{"id":164461,"date":"2020-10-20T08:00:16","date_gmt":"2020-10-20T11:00:16","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=164461"},"modified":"2020-10-20T00:13:01","modified_gmt":"2020-10-20T03:13:01","slug":"t-rex-stan-e-vendido-por-us-318-milhoes-e-cientistas-estao-furiosos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/10\/20\/164461-t-rex-stan-e-vendido-por-us-318-milhoes-e-cientistas-estao-furiosos.html","title":{"rendered":"T-rex &#8216;Stan&#8217; \u00e9 vendido por US$ 31,8 milh\u00f5es \u2013 e cientistas est\u00e3o furiosos"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"1024\" height=\"576\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/fossil_t-rex-1024x576.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-164462\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/fossil_t-rex-1024x576.jpg 1024w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/fossil_t-rex-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/fossil_t-rex-768x432.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/fossil_t-rex-1536x864.jpg 1536w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/fossil_t-rex-678x381.jpg 678w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/10\/fossil_t-rex.jpg 1600w\" sizes=\"(max-width: 1024px) 100vw, 1024px\" \/><figcaption>O f\u00f3ssil de&nbsp;<em>Tyrannosaurus rex<\/em>&nbsp;conhecido como Stan exibido em uma galeria na casa de leil\u00f5es Christie\u2019s, em Nova York, em 17 de setembro de 2020.<br>FOTO DE&nbsp;<strong>SPENCER PLATT, GETTY IMAGES<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Mais de tr\u00eas d\u00e9cadas atr\u00e1s, no estado americano da Dakota do Sul, um paleont\u00f3logo amador chamado Stan Sacrison encontrou um gigante dos tempos ancestrais do nosso planeta: um <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/fossil\">f\u00f3ssil<\/a> praticamente completo de&nbsp;<em>Tyrannosaurus rex<\/em>. Apelidado de \u201cStan\u201d em homenagem ao seu descobridor, o animal foi escavado em 1992 e, desde ent\u00e3o, vivia no Instituto de Pesquisas Geol\u00f3gicas de Black Hills, institui\u00e7\u00e3o privada em Hill City, Dakota do Sul. Mas ainda que voc\u00ea nunca tenha visitado esse instituto, h\u00e1 uma chance de j\u00e1 ter visto esse T-rex espec\u00edfico. Dezenas de moldes de alta qualidade dos seus ossos est\u00e3o em exibi\u00e7\u00e3o em museus de v\u00e1rias partes do mundo, de T\u00f3quio, no Jap\u00e3o, a Albuquerque, no estado de Novo M\u00e9xico.<\/p>\n\n\n\n<p>Agora, a batida do martelo de um leiloeiro p\u00f4s o futuro de Stan em quest\u00e3o. Com a venda dos ossos do <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/dinossauro\">dinossauro<\/a> para o comprador \u2013 at\u00e9 agora an\u00f4nimo \u2013 que deu o lance mais alto, surge&nbsp;um temor entre&nbsp; especialistas de que a ci\u00eancia acabe perdendo o estimado T-rex<em>.<\/em><\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/12\/07\/180953-fosseis-de-dinossauro-sao-encontrados-por-acidente-em-rodovia-de-sp.html'>F\u00f3sseis de dinossauro s\u00e3o encontrados por acidente em rodovia de SP<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/09\/22\/179746-sobreviveriamos-a-altas-taxas-de-co2-como-os-dinossauros-estudo-responde.html'>Sobreviver\u00edamos a altas taxas de CO2 como os dinossauros? Estudo responde<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/08\/24\/179225-seca-extrema-revela-pegadas-de-dinossauro-que-viveu-ha-113-milhoes-de-anos.html'>Seca extrema revela pegadas de dinossauro que viveu h\u00e1 113 milh\u00f5es de anos<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>Em 6 de outubro, a casa de leil\u00f5es londrina Christie\u2019s vendeu o T-rex pelo&nbsp;valor recorde de US$ 31,8 milh\u00f5es, cerca de R$ 178 mi, o mais alto j\u00e1 pago por um <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/fossil\">f\u00f3ssil<\/a> em leil\u00e3o. O recorde anterior era de 1997, com a venda de \u201cSue\u201d, um T-rex&nbsp;praticamente completo escavado pelo mesmo instituto da Dakota do Sul e que acabou comprado pelo Museu Field de Hist\u00f3ria Natural de Chicago&nbsp;por US$ 8,36 milh\u00f5es&nbsp;(o equivalente, hoje, a&nbsp;cerca de US$ 13,5 milh\u00f5es).