{"id":164066,"date":"2020-10-06T08:00:12","date_gmt":"2020-10-06T11:00:12","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=164066"},"modified":"2020-10-06T03:08:03","modified_gmt":"2020-10-06T06:08:03","slug":"como-medir-a-altura-do-everest-e-uma-tarefa-complexa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/10\/06\/164066-como-medir-a-altura-do-everest-e-uma-tarefa-complexa.html","title":{"rendered":"Como medir a altura do Everest? \u00c9 uma tarefa complexa"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"1024\" height=\"576\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/monte_everest-1024x576.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-164067\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/monte_everest-1024x576.jpg 1024w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/monte_everest-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/monte_everest-768x432.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/monte_everest-1536x864.jpg 1536w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/monte_everest-678x381.jpg 678w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/monte_everest.jpg 1600w\" sizes=\"(max-width: 1024px) 100vw, 1024px\" \/><figcaption>Pico do Monte Everest envolto em nuvens das mon\u00e7\u00f5es durante a temporada de escalada de 2019. Top\u00f3grafos tentam medir a altura exata da montanha desde a d\u00e9cada de 1850. &#8211; FOTO DE\u00a0<strong>FRANK BIENEWALD, LIGHTROCKET, GETTY IMAGES<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p><strong>N\u00e3o foi poss\u00edvel admirar<\/strong>\u00a0vistas c\u00eanicas ou tirar fotografias heroicas quando Khimlal Gautam, top\u00f3grafo e alpinista nepal\u00eas de 35 anos, subiu ao topo do Monte Everest em 22 de maio de 2019. Gautam e sua equipe haviam programado sua subida para chegar por volta das tr\u00eas da manh\u00e3, na escurid\u00e3o total, quando as temperaturas podem despencar a n\u00edveis letais, para que pudessem ter o pico s\u00f3 para eles no meio de\u00a0uma das esta\u00e7\u00f5es de escalada mais movimentadas\u00a0da hist\u00f3ria da montanha.<\/p>\n\n\n\n<p>No ponto mais alto com neve do pico, Gautam, com o aux\u00edlio de outro top\u00f3grafo nepal\u00eas e tr\u00eas guias sherpas, montou uma antena GPS, que come\u00e7ou a registrar sua localiza\u00e7\u00e3o exata a partir de uma rede de sat\u00e9lites. Em seguida, introduziram um radar no solo para medir a profundidade da neve sob seus cal\u00e7ados de escalada. As duas horas escuras e g\u00e9lidas em que trabalharam na montanha mais alta do mundo foram repletas de sacrif\u00edcios pessoais: Gautam chegou a perder um dedo do p\u00e9 devido a queimaduras causadas pelo frio.<\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2023\/03\/13\/181630-homem-encontra-molusco-gigante-de-200-anos-em-praia-da-florida.html'>Homem encontra molusco gigante de 200 anos em praia da Fl\u00f3rida<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2023\/03\/13\/181626-desbarrancamento-em-manaus-mata-oito-pessoas.html'>Desbarrancamento em Manaus mata oito pessoas<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2023\/03\/13\/181621-como-a-lua-esta-tornando-dias-na-terra-mais-longos.html'>Como a Lua est\u00e1 tornando dias na Terra mais longos<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>Agora, passados 15 meses, s\u00e3o aguardados ansiosamente os resultados de seus esfor\u00e7os: a nova altura oficial do Monte Everest. O projeto, liderado pelo Departamento de Levantamentos Topogr\u00e1ficos do Nepal, teve como objetivo determinar a altitude do cume com a maior exatid\u00e3o poss\u00edvel por meio de instrumentos e t\u00e9cnicas de \u00faltima gera\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m fazer uma declara\u00e7\u00e3o de orgulho nacional.<\/p>\n\n\n\n<p>A maioria dos ge\u00f3grafos estima que o Everest cres\u00e7a a uma \u00ednfima taxa de meio cent\u00edmetro por ano devido \u00e0 colis\u00e3o de placas tect\u00f4nicas,\u00a0em curso ao longo dos \u00faltimos 40 a 50 milh\u00f5es de anos,\u00a0conforme a placa tect\u00f4nica indiana \u00e9 empurrada para dentro da placa eurasiana. Contudo, em 2015,\u00a0um <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/terremoto\">terremoto<\/a> devastador\u00a0\u2014 7.8 na\u00a0escala de magnitude de momento\u00a0\u2014 atingiu a regi\u00e3o e, desde ent\u00e3o, os ge\u00f3grafos est\u00e3o intrigados com a possibilidade de que a altitude da montanha tenha mudado em v\u00e1rios cent\u00edmetros ou mais, uma quantidade consider\u00e1vel em termos geol\u00f3gicos. Um terremoto um pouco mais forte atingiu a regi\u00e3o em 1934 e\u00a0acredita-se que tenha reduzido a montanha em cerca de 60 cent\u00edmetros. Al\u00e9m disso, persiste a d\u00favida se deve ser inclu\u00edda a camada inconstante de neve e gelo \u2014 o que poderia adicionar mais de 3 metros \u00e0 altitude da montanha \u2014 ou se deve apenas ser medido o ponto mais alto da rocha sob a neve e o gelo.