\u00eancia de correntes marinhas”, explica o diretor-executivo da ONG, Luis Su\u00e1rez.<\/p>\n\n\n\n

Os temores do governo equatoriano t\u00eam fundamento. Em 2017, um cargueiro chin\u00eas com 300 toneladas de fauna marinha. “Acredita-se que procuram lulas”, comenta Su\u00e1rez, mas, segundo ele, na \u00e9poca foram encontrados 7.200 tubar\u00f5es nos por\u00f5es da embarca\u00e7\u00e3o, incluindo esp\u00e9cies amea\u00e7adas, como o tubar\u00e3o-martelo e o tubar\u00e3o-seda.<\/p>\n\n\n\n

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Tubar\u00e3o-martelo \u00e9 uma das esp\u00e9cies protegidas pela reserva natural das Gal\u00e1pagos<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

As autoridades equatorianas n\u00e3o t\u00eam informa\u00e7\u00f5es sobre o que exatamente os navios chineses fazem nas \u00e1guas internacionais nem que quantidade de pesca retiram do oceano. “Apenas sabemos que \u00e9 um n\u00famero muito elevado”, comenta o cientista C\u00e9sar Pe\u00f1aherrera, diretor da Migramar, uma rede internacional de pesquisadores marinhos.<\/p>\n\n\n\n

Pe\u00f1aherrera alerta para o risco da pesca excessiva, que pode acabar com as popula\u00e7\u00f5es de algumas esp\u00e9cies marinhas na regi\u00e3o. “\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante”, constata. “Mas em \u00e1guas internacionais \u00e9 dif\u00edcil regulamentar a pesca.”<\/p>\n\n\n\n

Para ele, a solu\u00e7\u00e3o \u00e9 a coopera\u00e7\u00e3o regional, pois o Equador, sozinho, n\u00e3o tem como resolver o problema. “Equador tem o desafio de fechar acordos com Col\u00f4mbia, Peru e Costa Rica, que s\u00e3o os pa\u00edses que t\u00eam conex\u00e3o direta com as \u00e1guas internacionais onde est\u00e3o operando essas frotas e come\u00e7ar a trabalhar para que se aprovem regulamenta\u00e7\u00f5es r\u00edgidas que permitem controlar o uso de recursos em \u00e1guas internacionais.”<\/p>\n\n\n\n

Na quarta-feira, o Equador solicitou uma assembleia extraordin\u00e1ria da Comiss\u00e3o Permanente do Pac\u00edfico Sul, uma alian\u00e7a mar\u00edtima estrat\u00e9gica entre o pa\u00eds e o Chile, a Col\u00f4mbia e o Peru. Os pa\u00edses pretendem adotar uma a\u00e7\u00e3o conjunta para enfrentar o problema.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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