<\/p>\n\n\n\n<p>No dia seguinte \u00e0 venda de Stan, a paleont\u00f3loga&nbsp;Lindsay Zanno, do Museu de Ci\u00eancias Naturais da Carolina do Norte, definiu a venda como \u201csimplesmente estarrecedora\u201d.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201c\u00c9 um pre\u00e7o exorbitante, que chega a ser absurdo, considerando o meu conhecimento do mercado\u201d, acrescentou o paleont\u00f3logo&nbsp;David Evans, chefe de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/paleontologia\">paleontologia<\/a> de vertebrados do Museu Real de Ont\u00e1rio, em Toronto, que sugeriu que o comprador an\u00f4nimo poderia ter gasto a mesma fortuna de uma maneira muito mais eficiente para aprofundar o conhecimento da humanidade sobre criaturas pr\u00e9-hist\u00f3ricas. \u201cSe todo esse dinheiro [fosse] investido de maneira adequada, poderia facilmente custear 15 postos permanentes de pesquisas sobre <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/dinossauro\">dinossauros<\/a>, ou at\u00e9 80 expedi\u00e7\u00f5es de campo completas por ano, perpetuamente\u201d, escreveu ele em entrevista por e-mail.<\/p>\n\n\n\n<p>Cientistas tamb\u00e9m se mostraram preocupados em rela\u00e7\u00e3o a um efeito cascata negativo que essa venda poderia ter no estudo de dinossauros ao incentivar pessoas a tentar descobrir e vender <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/fossil\">f\u00f3sseis<\/a> em bom estado de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/preservacao\">preserva\u00e7\u00e3o<\/a> em vez de os disponibilizarem para estudos.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cIsso \u00e9 terr\u00edvel para a ci\u00eancia e um grande est\u00edmulo a investidas comerciais para explorar os <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/fossil\">f\u00f3sseis<\/a> de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/dinossauro\">dinossauros<\/a> do oeste americano\u201d, afirma o especialista em tiranossauros&nbsp;Thomas Carr, paleont\u00f3logo da Faculdade Carthage de Kenosha, estado americano de Wisconsin.<\/p>\n\n\n\n<p>Paleont\u00f3logos temem que, se o comprador for um colecionador particular, pesquisadores e p\u00fablico em geral percam o acesso ao <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/fossil\">f\u00f3ssil<\/a>, limitando a possibilidade de reanalisar resultados, como medidas dos ossos, ou conduzir novas an\u00e1lises com ferramentas e t\u00e9cnicas mais avan\u00e7adas.<\/p>\n\n\n\n<p>A possibilidade de repetir experimentos \u00e9 \u201cum princ\u00edpio fundamental da ci\u00eancia, faz parte da nossa base \u00e9tica\u201d, Zanno explica. \u201cO mundo da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/paleontologia\">paleontologia<\/a> est\u00e1 sem f\u00f4lego\u201d, aguardando o destino de Stan.<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\">Por que vender Stan?<\/h3>\n\n\n\n<p>O Instituto de Black Hills talvez seja mais conhecido pelo seu envolvimento na obten\u00e7\u00e3o \u2013 e longa disputa de cust\u00f3dia \u2013\u00a0do\u00a0T-rex\u00a0Sue, que envolveu uma opera\u00e7\u00e3o do FBI e uma disputa judicial com os sioux do rio Cheyenne. Ainda que n\u00e3o tenha a mesma dramaticidade, a venda de Stan tamb\u00e9m deriva de uma disputa judicial.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-video\"><video controls src=\"https:\/\/flac-pmd-ngeo.akamaized.net\/video\/FLAC_FOD_BRA\/314\/887\/1281303107842_4056000.mp4\"><\/video><figcaption>101 | DINOSSAUROS<br>Tudo o que voc\u00ea precisa saber sobre os maiores animais que j\u00e1 pisaram na Terra. Veja como eles se comportavam e descubra fatos curiosos sobre a extin\u00e7\u00e3o deles.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Por anos, o Instituto de Black Hills manteve Stan exposto no&nbsp;museu de Hill City. Al\u00e9m de vender moldes de resina para outros museus, o instituto dava acesso ao <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/fossil\">f\u00f3ssil<\/a> para pesquisadores, o que causou&nbsp;uma enxurrada de pesquisas cient\u00edficas&nbsp;sobre diferentes aspectos, desde a&nbsp;grande for\u00e7a das mand\u00edbulas do T-rex&nbsp;at\u00e9&nbsp;sua capacidade de flexionar e movimentar o cr\u00e2nio.