{"id":164425,"date":"2020-10-16T18:00:58","date_gmt":"2020-10-16T21:00:58","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=164425"},"modified":"2020-10-16T13:42:16","modified_gmt":"2020-10-16T16:42:16","slug":"a-espera-de-imunizacao-contra-covid-19-brasil-tem-queda-na-cobertura-vacinal","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/10\/16\/164425-a-espera-de-imunizacao-contra-covid-19-brasil-tem-queda-na-cobertura-vacinal.html","title":{"rendered":"\u00c0 espera de imuniza\u00e7\u00e3o contra Covid-19, Brasil tem queda na cobertura vacinal"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"1024\" height=\"576\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/imagem_infravermelho_vacina-1024x576.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-164426\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/imagem_infravermelho_vacina-1024x576.jpg 1024w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/imagem_infravermelho_vacina-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/imagem_infravermelho_vacina-768x432.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/imagem_infravermelho_vacina-1536x864.jpg 1536w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/imagem_infravermelho_vacina-678x381.jpg 678w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/imagem_infravermelho_vacina.jpg 1600w\" sizes=\"(max-width: 1024px) 100vw, 1024px\" \/><figcaption>Imagem em infravermelho mostra paciente recebendo vacina teste de Covid-19. Um dos motivos indicados pelo Minist\u00e9rio da Sa\u00fade para a queda na cobertura vacinal s\u00e3o not\u00edcias falsas sobre o malef\u00edcio de vacinas\u00a0veiculadas em redes sociais.<br>FOTO DE\u00a0<strong>GILES PRICE<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>As campanhas nacionais de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/vacinacao\">vacina\u00e7\u00e3o<\/a> contra a poliomielite e multivacinas come\u00e7aram em 5 de outubro, com foco na imuniza\u00e7\u00e3o de crian\u00e7as e adolescentes menores de 15 anos. O programa do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade envolve as 18 vacinas oferecidas para a faixa-et\u00e1ria, e pretende proteger, por exemplo, do sarampo, caxumba, rub\u00e9ola e hepatites A e B, al\u00e9m da poliomielite. Com dia de mobiliza\u00e7\u00e3o nacional marcado para o dia 17, o m\u00eas de outubro ser\u00e1 de esfor\u00e7os para amenizar o que a Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade (OMS) classifica como um dos dez maiores problemas de sa\u00fade p\u00fablica no planeta: a queda na cobertura vacinal.<\/p>\n\n\n\n<p>A Organiza\u00e7\u00e3o Pan-Americana de Sa\u00fade (OPAS), da OMS, considera fundamental que governantes invistam ao menos 6% do Produto Interno Bruto (PIB) em sa\u00fade, bem como alcancem as metas de cobertura vacinal, para prevenir surtos de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/doencas\">doen\u00e7as<\/a> imunopreven\u00edveis \u2013 aquelas contra as quais h\u00e1 vacinas dispon\u00edveis. Segundo a OPAS, tais medidas contribuem para que n\u00e3o haja sobrecarga nos sistemas de sa\u00fade e mant\u00eam \u201co grande progresso que os pa\u00edses t\u00eam tido em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 elimina\u00e7\u00e3o dessas <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/doencas\">doen\u00e7as<\/a>\u201d.<\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/redacao\/traducoes\/2022\/12\/17\/181043-ra-vacinadas-podem-ou-nao-protege-las-contra-uma-pandemia-mas-fornecem-outra-opcao-para-a-conservacao.html'>R\u00e3 \u2018vacinadas\u2019 podem ou n\u00e3o proteg\u00ea-las contra uma pandemia \u2013 mas fornecem outra op\u00e7\u00e3o para a conserva\u00e7\u00e3o<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/11\/21\/180748-vacina-da-gripe-tem-efeito-protetor-contra-avc-conclui-estudo-canadense.html'>Vacina da gripe tem efeito protetor contra AVC, conclui estudo canadense<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2021\/06\/08\/171038-alemanha-libera-vacina-contra-covid-19-para-todos.html'>Alemanha libera vacina contra covid-19 para