{"id":163743,"date":"2020-09-28T14:00:27","date_gmt":"2020-09-28T17:00:27","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=163743"},"modified":"2020-09-28T15:09:51","modified_gmt":"2020-09-28T18:09:51","slug":"o-que-e-preciso-para-acabar-com-as-queimadas-no-pantanal","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/09\/28\/163743-o-que-e-preciso-para-acabar-com-as-queimadas-no-pantanal.html","title":{"rendered":"O que \u00e9 preciso para acabar com as queimadas no Pantanal"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"680\" height=\"453\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/09\/o_que_precisa_para_salvar_o_pantanal_1.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-163744\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/09\/o_que_precisa_para_salvar_o_pantanal_1.jpg 680w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/09\/o_que_precisa_para_salvar_o_pantanal_1-300x200.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/09\/o_que_precisa_para_salvar_o_pantanal_1-678x453.jpg 678w\" sizes=\"(max-width: 680px) 100vw, 680px\" \/><figcaption>O Pantanal j\u00e1 perdeu 19% de sua \u00e1rea para as queimadas; s\u00f3 nos 20 primeiros dias de setembro foram mais 5.900 focos de inc\u00eandios\u00a0(Mayke Toscano\/Secom-MT\/Divulga\u00e7\u00e3o)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>O maior bioma \u00famido do mundo tamb\u00e9m pega fogo. E muito. O\u00a0<a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/pantanal\">Pantanal<\/a>\u00a0brasileiro sofre uma das maiores trag\u00e9dias ambientais j\u00e1 registradas no Pa\u00eds, enquanto volunt\u00e1rios e brigadistas tentam apagar o fogo e resgatar animais feridos. Mas, no m\u00e9dio e longo prazo, quais seriam os caminhos para recuperar o que foi perdido?<\/p>\n\n\n\n<p>O Estad\u00e3o ouviu especialistas da \u00e1rea ambiental para tentar obter uma esp\u00e9cie de plano de recupera\u00e7\u00e3o do Pantanal, que possa trazer de volta os 19% de territ\u00f3rio destru\u00eddo, segundo o Instituto Centro de Vida.<\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/12\/20\/181119-incendios-aumentaram-no-sudoeste-da-amazonia-apos-novo-codigo-florestal.html'>Inc\u00eandios aumentaram no Sudoeste da Amaz\u00f4nia ap\u00f3s novo C\u00f3digo Florestal<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/11\/01\/180409-alemanha-sinaliza-desbloqueio-de-repasses-ao-fundo-amazonia.html'>Alemanha sinaliza desbloqueio de repasses ao Fundo Amaz\u00f4nia<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/10\/26\/180316-maioria-das-queimadas-nos-biomas-brasileiros-sao-por-acao-humana.html'>Maioria das queimadas nos biomas brasileiros s\u00e3o por a\u00e7\u00e3o humana<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>No olhar desses estudiosos, a atua\u00e7\u00e3o precisa ser diversificada, multidisciplinar, e envolver comunidades locais, produtores do agroneg\u00f3cio, sociedade civil, cientistas e poder p\u00fablico.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cO Pantanal \u00e9 um sistema absurdamente resiliente. Por isso, parece que as pessoas se esquecem do que aconteceu no passado. A restaura\u00e7\u00e3o visual estar\u00e1 igual em seis meses, mas uma parte do <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/biomas\">bioma<\/a> continuar\u00e1 vazia\u201d, adverte Thiago Izzo, p\u00f3s-doutor em Biologia, especialista em Ecologia Evolutiva e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Segundo ele, em pouco tempo poder\u00e3o ser vistos animais pequenos e plantinhas, mas as grandes esp\u00e9cies n\u00e3o nascem de um dia para o outro. \u201cQuem n\u00e3o conhece os processos e demandas biol\u00f3gicos vai achar que tudo se resolveu, mas o que morreu n\u00e3o volta t\u00e3o f\u00e1cil.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>O professor defende que, al\u00e9m de remediar, \u00e9 necess\u00e1rio impedir que o fogo ocorra novamente. \u201c\u00c9 importante que no ano que vem, em mar\u00e7o, abril, no m\u00e1ximo, j\u00e1 comecem campanhas de preven\u00e7\u00e3o e fiscaliza\u00e7\u00e3o. Desta vez, a aten\u00e7\u00e3o est\u00e1 se dando no final do processo\u201d, lamenta. O pesquisador compara os inc\u00eandios deste ano \u00e0 <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/pandemia\">pandemia<\/a> do novo coronav\u00edrus: \u201cNunca hav\u00edamos passado por isso\u201d. Apesar do hist\u00f3rico de fogo que j\u00e1 existe no bioma em \u00e9pocas e extens\u00f5es espec\u00edficas, Izzo afirma que o inc\u00eandio desta vez \u201catingiu propor\u00e7\u00f5es in\u00e9ditas\u201d.<\/p>\n\n\n\n<p>Uma alternativa para os pr\u00f3ximos anos, acrescenta, \u00e9 a t\u00e9cnica de fogo controlado, j\u00e1 utilizada antes, para impedir que esses grandes inc\u00eandios saiam do controle. As florestas s\u00e3o enormes campos de material combust\u00edvel, como folhas secas, madeiras e arbustos. Com as chamas controladas, parte do material j\u00e1 vai ser consumido, havendo muito menos mat\u00e9ria para ser queimada quando a seca chegar.