{"id":166039,"date":"2020-12-18T12:00:03","date_gmt":"2020-12-18T15:00:03","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=166039"},"modified":"2020-12-18T12:45:14","modified_gmt":"2020-12-18T15:45:14","slug":"o-misterio-das-crateras-que-explodem-na-siberia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/12\/18\/166039-o-misterio-das-crateras-que-explodem-na-siberia.html","title":{"rendered":"O mist\u00e9rio das crateras que explodem na Sib\u00e9ria"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"800\" height=\"450\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/cratera_na_siberia.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-166040\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/cratera_na_siberia.jpg 800w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/cratera_na_siberia-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/cratera_na_siberia-768x432.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/cratera_na_siberia-678x381.jpg 678w\" sizes=\"(max-width: 800px) 100vw, 800px\" \/><figcaption>Enormes buracos est\u00e3o aparecendo no permafrost &#8211; GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p><strong>O buraco apareceu de repente: explodiu, deixando uma marca irregular na paisagem.<\/strong><\/p>\n\n\n\n<p>Em torno da borda da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cratera\">cratera<\/a>, h\u00e1 uma mistura confusa e cinza de terra, gelo e torr\u00f5es de permafrost. As ra\u00edzes das plantas \u2014 rec\u00e9m-expostas ao redor da borda \u2014 mostram sinais de queimadura. D\u00e1 uma ideia da viol\u00eancia com que se materializou esse buraco no meio do \u00c1rtico siberiano.<\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/06\/14\/178008-a-misteriosa-cratera-gigante-no-artico-que-intriga-cientistas.html'>A misteriosa cratera gigante no \u00c1rtico que intriga cientistas<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2020\/12\/18\/166039-o-misterio-das-crateras-que-explodem-na-siberia.html'>O mist\u00e9rio das crateras que explodem na Sib\u00e9ria<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2020\/09\/11\/162941-a-gigantesca-cratera-de-50-metros-de-profundidade-que-intriga-cientistas-no-norte-da-russia.html'>A gigantesca cratera de 50 metros de profundidade que intriga cientistas no norte da R\u00fassia<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>No ar, a sujeira rec\u00e9m-exposta se destaca contra a tundra verde e os lagos escuros ao redor. As camadas de terra e rocha expostas dentro do buraco cil\u00edndrico s\u00e3o quase pretas. Quando os cientistas chegam ao local, uma po\u00e7a de \u00e1gua j\u00e1 est\u00e1 se formando no fundo.<\/p>\n\n\n\n<p>Entre eles est\u00e1 Evgeny Chuvilin, ge\u00f3logo do Instituto de Ci\u00eancia e Tecnologia Skolkovo, com sede em Moscou, na R\u00fassia. Ele voou para este canto remoto da Pen\u00ednsula Yamal, no noroeste da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/siberia\">Sib\u00e9ria<\/a>, para dar uma olhada na <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cratera\">cratera<\/a>. Este buraco de 50 metros de profundidade pode conter pe\u00e7as-chave de um quebra-cabe\u00e7a que o tem incomodado nos \u00faltimos seis anos, desde que o primeiro desses misteriosos buracos foi descoberto em outro lugar na mesma pen\u00ednsula.<\/p>\n\n\n\n<p>O primeiro buraco tinha cerca de 20 metros de largura e 50 metros de profundidade. Foi descoberto em 2014 por pilotos de helic\u00f3ptero que voavam a 42 km do reservat\u00f3rio de petr\u00f3leo Bovanenkovo, \u200b\u200bna Pen\u00ednsula Yamal. Os cientistas que o visitaram \u2014 incluindo Mariana Leibman, cientista-chefe do Earth Cryosphere Institute, que estuda o permafrost na <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/siberia\">Sib\u00e9ria<\/a> h\u00e1 mais de 40 anos \u2014 o descreveram como algo inteiramente novo no permafrost. A an\u00e1lise de imagens de sat\u00e9lite revelou posteriormente que a cratera \u2014 agora conhecida como GEC-1 \u2014 se formou entre 9 de outubro e 1\u00ba de novembro de 2013.