{"id":162612,"date":"2020-09-01T11:00:00","date_gmt":"2020-09-01T14:00:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=162612"},"modified":"2020-08-31T21:44:47","modified_gmt":"2020-09-01T00:44:47","slug":"arvore-no-peru-indica-mudancas-climaticas-dos-ultimos-10-milhoes-de-anos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/09\/01\/162612-arvore-no-peru-indica-mudancas-climaticas-dos-ultimos-10-milhoes-de-anos.html","title":{"rendered":"\u00c1rvore no Peru indica mudan\u00e7as clim\u00e1ticas dos \u00faltimos 10 milh\u00f5es de anos"},"content":{"rendered":"\n

Cientistas esperam que tronco fossilizado ajude a entender melhor como era o clima da Am\u00e9rica do Sul no passado e como ele ser\u00e1 no futuro<\/p>\n\n\n\n

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Tronco de \u00e1rvore no Peru mostra mudan\u00e7as clim\u00e1ticas dos \u00faltimos 10 milh\u00f5es de anos (Foto: Rodolfo Salas Gismondi\/Smithsonian Tropical Research Institute)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A 4 mil metros de altitude, no sul do Peru, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Tropical Smithsonian, nos Estados Unidos, e de outras institui\u00e7\u00f5es encontraram uma \u00e1rvore fossilizada que revela informa\u00e7\u00f5es importantes sobre como o clima nos Andes mudou drasticamente durante os \u00faltimos 10 milh\u00f5es de anos. As descobertas foram publicadas na \u00faltima sexta-feira (28) na revista Science Advances.<\/p>\n\n\n\n

“Essa \u00e1rvore e as centenas de amostras f\u00f3sseis de madeira, folhas e p\u00f3len que coletamos na expedi\u00e7\u00e3o revelam que quando essas plantas estavam vivas o ecossistema era mais \u00famido do que os modelos clim\u00e1ticos anteriores previam”, disse Camila Mart\u00ednez, uma das autoras do estudo, em comunicado. “Provavelmente, n\u00e3o existe um ecossistema moderno compar\u00e1vel, porque as temperaturas eram mais altas quando esses f\u00f3sseis foram depositados, h\u00e1 10 milh\u00f5es de anos.”<\/p>\n\n\n\n

A anatomia da madeira petrificada que os pesquisadores descobriram \u00e9 muito parecida com a de \u00e1rvores que existem hoje nas florestas tropicais de baixa altitude \u2014 o que faz bastante sentido. Como explicam os especialistas, naquela \u00e9poca a regi\u00e3o estava a uma altitude de apenas 2 mil metros acima do n\u00edvel do mar.<\/p>\n\n\n\n

F\u00f3sseis de 5 milh\u00f5es de anos nos mesmos locais confirmam que um tipo de ecossistema conhecido como puna, que agora domina os planaltos das montanhas dos Andes, j\u00e1 havia nascido naquele per\u00edodo. As amostras de p\u00f3len mais jovens s\u00e3o provenientes de gram\u00edneas e ervas, vegetais comuns ao ecossistema. Al\u00e9m disso, o material foliar era de samambaias, ervas e arbustos, indicando que a vegeta\u00e7\u00e3o do planalto j\u00e1 havia subido \u00e0 altitude atual.<\/p>\n\n\n\n

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Folha de 5 milh\u00f5es de anos encontrada na regi\u00e3o (Foto: Camila Mart\u00ednez\/Smithsonian Tropical Research Institute)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Para os especialistas, o registro f\u00f3ssil na regi\u00e3o indica que tanto a altitude quanto a vegeta\u00e7\u00e3o mudaram drasticamente em um per\u00edodo relativamente curto. Essas observa\u00e7\u00f5es, por sua vez, apoiam a hip\u00f3tese de que a eleva\u00e7\u00e3o tect\u00f4nica na regi\u00e3o ocorreu em pulsos r\u00e1pidos.<\/p>\n\n\n\n

O estudo fornece pistas para que os cientisdas possam compreender melhor a rela\u00e7\u00e3o entre a ascens\u00e3o dos Andes com as mudan\u00e7as no clima da Am\u00e9rica do Sul ao longo dos anos. Al\u00e9m disso, de acordo com Martinez, entender como a regi\u00e3o era no passado pode ajudar a “prever o futuro”.<\/p>\n\n\n\n

O estudo fornece pistas para que os cientisdas possam compreender melhor a rela\u00e7\u00e3o entre a ascens\u00e3o dos Andes com as mudan\u00e7as no clima da Am\u00e9rica do Sul ao longo dos anos. Al\u00e9m disso, de acordo com Martinez, entender como a regi\u00e3o era no passado pode ajudar a “prever o futuro”.<\/p>\n\n\n\n

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O ecossistema puna (Foto: Camila Mart\u00ednez\/Smithsonian Tropical Research Institute)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“No final deste s\u00e9culo, as mudan\u00e7as na temperatura e nas concentra\u00e7\u00f5es de di\u00f3xido de carbono atmosf\u00e9rico ir\u00e3o novamente se aproximar das condi\u00e7\u00f5es de 10 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s”, explicou Mart\u00ednez. “Entender as discrep\u00e2ncias entre os modelos clim\u00e1ticos e os dados baseados no registro f\u00f3ssil nos ajuda a elucidar as for\u00e7as motrizes que controlam o clima atual do Altiplano [planalto dos Andes] e, em \u00faltima an\u00e1lise, do clima em todo o continente sul-americano.”<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Revista Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"