{"id":165370,"date":"2020-11-23T12:00:10","date_gmt":"2020-11-23T15:00:10","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=165370"},"modified":"2020-11-23T11:07:57","modified_gmt":"2020-11-23T14:07:57","slug":"por-que-os-morangos-que-comemos-sao-originarios-do-chile","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/11\/23\/165370-por-que-os-morangos-que-comemos-sao-originarios-do-chile.html","title":{"rendered":"Por que os morangos que comemos s\u00e3o origin\u00e1rios do Chile"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"800\" height=\"450\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_morangos.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-165371\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_morangos.jpg 800w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_morangos-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_morangos-768x432.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_morangos-678x381.jpg 678w\" sizes=\"(max-width: 800px) 100vw, 800px\" \/><figcaption>No s\u00e9culo 18, um espi\u00e3o franc\u00eas passou por terras Mapuche e levou algumas plantas que transformaram os morangos da Europa &#8211; GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p><strong>Em 916, o\u00a0rei Carlos 3\u00ba\u00a0da Fran\u00e7a recebeu um presente que o agradou muito.<\/strong><\/p>\n\n\n\n<p>Julius de Berry, da Antu\u00e9rpia, o presenteou com uma travessa cheia de morangos silvestres maduros. Como recompensa, o rei deu o nome de &#8220;Fraise&#8221; (morango, em franc\u00eas) \u00e0 fam\u00edlia.<\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/redacao\/traducoes\/2021\/12\/30\/175696-como-pequenas-mudancas-em-nossa-dieta-podem-beneficiar-o-planeta.html'>Como pequenas mudan\u00e7as em nossa dieta podem beneficiar o planeta<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2021\/07\/12\/171887-por-que-devemos-beber-agua-mesmo-sem-sede.html'>Por que devemos beber \u00e1gua mesmo sem sede<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2020\/12\/03\/165649-o-que-se-sabe-sobre-os-efeitos-da-dieta-vegana-na-inteligencia.html'>O que se sabe sobre os efeitos da dieta vegana na intelig\u00eancia<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>Oito s\u00e9culos depois, outro rei da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/franca\">Fran\u00e7a<\/a>, Lu\u00eds 14, estava preocupado com o fato de seu pa\u00eds n\u00e3o estar indo bem na Guerra da Sucess\u00e3o Espanhola e temia que um tratado de paz deixasse a corte de Versalhes sem acesso \u00e0s riquezas das Am\u00e9ricas.<\/p>\n\n\n\n<p>Em 1711, ele decidiu enviar um espi\u00e3o ao sul do Novo Mundo para coletar informa\u00e7\u00f5es. O escolhido acabou por ser ningu\u00e9m menos que Amed\u00e9e Fran\u00e7ois Fr\u00e9zier.<\/p>\n\n\n\n<p>O sobrenome havia mudado um pouco, pois a fam\u00edlia se estabelecera na Esc\u00f3cia na Idade M\u00e9dia, como parte da comitiva do embaixador franc\u00eas, e l\u00e1 se tornou Frazer. De volta \u00e0 <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/franca\">Fran\u00e7a<\/a>, nova mudan\u00e7a: Fr\u00e9zier.<\/p>\n\n\n\n<p>Mas Amed\u00e9e era um descendente de Julius, aquele que havia presentado Carlos com os morangos silvestres.<\/p>\n\n\n\n<p>E, em uma dessas curiosas coincid\u00eancias da hist\u00f3ria, sua viagem \u00e0 Am\u00e9rica do Sul mudaria para sempre aquela iguaria de que o monarca tanto gostava.<\/p>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\" id=\"Comerciante-de-espionagem\">Comerciante de espionagem<\/h2>\n\n\n\n<p>Fr\u00e9zier conta em seu relato\u00a0<em>Uma viagem ao Mar do Sul e ao longo das costas do <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/chile\">Chile<\/a> e do Peru, nos anos 1712, 1713 e 1714<\/em>\u00a0que se fez passar por marinheiro mercante para cumprir a sua miss\u00e3o de espionagem sem levantar suspeitas.<\/p>\n\n\n\n<p>E ele concluiu seu encargo sem maiores problemas.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"800\" height=\"601\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/Frezier_e_o_frontispicio.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-165372\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/Frezier_e_o_frontispicio.jpg 800w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/Frezier_e_o_frontispicio-300x225.