todos<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>\u201cEmbora os programas de imuniza\u00e7\u00e3o t\u00eam sido fortalecidos por meio da introdu\u00e7\u00e3o de v\u00e1rias vacinas, esse decl\u00ednio na cobertura tamb\u00e9m \u00e9 visto globalmente\u201d, avaliou a OPAS, em nota \u00e0 National Geographic. A cobertura da tr\u00edplice bacteriana (DTP3) \u2013 que protege contra difteria, t\u00e9tano e coqueluche \u2013 reduziu em 12% entre 2010 e 2019 na Am\u00e9rica Latina e no Caribe. J\u00e1 oito pa\u00edses na regi\u00e3o tamb\u00e9m passaram por uma queda de 10% ou mais na cobertura dessa vacina desde 2010. A OMS classifica o fen\u00f4meno como \u201chesita\u00e7\u00e3o vacinal\u201d.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cAs raz\u00f5es para essas redu\u00e7\u00f5es incluem mudan\u00e7as na forma como a cobertura vacinal \u00e9 reportada (dados administrativos ou dados de pesquisa); escassez de DTP; diferentes barreiras de acesso; recursos limitados para atividades operacionais e quest\u00f5es sociopol\u00edticas\u201d, pontua a OPAS. \u201cDevido \u00e0 <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/covid-19\">Covid-19<\/a>, todos os pa\u00edses no mundo passam por uma queda na cobertura.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>O Brasil destinou 9,2% de seu PIB (R$ 608,3 bilh\u00f5es) \u00e0 sa\u00fade em 2017, sendo 5,3% de gastos de fam\u00edlias e institui\u00e7\u00f5es sem fins lucrativos e 3,9% de despesas do governo, divulgou no ano passado o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica. Fundado em setembro de 1973, o Programa Nacional de Imuniza\u00e7\u00f5es (PNI) tornou-se um dos maiores do mundo. Mais de 300 milh\u00f5es de doses s\u00e3o distribu\u00eddas anualmente para os estados por meio do Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). Para a OPAS, o que torna o programa refer\u00eancia internacional s\u00e3o o fornecimento de diversas vacinas gratuitamente, a abrang\u00eancia de todas as faixas-et\u00e1rias e a realiza\u00e7\u00e3o de campanhas anuais para que a popula\u00e7\u00e3o mantenha a imuniza\u00e7\u00e3o em dia.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cIsso contribuiu para a elimina\u00e7\u00e3o de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/doencas\">doen\u00e7as<\/a> como o t\u00e9tano neonatal, a poliomielite e a rub\u00e9ola. O programa tamb\u00e9m funciona para controlar a difteria, coqueluche, hepatite B, meningite, febre amarela, v\u00e1rios tipos de tuberculose, caxumba, entre outras\u201d, prossegue a OPAS. \u201cAs vacinas que o Brasil produz e exporta, como a da febre amarela, inclusive por meio do Fundo Rotat\u00f3rio da OPAS, previnem a dissemina\u00e7\u00e3o de diversas doen\u00e7as pelo mundo e ajudam a salvar milh\u00f5es de vidas a cada ano.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Apesar disso, a cobertura vacinal no Brasil est\u00e1 em queda h\u00e1 cinco anos. A meta de imuniza\u00e7\u00e3o varia conforme a vacina. No geral, o objetivo \u00e9 imunizar 95% da popula\u00e7\u00e3o suscet\u00edvel, sobretudo nas vacinas em que h\u00e1 rela\u00e7\u00e3o entre prote\u00e7\u00e3o individual e coletiva, ressalta Wanderson de Oliveira, doutor em Epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Oliveira trabalha h\u00e1 mais de 20 anos na sa\u00fade p\u00fablica. De 2019 a maio de 2020, foi secret\u00e1rio de Vigil\u00e2ncia em Sa\u00fade do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade \u2013 saiu depois da demiss\u00e3o do ent\u00e3o ministro Luiz Henrique Mandetta. Atualmente, \u00e9 enfermeiro epidemiologista do Hospital das For\u00e7as Armadas, em Bras\u00edlia (DF).<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"532\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/grafico_cobertura_vacinal_brasil.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-164427\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/grafico_cobertura_vacinal_brasil.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/grafico_cobertura_vacinal_brasil-300x225.