{"id":165451,"date":"2020-11-25T16:00:53","date_gmt":"2020-11-25T19:00:53","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=165451"},"modified":"2020-11-25T13:07:55","modified_gmt":"2020-11-25T16:07:55","slug":"nativos-da-america-do-sul-lagartos-teius-invadem-sudeste-dos-eua","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/11\/25\/165451-nativos-da-america-do-sul-lagartos-teius-invadem-sudeste-dos-eua.html","title":{"rendered":"Nativos da Am\u00e9rica do Sul, lagartos tei\u00fas invadem sudeste dos EUA"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"1024\" height=\"768\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/teius-gigantes_especie-1024x768.png\" alt=\"\" class=\"wp-image-165453\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/teius-gigantes_especie-1024x768.png 1024w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/teius-gigantes_especie-300x225.png 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/teius-gigantes_especie-768x576.png 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/teius-gigantes_especie-1536x1152.png 1536w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/teius-gigantes_especie-2048x1536.png 2048w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/teius-gigantes_especie-678x509.png 678w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/teius-gigantes_especie-326x245.png 326w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/teius-gigantes_especie-80x60.png 80w\" sizes=\"(max-width: 1024px) 100vw, 1024px\" \/><figcaption>Tei\u00fas-gigantes (<em>Salvator merianae<\/em>) foram avistados em diversos estados do sudeste dos Estados Unidos. O h\u00e1bito que os r\u00e9pteis t\u00eam de comer ovos e animais nativos preocupam os bi\u00f3logos.<br>FOTO DE\u00a0<strong>KIKE CALVO, GETTY IMAGES<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>NO INTERIOR do Parque Nacional de Everglades, um invasor voraz com escamas pintadas e chamativas ganha territ\u00f3rio. O tei\u00fa-gigante, um grande <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lagarto\">lagarto<\/a> preto-e-branco que pode chegar a aproximadamente 1,2 metro de comprimento, j\u00e1 se proliferou consideravelmente por todo o sul da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/florida\">Fl\u00f3rida<\/a>. Mas n\u00e3o \u00e9 apenas isso: esses invasores come\u00e7aram a surgir por todo o sudeste dos <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/eua\">Estados Unidos<\/a>, representando uma poss\u00edvel amea\u00e7a para esp\u00e9cies nativas e agricultores.<\/p>\n\n\n\n<p>Os r\u00e9pteis nativos da Am\u00e9rica do Sul s\u00e3o on\u00edvoros e se alimentam de tudo aquilo que consigam ingerir. Eles mastigam ovos de animais que nidificam no solo, como p\u00e1ssaros e r\u00e9pteis, inclusive tartarugas-marinhas amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o, comem pombos e outros pequenos animais, e pegam morangos e outras frutas e vegetais que crescem no solo.<\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2023\/03\/13\/181630-homem-encontra-molusco-gigante-de-200-anos-em-praia-da-florida.html'>Homem encontra molusco gigante de 200 anos em praia da Fl\u00f3rida<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2023\/03\/03\/181600-infeccao-rara-por-ameba-comedora-de-cerebro-mata-homem-na-florida.html'>Infec\u00e7\u00e3o rara por ameba comedora de c\u00e9rebro mata homem na Fl\u00f3rida<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/12\/29\/181260-o-fenomeno-que-explica-por-que-iguanas-estao-caindo-das-arvores-no-sul-da-florida.html'>O fen\u00f4meno que explica por que iguanas est\u00e3o caindo das \u00e1rvores no sul da Fl\u00f3rida<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>Al\u00e9m disso, s\u00e3o extremamente resistentes, o que torna sua dissemina\u00e7\u00e3o dif\u00edcil de controlar ou reduzir ap\u00f3s a esp\u00e9cie se estabelecer em um local.