<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\">No entorno<\/h3>\n\n\n\n<p>A responsabilidade por conserva\u00e7\u00e3o e restaura\u00e7\u00e3o, no entanto, n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 do Pantanal: o entorno da regi\u00e3o influencia no que acontece no bioma \u00famido. \u201cAs grandes fazendas que est\u00e3o aterrando riacho para fazer plantio, por exemplo. S\u00e3o milhares de riachos e nascentes d\u2019\u00e1gua que secam na \u00e9poca com pouca chuva no Cerrado, e isso diminui a quantidade de \u00e1gua que chega ao Pantanal\u201d, afirma Izzo.<\/p>\n\n\n\n<p>A professora Janaina Guernica, pesquisadora do c\u00e2mpus do Pantanal da UFMS, destaca em seu projeto de pesquisa o peso da atividade miner\u00e1ria no aumento da vulnerabilidade do bioma. Segundo ela, a extra\u00e7\u00e3o de min\u00e9rio de ferro em Corumb\u00e1 (MS) tem promovido n\u00e3o s\u00f3 a retirada de esp\u00e9cies arb\u00f3reas da \u00e1rea a ser minerada, mas tamb\u00e9m um desequil\u00edbrio qu\u00edmico no solo da regi\u00e3o \u2013 e com isso a revegeta\u00e7\u00e3o fica bastante comprometida. \u201cUma alternativa seria a produ\u00e7\u00e3o de mudas utilizando o pr\u00f3prio res\u00edduo do processo de minera\u00e7\u00e3o, para que a quantidade de nutrientes seja corrigida\u201d, explica em v\u00eddeo no YouTube da UFMS.<\/p>\n\n\n\n<p>De acordo com o climatologista Carlos Nobre, a utiliza\u00e7\u00e3o corriqueira do fogo para abrir novas \u00e1reas ou preparar o terreno para renova\u00e7\u00e3o de pastagem e culturas agr\u00edcolas deve ser substitu\u00edda por \u201cnovas pr\u00e1ticas na agropecu\u00e1ria nacional\u201d. Ele explica que a agricultura moderna n\u00e3o usa fogo e desmata muito menos. Ao contr\u00e1rio, o conceito moderno de produ\u00e7\u00e3o regenerativa baseia-se em mosaicos de \u00e1reas agr\u00edcolas cercadas por restaura\u00e7\u00e3o de ecossistemas naturais, que prestam in\u00fameros servi\u00e7os ambientais e beneficiam tamb\u00e9m a agricultura, mantendo o fluxo de necess\u00e1rios polinizadores e reduzindo os extremos clim\u00e1ticos. \u201cTamb\u00e9m a agricultura moderna caminha na dire\u00e7\u00e3o de ser mais periurbana e verticalizada, aumentando a produtividade, buscando a economia circular, criando menos polui\u00e7\u00e3o e res\u00edduos e muito menos agrot\u00f3xicos.\u201d<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\">Mobiliza\u00e7\u00e3o<\/h3>\n\n\n\n<p>Todos os pesquisadores ouvidos pelo Estad\u00e3o tamb\u00e9m destacaram a import\u00e2ncia de uma mudan\u00e7a de mentalidade no trato do assunto. \u201cGera\u00e7\u00e3o de conhecimento com base na mobiliza\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o local\u201d \u00e9 o foco de \u00c1urea Garcia, doutora em <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/educacao-ambiental\">Educa\u00e7\u00e3o Ambiental<\/a> e fundadora da ONG Mulheres em A\u00e7\u00e3o no Pantanal (Mupan), que atua ao lado das comunidades tradicionais.<\/p>\n\n\n\n<p>De acordo com ela, o combate emergencial ao fogo n\u00e3o \u00e9 suficiente para reverter a situa\u00e7\u00e3o: \u00e9 preciso uma transforma\u00e7\u00e3o do olhar para o territ\u00f3rio. \u201cQuando pensamos no Pantanal, temos uma diversidade de atores e interesses. N\u00e3o tem como olhar a curto prazo\u201d, afirma. A pesquisadora destaca a import\u00e2ncia de disseminar o conhecimento nas comunidades locais. A inten\u00e7\u00e3o \u00e9 promover discuss\u00f5es e levar informa\u00e7\u00e3o a elas, fazendo popula\u00e7\u00e3o e lideran\u00e7as locais \u201creconhecerem o Pantanal enquanto um territ\u00f3rio de vida\u201d.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cQue essas comunidades tamb\u00e9m se sintam parte, que n\u00e3o seja somente um espa\u00e7o onde vivem, e tenham considera\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o a conserva\u00e7\u00e3o e sustentabilidade\u201d, diz. As informa\u00e7\u00f5es s\u00e3o do jornal O Estado de S. Paulo.<\/p>\n\n\n\n<p>Fonte: Exame<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>O Pantanal brasileiro sofre uma das maiores trag\u00e9dias ambientais j\u00e1 registradas no Pa\u00eds, enquanto volunt\u00e1rios e brigadistas tentam apagar o fogo e resgatar animais feridos. <a class=\"mh-excerpt-more\" href=\"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/09\/28\/163743-o-que-e-preciso-para-acabar-com-as-queimadas-no-pantanal.html\" title=\"O que \u00e9 preciso para acabar com as queimadas no Pantanal\"><\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":163744,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[998,487,42,98],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/163743"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=163743"}],"version-history":[{"count":2,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/163743\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":163746,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/163743\/revisions\/163746"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/163744"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=163743"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=163743"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=163743"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}