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cO esqueleto de Stan \u00e9, sem d\u00favida, um dos melhores esp\u00e9cimes de&nbsp;<em>Tyrannosaurus rex<\/em>&nbsp;j\u00e1 encontrados, e foi publicado na literatura cient\u00edfica diversas vezes\u201d, conta Evans. \u201cStan \u00e9 um dos pilares para compreender o T-rex.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Carr, por exemplo, incluiu Stan em tr\u00eas estudos sobre a diversidade dos tiranossauros e o formato de seus cr\u00e2nios no come\u00e7o de sua carreira. Ele agora se arrepende da decis\u00e3o, pois o f\u00f3ssil sempre foi uma propriedade privada e, consequentemente, sempre esteve sob o risco de ser vendido. \u201cNo fim das contas, eu acabei contribuindo para um argumento de venda de sucesso para o <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/fossil\">f\u00f3ssil<\/a>&#8230; juntamente com outras 45 publica\u00e7\u00f5es cient\u00edficas sobre Stan\u201d, afirma. \u201cN\u00e3o dever\u00edamos ter cutucado a fera com vara curta.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>A jornada de Stan at\u00e9 a batida do martelo come\u00e7ou em 2015, quando Neal Larson, s\u00f3cio propriet\u00e1rio de 35% do Instituto de Black Hills (e irm\u00e3o do presidente do instituto, o paleont\u00f3logo Pete Larson), processou a empresa para liquidar seus ativos. De acordo com o&nbsp;<em>Rapid City Journal<\/em>, jornal local do estado da&nbsp;Dakota do Sul, a empresa havia afastado Neal Larson do conselho de administra\u00e7\u00e3o tr\u00eas anos antes, ap\u00f3s um amargo conflito sobre transa\u00e7\u00f5es comerciais e defesa, por parte dele, de um ex-funcion\u00e1rio acusado de m\u00e1 conduta sexual.<\/p>\n\n\n\n<p>Uma decis\u00e3o judicial de 2018 ordenou que Stan fosse leiloado para pagamento da participa\u00e7\u00e3o de Neal Larson no instituto, de acordo com um&nbsp;comunicado \u00e0 imprensa&nbsp;do instituto. Apesar da venda de Stan, o Black Hills det\u00e9m o direito de fabricar e comercializar futuros moldes dos ossos do T-rex, incluindo r\u00e9plicas em tamanho real.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cFicamos entristecidos ao saber que o vencedor do leil\u00e3o provavelmente n\u00e3o foi um museu, mas temos esperan\u00e7as de que o novo propriet\u00e1rio coloque, em algum momento, Stan em exibi\u00e7\u00e3o para que o p\u00fablico possa continuar vendo e estudando esse formid\u00e1vel esqueleto original\u201d, disse Pete Larson em&nbsp;um comunicado \u00e0 imprensa de 7 de outubro.<\/p>\n\n\n\n<p>Em 2018, James Hyslop, chefe do departamento de ci\u00eancias e hist\u00f3ria natural da Christie\u2019s, come\u00e7ou a conduzir Stan no processo de leil\u00e3o. No \u00faltimo 6 de outubro, Hyslop estava ao telefone com o comprador an\u00f4nimo, anunciando o lance vencedor do escrit\u00f3rio da Christie\u2019s em Londres.<\/p>\n\n\n\n<p>Em e-mail para a National Geographic, Hyslop se recusou a comentar sobre a identidade do comprador, e nem mesmo disse se era um colecionador particular ou uma institui\u00e7\u00e3o p\u00fablica de pesquisa. \u201cComo acontece com todas as vendas de sucesso, ficamos satisfeitos com o bom resultado\u201d, escreveu. \u201cFoi uma honra ter trabalhado com um esp\u00e9cime t\u00e3o extraordin\u00e1rio.\u201d<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\">Luxo e perdas<\/h3>\n\n\n\n<p>Nos Estados Unidos, ossos fossilizados encontrados em terras federais s\u00e3o patrim\u00f4nio p\u00fablico e podem ser recolhidos somente por pesquisadores com licen\u00e7a espec\u00edfica. Esses vest\u00edgios tamb\u00e9m devem permanecer sob cust\u00f3dia p\u00fablica, em dep\u00f3sitos aprovados, como museus credenciados, por exemplo.<\/p>\n\n\n\n<p>No entanto, <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/fossil\">f\u00f3sseis<\/a> descobertos em terras privadas podem ser comprados e vendidos, e Stan n\u00e3o foi o \u00fanico <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/dinossauro\">dinossauro<\/a> dos Estados Unidos a ir a leil\u00e3o recentemente. Em 2018, a&nbsp;casa de leil\u00f5es francesa Arguttes&nbsp;vendeu um esqueleto do dinossauro predador alossauro, gerando cr\u00edticas da comunidade cient\u00edfica, pois sua venda, assim como a de Stan, corre o risco de criar a percep\u00e7\u00e3o de que os dinossauros valem mais em dinheiro do que em pesquisas.