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/Frezier_e_o_frontispicio-768x577.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/Frezier_e_o_frontispicio-678x509.jpg 678w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/Frezier_e_o_frontispicio-326x245.jpg 326w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/Frezier_e_o_frontispicio-80x60.jpg 80w\" sizes=\"(max-width: 800px) 100vw, 800px\" \/><figcaption>Fr\u00e9zier e o frontisp\u00edcio de seu livro &#8216;Uma viagem ao Mar do Sul e ao longo das costas do Chile e do Peru, nos anos de 1712, 1713 e 1714&#8217;<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Mas o resultado mais importante de sua jornada n\u00e3o seria evidente at\u00e9 alguns anos depois e derivou de seu encontro com algo que o cativou quando passou pelas terras Mapuche: uma planta que os nativos chamavam de&nbsp;<em>quellghen&nbsp;<\/em>ou&nbsp;<em>kell\u00e9n<\/em>.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;Eles cultivam campos inteiros de uma esp\u00e9cie de morango diferente da nossa por causa das folhas mais arredondadas, carnudas e muito peludas&#8221;.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;Seus frutos s\u00e3o geralmente do tamanho de uma noz e, \u00e0s vezes, como um ovo de galinha. Eles s\u00e3o de cor vermelho-esbranqui\u00e7ada e um pouco menos delicados que os nossos morangos da floresta.&#8221;<\/p>\n\n\n\n<p>Mas, antes de continuarmos a contar esta hist\u00f3ria, vale a pena uma pequena digress\u00e3o para falar sobre essas <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/frutas-e-vegetais\">frutas<\/a> peculiares \u2014 e entender por que as que os ind\u00edgenas cultivavam h\u00e1 cerca de mil anos naquela faixa de terra entre os Andes e o Pac\u00edfico chamaram tanto a aten\u00e7\u00e3o do espi\u00e3o franc\u00eas.<\/p>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\" id=\"Peculiaridade\">Peculiaridade<\/h2>\n\n\n\n<p>Por que peculiares?<\/p>\n\n\n\n<p>Porque, embora pare\u00e7am bagas, os morangos s\u00e3o, na verdade, os recept\u00e1culos espessos da flor da planta, que vem da fam\u00edlia das rosas.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"800\" height=\"827\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_rosas_e_morangos.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-165373\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_rosas_e_morangos.jpg 800w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_rosas_e_morangos-290x300.jpg 290w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_rosas_e_morangos-768x794.jpg 768w\" sizes=\"(max-width: 800px) 100vw, 800px\" \/><figcaption>Rosas e morangos s\u00e3o da mesma fam\u00edlia &#8211; GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>As &#8220;sementes&#8221; que pontilham a superf\u00edcie do morango s\u00e3o, na verdade, aqu\u00eanios, um tipo de fruto seco que algumas plantas produzem na natureza, no qual o ov\u00e1rio maduro cont\u00e9m uma \u00fanica semente.<\/p>\n\n\n\n<p>Seu nome gen\u00e9rico,\u00a0<em>Fragaria<\/em>, \u00e9 derivado de\u00a0<em>fragum<\/em>, &#8220;perfumado&#8221;, devido ao aroma da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/frutas-e-vegetais\">fruta<\/a>.<\/p>\n\n\n\n<p>\u00c9 dif\u00edcil estabelecer a origem dos morangos, pois esp\u00e9cies end\u00eamicas foram encontradas em quase todas as partes do mundo, exceto na Austr\u00e1lia, nas terras a leste dos Andes, no Oriente M\u00e9dio e na \u00c1frica (embora haja evid\u00eancias t\u00e3o antigas de seu cultivo no norte da \u00c1frica e do Oriente M\u00e9dio, que talvez tamb\u00e9m sejam nativos dessas regi\u00f5es).<\/p>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\" id=\"Percorrendo-o-mundo\">Percorrendo o mundo<\/h2>\n\n\n\n<p>Estudos de seu genoma revelaram uma hist\u00f3ria interessante: os morangos europeus s\u00e3o dipl\u00f3ides, ou seja, t\u00eam dois conjuntos de cromossomos em suas c\u00e9lulas \u2014 como a maioria das esp\u00e9cies, incluindo os humanos: um do pai e outro do m\u00e3e.<\/p>\n\n\n\n<p>Mas morangos americanos s\u00e3o octopl\u00f3ides, ou seja, t\u00eam oito c\u00f3pias completas do genoma que foram feitas por v\u00e1rias esp\u00e9cies de pais diferentes.