{"id":164189,"date":"2020-10-08T18:00:45","date_gmt":"2020-10-08T21:00:45","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=164189"},"modified":"2020-10-08T15:09:21","modified_gmt":"2020-10-08T18:09:21","slug":"lobos-primitivos-que-brincavam-com-humanos-possivelmente-evoluiram-para-os-amigaveis-caes-de-hoje","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/10\/08\/164189-lobos-primitivos-que-brincavam-com-humanos-possivelmente-evoluiram-para-os-amigaveis-caes-de-hoje.html","title":{"rendered":"Lobos primitivos que brincavam com humanos possivelmente evolu\u00edram para os amig\u00e1veis c\u00e3es de hoje"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"681\" height=\"1024\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/cachorro_na_floresta-681x1024.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-164190\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/cachorro_na_floresta-681x1024.jpg 681w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/cachorro_na_floresta-200x300.jpg 200w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/cachorro_na_floresta.jpg 710w\" sizes=\"(max-width: 681px) 100vw, 681px\" \/><figcaption>Um braco h\u00fangaro de pelo curto no parque Queen Elizabeth Forest Park, na Esc\u00f3cia. Historicamente, essa ra\u00e7a acompanhava ca\u00e7adores e os ajudavam a encontrar e recuperar os animais ca\u00e7ados.<br>FOTO DE\u00a0<strong>TONY CLERKSON, ALAMY<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>A maioria dos filhotes de c\u00e3o adora brincar, seja correndo atr\u00e1s de bolinhas, de cabo de guerra ou estra\u00e7alhando aquele brinquedo barulhento. Para os humanos, brincar com <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cachorros\">cachorros<\/a> normalmente traz felicidade \u2013 na verdade, a ci\u00eancia revela que\u00a0donos de c\u00e3es d\u00e3o mais risadas que donos de gatos.<\/p>\n\n\n\n<p>Sendo assim, n\u00e3o \u00e9 nenhuma surpresa que a disposi\u00e7\u00e3o dos c\u00e3es para brincar conosco tenha sido um fator-chave em sua domestica\u00e7\u00e3o e que pode ter norteado a cria\u00e7\u00e3o de caninos para fun\u00e7\u00f5es espec\u00edficas, de acordo com um <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/estudos-cientificos\">estudo<\/a>\u00a0publicado na revista cient\u00edfica\u00a0<em>Biology Letters<\/em>.<\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2023\/01\/30\/181429-fossil-de-crocodilo-de-185-milhoes-de-anos-e-descoberto-na-inglaterra.html'>F\u00f3ssil de \u201ccrocodilo\u201d de 185 milh\u00f5es de anos \u00e9 descoberto na Inglaterra<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2023\/01\/18\/181360-homem-para-transito-em-estrada-para-coala-atravessar.html'>Homem para tr\u00e2nsito em estrada para coala atravessar<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2023\/01\/09\/181348-reserva-no-parana-tem-12-especies-de-animais-ameacadas-de-extincao.html'>Reserva no Paran\u00e1 tem 12 esp\u00e9cies de animais amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>Embora os pesquisadores ainda discordem sobre o momento, o local e a forma como os c\u00e3es foram domesticados pela primeira vez, a maioria concorda que um\u00a0lobo ancestral provavelmente foi o primeiro a ter contato\u00a0com humanos.<\/p>\n\n\n\n<p>\u00c9 prov\u00e1vel que essa esp\u00e9cie de\u00a0lobo\u00a0ainda n\u00e3o identificada\u00a0tenha come\u00e7ado a se aproximar de assentamentos humanos na Alemanha ou Sib\u00e9ria entre 20 mil e 40 mil anos atr\u00e1s, em busca de lixo e sobras de alimentos.\u00a0Os <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/animais\">animais<\/a> menos medrosos\u00a0da matilha provavelmente perderam alguns dos tra\u00e7os caracter\u00edsticos dos lobos, como a personalidade arisca e t\u00edmida, e evolu\u00edram ao longo do tempo, se tornando o alegre, amig\u00e1vel e leal\u00a0c\u00e3o dom\u00e9stico\u00a0que aquece nossos cora\u00e7\u00f5es e lares.<\/p>\n\n\n\n<p>No novo <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/estudos-cientificos\">estudo<\/a>, os cientistas investigaram se lobos mais curiosos e propensos a brincadeiras transmitiram esses tra\u00e7os para as novas esp\u00e9cies de c\u00e3es dom\u00e9sticos e se as pessoas criavam os c\u00e3es com essas caracter\u00edsticas de forma intencional. Pesquisas anteriores, por exemplo, constataram que alguns\u00a0filhotes de lobos sabem intrinsicamente como brincar de bola com humanos.