- Polo Sul se aquece tr\u00eas vezes mais r\u00e1pido que o resto da Terra<\/a><\/div><\/li>Aquecimento e subida do n\u00edvel do mar podem agravar inunda\u00e7\u00f5es, diz ONU<\/a><\/div><\/li>Oceanos se aquecem mais r\u00e1pido que o esperado e batem recorde de calor em 2018, dizem cientistas<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n
Vis\u00f5es ousadas para desacelerar o aquecimento global surgiram em todo o mundo. Menos claro \u00e9 como os pa\u00edses as alcan\u00e7ar\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
At\u00e9 agora, os planos individuais dos pa\u00edses sobre como reduzir\u00e3o suas emiss\u00f5es de gases de efeito estufa n\u00e3o chegam perto de se somar \u00e0s metas do Acordo de Paris. Mesmo que todos os pa\u00edses cumpram seus compromissos atuais, o mundo ainda estar\u00e1 no caminho para aquecer mais de 3\u00b0C neste s\u00e9culo<\/strong>, de acordo com o \u00faltimo \u201cRelat\u00f3rio de Lacunas de Emiss\u00f5es<\/a>\u201d do Programa das Na\u00e7\u00f5es Unidas para o Meio Ambiente, divulgado antes do quinto anivers\u00e1rio do Acordo. E muitos desses compromissos ainda n\u00e3o s\u00e3o respaldados por a\u00e7\u00f5es governamentais.<\/p>\n\n\n\n
![\"\"](\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/Projecao-aquecimento-global-1-1024x667.jpg\")
Instituto de an\u00e1lise do clima – Climate Analytics and NewClimate<\/a>.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n A desacelera\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica da pandemia da COVID-19 provavelmente reduziu as emiss\u00f5es globais de di\u00f3xido de carbono em cerca de 7% este ano, mas essa queda tempor\u00e1ria ter\u00e1 pouco efeito, observa o relat\u00f3rio – a menos que os pa\u00edses priorizem uma recupera\u00e7\u00e3o verde.<\/p>\n\n\n\n
Este quinto anivers\u00e1rio do Acordo de Paris pretendia ser uma verifica\u00e7\u00e3o do progresso, com os pa\u00edses aumentando seus compromissos. Mas, por causa da pandemia, a reuni\u00e3o e as negocia\u00e7\u00f5es foram adiadas para novembro de 2021. Uma C\u00fapula das Ambi\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas, menor e de forma online, foi planejada para 12 de dezembro.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do atraso, alguns grandes objetivos foram anunciados. Em particular, mais pa\u00edses est\u00e3o agora se comprometendo a alcan\u00e7ar emiss\u00f5es l\u00edquidas zero de carbono at\u00e9 meados do s\u00e9culo. Os EUA tamb\u00e9m devem voltar a aderir ao acordo no pr\u00f3ximo ano, sob o comando do presidente eleito Joe Biden.<\/p>\n\n\n\n
Mas at\u00e9 que ponto esses compromissos clim\u00e1ticos est\u00e3o bem fundamentados nos or\u00e7amentos, pol\u00edticas e regulamenta\u00e7\u00f5es reais? Como especialistas em pol\u00edtica energ\u00e9tica, estivemos ambos envolvidos em negocia\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas globais, an\u00e1lises de tecnologias e estrutura\u00e7\u00f5es de pol\u00edticas nas \u00faltimas duas d\u00e9cadas, e observamos os compromissos nacionais em busca de sinais de progresso.<\/p>\n\n\n\n
Metas ambiciosas, mas faltando a\u00e7\u00f5es<\/h4>\n\n\n\n
O objetivo formal do Acordo de Paris \u00e9 ficar “bem abaixo” de 2\u00b0C de aquecimento. Isso \u00e9 baseado em negocia\u00e7\u00f5es pol\u00edticas e pesquisas cient\u00edficas que modelam os efeitos cada vez mais prejudiciais que o aumento da temperatura ter\u00e1 nas economias, na agricultura e no meio ambiente de hoje.<\/p>\n\n\n\n
Quanto mais cedo a trajet\u00f3ria mundial de emiss\u00f5es come\u00e7ar a baixar, mais suave ser\u00e1 a transi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Os l\u00edderes da China, Jap\u00e3o e Coreia do Sul anunciaram metas nas \u00faltimas semanas para alcan\u00e7ar emiss\u00f5es l\u00edquidas zero de carbono at\u00e9 meados do s\u00e9culo. Mas os planos detalhados de como chegar\u00e3o l\u00e1 est\u00e3o em grande parte faltando.<\/p>\n\n\n\n
