{"id":165258,"date":"2020-11-18T08:00:25","date_gmt":"2020-11-18T11:00:25","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=165258"},"modified":"2020-11-18T01:08:54","modified_gmt":"2020-11-18T04:08:54","slug":"uma-das-luas-geladas-de-jupiter-pode-brilhar-no-escuro","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/11\/18\/165258-uma-das-luas-geladas-de-jupiter-pode-brilhar-no-escuro.html","title":{"rendered":"Uma das luas geladas de J\u00fapiter pode brilhar no escuro"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"1024\" height=\"576\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/europa_lua_de_jupiter-1024x576.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-165259\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/europa_lua_de_jupiter-1024x576.jpg 1024w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/europa_lua_de_jupiter-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/europa_lua_de_jupiter-768x432.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/europa_lua_de_jupiter-1536x864.jpg 1536w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/europa_lua_de_jupiter-678x381.jpg 678w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/europa_lua_de_jupiter.jpg 1600w\" sizes=\"(max-width: 1024px) 100vw, 1024px\" \/><figcaption>Europa, a lua de J\u00fapiter, possui uma espessa crosta gelada que pode ocultar um oceano profundo por baixo \u2014 um dos locais mais promissores para a busca da vida al\u00e9m de nosso planeta natal.<br>FOTO DE\u00a0<strong>NASA\/JPL-CALTECH\/SETI INSTITUTE<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>PODE SER QUE <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/jupiter\">J\u00daPITER<\/a> TENHA\u00a0seu pr\u00f3prio abajur, na forma de uma <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lua\">lua<\/a> gelada que brilha no escuro.<\/p>\n\n\n\n<p>Assim como a companheira lunar da Terra, a lua jupiteriana Europa brilha intensamente no lado que recebe luz solar. Mas nossa vizinha rochosa lunar est\u00e1 envolta em trevas em sua face oculta, um dos motivos pelo qual\u00a0a <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lua\">lua<\/a> parece crescer e diminuir\u00a0e at\u00e9 mesmo desaparecer da vista a partir da Terra. Agora, experimentos de laborat\u00f3rio sugerem que o gelo de Europa pode emitir uma luz vis\u00edvel branca-azulada ou esverdeada at\u00e9 mesmo na face oculta devido ao constante bombardeio de radia\u00e7\u00e3o emanado pelo intenso campo magn\u00e9tico de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/jupiter\">J\u00fapiter<\/a>.<\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2021\/07\/23\/172158-nunca-visto-astronomos-detectam-claramente-um-disco-formando-satelites-em-torno-de-exoplaneta.html'>Nunca visto: astr\u00f4nomos detectam claramente um disco formando sat\u00e9lites em torno de exoplaneta<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2021\/03\/23\/168584-monstruosa-tempestade-detectada-em-jupiter-tem-diametro-de-4-vezes-o-tamanho-da-terra.html'>\u201cMonstruosa\u201d: tempestade detectada em J\u00fapiter tem di\u00e2metro de 4 vezes o tamanho da Terra<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2021\/03\/19\/168434-anticiclones-podem-estar-alimentando-a-grande-mancha-vermelha-de-jupiter.html'>Anticiclones podem estar \u201calimentando\u201d a Grande Mancha Vermelha de J\u00fapiter<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>\u201cSeria incr\u00edvel, quase m\u00e1gico, assistir ao espet\u00e1culo na pr\u00f3pria lua Europa\u201d, afirma\u00a0Murthy Gudipati, astrof\u00edsico do Laborat\u00f3rio de Propuls\u00e3o a Jato da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/nasa\">Nasa<\/a> e autor principal do novo estudo publicado na revista cient\u00edfica\u00a0<em>Nature Astronomy<\/em>.