{"id":165439,"date":"2020-11-25T12:00:48","date_gmt":"2020-11-25T15:00:48","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=165439"},"modified":"2020-11-25T12:43:26","modified_gmt":"2020-11-25T15:43:26","slug":"microplasticos-encontrados-proximos-ao-pico-do-everest-ponto-mais-alto-ja-registrado","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/11\/25\/165439-microplasticos-encontrados-proximos-ao-pico-do-everest-ponto-mais-alto-ja-registrado.html","title":{"rendered":"Micropl\u00e1sticos encontrados pr\u00f3ximos ao pico do Everest \u2013 ponto mais alto j\u00e1 registrado"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"1024\" height=\"576\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/alpinistas_escalando_o_Monte_Everest-1024x576.jpeg\" alt=\"\" class=\"wp-image-165440\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/alpinistas_escalando_o_Monte_Everest-1024x576.jpeg 1024w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/alpinistas_escalando_o_Monte_Everest-300x169.jpeg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/alpinistas_escalando_o_Monte_Everest-768x432.jpeg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/alpinistas_escalando_o_Monte_Everest-1536x864.jpeg 1536w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/alpinistas_escalando_o_Monte_Everest-678x381.jpeg 678w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/alpinistas_escalando_o_Monte_Everest.jpeg 1600w\" sizes=\"(max-width: 1024px) 100vw, 1024px\" \/><figcaption>Alpinistas aguardando na fila para acessar o pico do Monte Everest em maio de 2019. A multid\u00e3o que o escala todos os anos, sem saber, deixou sua marca na montanha na forma de fibras min\u00fasculas de pl\u00e1stico que se desprendem de materiais sint\u00e9ticos comumente utilizados em roupas de neve.<br>FOTO DE\u00a0<strong>MARK FISHER, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>PARA OS AVENTUREIROS,\u00a0a paisagem panor\u00e2mica observada de cima do Monte Everest \u00e9 uma vis\u00e3o inesquec\u00edvel \u2014 uma majestosa camada de neve cobre seu cume enquanto o <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/gelo\">gelo<\/a> desce por sua lateral. Mas um olhar mais atento a essa vista deslumbrante, como o de uma equipe de cientistas clim\u00e1ticos, revela sinais indicativos do impacto de pessoas pr\u00f3ximas e distantes.<\/p>\n\n\n\n<p>Hoje, a superf\u00edcie de gelo no acampamento-base do Nepal fica cerca de 45 metros mais baixa do que ficava h\u00e1 35 anos, resultado do derretimento glacial devido ao aquecimento clim\u00e1tico constante. As zonas de gelo em altitudes elevadas, antigamente consideradas protegidas do aquecimento em curso, agora come\u00e7am a diminuir. Nem mesmo a neve \u00e9 pura conforme costumava ser. A cerca de 8,4 mil metros de altitude, ela est\u00e1 contaminada por <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/microplastico\">micropl\u00e1sticos<\/a> \u2014 ponto mais alto em que j\u00e1 foram encontrados no planeta.<\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2023\/02\/09\/181489-por-que-voce-provavelmente-esta-comendo-plastico.html'>Por que voc\u00ea provavelmente est\u00e1 comendo pl\u00e1stico<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/10\/25\/180286-os-segredos-revelados-pelas-ilhas-de-lixo-formadas-nos-oceanos.html'>Os segredos revelados pelas ilhas de lixo formadas nos oceanos<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/10\/10\/180083-microplasticos-sao-encontrados-em-leite-materno-humano-pela-primeira-vez.html'>Micropl\u00e1sticos s\u00e3o encontrados em leite materno humano pela primeira vez<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>Todas essas constata\u00e7\u00f5es foram feitas em\u00a0diversos artigos\u00a0novos, publicados recentemente em uma edi\u00e7\u00e3o especial do peri\u00f3dico\u00a0<em>One Earth<\/em>. Os estudos fazem parte de um conjunto crescente de pesquisas que integram uma iniciativa ambiciosa para estudar como as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e outras a\u00e7\u00f5es humanas est\u00e3o afetando o Everest e a regi\u00e3o circundante, organizada pela\u00a0<strong>National Geographic Society<\/strong>, com o patroc\u00ednio da Rolex como parte da iniciativa\u00a0<em>Perpetual Planet<\/em>.