<\/p>\n\n\n\n<p>A&nbsp;Sociedade de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/paleontologia\">Paleontologia<\/a> de Vertebrados (SVP), associa\u00e7\u00e3o com 2 mil membros que representa paleont\u00f3logos de todo o mundo, \u00e9 contra o leil\u00e3o de f\u00f3sseis e h\u00e1 muito tempo desestimula o estudo de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/fossil\">f\u00f3sseis<\/a> de propriedade privada, sob o receio de que pesquisadores e o p\u00fablico n\u00e3o ter\u00e3o acesso sempre garantido. Em setembro, a organiza\u00e7\u00e3o&nbsp;enviou uma carta \u00e0 Christie\u2019s&nbsp;pedindo a limita\u00e7\u00e3o do acesso ao leil\u00e3o de Stan a institui\u00e7\u00f5es p\u00fablicas de pesquisa. Em resposta, a Christie\u2019s reconheceu o posicionamento da sociedade, mas alegou que a venda n\u00e3o poderia ser restringida, explicou&nbsp;Emily Rayfield, paleont\u00f3loga da Universidade de Bristol e presidente da SVP. Ela tamb\u00e9m foi cossignat\u00e1ria da carta enviada pela sociedade.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cA alta visibilidade do leil\u00e3o e a publicidade em torno do evento atra\u00edram compradores de alto n\u00edvel, consequentemente elevando o pre\u00e7o dos f\u00f3sseis e promovendo-os como itens de luxo\u201d, escreveu Rayfield em entrevista por e-mail. \u201cComo poderiam institui\u00e7\u00f5es p\u00fablicas despender tamanha quantidade de dinheiro em um \u00fanico esp\u00e9cime <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/fossil\">f\u00f3ssil<\/a> \u2013 dinheiro que poderia custear empregos, trabalhos de campo, treinamentos, exibi\u00e7\u00f5es e muitas outras coisas?\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Ouros pa\u00edses t\u00eam posicionamentos mais austeros em rela\u00e7\u00e3o ao com\u00e9rcio de f\u00f3sseis. Em Alberta, no Canad\u00e1, por exemplo, f\u00f3sseis encontrados na prov\u00edncia n\u00e3o podem ser exportados com base em uma lei da d\u00e9cada de 1970 que determinou que os esp\u00e9cimes fazem parte do patrim\u00f4nio natural do local. Leis similares tamb\u00e9m est\u00e3o em vigor em polos da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/paleontologia\">paleontologia<\/a>, como Brasil, China e Mong\u00f3lia. Contudo, Evans revela que mercados negros continuam comercializando f\u00f3sseis desses pa\u00edses, em parte impulsionados por altos lucros.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cA venda de Stan ir\u00e1 incentivar mais pilhagens de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/fossil\">f\u00f3sseis<\/a> protegidos, que ocorrer\u00e3o em larga escala\u201d, afirma Evans. \u201c\u00c9 realmente muito triste.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>A paleont\u00f3loga da Universidade de Calgary,&nbsp;Jessica Theodor, a pr\u00f3xima presidente da SVP, acrescenta que leil\u00f5es n\u00e3o s\u00f3 excluem os pesquisadores, como tamb\u00e9m definem a busca de f\u00f3sseis pelos anos seguintes. Ap\u00f3s a venda multimilion\u00e1ria de Sue em 1997, alguns pesquisadores dos Estados Unidos foram retirados de locais privados onde trabalharam durante d\u00e9cadas, conta Theodor, em parte porque propriet\u00e1rios queriam vender seus f\u00f3sseis ou arrendar os direitos de escava\u00e7\u00e3o das terras a empresas privadas. Paleont\u00f3logos tamb\u00e9m presenciaram um aumento do vandalismo em s\u00edtios arqueol\u00f3gicos, com v\u00e2ndalos tentando roubar o que acreditavam serem restos mortais valiosos.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cUma grande venda como essa pode causar ainda mais dano do que [a venda de] Sue\u201d, afirmou Theodor.