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/grafico_cobertura_vacinal_brasil-678x509.jpg 678w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/grafico_cobertura_vacinal_brasil-326x245.jpg 326w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/grafico_cobertura_vacinal_brasil-80x60.jpg 80w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><figcaption>Cobertura vacinal no Brasil.\u00a0<br>Fonte:\u00a0Sistema de Informa\u00e7\u00f5es do Programa Nacional de Imuniza\u00e7\u00f5es\/SUS<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Em 2019, pela primeira vez em 20 anos, o Brasil n\u00e3o alcan\u00e7ou a meta para nenhuma vacina do calend\u00e1rio do PNI em crian\u00e7as de at\u00e9 um ano de idade. A que teve melhor desempenho foi a tr\u00edplice viral D1 (91,57%) \u2013 contra sarampo, caxumba e rub\u00e9ola \u2013, seguida pela pneumoc\u00f3cica (87,38%), meningococo C (85,63%)<strong>,&nbsp;<\/strong>BCG (85,1%), rotav\u00edrus humano (83,76%), hepatite A (83,71%), poliomielite (82,66%). J\u00e1 as coberturas mais baixas foram de febre amarela (61,36%), pentavalente (69,64%) e hepatite B (77,51%).<\/p>\n\n\n\n<p>De janeiro a julho de 2020, as vacinas com maior cobertura em crian\u00e7as de at\u00e9 um ano foram a pneumoc\u00f3cica (66,25%), a tr\u00edplice viral D1 (65,46%), meningococo C (63,44%), rotav\u00edrus humano (63,21%) e pentavalente (61,92%). As menores, por sua vez, s\u00e3o febre amarela (47,5%), hepatite B (51,49%), BCG (58,49%), hepatite A (60,18%) e poliomielite (60,69%). Os dados da cobertura vacinal de 2019 s\u00e3o preliminares e est\u00e3o em fechamento, informou o Minist\u00e9rio da Sa\u00fade. J\u00e1 os n\u00fameros de 2020, por sua vez, ser\u00e3o consolidados em 2021.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cO minist\u00e9rio reitera a import\u00e2ncia da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/vacinacao\">vacina\u00e7\u00e3o<\/a> e afirma que tem ampliado estrat\u00e9gias de conscientiza\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o, bem como a\u00e7\u00f5es junto a profissionais de sa\u00fade, com o objetivo de manter as altas e homog\u00eaneas coberturas vacinais e, consequentemente, reduzir os riscos de introdu\u00e7\u00e3o e transmiss\u00e3o de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/doencas\">doen\u00e7as<\/a> imunopreven\u00edveis no pa\u00eds\u201d, disse a pasta em nota \u00e0 National Geographic.<\/p>\n\n\n\n<p>Akira Homma, doutor em Microbiologia pela Universidade de S\u00e3o Paulo e especialista em virologia humana, considera importante n\u00e3o apenas alcan\u00e7ar a meta de 95% de imuniza\u00e7\u00e3o, como tamb\u00e9m a homogeneidade. \u201cEstamos chegando no m\u00e1ximo na faixa dos 80%, mas tem heterogeneidade de cobertura. Regi\u00f5es com 50%, outras 90%. O Brasil \u00e9 muito grande e tem regi\u00f5es com diferentes condi\u00e7\u00f5es.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Homma \u00e9 assessor cient\u00edfico s\u00eanior do Instituto de Tecnologia em Imunobiol\u00f3gicos (Bio-Manguinhos), da Funda\u00e7\u00e3o Oswaldo Cruz (Fiocruz). A institui\u00e7\u00e3o produz dez vacinas para o calend\u00e1rio vacinal e fornece anualmente 120 milh\u00f5es de doses ao PNI. Graduado em medicina veterin\u00e1ria, o cientista dirigiu Bio-Manguinhos da funda\u00e7\u00e3o, em 1976, at\u00e9 1998, exceto entre 1988 e 1989, quando era presidente da Fiocruz.<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>Raz\u00f5es da queda na cobertura vacinal<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>O minist\u00e9rio atribui a queda na cobertura vacinal a fatores como \u201ca falsa sensa\u00e7\u00e3o de seguran\u00e7a causada pela diminui\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/doencas\">doen\u00e7as<\/a> imunopreven\u00edveis; o desconhecimento da import\u00e2ncia da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/vacinacao\">vacina\u00e7\u00e3o<\/a> por parte da popula\u00e7\u00e3o mais jovem; e as falsas not\u00edcias, veiculadas especialmente nas redes sociais, sobre o malef\u00edcio que as vacinas podem provocar \u00e0 sa\u00fade\u201d.