<\/p>\n\n\n\n<p>Entre abril e junho do ano passado, uma equipe multidisciplinar de mais de 30 cientistas se dividiu pelo Vale de Khumbu, no Nepal, instalou cinco esta\u00e7\u00f5es meteorol\u00f3gicas e coletou centenas de amostras de rocha, \u00e1gua, neve, <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/gelo\">gelo<\/a> e outros materiais. Os resultados apresentados nessa edi\u00e7\u00e3o especial destacam o impacto ambiental provocado pela humanidade, at\u00e9 mesmo nos pontos mais altos do planeta.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"1024\" height=\"768\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mulher_pegando_agua_de_corrego-1-1024x768.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-165442\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mulher_pegando_agua_de_corrego-1-1024x768.jpg 1024w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mulher_pegando_agua_de_corrego-1-300x225.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mulher_pegando_agua_de_corrego-1-768x576.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mulher_pegando_agua_de_corrego-1-1536x1152.jpg 1536w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mulher_pegando_agua_de_corrego-1-678x509.jpg 678w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mulher_pegando_agua_de_corrego-1-326x245.jpg 326w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mulher_pegando_agua_de_corrego-1-80x60.jpg 80w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mulher_pegando_agua_de_corrego-1.jpg 1900w\" sizes=\"(max-width: 1024px) 100vw, 1024px\" \/><figcaption>Heather Clifford, cientista clim\u00e1tica da Universidade do Maine, coleta \u00e1gua em um riacho ao sul do vilarejo de Pheriche, no Nepal. Posteriormente, a presen\u00e7a de micropl\u00e1sticos seria verificada na amostra.<br>FOTO DE\u00a0<strong>PAUL MAYEWSKI, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"1024\" height=\"839\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/microplasticos_no_Monte_Everest-1024x839.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-165443\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/microplasticos_no_Monte_Everest-1024x839.jpg 1024w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/microplasticos_no_Monte_Everest-300x246.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/microplasticos_no_Monte_Everest-768x629.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/microplasticos_no_Monte_Everest.jpg 1190w\" sizes=\"(max-width: 1024px) 100vw, 1024px\" \/><figcaption>Amostras de neve da \u201cSacada\u201d do Monte Everest, uma plataforma de descanso a uma altitude superior a 8,2 mil metros em que os alpinistas fazem uma pausa antes de tentar subir o pico, revelaram a presen\u00e7a de min\u00fasculas fibras de pl\u00e1stico compostas por materiais comumente utilizados em roupas de neve.<br>FOTO DE\u00a0<strong>IMOGEN NAPPER, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Embora algumas das descobertas, como a presen\u00e7a de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/microplastico\">micropl\u00e1sticos<\/a>, n\u00e3o representem uma amea\u00e7a ambiental imediata,\u00a0outras s\u00e3o muito mais preocupantes. Por exemplo, at\u00e9 mesmo as geleiras mais altas do mundo est\u00e3o perdendo <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/gelo\">gelo<\/a> em ritmo acelerado. N\u00e3o apenas as comunidades locais e a ind\u00fastria vital do turismo de montanhas correm perigo, da qual essas comunidades dependem, mas tamb\u00e9m os milh\u00f5es de pessoas rio abaixo que precisam das geleiras para obter \u00e1gua pot\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201c\u00c9 chegada a hora de despertar\u201d, exclama\u00a0Paul Mayewski, l\u00edder da expedi\u00e7\u00e3o e diretor do Instituto de Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas da Universidade do Maine. \u201cH\u00e1 s\u00e9rias repercuss\u00f5es at\u00e9 mesmo em altitudes elevadas na regi\u00e3o.