<\/p>\n\n\n\n<p>Embora os tei\u00fas-gigantes estejam se reproduzindo no sul da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/florida\">Fl\u00f3rida<\/a> por mais de uma d\u00e9cada \u2014 ap\u00f3s escaparem de cativeiros ou serem soltos por donos de animais de estima\u00e7\u00e3o \u2014 apenas recentemente eles se espalharam por pelo menos dois munic\u00edpios na Ge\u00f3rgia. Nos \u00faltimos meses, os r\u00e9pteis foram avistados em quatro munic\u00edpios da Carolina do Sul, onde bi\u00f3logos suspeitam que estejam se reproduzindo. Tamb\u00e9m houve relatos isolados da presen\u00e7a dos tei\u00fas nos estados de Alabama, Louisiana e Texas, assim como de popula\u00e7\u00f5es estabelecidas na Fl\u00f3rida Central.<\/p>\n\n\n\n<p>Para pessoas que gostam de criar animais ex\u00f3ticos, tei\u00fas-gigantes inteligentes e d\u00f3ceis s\u00e3o muito procurados. A maioria dos tei\u00fas dos <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/eua\">Estados Unidos<\/a> s\u00e3o produto de criadores americanos, mas entre os anos 2000 e 2010, mais de 79 mil tei\u00fas-gigantes vivos foram importados da Am\u00e9rica do Sul, relata\u00a0Amy Yackel Adams, bi\u00f3loga do Servi\u00e7o Geol\u00f3gico dos Estados Unidos que estuda a esp\u00e9cie. Embora apenas uma pequena minoria dos animais fuja ou seja solta, bi\u00f3logos acreditam que o problema esteja piorando.<\/p>\n\n\n\n<p>Se mais animais forem soltos, \u201cuma grande popula\u00e7\u00e3o pode se multiplicar na natureza\u201d, explica Adams.<\/p>\n\n\n\n<p>Um\u00a0estudo conduzido pela ag\u00eancia do Servi\u00e7o Geol\u00f3gico dos Estados Unidos (USGS) em 2018 utilizou informa\u00e7\u00f5es sobre tei\u00fas da Am\u00e9rica do Sul para prever sua poss\u00edvel expans\u00e3o nos <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/eua\">Estados Unidos<\/a>. De acordo com Adams, \u201ctoda a regi\u00e3o sudeste dos Estados Unidos corre risco. A maior parte dessa regi\u00e3o possui clima adequado para os tei\u00fas\u201d. Mas at\u00e9 o momento n\u00e3o h\u00e1 estimativas oficiais de quantos deles existem no pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n<p>Os tei\u00fas-gigantes vivem melhor em florestas elevadas e pastos, especialmente em \u00e1reas que recebem chuvas sazonais intensas, como as florestas de pinheiros dec\u00edduas e subtropicais da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/florida\">Fl\u00f3rida<\/a>. Como as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas causam o deslocamento das zonas climatol\u00f3gicas tropicais e subtropicais para o norte, a faixa adequada para tei\u00fas na Am\u00e9rica do Norte tamb\u00e9m pode aumentar, acrescenta Adams.<\/p>\n\n\n\n<p>Pesquisadores est\u00e3o mais preocupados com os h\u00e1bitos predat\u00f3rios dos tei\u00fas on\u00edvoros. Na Venezuela, eles s\u00e3o conhecidos por entrar sorrateiramente em galinheiros e roubar ovos, sendo apelidados de\u00a0<em>el lobo pollero,<\/em>\u00a0\u201co lobo das galinhas\u201d. Os criadores de galinhas dos <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/eua\">Estados Unidos<\/a> devem ficar alerta.<\/p>\n\n\n\n<p>Se a esp\u00e9cie continuar se espalhando pela regi\u00e3o sudeste, comenta Adams, pode amea\u00e7ar muitos animais que nidificam no solo ou nele vivem, inclusive a cobra-\u00edndigo, classificada como uma esp\u00e9cie amea\u00e7ada de extin\u00e7\u00e3o pela Lei de Esp\u00e9cies Amea\u00e7adas de Extin\u00e7\u00e3o. Adams tamb\u00e9m se preocupa que os tei\u00fas possam comer ovos de tartarugas-do-deserto \u2014 outra esp\u00e9cie amea\u00e7ada de extin\u00e7\u00e3o \u2014 jacar\u00e9s-americanos, crocodilos-americanos, entre outros.<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>Ser\u00e1 que conseguiremos cont\u00ea-los?<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>Os tei\u00fas-gigantes s\u00e3o resistentes, capazes de suportar temperaturas mais frias do que outros r\u00e9pteis, pois conseguem\u00a0elevar sua temperatura corporal\u00a0cerca de -7 graus Celsius acima da temperatura ambiente. Se o inverno for muito gelado, eles podem brumar (vers\u00e3o reptiliana da hiberna\u00e7\u00e3o), ficando sonolentos e se\u00a0escondendo em tocas\u00a0que roubam de tartarugas-do-deserto ou de outros animais que fazem tocas.