<\/p>\n\n\n\n<p>Homma concorda que o PNI \u00e9 \u201cv\u00edtima do pr\u00f3prio sucesso\u201d. \u201cErradicamos a var\u00edola, eliminamos a poliomielite, o sarampo, a rub\u00e9ola. A popula\u00e7\u00e3o n\u00e3o v\u00ea mais essas <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/doencas\">doen\u00e7as<\/a>, epidemias, e se sente segura.\u201d Para o cientista, outras raz\u00f5es para a queda nas imuniza\u00e7\u00f5es s\u00e3o a falta de comunica\u00e7\u00e3o mais direta, dificuldade de acesso da popula\u00e7\u00e3o e complica\u00e7\u00f5es econ\u00f4micas das pessoas, al\u00e9m das fake news.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"398\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/crianca_tomando_vacina.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-164428\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/crianca_tomando_vacina.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/crianca_tomando_vacina-300x168.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/crianca_tomando_vacina-678x381.jpg 678w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><\/figure>\n\n\n\n<p>Um estudo publicado nos Cadernos de Sa\u00fade P\u00fablica, da Fiocruz, analisou os 100 links em portugu\u00eas sobre vacinas de maior engajamento nas redes sociais, entre maio de 2018 e maio de 2019. Os posts expressaram, majoritariamente, uma disposi\u00e7\u00e3o pr\u00f3-vacina (87,6%), e eram, em grande parte, not\u00edcias jornal\u00edsticas. Os 13,5% de not\u00edcias falsas identificadas no estudo n\u00e3o se caracterizam necessariamente como um discurso antivacina na sociedade brasileira, \u201cmas j\u00e1 podem acender um sinal vermelho\u201d, alerta Luisa Massarani, coordenadora do Instituto Nacional de Comunica\u00e7\u00e3o P\u00fablica da Ci\u00eancia e Tecnologia (INCT), pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz e autora principal da pesquisa.<\/p>\n\n\n\n<p>Entre os t\u00f3picos abordados pelo \u201cdesordenamento informacional\u201d, Massarani destaca \u201cos supostos efeitos colaterais e a neglig\u00eancia das autoridades\u201d. Foi o caso da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/vacinacao\">vacina\u00e7\u00e3o<\/a> contra o HPV no Brasil, em que grupos contr\u00e1rios tratavam a imuniza\u00e7\u00e3o como \u201cimposi\u00e7\u00e3o irrespons\u00e1vel das autoridades sobre suas filhas, expondo-as a perigosos efeitos colaterais escondidos pelos cientistas a um incentivo precoce \u00e0 sexualidade\u201d.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cH\u00e1 o refor\u00e7o da vacina como um mal que pode adoecer pessoas saud\u00e1veis, indefesas diante das autoridades e dos cientistas que atuariam em benef\u00edcio pr\u00f3prio, produzindo tamb\u00e9m uma vis\u00e3o da ci\u00eancia como parcial e perigosa\u201d, analisa Massarani. \u201cAinda que em menor n\u00famero dentre os textos analisados, n\u00e3o se pode negligenciar os poss\u00edveis efeitos da reverbera\u00e7\u00e3o de discursos antivacina no ambiente online e sua influ\u00eancia na produ\u00e7\u00e3o de atitudes antici\u00eancia.\u201d<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>Hesita\u00e7\u00e3o vacinal<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>A consolida\u00e7\u00e3o do programa de vacina\u00e7\u00e3o brasileiro se deu ao longo de sucessivas conquistas, observa Homma. O fortalecimento come\u00e7ou nos anos 1960, a partir das campanhas de controle e erradica\u00e7\u00e3o da var\u00edola \u2013 uma <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/doencas\">doen\u00e7a<\/a> que vitimou mais de 300 milh\u00f5es de pessoas no mundo. \u201cO Brasil teve que montar todo um sistema operacional para fazer a <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/vacinacao\">vacina\u00e7\u00e3o<\/a>, a vigil\u00e2ncia e a produ\u00e7\u00e3o da vacina. A Funda\u00e7\u00e3o Oswaldo Cruz, na \u00e9poca Instituto Oswaldo Cruz, produziu dezenas de milh\u00f5es de doses de vacina de alta qualidade. No bojo desse sucesso, que aconteceu no in\u00edcio da d\u00e9cada de 1970, foi organizado o Programa Nacional de Imuniza\u00e7\u00f5es.