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201c\u00c9 prov\u00e1vel que a disposi\u00e7\u00e3o dos c\u00e3es para brincar conosco tenha \u00a0sido importante para n\u00f3s durante a domestica\u00e7\u00e3o deles\u201d, diz o l\u00edder do <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/estudos-cientificos\">estudo<\/a>\u00a0Niclas Kolm, bi\u00f3logo evolutivo da Universidade de Estocolmo, na Su\u00e9cia.<\/p>\n\n\n\n<p>Na verdade, ap\u00f3s analisar as rela\u00e7\u00f5es evolutivas entre as ra\u00e7as de c\u00e3es modernos, a equipe constatou que seu ancestral mais comum, um animal semelhante ao basenji moderno (um tipo de c\u00e3o pastor africano), teria brincado com humanos \u2014 ainda que com algum incentivo.<\/p>\n\n\n\n<p>A equipe tamb\u00e9m constatou que c\u00e3es pastores, como o braco h\u00fangaro de pelo curto e o pastor-australiano, eram \u201cmuito mais brincalh\u00f5es\u201d, sempre participando de brincadeiras r\u00e1pidas e ativas, explica Kolm.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cNa pr\u00e1tica, faz sentido: se um c\u00e3o tem interesse em brincar com voc\u00ea, fica muito mais f\u00e1cil trein\u00e1-lo\u201d, conta, acrescentando que c\u00e3es pastores precisam ter v\u00ednculos fortes com seus donos para serem eficazes e que brincadeiras frequentes podem fortalecer essas rela\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"700\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/basenjis_raca_cachorro.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-164191\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/basenjis_raca_cachorro.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/basenjis_raca_cachorro-300x296.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><figcaption>Basenjis (na foto, um animal na Pensilv\u00e2nia, em 1959) n\u00e3o latem, mas emitem um som de risada.<br>FOTO DE\u00a0<strong>NINA LEEN, THE LIFE PICTURE COLLECTION, GETTY IMAGES<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>Personalidades dos filhotes<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>Quase todos os mam\u00edferos jovens brincam, geralmente com outros da mesma esp\u00e9cie.\u00a0Eles fazem isso para o desenvolvimento f\u00edsico, social e cognitivo\u00a0e tamb\u00e9m para praticar habilidades, como a ca\u00e7a, fundamental na vida adulta.<\/p>\n\n\n\n<p>Ao atingir a idade adulta, os <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/animais\">animais<\/a> raramente brincam, simplesmente porque precisam se concentrar na busca de territ\u00f3rios, alimentos e parceiros. E tamb\u00e9m n\u00e3o costumam brincar com animais que n\u00e3o sejam de sua esp\u00e9cie.<\/p>\n\n\n\n<p>Mas os c\u00e3es parecem despertar a natureza jovial de diversas esp\u00e9cies, de humanos at\u00e9 galinhas \u2014\u00a0intera\u00e7\u00f5es amplamente documentadas no YouTube.\u00a0C\u00e3es e cavalos, que foram domesticados lado a lado em fazendas por s\u00e9culos,\u00a0tamb\u00e9m brincam juntos e exibem comportamentos semelhantes, como curvar-se uns aos outros.<\/p>\n\n\n\n<p>Para uma an\u00e1lise mais profunda dos filhotes brincalh\u00f5es, Kolm e seus colegas investigaram como o comportamento de brincar conduzido por humanos evoluiu para as 132 ra\u00e7as modernas registradas no clube American Kennel Club. Essas ra\u00e7as s\u00e3o agrupadas por suas diversas fun\u00e7\u00f5es, como pastoreio, ca\u00e7a, guarda, companhia, trabalho (como puxar tren\u00f3s) e esportes (como recolher <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/animais\">animais<\/a> ca\u00e7ados). Os pesquisadores inseriram dados gen\u00e9ticos das ra\u00e7as em um modelo de computador avan\u00e7ado que fez a previs\u00e3o de qual ra\u00e7a tinha caracter\u00edsticas brincalhonas.<\/p>\n\n\n\n<p>Ent\u00e3o a equipe cruzou com os\u00a0dados coletados pelo Swedish Kennel Club, que analisou as personalidades e o comportamento brincalh\u00e3o de mais de 89 mil c\u00e3es dessas 132 ra\u00e7as entre 1997 e 2013. Os pesquisadores do Swedish Kennel Club avaliaram a disposi\u00e7\u00e3o dos c\u00e3es para brincar de cabo de guerra com um desconhecido: os c\u00e3es que participaram pronta e ativamente da brincadeira foram classificados como extremamente brincalh\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n<p>Embora os resultados tenham revelado que as ra\u00e7as de pastoreio e esporte gostassem mais de brincadeiras, as ra\u00e7as miniatura, como o spaniel an\u00e3o continental<strong>,&nbsp;<\/strong>gostavam menos. \u201cEssas ra\u00e7as s\u00e3o projetadas para serem pequenas e carregadas no colo\u201d, conta Kolm. \u201cBrincar com as pessoas n\u00e3o \u00e9 importante para eles.