<\/p>\n\n\n\n<p>A cratera mais recente foi identificada em agosto de 2020 por uma equipe de TV que passava de helic\u00f3ptero pelo local com uma equipe de cientistas da Academia Russa de Ci\u00eancias durante uma expedi\u00e7\u00e3o com autoridades locais. Ela eleva para 17 o n\u00famero total de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cratera\">crateras<\/a> confirmadas descobertas em Yamal e na pen\u00ednsula vizinha de Gydan.<\/p>\n\n\n\n<p>Mas o que exatamente est\u00e1 causando o surgimento desses enormes buracos no permafrost ainda \u00e9 um mist\u00e9rio. Tamb\u00e9m n\u00e3o se sabe exatamente o que eles significam para o futuro do \u00c1rtico e para as pessoas que vivem e trabalham l\u00e1. Para muitos dos pesquisadores que estudam o \u00c1rtico, eles s\u00e3o um sinal inquietante de que essa paisagem fria e em grande parte despovoada est\u00e1 passando por mudan\u00e7as radicais.<\/p>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\" id=\"Pistas-no-gelo\">Pistas no gelo<\/h2>\n\n\n\n<p>Pesquisas recentes, entretanto, est\u00e3o come\u00e7ando a fornecer algumas pistas sobre o que pode estar acontecendo. O que j\u00e1 se sabe \u00e9 que esses buracos n\u00e3o est\u00e3o se formando devido a algum deslocamento gradual de terra conforme o permafrost derrete e se move sob a superf\u00edcie. As crateras est\u00e3o surgindo a partir de explos\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;\u00c0 medida que a <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/explosao\">explos\u00e3o<\/a> ocorre, blocos de solo e gelo s\u00e3o lan\u00e7ados a centenas de metros do epicentro&#8221;, diz Chuvilin. &#8220;Estamos diante de uma for\u00e7a colossal, criada por alt\u00edssima press\u00e3o. O porqu\u00ea de ela ser t\u00e3o alta ainda \u00e9 um mist\u00e9rio. &#8220;<\/p>\n\n\n\n<p>Chuvilin faz parte de um grupo de cientistas russos que colaboram com colegas de todo o mundo. Eles t\u00eam visitado essas <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cratera\">crateras<\/a> para coletar amostras e medi\u00e7\u00f5es na esperan\u00e7a de entender mais sobre o que est\u00e1 acontecendo sob a tundra.<\/p>\n\n\n\n<p>Alguns cientistas compararam as crateras a criovulc\u00f5es \u2014 vulc\u00f5es que expelem gelo em vez de lava. Acredita-se que esses tipos de vulc\u00f5es existam em algumas das partes distantes do nosso sistema solar: em Plut\u00e3o, na lua de Saturno Tit\u00e3 e no planeta an\u00e3o Ceres.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"800\" height=\"450\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/cratera_de_gelo.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-166041\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/cratera_de_gelo.jpg 800w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/cratera_de_gelo-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/cratera_de_gelo-768x432.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/cratera_de_gelo-678x381.jpg 678w\" sizes=\"(max-width: 800px) 100vw, 800px\" \/><figcaption>Os buracos se tornaram conhecidos como &#8216;crateras de emiss\u00e3o de g\u00e1s&#8217; &#8211; ALAMY<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Por\u00e9m, \u00e0 medida que mais <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cratera\">crateras<\/a> \u00e1rticas foram estudadas em v\u00e1rios est\u00e1gios de sua evolu\u00e7\u00e3o, elas se tornaram conhecidas como &#8220;crateras de emiss\u00e3o de g\u00e1s&#8221;. O nome d\u00e1 uma pista de como elas se formam.