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Para Homma, as altas coberturas vacinais alcan\u00e7adas pelo Brasil deram credibilidade internacional ao PNI. Isso foi poss\u00edvel gra\u00e7as \u00e0 confian\u00e7a da popula\u00e7\u00e3o na qualidade dos imunobiol\u00f3gicos oferecidos em postos p\u00fablicos, que s\u00e3o \u201ccontrolados duplamente\u201d \u2013 pelo laborat\u00f3rio desenvolvedor e pelas ag\u00eancias regulat\u00f3rias, a Ag\u00eancia Nacional de Vigil\u00e2ncia Sanit\u00e1ria e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Sa\u00fade, da Fiocruz. \u00c9 algo que deve motivar as pessoas a se imunizarem, continua o cientista, visto que o benef\u00edcio da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/vacinacao\">vacina\u00e7\u00e3o<\/a> \u00e9 maior do que poss\u00edveis rea\u00e7\u00f5es adversas que desaparecem em poucos dias, como febre, dor na picada e vermelhid\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cA vacina protege de forma individual, mas a prote\u00e7\u00e3o coletiva \u00e9 a mais importante\u201d, explica Homma. \u201c\u00c9 a prote\u00e7\u00e3o coletiva que proporciona a imunidade de rebanho e protege contra a entrada de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/doencas\">doen\u00e7as<\/a> dos <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/virus\">v\u00edrus<\/a>, das bact\u00e9rias patog\u00eanicas, que podem contaminar a popula\u00e7\u00e3o. E prote\u00e7\u00e3o coletiva \u00e9 alta cobertura vacinal.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Um dos mais abrangentes estudos sobre a confian\u00e7a nas vacinas foi publicado em setembro passado na revista cient\u00edfica\u00a0<em>The Lancet<\/em>. Coordenado pelos brasileiros Alexandre de Figueiredo e Clarissa Simas, pesquisadores daEscola de Higiene e Medicina Tropical de Londres<strong>,\u00a0<\/strong>no Reino Unido, o estudo mapeou a confian\u00e7a vacinal em 149 pa\u00edses, de 2015 a 2019, a partir de 290 pesquisas que abrangeram 284.381 pessoas.<\/p>\n\n\n\n<p>O Brasil caiu nos tr\u00eas quesitos principais avaliados. Entre 2015 e 2019, o pa\u00eds passou de 26\u00ba (73,08%) para 57\u00ba (63,32%) em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 popula\u00e7\u00e3o que acredita fortemente na seguran\u00e7a das vacinas; de 4\u00ba&nbsp;(92,87%) para 20\u00ba (88,19%) em rela\u00e7\u00e3o aos que consideram a imuniza\u00e7\u00e3o importante; e de 17\u00ba&nbsp;(75,63%) para 93\u00ba (56%) entre os que reconhecem a efic\u00e1cia dos imunobiol\u00f3gicos.<\/p>\n\n\n\n<p>Ricardo Gazzinelli, presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia e coordenador do INCT-V, acredita em dois fatores importantes para recuperar a confian\u00e7a dos que deixaram de se vacinar: a divulga\u00e7\u00e3o e a disponibilidade das vacinas nos postos de sa\u00fade, sobretudo em regi\u00f5es mais afastadas. Al\u00e9m disso, acredita que a comunidade da ci\u00eancia e da sa\u00fade precisa contrapor as campanhas antivacina com mais esfor\u00e7os para explicar a import\u00e2ncia da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/vacinacao\">vacina\u00e7\u00e3o<\/a>.<\/p>\n\n\n\n<p>H\u00e1 um efeito pr\u00e1tico de um discurso antici\u00eancia por parte do governo, especialmente diante de um cen\u00e1rio de polariza\u00e7\u00e3o pol\u00edtica, observa Gazzinelli. Em 31 de agosto<strong>,\u00a0<\/strong>Jair Bolsonaro disse a uma apoiadora: \u201cNingu\u00e9m pode obrigar ningu\u00e9m a tomar vacina\u201d. A declara\u00e7\u00e3o, replicada pela\u00a0Secretaria Especial de Comunica\u00e7\u00e3o Social no Twitter, contraria uma lei sancionada pelo pr\u00f3prio presidente e publicada em 6 de fevereiro (n\u00ba13.979\/20). Ao levar em conta o enfrentamento da emerg\u00eancia sa\u00fade p\u00fablica do novo <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/coronavirus\">coronav\u00edrus<\/a>, a legisla\u00e7\u00e3o permite a realiza\u00e7\u00e3o compuls\u00f3ria de \u201cvacina\u00e7\u00e3o e outras medidas profil\u00e1ticas\u201d.