<\/p>\n\n\n\n<p>A equipe conduziu an\u00e1lises misturando gelo com uma variedade de sais diferentes que se acredita existir na superf\u00edcie de Europa e constatou que a composi\u00e7\u00e3o exata dos sais influencia a intensidade de cores que comp\u00f5em o brilho, o que significa que, se a superf\u00edcie de Europa de fato brilhar, futuras miss\u00f5es poder\u00e3o estudar a luz do lado oculto da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lua\">lua<\/a> para tentar decifrar sua complexa composi\u00e7\u00e3o qu\u00edmica. Com isso, poder\u00e3o se constatar ind\u00edcios sobre a composi\u00e7\u00e3o do oceano profundo \u2014 e possivelmente habit\u00e1vel \u2014 que se acredita existir abaixo da crosta gelada de Europa.<\/p>\n\n\n\n<p>Nos pr\u00f3ximos anos, duas miss\u00f5es iniciar\u00e3o uma longa viagem para uma observa\u00e7\u00e3o mais pr\u00f3xima: a\u00a0Europa Clipper da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/nasa\">Nasa<\/a>\u00a0e a\u00a0Jupiter Icy Moons Explorer (JUICE) (\u201cExplorador das Luas Geladas de J\u00fapiter\u201d, em tradu\u00e7\u00e3o livre) da Ag\u00eancia Espacial Europeia. O novo estudo oferece \u201cmais um recurso para o nosso repert\u00f3rio\u201d a fim de ajudar futuros cientistas a identificar a complexa composi\u00e7\u00e3o qu\u00edmica da superf\u00edcie de Europa, afirma\u00a0Curt Niebur,\u00a0cientista do Programa Europa Clipper da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/nasa\">Nasa<\/a>, que n\u00e3o participou do estudo.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cMas tamb\u00e9m ser\u00e1 incr\u00edvel constatar que a superf\u00edcie brilha\u201d, afirma ele.<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>Uma surpresa salgada<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>Os cientistas sabem, desde a d\u00e9cada de 1950, que o gelo formado por \u00e1gua pura brilha quando exposto \u00e0 radia\u00e7\u00e3o, conta\u00a0Anna Pollmann, f\u00edsica de astropart\u00edculas da Universidade de Wuppertal. Quando el\u00e9trons colidem com mol\u00e9culas do gelo, transmitem uma pequena quantidade de energia. Essas mol\u00e9culas \u201cenergizadas\u201d n\u00e3o conseguem permanecer assim por muito tempo e rapidamente liberam energia na forma de luz.<\/p>\n\n\n\n<p>Pollmann, que revisou o novo estudo, utiliza essas t\u00eanues cintila\u00e7\u00f5es no gelo da Ant\u00e1rtida\u00a0para buscar part\u00edculas c\u00f3smicas ex\u00f3ticas\u00a0que supostamente cairiam sobre nosso planeta. Mas a espessa atmosfera da Terra e a bolha magn\u00e9tica protegem nosso planeta da entrada de grande parte da radia\u00e7\u00e3o, tornando raras essas faixas de luminesc\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n<p>Europa, por outro lado, quase n\u00e3o possui atmosfera e est\u00e1 no meio do turbilh\u00e3o de radia\u00e7\u00e3o do enorme e feroz campo magn\u00e9tico de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/jupiter\">J\u00fapiter<\/a>. H\u00e1 tanta radia\u00e7\u00e3o na superf\u00edcie de Europa que, se uma pessoa permanecesse na <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lua\">lua<\/a> sem prote\u00e7\u00e3o, morreria entre 10 e 20 minutos, afirma Niebur.<\/p>\n\n\n\n<p>Gudipati e seus colegas inicialmente planejaram estudar como essa radia\u00e7\u00e3o\u00a0pode afetar as propriedades\u00a0da crosta gelada de Europa, o que \u00e9 fundamental para entend\u00ea-la caso enviemos sondas algum dia ao sat\u00e9lite extraterrestre. Eles desenvolveram um instrumento que lhes permitiu bombardear peda\u00e7os de gelo com um fluxo de el\u00e9trons e acompanhar os resultados a uma dist\u00e2ncia segura. Gudipati denominou a configura\u00e7\u00e3o de ICE-HEART (a sigla em ingl\u00eas significa cora\u00e7\u00e3o de gelo) ou C\u00e2mara de Gelo para Testes de El\u00e9trons de Alta Energia e Radia\u00e7\u00e3o Ambiental de Europa.<\/p>\n\n\n\n<p>Quando o feixe de el\u00e9trons foi direcionado a um bloco congelado de \u00e1gua pura, o brilho gelado chamou aten\u00e7\u00e3o. Em seguida, repetiram o experimento com gelo de cloreto de s\u00f3dio e a luz ficou bastante fraca. Acreditando que havia algo errado, Gudipati e seus colegas tentaram mais uma vez \u2014 tamb\u00e9m n\u00e3o houve brilho.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cFoi uma grande revela\u00e7\u00e3o para n\u00f3s\u201d, conta Gudipati.