<\/p>\n\n\n\n<p>Mas, quando Gautam se sentou em sua barraca, bebendo\u00a0<em>chai<\/em>\u00a0e se recuperando de sua escalada, sabia que, por mais \u00e1rduo que fosse chegar ao ponto mais alto do planeta, o passo seguinte representaria um desafio igualmente dif\u00edcil, embora menos perigoso. Medir a montanha mais alta do mundo n\u00e3o se trata de apenas localizar seu topo, mas descobrir onde est\u00e1 sua base.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"474\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/equipe_monte_everest.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-164068\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/equipe_monte_everest.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/equipe_monte_everest-300x200.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><figcaption>Khimlal Gautam, diretor de levantamentos do Nepal (\u00e0 esquerda, em p\u00e9), com sua equipe no acampamento base do Everest, duas semanas antes de sua escalada ao pico. A equipe utilizou um sistema de radar de penetra\u00e7\u00e3o no solo (caixa laranja) e um receptor GPS do tipo comercial (no trip\u00e9) para medir a altura do pico. &#8211; FOTO DE\u00a0<strong>FREDDIE WILKINSON, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>O formato do planeta<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>Apesar de todos os seus vertiginosos picos e abismos profundos, a superf\u00edcie da Terra \u00e9, na realidade, menos irregular do que se imagina. A Terra seria\u00a0mais lisa do que uma bola de bilhar branca\u00a0se fosse reduzida a esse tamanho. No entanto, evidentemente, n\u00e3o \u00e9 lisa, e tamb\u00e9m n\u00e3o \u00e9 uma esfera perfeita: \u00e9 discretamente maior ao longo da linha do Equador, o que significa que, se fosse medida a maior dist\u00e2ncia do centro da Terra at\u00e9 o ponto mais distante de sua superf\u00edcie, a montanha \u201cmais alta\u201d seria\u00a0Chimborazo, no <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/equador\">Equador<\/a>\u00a0(se medido a partir do n\u00edvel do mar, seu cume possui uma altitude \u201cinsignificante\u201d de 6,31 mil metros, mas, se medido a partir do n\u00facleo da Terra, tem extens\u00e3o superior a 6,38 milh\u00f5es de metros,\u00a0cerca de 2,1 mil metros a mais do que o Everest).<\/p>\n\n\n\n<p>Para medir as montanhas do mundo e comparar suas altitudes, \u00e9 preciso uma linha de refer\u00eancia que sirva como ponto de partida: o n\u00edvel do mar. Contudo, em termos t\u00e9cnicos, n\u00e3o existe um n\u00edvel do mar \u00fanico: os oceanos da Terra s\u00e3o constantemente atra\u00eddos e moldados pela gravidade do planeta.<\/p>\n\n\n\n<p>\u00c9 a\u00ed que entram em cena os geodesistas. S\u00e3o ge\u00f3grafos especializados em responder a uma mesma pergunta: qual \u00e9 o formato da Terra? Pode parecer um trabalho extremamente esot\u00e9rico, mas, na pr\u00f3xima vez que usar navega\u00e7\u00e3o para encontrar a cafeteria ou o posto de gasolina mais pr\u00f3ximo ou encontrar seu caminho ap\u00f3s se perder, agrade\u00e7a aos geodesistas porque \u00e9 o trabalho deles que fornece a base para o GPS.<\/p>\n\n\n\n<p>Eles utilizam dois tipos de modelos para definir o formato do planeta \u2014 conhecidos como elipsoides e geoides. Os modelos elipsoides imaginam a Terra como uma oval lisa e curva, discretamente alongada ao longo de seu eixo equatorial, como um ovo deitado de lado. Ge\u00f3grafos definiram matematicamente v\u00e1rias vers\u00f5es desse formato; a mais comum, conhecida como\u00a0sistema de refer\u00eancia de coordenadas WGS84, \u00e9 a base dos sistemas de GPS mais modernos e fornece a estrutura tridimensional de refer\u00eancia para coordenadas de latitude e longitude.