<\/p>\n\n\n\n<p>Uma pesquisa do Datafolha, de 19 de agosto, constatou que 89% dos brasileiros adultos desejam se vacinar contra a <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/covid-19\">Covid-19<\/a> t\u00e3o logo uma vacina esteja dispon\u00edvel. Apenas 9% declararam que n\u00e3o pretendem se imunizar e 3% ainda n\u00e3o sabem. J\u00e1 11% dos adultos que apoiam o desempenho de Jair Bolsonaro declararam que n\u00e3o tomariam a vacina; o n\u00famero sobe para 13% entre os que sempre confiam nas falas do presidente. O instituto entrevistou 2.065 pessoas.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cH\u00e1 uma quest\u00e3o de forma\u00e7\u00e3o da opini\u00e3o p\u00fablica, que \u00e9 muito influenciada pelo Governo Federal\u201d, analisa Gazzinelli. \u201cObviamente, tem que deixar claro para a popula\u00e7\u00e3o a import\u00e2ncia de todos serem vacinados. A fala do presidente \u00e9 ruim no sentido que desobriga as pessoas a tomarem vacina. A vacina, especialmente para <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/doencas\">doen\u00e7as<\/a> de transmiss\u00e3o muito r\u00e1pida, \u00e9 uma decis\u00e3o coletiva, n\u00e3o \u00e9 individual.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Para Gazzinelli, simplesmente impor a obrigatoriedade da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/vacinacao\">vacina\u00e7\u00e3o<\/a> n\u00e3o \u00e9 suficiente para recuperar a crise de confian\u00e7a de uma parcela da popula\u00e7\u00e3o. \u201cO mais importante \u00e9 divulgar e conversar com a sociedade, para que entendam a import\u00e2ncia\u201d, acredita o imunologista. Ele destaca o fato de as vacinas salvarem de duas a tr\u00eas milh\u00f5es de pessoas por ano no mundo, segundo a OMS. E \u00e9 um momento prop\u00edcio para uma maior conscientiza\u00e7\u00e3o, continua o imunologista, j\u00e1 que a hist\u00f3rica busca por uma vacina contra a <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/covid-19\">Covid-19<\/a> tem deixado a popula\u00e7\u00e3o mais engajada.<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>Reintrodu\u00e7\u00e3o de doen\u00e7as<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>A persist\u00eancia da baixa cobertura vacinal \u00e9 capaz de propiciar o retorno de doen\u00e7as imunopreven\u00edveis. \u201cPodemos ter casos de t\u00e9tano em crian\u00e7as, coqueluche, difteria, meningite meningoc\u00f3cica, meningite por haemophilus influenza tipo B\u201d,pontua Homma. \u201cA baixa vacina\u00e7\u00e3o cria uma popula\u00e7\u00e3o suscet\u00edvel e existe a possibilidade de incorrer surtos e epidemias.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>A poliomielite tem aten\u00e7\u00e3o especial na campanha nacional de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/vacinacao\">vacina\u00e7\u00e3o<\/a> deste m\u00eas, com mais de 9 milh\u00f5es de doses dispon\u00edveis e meta de alcan\u00e7ar a imuniza\u00e7\u00e3o em 95% das crian\u00e7as menores de 5 anos, ou 11 milh\u00f5es. O Minist\u00e9rio da Sa\u00fade identificou que \u201cas coberturas vacinais municipais ainda s\u00e3o heterog\u00eaneas\u201d, o que \u201cpode levar \u00e0 forma\u00e7\u00e3o de bols\u00f5es de pessoas n\u00e3o vacinadas, possibilitando a reintrodu\u00e7\u00e3o do poliov\u00edrus\u201d.<\/p>\n\n\n\n<p>Os esfor\u00e7os do Brasil contra a polio, que pode causar paralisia infantil, come\u00e7aram nos anos 1960, quando uma s\u00e9rie de epidemias teve origem no Rio Grande do Sul. De 1960 a 1983, 2.340 casos foram registrados no estado. Ap\u00f3s d\u00e9cadas de campanhas de imuniza\u00e7\u00e3o, a <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/doencas\">doen\u00e7a<\/a> teve seu \u00faltimo caso confirmado em 1990. Quatro anos depois, o pa\u00eds recebeu o certificado de elimina\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a pela OPAS.<\/p>\n\n\n\n<p>A prote\u00e7\u00e3o mais adequada contra a poliomielite acontece ap\u00f3s tr\u00eas doses da vacina inativada e uma quarta via oral, a popular \u201cgotinha\u201d. Ap\u00f3s a \u00faltima dose, o m\u00e9todo resulta em maiores n\u00edveis de anticorpos e impede a replica\u00e7\u00e3o do <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/virus\">v\u00edrus<\/a> no trato digestivo. Dessa forma, a crian\u00e7a n\u00e3o excreta o v\u00edrus no meio ambiente. Se a crian\u00e7a tomar apenas a \u201cgotinha\u201d, \u00e9 capaz de eliminar o v\u00edrus, que pode sofrer muta\u00e7\u00e3o gen\u00e9tica, voltar a ser virulento \u2013 com potencial de causar doen\u00e7a \u2013 e encontrar outra crian\u00e7a suscet\u00edvel, podendo gerar um novo surto. A p\u00f3lio \u00e9 transmitida por meio de \u00e1gua ou alimento contaminados ou contato com pessoas infectadas.