<\/p>\n\n\n\n<p>Ele e sua equipe testaram uma variedade de sais que, conforme sugerem os estudos, podem existir na superf\u00edcie de Europa. Alguns sais, como carbonatos, parecem reduzir o brilho. Mas outros, como os sais de magn\u00e9sio, acentuam o brilho. Tamb\u00e9m houve varia\u00e7\u00f5es nas intensidades das cores que comp\u00f5em o brilho. Por exemplo, o cloreto de s\u00f3dio elimina a luz verde, ao passo que os sais de sulfato acrescentam um pouco mais de vermelho \u00e0 composi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n<p>Os resultados sugerem que a presen\u00e7a de diferentes sais influencia qualquer eventual brilho proveniente da superf\u00edcie da<a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lua\"> lua<\/a> de gelo \u2014 caracter\u00edstica que talvez possa \u201cmudar nossa perspectiva sobre Europa\u201d, afirma ele.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-video\"><video controls src=\"https:\/\/flac-pmd-ngeo.akamaized.net\/video\/FLAC_FOD_BRA\/468\/819\/1519835203836_4056000.mp4\"><\/video><figcaption>101 | ORIGEM DO UNIVERSO<br>Qual \u00e9 a idade do universo, e como ele come\u00e7ou? Ao longo da hist\u00f3ria, in\u00fameros mitos e teorias tentaram explicar as origens do universos, mas a teoria do Big Bang \u00e9 a explica\u00e7\u00e3o mais aceita.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>Reunindo novas informa\u00e7\u00f5es<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>Os c\u00e1lculos de Gudipati e de sua equipe indicam que a radia\u00e7\u00e3o da<a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lua\"> lua<\/a> provavelmente gera brilho de gelo suficiente para ser captado pela c\u00e2mera da sonda Europa Clipper. Mas tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 uma certeza absoluta, adverte Niebur \u2014 \u201cessa c\u00e2mera ainda est\u00e1 em desenvolvimento\u201d.<\/p>\n\n\n\n<p>Mas s\u00e3o indica\u00e7\u00f5es incr\u00edveis do que \u00e9 poss\u00edvel descobrir se Europa produzir de fato esse misterioso brilho pr\u00f3prio. Esse m\u00e9todo tamb\u00e9m pode ser \u00fatil para estudar outras luas geladas de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/jupiter\">J\u00fapiter<\/a>, como Ganimedes, afirma\u00a0Ines Belgacem, cientista planet\u00e1ria da Ag\u00eancia Espacial Europeia especializada no estudo das superf\u00edcies de corpos celestes gelados e que n\u00e3o participou do estudo.<\/p>\n\n\n\n<p>Descobrir quais compostos est\u00e3o presentes na crosta gelada pode revelar pistas sobre a composi\u00e7\u00e3o qu\u00edmica do oceano que provavelmente existe abaixo de sua superf\u00edcie. Extens\u00f5es uniformes de gelo ao longo da face de Europa e\u00a0ind\u00edcios impressionantes de colunas d\u2019\u00e1gua\u00a0sugerem que alguma subst\u00e2ncia l\u00edquida subterr\u00e2nea est\u00e1 emergindo \u00e0 superf\u00edcie em uma escala de tempo geol\u00f3gica. Al\u00e9m disso, fragmentos da crosta\u00a0tamb\u00e9m parecem afundar lentamente\u00a0no mar abaixo da superf\u00edcie. Assim, identificar a composi\u00e7\u00e3o da superf\u00edcie pode ser essencial para compreender se e como a vida poderia surgir nas profundezas.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cH\u00e1 uma profunda escassez de informa\u00e7\u00f5es sobre a <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lua\">lua<\/a>\u201d, afirma Belgacem.<\/p>\n\n\n\n<p>Nenhum ve\u00edculo espacial estudou Europa a fundo\u00a0desde a miss\u00e3o Galileu na d\u00e9cada de 1990, dificultando a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es sobre esse sat\u00e9lite gelado. Mas em breve poder\u00e3o vir respostas da Clipper e da JUICE e o novo estudo s\u00f3 aumenta as probabilidades.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cQuanto mais informa\u00e7\u00f5es forem obtidas antes de chegarmos a esse sat\u00e9lite, mais f\u00e1cil ser\u00e1 compreender os dados cient\u00edficos que forem obtidos.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Fonte: National Geographic Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>Pode ser que J\u00fapiter tenha seu pr\u00f3prio abajur, na forma de uma lua gelada que brilha no escuro. 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