<\/p>\n\n\n\n<p>Os modelos geoides, por outro lado, tentam explicar o efeito da gravidade da Terra calculando onde estaria o n\u00edvel do mar se toda a superf\u00edcie do planeta estivesse coberta de \u00e1gua, o que cria uma m\u00e9dia virtual do n\u00edvel do mar em todo o planeta. Como a densidade da Terra n\u00e3o \u00e9 uniforme, seu campo gravitacional exerce uma for\u00e7a desigual ao longo da superf\u00edcie do planeta. As \u00e1guas oce\u00e2nicas s\u00e3o atra\u00eddas ou repelidas sutilmente pelo centro do planeta em fun\u00e7\u00e3o da din\u00e2mica local. Em vez de um ovo de lado, o modelo geoide sugere que a Terra seja mais semelhante a\u00a0uma batata com protuber\u00e2ncias.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201c\u00c9 chamada de superf\u00edcie equipotencial do campo da gravidade\u201d, explica Alex Tait, ge\u00f3grafo da National Geographic Society. \u201c\u00c9 preciso saber onde ficaria o n\u00edvel do mar embaixo do Monte Everest \u2014 se pudesse existir mar embaixo do Monte Everest.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>O primeiro levantamento a medir a montanha, ent\u00e3o identificada nos mapas brit\u00e2nicos como \u201cPico XV\u201d, foi\u00a0realizado na d\u00e9cada de 1850 por uma equipe brit\u00e2nica\u00a0contratada por\u00a0<em>Sir<\/em>\u00a0George Everest, ex-top\u00f3grafo geral da \u00cdndia. Foi calculado o n\u00edvel do mar criando uma rede de esta\u00e7\u00f5es de linha de visada a partir da Ba\u00eda de Bengala, a faixa de oceano mais pr\u00f3xima, em zigue-zague rumo ao norte, de cume em cume, at\u00e9 que o Everest ficasse vis\u00edvel e\u00a0pudesse ser medido por meio de c\u00e1lculos trigonom\u00e9tricos. Para considerar a curvatura da Terra, os top\u00f3grafos empregaram modelos esferoides \u2014 precursores mais arredondados e aproximados dos modelos elipsoides de maior complexidade matem\u00e1tica. Chegaram a uma altitude aproximada de 8.840 metros. Cerca de um s\u00e9culo depois, a\u00a0Ag\u00eancia de Levantamento Topogr\u00e1fico da \u00cdndia,\u00a0utilizando um m\u00e9todo semelhante, definiu a altitude do Everest como 8.848 metros, incluindo a calota de neve.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"474\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/chimborazo_vulcao_adormecido.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-164069\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/chimborazo_vulcao_adormecido.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/chimborazo_vulcao_adormecido-300x200.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><figcaption>O Chimborazo, vulc\u00e3o adormecido localizado nos Andes, \u00e9 a montanha mais alta do Equador a mais de 6,2 mil metros acima do n\u00edvel do mar. Sua localiza\u00e7\u00e3o pr\u00f3xima ao Equador faz dele o ponto mais pr\u00f3ximo entre a Terra e o Sol e, como o planeta \u00e9 mais largo no meio, a dist\u00e2ncia entre o cume de Chimborazo e o n\u00facleo da Terra \u00e9 maior do que a dist\u00e2ncia do cume do Everest at\u00e9 o n\u00facleo. &#8211; FOTO DE\u00a0<strong>SEBASTI&amp;AACUTE;N CRESPO PHOTOGRAPHY, ALAMY<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Esse c\u00e1lculo se revelou incrivelmente preciso. Em 1999,\u00a0um levantamento liderado por Bradford Washburn, cart\u00f3grafo e explorador, e patrocinado pela National Geographic Society\u00a0empregou<a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/tecnologia\"> tecnologia<\/a> GPS e chegou a uma altitude de apenas 1,8 metro acima da medi\u00e7\u00e3o de 1954. Em 2005, um levantamento chin\u00eas determinou a altitude aproximada da rocha da montanha como sendo 8.844 metros. Atualmente, todas as tr\u00eas leituras \u2014 de 1954, 1999 e 2005 \u2014 ainda est\u00e3o em uso e\/ou s\u00e3o reconhecidas por diferentes entidades.<\/p>\n\n\n\n<p>Em uma conversa com Khimlal Gautam, cujo cargo oficial \u00e9 diretor de levantamentos do Departamento de Levantamentos Topogr\u00e1ficos do Nepal, ele n\u00e3o tinha nenhuma ilus\u00e3o de que sua equipe \u2014 apesar do uso das t\u00e9cnicas e instrumentos mais avan\u00e7ados \u2014 resolveria o dilema da altitude do Everest. \u201cNo mapeamento topogr\u00e1fico, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel determinar a altitude ou o ponto exato\u201d, contou ele. \u201cEstamos tentando encontrar o MPV \u2014 sigla em ingl\u00eas que significa \u2018valor mais prov\u00e1vel\u2019.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>A equipe finalmente decidiu realizar um levantamento por GPS e nivelamento (t\u00e9cnica do s\u00e9culo 19 ainda em uso, mas agora feita com modernos equipamentos a&nbsp;<em>laser<\/em>). Al\u00e9m da altura da rocha mais elevada, tamb\u00e9m calcularam a altura contendo a camada de neve e gelo.