O presidente chin\u00eas Xi Jinping atraiu elogios globais ao anunciar em setembro que as emiss\u00f5es de seu pa\u00eds – as mais altas do mundo – atingiriam o pico mais cedo do que o esperado, antes de 2030, e que a China se esfor\u00e7aria para ser neutra em carbono at\u00e9 2060. Como e se isso acontecer\u00e1, dependem fortemente do pr\u00f3ximo Plano Quinquenal do pa\u00eds, previsto para mar\u00e7o. As prioridades da lideran\u00e7a incluem expandir a energia limpa, mas agora, a China ainda \u00e9 o maior usu\u00e1rio de carv\u00e3o do mundo, e o carv\u00e3o \u00e9 respons\u00e1vel por tr\u00eas quintos de seu fornecimento de energia.<\/p>\n\n\n\n
O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, ofereceu metas mais detalhadas em novembro, quando ordenou que funcion\u00e1rios do governo desenvolvessem um roteiro para a transi\u00e7\u00e3o para uma energia mais limpa e de neutralidade de carbono at\u00e9 2050. Ele disse que seu pa\u00eds iria investir US $ 7 bilh\u00f5es em projetos verdes, lan\u00e7ar um imposto de carbono para encorajar as empresas a reduzir suas emiss\u00f5es e parar de financiar usinas a carv\u00e3o no exterior. Mas essas ideias tamb\u00e9m ficam aqu\u00e9m da neutralidade de carbono, em uma economia que depende de ind\u00fastrias intensivas em energia.<\/p>\n\n\n\n
A Uni\u00e3o Europeia (UE) est\u00e1 mais longe. Estabelecendo um objetivo de emiss\u00f5es l\u00edquidas zero a um tempo atr\u00e1s, juntamente com cen\u00e1rios de como chegar l\u00e1. Neste ver\u00e3o, a UE colocou projetos favor\u00e1veis \u200b\u200bao clima no centro de sua estrat\u00e9gia de recupera\u00e7\u00e3o da pandemia. Pouco antes da c\u00fapula, os l\u00edderes da UE tamb\u00e9m concordaram em aumentar a meta de curto prazo do sindicato de reduzir as emiss\u00f5es em 55% at\u00e9 2030, contra 40%. Espera-se agora que os Estados-membros da UE desenvolvam estrat\u00e9gias de longo prazo para 2050 e revisem seus planos nacionais de energia e clima at\u00e9 2030.<\/p>\n\n\n\n
O Reino Unido anunciou uma nova meta de redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es de 68% para 2030. Para cumprir essa meta, o Reino Unido dever\u00e1 dobrar seus esfor\u00e7os em compara\u00e7\u00e3o com as \u00faltimas tr\u00eas d\u00e9cadas.<\/p>\n\n\n\n
Progresso em dire\u00e7\u00e3o a zero emiss\u00f5es<\/h4>\n\n\n\n
Dois pa\u00edses alcan\u00e7aram emiss\u00f5es l\u00edquidas zero, em grande parte devido \u00e0s suas pequenas popula\u00e7\u00f5es e florestas densas que armazenam mais carbono do que o pa\u00eds emite<\/strong>. Seis pa\u00edses t\u00eam metas de carbono zero definidas por lei. A Uni\u00e3o Europeia e outros cinco pa\u00edses propuseram legisla\u00e7\u00e3o. V\u00e1rios outros t\u00eam metas em documentos de pol\u00edtica ou em discuss\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
![\"\"](\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/Metas-paises-1-1024x685.jpg\")
Tabela: The Conversation \/ CC-BY-ND. Fonte: Energy & Climate Intelligence Unit Net Zero Tracker<\/a> – Unidade de Intelig\u00eancia de Energia e Clima Zero Emiss\u00f5es.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n O panorama geral<\/h4>\n\n\n\n
No geral, as atuais \u201ccontribui\u00e7\u00f5es determinadas nacionalmente\u201d – os planos que os pa\u00edses submetem \u00e0 ONU, explicando como ir\u00e3o cumprir o Acordo de Paris – ficam muito aqu\u00e9m. \u00c9 necess\u00e1ria uma acelera\u00e7\u00e3o de cinco vezes nas redu\u00e7\u00f5es de emiss\u00f5es para chegar perto.<\/p>\n\n\n\n
Poucos dias antes da c\u00fapula da Ambi\u00e7\u00e3o Clim\u00e1tica – Ambitions Summit<\/em>, apenas 13 pa\u00edses apresentaram novas metas, e sete anunciaram que n\u00e3o atualizariam suas metas ou reapresentariam metas antigas. No entanto, quase metade dos pa\u00edses de alta emiss\u00e3o indicaram que aumentar\u00e3o suas ambi\u00e7\u00f5es de mitiga\u00e7\u00e3o at\u00e9 o final do pr\u00f3ximo ano.<\/p>\n\n\n\n
Vinte e um estados e regi\u00f5es estabeleceram metas de longo prazo para reduzir suas emiss\u00f5es em 75%-90%, mas n\u00e3o est\u00e1 claro como isso ser\u00e1 alcan\u00e7ado, concluiu uma an\u00e1lise recente. A maioria das promessas feitas pelas cidades s\u00e3o igualmente aspiracionais.<\/p>\n\n\n\n
Pa\u00edses com mais emiss\u00f5es de CO2 advindas de combust\u00edveis f\u00f3sseis<\/h4>\n\n\n\n
Em 2019, os seis maiores emissores de CO2 do mundo, eram respons\u00e1veis \u200b por 51% da popula\u00e7\u00e3o global e 67% do total de emiss\u00f5es de CO2 de combust\u00edveis f\u00f3sseis.<\/p>\n\n\n\n
