{"id":162820,"date":"2020-09-08T11:00:43","date_gmt":"2020-09-08T14:00:43","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=162820"},"modified":"2020-09-08T10:34:29","modified_gmt":"2020-09-08T13:34:29","slug":"o-que-explica-a-surpreendente-existencia-de-ferrugem-na-lua","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/09\/08\/162820-o-que-explica-a-surpreendente-existencia-de-ferrugem-na-lua.html","title":{"rendered":"O que explica a surpreendente exist\u00eancia de ferrugem na Lua"},"content":{"rendered":"\n
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A Lua n\u00e3o tem atmosfera, ou seja, n\u00e3o tem oxig\u00eanio, e por isso o achado de \u00f3xido \u00e9 surpreendente – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Uma parte da Lua tem tra\u00e7os de ferrugem, embora o sat\u00e9lite n\u00e3o tenha oxig\u00eanio.<\/p>\n\n\n\n

Pesquisadores do Jet Propulsion Laboratory (JPL, sigla em ingl\u00eas de Laborat\u00f3rio de Propuls\u00e3o a Jato) da Nasa e de universidades americanas encontraram hematita, uma forma de \u00f3xido de ferro, nas regi\u00f5es polares da lua.<\/p>\n\n\n\n

Este \u00f3xido requer a presen\u00e7a de \u00e1gua l\u00edquida e oxig\u00eanio para se formar.<\/p>\n\n\n\n

O \u00f3xido na superf\u00edcie de Marte \u00e9 o que lhe d\u00e1 sua cor avermelhada e sugere que o planeta j\u00e1 teve \u00e1gua e oxig\u00eanio.<\/p>\n\n\n\n

A Lua n\u00e3o tem atmosfera, ou seja, n\u00e3o tem oxig\u00eanio, e prevalece o ferro met\u00e1lico puro, por isso o achado do \u00f3xido \u00e9 surpreendente.<\/p>\n\n\n\n

Mas os cientistas acreditam ter encontrado o culpado pela oxida\u00e7\u00e3o do nosso sat\u00e9lite: o oxig\u00eanio da Terra.<\/p>\n\n\n\n

Como isso aconteceu?<\/h2>\n\n\n\n

Amostras lunares trazidas \u00e0 Terra pelas miss\u00f5es Apollo da Nasa n\u00e3o mostraram sinais da presen\u00e7a de ferro oxidado.<\/p>\n\n\n\n

Mas os pesquisadores analisaram dados do Mapeador de Mineralogia Lunar (M3) projetado pelo JPL e instalado na sonda Chandrayaan-1, da primeira miss\u00e3o lunar da \u00cdndia, lan\u00e7ada em 2008.<\/p>\n\n\n\n

A Chandrayaan-1 descobriu \u00e1gua congelada na Lua usando radares e detectou uma variedade de minerais na superf\u00edcie do sat\u00e9lite.<\/p>\n\n\n\n

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As cores azuis mostram a presen\u00e7a de \u00f3xido de ferro – ISRO\/NASA\/JPL-CALTECH\/BROWN UNIV.\/USGS<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“Quando examinei os dados do M3 nas regi\u00f5es polares, encontrei algumas caracter\u00edsticas e padr\u00f5es espectrais diferentes do que vemos em latitudes mais baixas ou nas amostras da Apollo”, disse Shuai Li, pesquisador assistente do Instituto de Geof\u00edsica e Planetologia (HIGP, por sua sigla em ingl\u00eas) do Hava\u00ed na Escola de Ci\u00eancia e Tecnologia Oce\u00e2nica e Terrestre (Soest, sigla em ingl\u00eas) da Universidade de Manoa.<\/p>\n\n\n\n

“Depois de meses de pesquisa, descobri que estava olhando para a assinatura da hematita”, acrescentou Li, tamb\u00e9m autor principal do estudo, \u00e0 ag\u00eancia de not\u00edcias PA.<\/p>\n\n\n\n

A princ\u00edpio, Abigail Fraeman, coautora do estudo, n\u00e3o acreditava nessa possibilidade.<\/p>\n\n\n\n

“(As hematitas) n\u00e3o deveriam existir, considerando as condi\u00e7\u00f5es presentes na Lua”, disse Fraeman, de acordo com um comunicado do JPL.<\/p>\n\n\n\n

Oxig\u00eanio da Terra<\/h2>\n\n\n\n

Mas o grupo de cientistas apresentou algumas explica\u00e7\u00f5es para o fen\u00f4meno.<\/p>\n\n\n\n

A an\u00e1lise dos dados do M3 mostrou que as hematitas estavam mais presentes “no lado pr\u00f3ximo \u00e0 Terra do que no lado oposto”, diz o estudo publicado na revista Science Advances no in\u00edcio de setembro.<\/p>\n\n\n\n

“Mais hematitas no lado lunar mais pr\u00f3ximo sugere que a oxida\u00e7\u00e3o pode estar relacionada \u00e0 Terra”, disse o professor Li \u00e0 PA.<\/p>\n\n\n\n

“Isso me lembrou da descoberta da miss\u00e3o lunar japonesa Kaguya (lan\u00e7ada em 2007) de que o oxig\u00eanio da atmosfera da Terra pode ser transportado para a superf\u00edcie lunar pelo vento solar quando a Lua est\u00e1 na cauda magn\u00e9tica da Terra”, afirmou Li.<\/p>\n\n\n\n

Portanto, a hip\u00f3tese de Li e sua equipe \u00e9 de que as hematitas lunares se formaram gra\u00e7as a esse oxig\u00eanio que viajou continuamente da Terra \u00e0 Lua nos \u00faltimos bilh\u00f5es de anos.<\/p>\n\n\n\n

“O oxig\u00eanio atmosf\u00e9rico da Terra pode ser o principal oxidante na produ\u00e7\u00e3o de hematitas (na Lua)”, disse Li \u00e0 PA.<\/p>\n\n\n\n

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A superf\u00edcie lunar est\u00e1 constantemente sendo atingida por poeira interplanet\u00e1ria – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m \u00e9 poss\u00edvel que a Lua tenha recebido mais oxig\u00eanio quando estava mais perto da Terra, uma vez que os dois corpos est\u00e3o se afastando um do outro h\u00e1 bilh\u00f5es de anos.<\/p>\n\n\n\n

Papel da \u00e1gua<\/h2>\n\n\n\n

Os cientistas tamb\u00e9m encontraram hematita no lado oposto da Lua, uma \u00e1rea que n\u00e3o recebe necessariamente oxig\u00eanio da Terra, diz a PA.<\/p>\n\n\n\n

Esta presen\u00e7a de hematita pode ser explicada por “mol\u00e9culas de \u00e1gua encontradas na superf\u00edcie lunar”, diz a declara\u00e7\u00e3o do JPL.<\/p>\n\n\n\n

O professor Li explica que “as part\u00edculas de poeira interplanet\u00e1ria que tendem a chegar \u00e1 Lua podem liberar essas mol\u00e9culas de \u00e1gua na superf\u00edcie e mistur\u00e1-las com o ferro lunar”.<\/p>\n\n\n\n

“O calor desses impactos pode aumentar a taxa de oxida\u00e7\u00e3o”, diz Li.<\/p>\n\n\n\n

Vivian Sun, pesquisadora do JPL e coautora do estudo, acredita que “esses resultados indicam que processos qu\u00edmicos mais complexos ocorrem em nosso sistema solar mais do que eram reconhecidos anteriormente”.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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