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"714\" height=\"1024\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_grandes_morangos-714x1024.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-165374\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_grandes_morangos-714x1024.jpg 714w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_grandes_morangos-209x300.jpg 209w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_grandes_morangos-768x1101.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_grandes_morangos.jpg 800w\" sizes=\"(max-width: 714px) 100vw, 714px\" \/><figcaption>Uma bela e saborosa curiosidade gen\u00e9tica &#8211; GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Os pesquisadores acreditam que os morangos podem ter viajado pela \u00c1sia (onde esp\u00e9cies com quatro e seis conjuntos de cromossomos s\u00e3o encontradas) e alcan\u00e7ado a costa oeste da Am\u00e9rica do Norte atrav\u00e9s do Estreito de Bering 1,1 milh\u00e3o de anos atr\u00e1s. Ali teria surgido um h\u00edbrido com as esp\u00e9cies existentes.<\/p>\n\n\n\n<p>Acredita-se que de l\u00e1 os p\u00e1ssaros carregaram aqueles morangos octopl\u00f3ides para o que num futuro muito distante seriam o <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/chile\">Chile<\/a> e o Hava\u00ed.<\/p>\n\n\n\n<p>O fato \u00e9 que, na \u00e9poca em que os humanos surgiram no planeta, j\u00e1 havia morangos silvestres de v\u00e1rios tipos em todo o Hemisf\u00e9rio Norte e tamb\u00e9m naquela terra ao sul onde os picuches e mapuches os domesticariam e cultivariam s\u00e9culos antes da chegada de Fr\u00e9zier.<\/p>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\" id=\"Souvenir\">Souvenir<\/h2>\n\n\n\n<p>Os europeus nativos demoraram mais para cultivar morangos silvestres em seus jardins, alguns por seu valor ornamental.<\/p>\n\n\n\n<p>Sabemos que em 1368 o rei Carlos 5\u00ba instruiu seu jardineiro a plantar 1,2 mil morangos nos jardins reais do Louvre, em Paris, e que em 1375, no Chateau de Couvres dos Duques de Borgonha, havia quatro grandes \u00e1reas dedicadas ao cultivo de morangos, t\u00e3o apreciados pela duquesa que quando ela viajava, seus servi\u00e7ais lhe enviavam as <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/frutas-e-vegetais\">frutas<\/a>.<\/p>\n\n\n\n<p>Cultivados ou silvestres, os morangos exerciam fasc\u00ednio sobre os europeus. Mas apesar de a intensidade de sua cor e sabor, eles costumavam ser pequenos.<\/p>\n\n\n\n<p>Por isso, Fr\u00e9zier se entusiasmou tanto ao ver o que mais tarde seriam chamados\u00a0<em>Frugaria chiloensis<\/em>\u00a0e n\u00e3o resistiu \u00e0 tenta\u00e7\u00e3o de levar cinco mudas consigo de volta \u00e0 Europa.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"746\" height=\"1024\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_de_morangos_tamanho_de_nozes_livre_de_Frezier-746x1024.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-165375\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_de_morangos_tamanho_de_nozes_livre_de_Frezier-746x1024.jpg 746w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_de_morangos_tamanho_de_nozes_livre_de_Frezier-219x300.jpg 219w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_de_morangos_tamanho_de_nozes_livre_de_Frezier-768x1054.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/ilustracao_de_morangos_tamanho_de_nozes_livre_de_Frezier.jpg 800w\" sizes=\"(max-width: 746px) 100vw, 746px\" \/><figcaption>Ilustra\u00e7\u00e3o que aparece no livro de Fr\u00e9zier dos morangos chilenos do tamanho de nozes ou mesmo de ovos<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>O que ele n\u00e3o sabia \u00e9 que todas as mudas eram f\u00eameas, por isso, quando chegaram \u00e0 Fran\u00e7a, n\u00e3o davam frutos.<\/p>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\" id=\"Et-voil\u00e0\">Et voil\u00e0!<\/h2>\n\n\n\n<p>A&nbsp;<em>Fragaria chiloensis<\/em>&nbsp;n\u00e3o foi o \u00fanica esp\u00e9cie de morango americano a cruzar o Atl\u00e2ntico e completar essa volta ao mundo que come\u00e7ou h\u00e1 milh\u00f5es de anos para conhecer seus primos dipl\u00f3ides na Europa.