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Kolm ficou ainda mais surpreso ao constatar que as ra\u00e7as do tipo terrier, como o staffordshire bull terrier \u2014 criado originalmente para ser um c\u00e3o de briga \u2014 s\u00e3o bastante brincalhonas. Ele acredita que isso se deve ao fato de terem sido criadas para seguir instru\u00e7\u00f5es humanas \u2014 inclusive convites para brincadeiras.<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>C\u00e3o antigo, truques antigos<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>O mais intrigante, no entanto, \u00e9 que o basenji, o c\u00e3o de ca\u00e7a africano, tamb\u00e9m era brincalh\u00e3o, mas n\u00e3o tanto. \u00c9 poss\u00edvel que o basenji seja\u00a0a ra\u00e7a domesticada mais antiga, datando pelo menos do s\u00e9culo 18. Mas os pesquisadores acreditam que os c\u00e3es do tipo basenji existem desde cerca de 6.000 a.C., com base em pinturas rupestres na L\u00edbia que representam esses c\u00e3es em uma ca\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n<p>\u00c9 imposs\u00edvel saber se os basenjis modernos se comportam de maneira semelhante a esses c\u00e3es primitivos. Mas os autores do <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/estudos-cientificos\">estudo<\/a> dizem que a combina\u00e7\u00e3o da hist\u00f3ria antiga da ra\u00e7a e seu jeito brincalh\u00e3o fortalecem a descoberta do estudo que revela que h\u00e1 muito tempo as pessoas criam c\u00e3es, em parte, pela divers\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201c\u00c9 um bom progresso no estudo do comportamento de brincadeiras\u201d, diz\u00a0Gordon Burghardt, etologista comparativo e especialista em brincadeira animal da Universidade de Tennessee em Knoxville.<\/p>\n\n\n\n<p>Marc Bekoff, professor em\u00e9rito de ecologia e bi\u00f3logo evolutivo da Universidade de Colorado, em Boulder, diz que a equipe sueca est\u00e1 \u201cprovavelmente certa em sugerir que brincar com humanos foi importante nos prim\u00f3rdios da domestica\u00e7\u00e3o dos c\u00e3es\u201d.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cOs humanos podem ter selecionado especificamente essa caracter\u00edstica\u201d, criando c\u00e3es que fossem mais ou menos brincalh\u00f5es, explica por e-mail Bekoff, que n\u00e3o participou da pesquisa.<\/p>\n\n\n\n<p>Um mist\u00e9rio que o <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/estudos-cientificos\">estudo<\/a> ainda n\u00e3o solucionou \u00e9 sobre aqueles lobos que se tornaram os divertidos companheiros fieis de hoje, deixando um tema para futuros estudos sobre as origens de nossos melhores amigos caninos.<\/p>\n\n\n\n<p>Fonte: National Geographic Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>\u00c9 prov\u00e1vel que essa esp\u00e9cie de lobo ainda n\u00e3o identificada tenha come\u00e7ado a se aproximar de assentamentos humanos na Alemanha ou Sib\u00e9ria entre 20 mil e 40 mil anos. <a class=\"mh-excerpt-more\" href=\"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/10\/08\/164189-lobos-primitivos-que-brincavam-com-humanos-possivelmente-evoluiram-para-os-amigaveis-caes-de-hoje.html\" title=\"Lobos primitivos que brincavam com humanos possivelmente evolu\u00edram para os amig\u00e1veis c\u00e3es de hoje\"><\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":164190,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[405,2612,2479,631,4357],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/164189"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=164189"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/164189\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":164192,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/164189\/revisions\/164192"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/164190"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=164189"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=164189"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=164189"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}