\u201d<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>Neve suja<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>Em uma manh\u00e3 ensolarada de maio do ano passado,\u00a0Mariusz Potocki,\u00a0glaciologista da Universidade do Maine, observou um fluxo constante de alpinistas recreativos pela plataforma, que \u00e9 plana e fica exposta ao vento a uma altitude aproximada de 8,4 mil metros, a apenas algumas horas de escalada do topo do Everest. Potocki planejava extrair um n\u00facleo de gelo da neve compactada pelo vento no topo da montanha. Mas a multid\u00e3o obrigou a ele e sua equipe a desistir da subida (Potocki acabou extraindo o n\u00facleo de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/gelo\">gelo<\/a> mais alto do mundo a cerca de 8 mil metros em um ponto conhecido como Colo Sul). Em vez da escalada que planejaram, Potocki subiu alguns metros na trilha e encheu um pequeno pote de a\u00e7o inoxid\u00e1vel com neve.<\/p>\n\n\n\n<p>Uma an\u00e1lise posterior indicou que a amostra \u2014 e outras dez amostras coletadas entre o acampamento-base e a plataforma \u2014 estava repleta de fibras finas e encurvadas de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/microplastico\">micropl\u00e1sticos<\/a>.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cAs concentra\u00e7\u00f5es da subst\u00e2ncia na montanha s\u00e3o surpreendentes\u201d, relata\u00a0Imogen Napper, cientista marinha que analisou as amostras de neve em seu laborat\u00f3rio na Universidade de Plymouth, no Reino Unido. \u201c\u00c9 um lugar que ainda considero uma das \u00e1reas mais remotas e inexploradas da Terra.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Na verdade, talvez n\u00e3o devesse ter sido uma surpresa t\u00e3o grande.\u00a0Quase todos os locais analisados pelos pesquisadores possu\u00edam micropl\u00e1sticos, desde as fendas mais profundas no oceano at\u00e9 vastas paisagens abertas. Algumas dessas part\u00edculas foram transportadas\u00a0por longas dist\u00e2ncias\u00a0juntamente com a poeira, por meio de vento ou correntes oce\u00e2nicas. Contudo, no Everest, Napper constatou que os alpinistas e montanhistas s\u00e3o os principais respons\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n<p>Os tecidos sint\u00e9ticos constantemente perdem pequenas fibras enquanto s\u00e3o utilizados. Um estudo descobriu que um grama de\u00a0roupa sint\u00e9tica solta\u00a0400 fibras micropl\u00e1sticas a cada 20 minutos de uso, o que poderia totalizar um bilh\u00e3o de fibras por ano se considerarmos um casaco de quase um quilo.<\/p>\n\n\n\n<p>Os <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/microplastico\">micropl\u00e1sticos<\/a> encontrados no Everest s\u00e3o formados principalmente por poli\u00e9ster e, em menor frequ\u00eancia, por acr\u00edlico, n\u00e1ilon e polipropileno \u2014 componentes comumente presentes em materiais utilizados para atividades ao ar livre. Os <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/plastico\">pl\u00e1sticos<\/a> tamb\u00e9m apresentaram maiores concentra\u00e7\u00f5es nos locais mais comumente escolhidos como acampamentos humanos. Dessa forma, apesar das proibi\u00e7\u00f5es recentes de pl\u00e1sticos descart\u00e1veis em todo o Vale de Khumbu e dos avan\u00e7os da comunidade montanhista na coleta de lixo nas encostas do Everest, os micropl\u00e1sticos provavelmente continuar\u00e3o se acumulando no local. Tamb\u00e9m \u00e9 poss\u00edvel que os ventos transportem micropl\u00e1sticos adicionais \u00e0 montanha, acrescenta Mayewski.<\/p>\n\n\n\n<p>Pequenos demais para serem vistos a olho nu, os <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/microplastico\">micropl\u00e1sticos<\/a> s\u00e3o extremamente dif\u00edceis de eliminar e muitas vezes s\u00e3o exclu\u00eddos das conversas sobre res\u00edduos, que geralmente se concentram na redu\u00e7\u00e3o, reutiliza\u00e7\u00e3o e reciclagem de materiais maiores. \u201cS\u00e3o medidas necess\u00e1rias e importantes\u201d, reitera Napper. Mas \u201cas solu\u00e7\u00f5es precisam atingir avan\u00e7os tecnol\u00f3gicos e inovadores mais profundos\u201d.<\/p>\n\n\n\n<p>Apesar de nosso contato di\u00e1rio e frequente com micropl\u00e1sticos, Napper afirma que sua presen\u00e7a em altitudes elevadas \u00e9 surpreendente. \u201cAtualmente, s\u00e3o encontrados no fundo do mar e at\u00e9 mesmo no cume da montanha mais alta da Terra.