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cQueremos ambas as medidas para compar\u00e1-las\u201d, afirmou Gautam, em uma breve pausa, \u201cpara cessarem as perguntas acerca da altura do Everest\u201d.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"752\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/monte_everest_2.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-164070\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/monte_everest_2.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/monte_everest_2-283x300.jpg 283w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><figcaption>Em 1999, uma expedi\u00e7\u00e3o dos Estados Unidos colocou um receptor GPS no pico do Monte Everest para recalcular a altitude. &#8211; FOTO DE\u00a0<strong>TRIMBLE<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>\u00c0 espera dos resultados<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>Segundo o Departamento de Levantamentos Topogr\u00e1ficos do Nepal, os\u00a0c\u00e1lculos foram conclu\u00eddos\u00a0e j\u00e1 \u00e9 conhecida a nova altitude do Everest. Mas, por ora, o restante do mundo ter\u00e1 que aguardar para saber se a montanha mais alta do mundo cresceu ou encolheu v\u00e1rios cent\u00edmetros ou mais, pois o projeto parece estar mergulhado na pol\u00edtica internacional. Como o Nepal compartilha o Monte Everest com a China \u2014 a fronteira entre o Nepal e o Tibete controlado pela <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/china\">China<\/a> atravessa o cume \u2014 a quest\u00e3o de determinar sua nova altura oficial envolve considera\u00e7\u00f5es diplom\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n<p>Quatro meses ap\u00f3s a conclus\u00e3o do trabalho de campo de Gautam e seus colegas,\u00a0o presidente chin\u00eas Xi Jinping fez uma visita de Estado ao Nepal, chegando a Katmandu em 12 de outubro de 2019. Durante a visita, a China e o Nepal anunciaram um acordo de coopera\u00e7\u00e3o na nova medi\u00e7\u00e3o do Everest e uma divulga\u00e7\u00e3o conjunta dos resultados. No segundo trimestre deste ano, enquanto praticamente todas as expedi\u00e7\u00f5es ao Everest haviam sido canceladas devido \u00e0 <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/pandemia\">pandemia<\/a> de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/covid-19\">covid-19<\/a>, um grupo chegou ao cume:\u00a0uma equipe de levantamento da China, que realizou suas pr\u00f3prias medi\u00e7\u00f5es. Um avi\u00e3o chin\u00eas que transportava equipamentos de levantamento gravim\u00e9trico de precis\u00e3o tamb\u00e9m sobrevoou a montanha.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"474\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/equipe_monte_everest_2.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-164071\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/equipe_monte_everest_2.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/equipe_monte_everest_2-300x200.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><figcaption>A expedi\u00e7\u00e3o, patrocinada pela National Geographic Society e pelo Museu de Ci\u00eancias de Boston, calculou a nova altitude aproximada como 8.850 metros, dois metros a mais que o c\u00e1lculo da Ag\u00eancia de Levantamento Topogr\u00e1fico da \u00cdndia de 1954. &#8211; FOTO DE\u00a0<strong>TRIMBLE<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>No fim de maio, ap\u00f3s a conclus\u00e3o da expedi\u00e7\u00e3o ao Everest pela equipe chinesa de levantamento, as autoridades chinesas\u00a0sugeriram que a nova altitude seria divulgada\u00a0em dois ou tr\u00eas meses, mas n\u00e3o houve mais not\u00edcias a respeito.<\/p>\n\n\n\n<p>Na semana passada,\u00a0Yang Yuanxi,\u00a0membro da Academia Chinesa de Ci\u00eancias, destacou a import\u00e2ncia da iniciativa chinesa de efetuar o levantamento topogr\u00e1fico da montanha, observando que \u201ca precis\u00e3o na medi\u00e7\u00e3o do Everest foi uma demonstra\u00e7\u00e3o do avan\u00e7o tecnol\u00f3gico do pa\u00eds\u201d. Afirmou ainda ser \u201cum s\u00edmbolo da soberania do pa\u00eds, com enorme repercuss\u00e3o internacional e reconhecimento social. Essa miss\u00e3o de medi\u00e7\u00e3o ser\u00e1 mais precisa do que qualquer outra miss\u00e3o anterior.\u201d<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"947\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/equipe_monte_everest_3.