![\"\"](\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/grafico_emissoes-1-1024x396.jpg\")
Gr\u00e1fico: The Conversation \/ CC-BY-ND. Fonte: Comiss\u00e3o Europeia<\/a><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n Aumentando rapidamente<\/h4>\n\n\n\n
Mesmo que as tecnologias limpas estabelecidas, como a energia renov\u00e1vel, estejam no centro da transi\u00e7\u00e3o, o ritmo de mudan\u00e7a necess\u00e1rio para cumprir as metas de Paris continua assustador. As quest\u00f5es socioecon\u00f4micas tamb\u00e9m ter\u00e3o de ser colocadas em primeiro plano.<\/p>\n\n\n\n
Solu\u00e7\u00f5es de zero emiss\u00e3o de gases poluentes s\u00e3o tecnicamente conceb\u00edveis para uma variedade de ind\u00fastrias de uso intensivo de energia, agricultura e m\u00e9todos de transporte, mas a velocidade e a escala em que eles teriam que aumentar para cumprir o prazo de 2050 s\u00e3o formid\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Nossa an\u00e1lise descobriu que a implanta\u00e7\u00e3o de energia renov\u00e1vel precisaria ser acelerada de duas a tr\u00eas vezes. O uso global de energia renov\u00e1vel precisaria passar de cerca de 20% da energia hoje, para 65% at\u00e9 2050, e de 28% para 85% do setor de energia. O uso de ve\u00edculos el\u00e9tricos teria que disparar, de menos de 10 milh\u00f5es de ve\u00edculos hoje, para mais de 1,5 bilh\u00e3o em 2050.<\/p>\n\n\n\n
Preenchendo as lacunas<\/h4>\n\n\n\n
Para financiar essas transforma\u00e7\u00f5es, os investidores precisam ter certeza de que o mundo est\u00e1 comprometido com um futuro mais limpo. O risco percebido aumentar\u00e1 os custos, e a\u00e7\u00f5es governamentais incertas ou atrasadas s\u00e3o grandes riscos. Organiza\u00e7\u00f5es financeiras internacionais, juntamente com bancos verdes e bancos de desenvolvimento, t\u00eam um papel importante a desempenhar no incentivo ao investimento privado.<\/p>\n\n\n\n
Mudar o foco de objetivos gerais, para caminhos detalhados, ajudar\u00e1.<\/p>\n\n\n\n
As negocia\u00e7\u00f5es sobre o clima global podem continuar a ajudar, concentrando-se nas especificidades dos compromissos nacionais, garantindo que sejam detalhados, bem elaborados, or\u00e7ados, e atualizados regularmente.<\/p>\n\n\n\n
A comunidade internacional tamb\u00e9m precisar\u00e1 apoiar os pa\u00edses que necessitam de assist\u00eancia. A mudan\u00e7a clim\u00e1tica n\u00e3o \u00e9 a principal prioridade para a maioria das jurisdi\u00e7\u00f5es – embora seja uma crise existencial para algumas, incluindo alguns pequenos Estados insulares. Isso precisa ser reconhecido e integrado \u00e0s metas e ao planejamento.<\/p>\n\n\n\n
Este artigo foi atualizado com o acordo do Conselho da UE, em 11 de dezembro, para aumentar suas metas de curto prazo.<\/p>\n\n\n\n
Fonte: The Conversation \/ Morgan Bazilian e Dolf Gielen
Tradu\u00e7\u00e3o: Reda\u00e7\u00e3o Ambientebrasil \/ Maria Beatriz Ayello Leite
Para ler a reportagem original em ingl\u00eas acesse:<\/em> https:\/\/theconversation.com\/5-years-after-paris-how-countries-climate-policies-match-up-to-their-promises-and-whos-aiming-for-net-zero-emissions-151722<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"Vis\u00f5es ousadas para desacelerar o aquecimento global surgiram em todo o mundo. O que n\u00e3o est\u00e1 claro \u00e9 como os pa\u00edses as alcan\u00e7ar\u00e3o. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":165867,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4132],"tags":[817,476,340,2176,828,46,283],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/165856"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=165856"}],"version-history":[{"count":36,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/165856\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":172661,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/165856\/revisions\/172661"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/165867"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=165856"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=165856"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=165856"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}