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;A an\u00e1lise baseada em imagens de sat\u00e9lite mostra que uma <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/explosao\">explos\u00e3o<\/a> cria um buraco gigante no lugar de um tipo de colina chamada pingo&#8221;, diz Chuvilin. Pingos s\u00e3o colinas em forma de c\u00fapula que se formam quando uma camada de solo congelado \u00e9 empurrada para cima pela \u00e1gua, que conseguiu fluir por baixo dela e come\u00e7ou a congelar.<\/p>\n\n\n\n<p>Conforme a \u00e1gua congela, ela se expande para criar um monte. Tamb\u00e9m conhecidos na R\u00fassia pelo nome local de &#8220;bulgunnyakhs&#8221;, eles tendem a subir e descer com as esta\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n<p>Alguns pingos encontrados no Canad\u00e1 t\u00eam at\u00e9 1,2 mil anos. Na maior parte do \u00c1rtico, no entanto, esses montes tendem a desabar sobre si mesmos em vez de explodir.<\/p>\n\n\n\n<p>\u00c9 claro que os montes no noroeste da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/siberia\">Sib\u00e9ria<\/a> est\u00e3o se comportando de maneira diferente. Eles incham &#8220;muito r\u00e1pido, subindo v\u00e1rios metros&#8221; antes de explodirem de repente, explica Chuvilin. E em vez de \u00e1gua gelada, a eleva\u00e7\u00e3o parece ser causada por um ac\u00famulo de g\u00e1s sob o solo.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;Pingos levam d\u00e9cadas para se formar e duram muito tempo&#8221;, diz Sue Natali, ecologista do \u00c1rtico que estuda o permafrost e diretora do programa do \u00c1rtico no Woodwell Climate Research Center em Massachusetts. &#8220;Esses montes cheios de g\u00e1s se formam em quest\u00e3o de anos.&#8221;<\/p>\n\n\n\n<p>Um estudo de an\u00e9is de \u00e1rvores em salgueiros encontrados entre os destro\u00e7os jogados pela <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/explosao\">explos\u00e3o<\/a> da primeira <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cratera\">cratera<\/a> descoberta sugere que as plantas estavam sob estresse desde os anos 1940. Os pesquisadores dizem que isso pode ter sido devido \u00e0 deforma\u00e7\u00e3o do solo.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;No entanto, h\u00e1 evid\u00eancias de que o ciclo de vida das crateras de emiss\u00e3o de g\u00e1s pode ser muito curto, variando de 3 a 5 anos&#8221;, diz Alexander Kizyakov, especialista da universidade Lomonosov Moscow, na R\u00fassia. Uma cratera que se formou no in\u00edcio do ver\u00e3o de 2017, conhecida como SeYkhGEC, por exemplo, come\u00e7ou a deformar o solo em 2015, segundo imagens de sat\u00e9lite.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"800\" height=\"450\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/pesquisadores_estudam_crateras.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-166042\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/pesquisadores_estudam_crateras.jpg 800w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/pesquisadores_estudam_crateras-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/pesquisadores_estudam_crateras-768x432.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/pesquisadores_estudam_crateras-678x381.jpg 678w\" sizes=\"(max-width: 800px) 100vw, 800px\" \/><figcaption>O cientista Evgeny Chuvilin estuda a forma\u00e7\u00e3o das crateras &#8211; EVGENY CHUVILIN<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Alguma coisa no permafrost em Yamal e Gydan torna a regi\u00e3o propensa a ter esses montes explodindo. &#8220;Existem alguns tra\u00e7os caracter\u00edsticos da paisagem ali&#8221;, diz Natali. &#8220;\u00c9 uma \u00e1rea onde existe uma camada muito espessa de gelo, chamada de gelo tabular, que forma uma capa sobre o permafrost. Tamb\u00e9m existem \u00e1reas de solo descongelado cercadas por permafrost \u2014 uma esp\u00e9cie de sandu\u00edche de permafrost \u2014 e dep\u00f3sitos muito profundos de g\u00e1s e petr\u00f3leo.&#8221;<\/p>\n\n\n\n<p>Uma cratera recentemente examinada por Chuvilin \u2014 um buraco de 20 metros de largura conhecido como <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cratera\">cratera<\/a> Erkuta \u2014 parece ter se formado no local de um lago seco.