<\/p>\n\n\n\n<p>N\u00e3o est\u00e1 claro quando, mas a\u00a0<em>Fragaria virginiana<\/em>, que cresce nos Estados Unidos e Canad\u00e1, tamb\u00e9m chegou \u00e0 <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/franca\">Fran\u00e7a<\/a>, mas, embora se destacasse pela intensidade de sua cor &#8220;morango escarlate&#8221; e de seu sabor, tamb\u00e9m era pequena. Passou, assim, a ser apenas mais uma mera curiosidade.<\/p>\n\n\n\n<p>Quando parecia que os morangos chilenos teriam o mesmo destino que os americanos, um jovem bot\u00e2nico descobriu por que as plantas que Fr\u00e9zier trouxera n\u00e3o davam os mesmos frutos fabulosos em solo parisiense.<\/p>\n\n\n\n<p>Em 1764, Antoine Nicolas Duchesne presenteou o rei Lu\u00eds 15 com morangos t\u00e3o grandes e bonitos que o monarca contratou um ilustrador para pint\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n<p>Duchesne, que tinha 17 anos na \u00e9poca, havia feito as plantas chilenas darem frutos polinizando-as com a esp\u00e9cie europeia\u00a0<em>Fragaria moschata<\/em>, mas as sementes dos morangos que ele mandou ao rei n\u00e3o eram vi\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"800\" height=\"539\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/cartaz_com_ilustracao_de_morangos.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-165376\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/cartaz_com_ilustracao_de_morangos.jpg 800w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/cartaz_com_ilustracao_de_morangos-300x202.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/cartaz_com_ilustracao_de_morangos-768x517.jpg 768w\" sizes=\"(max-width: 800px) 100vw, 800px\" \/><figcaption>Intencionalmente ou n\u00e3o, jardineiros na Europa come\u00e7aram a produzir morangos maiores &#8211; GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Embora tenha continuado a estudar essas plantas e a intuir por meio delas conceitos de evolu\u00e7\u00e3o que o brit\u00e2nico Charles Darwin determinaria um s\u00e9culo depois, ele n\u00e3o conseguiu solucionar o problema at\u00e9 1766, ap\u00f3s notar que jardineiros e fazendeiros na Europa conseguiram produzir frutos grandes e arom\u00e1ticos.<\/p>\n\n\n\n<p>Duchesne foi o primeiro a entender o que havia acontecido: intencionalmente ou n\u00e3o, morangos da Virginia foram plantados perto dos chilenos, estimulando-os a produzir frutos, e as sementes desses frutos, por sua vez, produziram plantas h\u00edbridas vigorosas e resistentes.<\/p>\n\n\n\n<p>O bot\u00e2nico franc\u00eas batizou os frutos desses h\u00edbridos de\u00a0<em>Fragaria ananassa<\/em>, ou morango-abacaxi, porque, segundo ele, &#8220;o perfume da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/frutas-e-vegetais\">fruta<\/a> \u00e9 muito parecido com o do abacaxi&#8221; .<\/p>\n\n\n\n<p>Esses morangos, do tamanho de suas m\u00e3es chilenas, mas com uma cor vermelha mais escura e um sabor mais pronunciado, ganharam o mundo.<\/p>\n\n\n\n<p>N\u00e3o \u00e9 exagero: \u00e9 muito prov\u00e1vel que todos e cada um dos morangos que voc\u00ea comeu na vida sejam descendentes dos\u00a0<em>kell\u00e9n\u00a0<\/em>que os Mapuches cultivaram.<\/p>\n\n\n\n<p>Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>Fr\u00e9zier conta em seu relato Uma viagem ao Mar do Sul e ao longo das costas do Chile e do Peru, nos anos 1712, 1713 e 1714 que se fez passar por marinheiro mercante para cumprir a sua miss\u00e3o de espionagem sem levantar suspeitas. <a class=\"mh-excerpt-more\" href=\"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/11\/23\/165370-por-que-os-morangos-que-comemos-sao-originarios-do-chile.html\" title=\"Por que os morangos que comemos s\u00e3o origin\u00e1rios do Chile\"><\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":165371,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[2110,1993,605],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/165370"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=165370"}],"version-history":[{"count":2,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/165370\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":165378,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/165370\/revisions\/165378"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/165371"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=165370"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=165370"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=165370"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}