<\/p>\n\n\n\n<p>Eles s\u00e3o capazes de se livrar rapidamente de amea\u00e7as, como a ca\u00e7a. \u201cNa d\u00e9cada de 1980, o tei\u00fa foi o r\u00e9ptil mais explorado do mundo\u201d, conta\u00a0Lee Fitzgerald, professor de zoologia na Universidade do Texas A&amp;M. Nessa \u00e9poca, cerca de dois milh\u00f5es de peles de tei\u00fas por ano foram exportadas da Argentina para o com\u00e9rcio de couro. \u201cNo entanto, em nenhum lugar eles foram ca\u00e7ados a ponto de ocorrer uma elimina\u00e7\u00e3o local\u201d, diz Fitzgerald.<\/p>\n\n\n\n<p>Para conter o aumento de tei\u00fas e evitar que eles se espalhem ainda mais pelos <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/eua\">Estados Unidos<\/a>, respons\u00e1veis pela vida selvagem e outros agentes em estados onde tei\u00fas se estabeleceram est\u00e3o buscando solu\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n<p>Apenas esse ano, armadilhas colocadas pela USGS capturaram mais de 900 tei\u00fas pr\u00f3ximo ao Parque Nacional Everglades no sul da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/florida\">Fl\u00f3rida<\/a>. Mas de acordo com Adams, n\u00e3o h\u00e1 sinal de diminui\u00e7\u00e3o dos n\u00fameros de tei\u00fas na regi\u00e3o. Antes da USGS revisar os planos de remo\u00e7\u00e3o dos tei\u00fas, a institui\u00e7\u00e3o precisa aprender mais sobre a esp\u00e9cie que vive nas clareiras. Para isso, eles identificaram os <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lagarto\">lagartos<\/a> por r\u00e1dio frequ\u00eancia e est\u00e3o rastreando seus h\u00e1bitos.<\/p>\n\n\n\n<p>Na Ge\u00f3rgia, bi\u00f3logos do estado est\u00e3o trabalhando para capturar tei\u00fas-gigantes nos munic\u00edpios de Toombs e Tattnall, a oeste de Savannah, e relatam que est\u00e3o encontrando um menor n\u00famero de animais. Daniel Sollenberger, herpet\u00f3logo no\u00a0Departamento de Recursos Naturais da Ge\u00f3rgia, diz que o estado pode ter solucionado o problema dos tei\u00fas a tempo.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cJ\u00e1 os estamos capturando h\u00e1 uns dois anos\u201d, diz Sollenberger. \u201cTrouxemos cerca de uma d\u00fazia no ano passado e mais meia d\u00fazia neste ano. Pode ser que exista uma menor ocorr\u00eancia deles agora, pelo menos naquele local.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Parte da solu\u00e7\u00e3o do estado da Ge\u00f3rgia tem sido envolver seus moradores em campanhas de conscientiza\u00e7\u00e3o, incentivando-os a relatar tei\u00fas caso os avistem. A\u00a0Georgia Reptile Society\u00a0possui uma For\u00e7a-Tarefa de Tei\u00fas, para a qual os moradores podem enviar fotos de animais que se parecem com tei\u00fas para identifica\u00e7\u00e3o e confirma\u00e7\u00e3o. Ap\u00f3s identificar se o animal se trata de fato de um tei\u00fa, os volunt\u00e1rios da sociedade capturam o animal e o levam para uma instala\u00e7\u00e3o de resgate. Depois disso, s\u00e3o doados a pessoas que querem cri\u00e1-los como animais de estima\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cFazemos tudo o que podemos para pegar os animais, captur\u00e1-los e encontrar um lar para eles\u201d, conclui Justyne Lobello, presidente da Georgia Reptile Society.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cQueremos ajudar a tir\u00e1-los de seu&nbsp;<em>habitat<\/em>&nbsp;da forma mais humana poss\u00edvel. O que ajuda \u00e9 termos uma longa lista de espera de pessoas que querem adot\u00e1-los como animais de estima\u00e7\u00e3o.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Entretanto, a melhor forma de solucionar o problema \u00e9, em primeiro lugar, evitar que se espalhem na natureza, reiteram especialistas. Alguns estados como o Alabama aprovaram leis proibindo a importa\u00e7\u00e3o desses animais, e outros estados podem seguir esse exemplo. Enquanto isso, alguns bi\u00f3logos alertam contra a posse desses animais.<\/p>\n\n\n\n<p>Fonte: National Geographic Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>No interior do Parque Nacional de Everglades, um invasor voraz com escamas pintadas e chamativas ganha territ\u00f3rio. 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