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-164072\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/equipe_monte_everest_3.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/equipe_monte_everest_3-225x300.jpg 225w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><figcaption>Membro da equipe chinesa de levantamento instala um marcador no pico do Monte Everest em 27 de maio de 2020. Aproveitando o fechamento da montanha a praticamente todos os demais alpinistas devido \u00e0 covid-19 durante o segundo trimestre de 2020, a China enviou uma expedi\u00e7\u00e3o para medir novamente a montanha, conhecida pelos tibetanos como Qomolangma. &#8211; FOTO DE\u00a0<strong>XINHUA, ALAMY<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>\u201cH\u00e1 muita hist\u00f3ria aqui\u201d, afirma Ed Douglas, respeitado historiador do Everest que escreveu e publicou recentemente\u00a0uma hist\u00f3ria sobre o Himalaia. Douglas observa que, assim como o Nepal, a China h\u00e1 muito tempo utiliza o Everest como s\u00edmbolo de identidade nacional. Em 1960, Mao Ts\u00e9-Tung ordenou uma grande expedi\u00e7\u00e3o estatal ao Everest. Essa equipe fez a\u00a0primeira subida bem-sucedida da montanha pelo lado do Tibete. Durante os Jogos Ol\u00edmpicos de Pequim em 2008, a China imp\u00f4s restri\u00e7\u00f5es aos alpinistas do lado do Tibete para que uma expedi\u00e7\u00e3o oficial pudesse levar a tocha ol\u00edmpica ao topo sem incidentes.<\/p>\n\n\n\n<p>O Nepal, uma das na\u00e7\u00f5es mais pobres da \u00c1sia, tem in\u00fameros motivos para manter feliz seu vizinho rico e poderoso. No \u00faltimo exerc\u00edcio fiscal, cerca de 90% do investimento estrangeiro direto no pa\u00eds foi proveniente da China e, durante sua visita de Estado,\u00a0Xi prometeu US$ 500 milh\u00f5es\u00a0em ajuda financeira, sem mencionar os milh\u00f5es de d\u00f3lares investidos pela China em projetos de infraestrutura no Nepal, como novos<a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/aeroporto\">\u00a0aeroportos<\/a>,\u00a0ferrovias\u00a0e usinas hidrel\u00e9tricas.<\/p>\n\n\n\n<p>Existem precedentes na coordena\u00e7\u00e3o da quest\u00e3o da altitude do Everest pelo Nepal e pela China. Ap\u00f3s a conclus\u00e3o do levantamento chin\u00eas em 2005, o Nepal e a China anunciaram um acordo conjunto para reconhecer tanto o novo levantamento chin\u00eas do ponto rochoso mais alto quanto a altitude determinada pela Ag\u00eancia de Levantamento Topogr\u00e1fico da \u00cdndia em 1954, que inclu\u00eda a calota de neve.<\/p>\n\n\n\n<p>Qualquer que seja a data do an\u00fancio da nova altura do Everest, Gautam acredita que o Nepal tenha transmitido o seu recado. \u201cQueremos passar a mensagem de que somos capazes dessa empreitada com nossos pr\u00f3prios recursos e nossa for\u00e7a de trabalho t\u00e9cnica\u201d, contou Gautam ao beber uma x\u00edcara de ch\u00e1 em sua barraca bagun\u00e7ada, em meio a rajadas de vento com neve e eventuais raios de sol no acampamento base do Everest durante aquela tarde. \u201cO Monte Everest \u00e9 um s\u00edmbolo no Nepal, mas n\u00e3o \u00e9 patrim\u00f4nio do Nepal, \u00e9 patrim\u00f4nio mundial.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Fonte: National Geographic Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>Top\u00f3grafos tentam medir a altura exata da montanha desde a d\u00e9cada de 1850. 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Agora s\u00e3o aguardadas as pondera\u00e7\u00f5es da China. <a class=\"mh-excerpt-more\" href=\"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/10\/06\/164066-como-medir-a-altura-do-everest-e-uma-tarefa-complexa.html\" title=\"Como medir a altura do Everest? \u00c9 uma tarefa complexa\"><\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":164067,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[3737,697,1985,358,3082],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/164066"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=164066"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/164066\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":164073,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/164066\/revisions\/164073"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/164067"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=164066"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=164066"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=164066"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}