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cConseguimos eliminar a poliomielite do pa\u00eds com campanhas nacionais. Cobr\u00edamos em dois dias 90% da popula\u00e7\u00e3o-alvo, 19 milh\u00f5es de crian\u00e7as. Esse v\u00edrus no meio ambiente n\u00e3o conseguia encontrar outra crian\u00e7a suscet\u00edvel para fazer a multiplica\u00e7\u00e3o e n\u00e3o tivemos problema de poliomielite causada por <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/virus\">v\u00edrus<\/a> vacinal\u201d, observa Homma.<\/p>\n\n\n\n<p>Desde que a Iniciativa Global de Erradica\u00e7\u00e3o da P\u00f3lio foi aprovada pela OMS, em 1988, a incid\u00eancia dessa infec\u00e7\u00e3o caiu 99,9%<strong>.<\/strong>\u00a0Hoje, a doen\u00e7a causada pelo v\u00edrus silvestre circula apenas no Afeganist\u00e3o e no Paquist\u00e3o. De 1\u00ba\u00a0de janeiro a 29 de setembro, houve 121 casos de p\u00f3lio nos dois pa\u00edses. Al\u00e9m disso, 26 pa\u00edses africanos e asi\u00e1ticos convivem com eventuais surtos, alguns decorrentes de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/virus\">v\u00edrus<\/a> derivado de vacina.<\/p>\n\n\n\n<p>Em dezembro de 2016, um grande surto de febre amarela silvestre teve origem em Minas Gerais. A <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/doencas\">doen\u00e7a<\/a> rapidamente se alastrou, principalmente pelo Sudeste. Foram 777 casos e 261 \u00f3bitos confirmados at\u00e9 julho de 2017<strong>.\u00a0<\/strong>O Sudeste concentrou 764 diagn\u00f3sticos positivos (98,3%), sobretudo em Minas e no Esp\u00edrito Santo; no Norte houve 10 casos e no Centro-Oeste, tr\u00eas. O Minist\u00e9rio da Sa\u00fade atribuiu o surto \u00e0 baixa cobertura vacinal nos munic\u00edpios.<\/p>\n\n\n\n<p>O sarampo \u00e9 outro exemplo de como o baixo n\u00edvel de imuniza\u00e7\u00e3o reflete na emerg\u00eancia de surtos e epidemias. O Brasil conseguiu eliminar a doen\u00e7a em 2016, ano em que atingiu 95,41% de cobertura da tr\u00edplice viral D1. Com isso, obteve o certificado internacional da OPAS\/OMS. Entretanto, a cobertura vacinal n\u00e3o atingiu a meta nos dois anos seguintes (86,24% em 2017 e 92,61% em 2018).<\/p>\n\n\n\n<p>Em 2018, houve um grande surto global de sarampo que vitimou 142 mil de pessoas. No Brasil, o <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/virus\">v\u00edrus<\/a> encontrou uma popula\u00e7\u00e3o suscet\u00edvel que havia deixado de se imunizar \u2013\u00a0um cen\u00e1rio prop\u00edcio para uma epidemia que ainda persiste. Ap\u00f3s 12 meses de casos cont\u00ednuos, o pa\u00eds perdeu o certificado de elimina\u00e7\u00e3o do sarampo em fevereiro de 2019, per\u00edodo em que foram confirmados 10.374, sobretudo no Amazonas, Roraima e Par\u00e1. Em 2020, j\u00e1 houve a comprova\u00e7\u00e3o de 7.929, enquanto outros 603 casos seguem sob investiga\u00e7\u00e3o, conforme o Boletim Epidemiol\u00f3gico de setembro. O surto ocorre nas cinco regi\u00f5es do pa\u00eds, sobretudo no Par\u00e1 (65,2%), Rio de Janeiro (16,8%) e S\u00e3o Paulo (10%). \u201cTer de novo uma <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/doencas\">doen\u00e7a<\/a> que pode matar, cuja vacina protege 97% das pessoas que s\u00e3o vacinadas, \u00e9 inaceit\u00e1vel\u201d, observa Wanderson de Oliveira.<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>Refor\u00e7o estrutural<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>Em 2019, o Minist\u00e9rio da Sa\u00fade criou o Movimento Vacina Brasil. Oliveiraesteve \u00e0 frente dessa estrat\u00e9gia de imuniza\u00e7\u00e3o, que foi motivada pelo surto de sarampo e pela queda na cobertura vacinal de modo geral. O foco est\u00e1 em cinco vacinas que imunizam contra 20 doen\u00e7as: poliomielite, pentavalente, febre amarela, pneumoc\u00f3cica e tr\u00edplice viral.