<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\">Um apelo da paleontologia<\/h3>\n\n\n\n<p>Escavadores comerciais de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/fossil\">f\u00f3sseis<\/a> nos Estados Unidos afirmam h\u00e1 muito tempo que o modelo de neg\u00f3cios traz \u00e0 luz f\u00f3sseis importantes, pois o lucro incentiva mais pessoas a escavarem. As empresas mais conceituadas escavam e preparam f\u00f3sseis seguindo os mais altos padr\u00f5es e entram em contato com pesquisadores quando descobrem pe\u00e7as de grande import\u00e2ncia cient\u00edfica.<\/p>\n\n\n\n<p>Na melhor das hip\u00f3teses, esse sistema pode encontrar e proteger f\u00f3sseis de valor inestim\u00e1vel, como o <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/dinossauro\">dinossauro<\/a> encoura\u00e7ado&nbsp;<em>Zuul crurivastator<\/em>, descoberto pela empresa norte-americana Theropoda em uma fazenda particular no estado de Montana, em 2014. Quando a Theropoda percebeu o que tinha, entrou em contato com o Museu Real de Ont\u00e1rio, no Canad\u00e1, que enviou pesquisadores para o local e comprou o f\u00f3ssil por uma quantia n\u00e3o revelada em 2016.<\/p>\n\n\n\n<p>Por\u00e9m, mesmo com todo o debate envolvendo as vendas comerciais, leil\u00f5es s\u00e3o um caso \u00e0 parte. Disputas de lances podem elevar o pre\u00e7o de um <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/fossil\">f\u00f3ssil<\/a> para muito al\u00e9m do que universidades ou museus poderiam pagar. Consequentemente, f\u00f3sseis que poderiam ficar \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do p\u00fablico s\u00e3o destinados a cole\u00e7\u00f5es particulares.<\/p>\n\n\n\n<p>Stan parece ter se tornado um esp\u00f3lio dessa guerra. Durante o leil\u00e3o no \u00faltimo dia 6, dois compradores fizeram o pre\u00e7o de Stan subir milh\u00f5es de d\u00f3lares em apenas alguns minutos. A ascens\u00e3o mete\u00f3rica certamente tirou do p\u00e1reo a maioria das institui\u00e7\u00f5es p\u00fablicas \u2013 especialmente neste ano, em que a covid-19&nbsp;abalou as finan\u00e7as de museus em todo o mundo.<\/p>\n\n\n\n<p>Os paleont\u00f3logos com quem a National Geographic conversou imploram ao novo propriet\u00e1rio an\u00f4nimo de Stan para doar o esp\u00e9cime de T-rex para um museu ou institui\u00e7\u00e3o de pesquisa.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cFa\u00e7a a coisa certa: abra m\u00e3o inteiramente do <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/fossil\">f\u00f3ssil<\/a> e doe-o para um museu de hist\u00f3ria natural certificado para que a ci\u00eancia use Stan com \u00e9tica, visando o benef\u00edcio de todos no planeta que t\u00eam interesse em <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/dinossauro\">dinossauros<\/a>\u201d, apelou Carr.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cVoc\u00ea tem a chance de compartilhar um tesouro com o mundo\u201d, acrescentou Zanno. \u201cIsso \u00e9 algo raro \u2013 aproveite.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Fonte: National Geographic Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>A casa de leil\u00f5es londrina Christie\u2019s vendeu o T-rex pelo valor recorde de US$ 31,8 milh\u00f5es, cerca de R$ 178 mi, o mais alto j\u00e1 pago por um f\u00f3ssil em leil\u00e3o.  <a class=\"mh-excerpt-more\" href=\"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/10\/20\/164461-t-rex-stan-e-vendido-por-us-318-milhoes-e-cientistas-estao-furiosos.html\" title=\"T-rex &#8216;Stan&#8217; \u00e9 vendido por US$ 31,8 milh\u00f5es \u2013 e cientistas est\u00e3o furiosos\"><\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":164462,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[1353,4342,761,61,3418,65,224],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/164461"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=164461"}],"version-history":[{"count":3,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/164461\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":164471,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/164461\/revisions\/164471"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/164462"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=164461"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=164461"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=164461"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}