\u201d<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"1024\" height=\"683\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/homem_fotografando_montanhas-1024x683.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-165444\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/homem_fotografando_montanhas-1024x683.jpg 1024w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/homem_fotografando_montanhas-300x200.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/homem_fotografando_montanhas-768x512.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/homem_fotografando_montanhas-1536x1024.jpg 1536w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/homem_fotografando_montanhas.jpg 2048w\" sizes=\"(max-width: 1024px) 100vw, 1024px\" \/><figcaption>Alex Tait, ge\u00f3grafo da National Geographic Society, utiliza o Lidar, um sistema de varredura a\u00a0<em>laser<\/em>, para fazer um levantamento topogr\u00e1fico da \u00e1rea ao redor do acampamento-base do Everest em uma resolu\u00e7\u00e3o extremamente alta.<br>FOTO DE\u00a0<strong>BRITTANY MUMMA, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"1024\" height=\"683\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mapeamento_da_montanha-1024x683.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-165445\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mapeamento_da_montanha-1024x683.jpg 1024w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mapeamento_da_montanha-300x200.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mapeamento_da_montanha-768x512.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mapeamento_da_montanha-1536x1025.jpg 1536w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/mapeamento_da_montanha.jpg 2048w\" sizes=\"(max-width: 1024px) 100vw, 1024px\" \/><figcaption>Durante o percurso que leva at\u00e9 o acampamento-base do Everest, a equipe de mapeamento aperfei\u00e7oou seus m\u00e9todos de varredura com o sistema Lidar em um antigo monumento budista, conhecido como estupa, na vila de Phortse, no Nepal. Os mesmos m\u00e9todos foram repetidos posteriormente para mapear o acampamento-base e a geleira Khumbu em seu entorno.<br>FOTO DE\u00a0<strong>DIRK COLLINS, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>A correia transportadora glacial<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>Enquanto Potocki extra\u00eda amostras de neve nas encostas elevadas do Everest, seus colegas trabalhavam na base do Everest.\u00a0Alex Tait, ge\u00f3grafo da National Geographic Society, liderou uma equipe que realizou um levantamento mais preciso do acampamento-base e da geleira Khumbu em seu entorno. A equipe empregou o sistema Lidar (um tipo de varredura a\u00a0<em>laser<\/em>) e fotogrametria (fotografia de v\u00e1rios \u00e2ngulos) para criar um modelo tridimensional, que captou cada detalhe com uma precis\u00e3o de cent\u00edmetros \u2014 incluindo barracas, rochas e tudo o mais.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cOs cientistas precisam muito desses dados do Lidar\u201d, explica Tait. \u201cEmbora retrate um \u00fanico instante, ele fornece contexto para obtermos uma compreens\u00e3o hist\u00f3rica.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Um desses pesquisadores \u00e9\u00a0Owen King, glaciologista da Universidade de St. Andrews, no Reino Unido, que comparou as novas imagens com fotos hist\u00f3ricas de levantamentos a\u00e9reos e de sat\u00e9lites de espionagem, que removeram o sigilo das imagens. A seguir, reconstitui\u00e7\u00f5es digitais da superf\u00edcie da geleira Khumbu e de 78 outras geleiras pr\u00f3ximas ao Everest foram feitas, que remontam a 1962.<\/p>\n\n\n\n<p>Os dados n\u00e3o servem apenas como base para quantificar futuras perdas de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/gelo\">gelo<\/a> na regi\u00e3o, mas tamb\u00e9m oferecem um retrato mais n\u00edtido da situa\u00e7\u00e3o atual das montanhas. Desde 1962, as geleiras em todo o Himalaia v\u00eam derretendo incessantemente. Neste exato momento, est\u00e3o reduzindo a um ritmo mais de 50% mais r\u00e1pido quando comparado ao ritmo de seis d\u00e9cadas atr\u00e1s. O aquecimento das temperaturas provavelmente est\u00e1 acentuando essa mudan\u00e7a, e um aumento m\u00e9dio de um grau Celsius foi observado nas encostas do sul do Himalaia durante o per\u00edodo estudado.