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cVira e mexe temos surtos de febre amarela em \u00e1reas periurbanas, com risco muito grande de urbaniza\u00e7\u00e3o. A pneumoc\u00f3cica pega a pneumonia, uma das principais causas de mortalidade em crian\u00e7as. A poliomielite \u00e9 uma doen\u00e7a eliminada das Am\u00e9ricas, mas ainda tem casos de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/virus\">v\u00edrus<\/a> selvagem. E a pentavalente protege contra <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/doencas\">doen\u00e7as<\/a> como a difteria, eliminada aqui, mas teve um grande surto no ano passado na Venezuela, e ficamos com medo da reintrodu\u00e7\u00e3o\u201d, analisa Oliveira.<\/p>\n\n\n\n<p>Para o epidemiologista, a solu\u00e7\u00e3o para recuperar a confian\u00e7a da popula\u00e7\u00e3o e a cobertura vacinal passa pela estrat\u00e9gia de comunica\u00e7\u00e3o, pela valoriza\u00e7\u00e3o dos profissionais da aten\u00e7\u00e3o prim\u00e1ria e pela amplia\u00e7\u00e3o do Calend\u00e1rio Vacinal Eletr\u00f4nico.<\/p>\n\n\n\n<p>Oliveira considera que nos \u00faltimos 15 anos houve investimento na compra de imunobiol\u00f3gicos, mas faltou estrutura e organiza\u00e7\u00e3o na aten\u00e7\u00e3o prim\u00e1ria. \u201cApesar de sermos um dos poucos pa\u00edses que produz vacinas no Hemisf\u00e9rio Sul, junto \u00e0 Austr\u00e1lia, o Brasil ainda n\u00e3o \u00e9 autossuficiente. Boa parte do que consome vem da \u00cdndia e de outros pa\u00edses\u201d, avalia.<\/p>\n\n\n\n<p>Entre os aspectos estruturais que requerem melhorias, o epidemiologista destaca a incorpora\u00e7\u00e3o de novas tecnologias; refor\u00e7o na capilaridade com a amplia\u00e7\u00e3o da cadeia de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/vacinacao\">vacina\u00e7\u00e3o<\/a>; abertura dos postos fora do hor\u00e1rio comercial, para acolher mais pessoas; investimento na rede de frio, com a expans\u00e3o de equipamentos de manuten\u00e7\u00e3o das vacinas para mais munic\u00edpios; aprimoramento do sistema de informa\u00e7\u00e3o e do monitoramento de vigil\u00e2ncia de eventos adversos p\u00f3s-vacina\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cHoje, trabalhar em uma sala de vacina\u00e7\u00e3o \u00e9 de uma complexidade muito grande, porque o volume de vacinas e crit\u00e9rios s\u00e3o enormes. S\u00e3o 47 imunobiol\u00f3gicos, dos quais 23 s\u00e3o vacinas de rotina. Uma crian\u00e7a no primeiro ano de vida vai nove vezes para uma sala de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/vacinacao\">vacina\u00e7\u00e3o<\/a>\u201d, observa Oliveira. \u201cE o Brasil galgou esse caminho de modo exemplar, gra\u00e7as ao Sistema \u00danico de Sa\u00fade.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Fonte: National Geographic Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>As campanhas nacionais de vacina\u00e7\u00e3o contra a poliomielite e multivacinas come\u00e7aram em 5 de outubro, com foco na imuniza\u00e7\u00e3o de crian\u00e7as e adolescentes menores de 15 anos. <a class=\"mh-excerpt-more\" href=\"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/10\/16\/164425-a-espera-de-imunizacao-contra-covid-19-brasil-tem-queda-na-cobertura-vacinal.html\" title=\"\u00c0 espera de imuniza\u00e7\u00e3o contra Covid-19, Brasil tem queda na cobertura vacinal\"><\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":164426,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[18,1857,316,2524],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/164425"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=164425"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/164425\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":164429,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/164425\/revisions\/164429"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/164426"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=164425"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=164425"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=164425"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}