<\/p>\n\n\n\n<p>Talvez o mais preocupante, segundo os cientistas, seja o derretimento do gelo em altitudes superiores a 6 mil metros. \u201cAdmito que me surpreendeu um pouco\u201d, afirma King. Nessa altitude, explica ele, o gelo deve permanecer totalmente congelado durante o ano inteiro e a neve deve se acumular para alimentar o sistema glacial.<\/p>\n\n\n\n<p>A pesquisa de King revela ainda que as geleiras do Himalaia\u00a0 est\u00e3o diminuindo muito, al\u00e9m de recuarem tamb\u00e9m \u2014 est\u00e3o perdendo o gelo da superf\u00edcie superior em dire\u00e7\u00e3o ao seu interior, em vez de apenas recuar em dire\u00e7\u00e3o ao vale. \u201cImagine que a geleira fosse uma esteira transportadora\u201d, esclarece King. A neve se acumula na parte superior da geleira e \u00e9 compactada na forma de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/gelo\">gelo<\/a>, que desce at\u00e9 sua ponta. Mas, \u00e0 medida que as temperaturas aumentam e a neve reduz, a esteira fica mais lenta e a geleira come\u00e7a a diminuir.<\/p>\n\n\n\n<p>Paradoxalmente, a redu\u00e7\u00e3o \u00e9 menos evidente nas regi\u00f5es mais baixas de muitas geleiras grandes do Himalaia, onde as temperaturas s\u00e3o mais altas, mas onde a esteira transportadora acumulou uma camada espessa de detritos rochosos que protegem o gelo do sol. A redu\u00e7\u00e3o costuma ser mais intensa nas altitudes mais elevadas da geleira, onde h\u00e1 menos quantidade de detritos, deixando o <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/gelo\">gelo<\/a> mais vulner\u00e1vel ao derretimento causado pelo aumento das temperaturas.<\/p>\n\n\n\n<p>Ainda assim, at\u00e9 mesmo a cobertura rochosa nem sempre \u00e9 suficiente para proteger a ponta da geleira. A a\u00e7\u00e3o da esteira transportadora tamb\u00e9m forma uma pilha de cascalho em torno de sua extremidade, o que \u00e9 denominado morena terminal. Essa barreira rochosa pode\u00a0acumular \u00e1gua produzida pelo <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/degelo\">degelo<\/a>, formando um lago\u00a0que geralmente acelera o <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/degelo\">degelo<\/a> glacial.<\/p>\n\n\n\n<p>O que o futuro reserva ao Everest e ao grande Himalaia? A equipe espera que seu trabalho permita identificar as melhores medidas a serem tomadas.<\/p>\n\n\n\n<p>Um ponto \u00e9 incontest\u00e1vel, conclui Mayewski: \u201cpara onde quer que a humanidade v\u00e1, ela sempre deixa sua marca, que nem sempre \u00e9 positiva.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Fonte: National Geographic Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>Hoje, a superf\u00edcie de gelo no acampamento-base do Nepal fica cerca de 45 metros mais baixa do que ficava h\u00e1 35 anos, resultado do derretimento glacial devido ao aquecimento clim\u00e1tico constante. <a class=\"mh-excerpt-more\" href=\"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/11\/25\/165439-microplasticos-encontrados-proximos-ao-pico-do-everest-ponto-mais-alto-ja-registrado.html\" title=\"Micropl\u00e1sticos encontrados pr\u00f3ximos ao pico do Everest \u2013 ponto mais alto j\u00e1 registrado\"><\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":165440,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[1912,1766,4882,1298],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/165439"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=165439"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/165439\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":165446,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/165439\/revisions\/165446"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/165440"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=165439"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=165439"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=165439"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}