<\/p>\n\n\n\n<p>Quando o lago desapareceu, deixou para tr\u00e1s um peda\u00e7o de solo descongelado conhecido como talik, onde o g\u00e1s se acumulou.<\/p>\n\n\n\n<p>Mas Chauvilin diz que n\u00e3o est\u00e1 claro de onde vem o g\u00e1s. &#8220;A quest\u00e3o principal na pesquisa de crateras \u00e9 identificar a fonte de g\u00e1s que se acumula sob a superf\u00edcie do permafrost&#8221;, diz Chuvilin.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;\u00c9 intrigante que possa estar acontecendo um processo geoqu\u00edmico novo ou at\u00e9 ent\u00e3o desconhecido que nunca ter\u00edamos imaginado&#8221;, diz Natali, que faz parte dos esfor\u00e7os para retratar a evolu\u00e7\u00e3o desses montes e como o g\u00e1s chega l\u00e1.<\/p>\n\n\n\n<p>Os pesquisadores corajosos o suficiente para descer de rapel nas <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cratera\">crateras<\/a> encontraram n\u00edveis elevados de metano na \u00e1gua acumulando no fundo, sugerindo que o g\u00e1s pode estar borbulhando de baixo para cima.<\/p>\n\n\n\n<p>Uma das principais teorias \u00e9 que esses dep\u00f3sitos profundos de g\u00e1s metano sob o permafrost encontram um caminho at\u00e9 a &#8216;bolsa&#8217; formada por solo descongelado abaixo da calota de gelo.<\/p>\n\n\n\n<p>Outra ideia \u00e9 que altos n\u00edveis de di\u00f3xido de carbono dissolvido na \u00e1gua nesses bols\u00f5es descongelados come\u00e7am a borbulhar quando a \u00e1gua come\u00e7a a congelar, e a \u00e1gua restante n\u00e3o consegue reter o g\u00e1s dissolvido.<\/p>\n\n\n\n<p>Uma fonte alternativa de metano e di\u00f3xido de carbono poderia ser microorganismos prosperando no bols\u00e3o descongelado de solo. Eles teriam quebrado o material org\u00e2nico e liberado os gases, diz Chuvilin. A an\u00e1lise do metano em uma cratera pareceu confirmar isso, mas a atividade dos micr\u00f3bios produtores de metano, no entanto, foi considerada baixa nos lagos no fundo das <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cratera\">crateras<\/a> recentemente formadas \u2014 mesmo para as condi\u00e7\u00f5es frias onde s\u00e3o encontrados.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"800\" height=\"450\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/dutos_de_petroleo_e_gas.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-166043\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/dutos_de_petroleo_e_gas.jpg 800w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/dutos_de_petroleo_e_gas-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/dutos_de_petroleo_e_gas-768x432.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/dutos_de_petroleo_e_gas-678x381.jpg 678w\" sizes=\"(max-width: 800px) 100vw, 800px\" \/><figcaption>O surgimento de crateras pode ser uma amea\u00e7a aos dutos e infraestruturas de petr\u00f3leo e g\u00e1s da Sib\u00e9ria &#8211; GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Mas o metano tamb\u00e9m pode estar vazando do pr\u00f3prio gelo. Os gases podem ficar presos dentro dos cristais de \u00e1gua no permafrost para formar um estranho material congelado conhecido como hidrato de g\u00e1s. \u00c0 medida que derrete, o g\u00e1s \u00e9 liberado.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;Pensa-se que pode haver diferentes mecanismos de forma\u00e7\u00e3o que dificilmente podem ser descritos por um \u00fanico modelo&#8221;, diz Chuvilin. &#8220;Muito depende do meio ambiente e da paisagem.&#8221; Pelo menos uma <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cratera\">cratera<\/a> foi encontrada no leito de um rio, ele aponta.<\/p>\n\n\n\n<p>Independentemente da fonte, acredita-se que o g\u00e1s se acumule na bolsa descongelada do solo, empurrando a s\u00f3lida calota de gelo tabular para cima por 5 ou 6 metros at\u00e9 que se rompa.<\/p>\n\n\n\n<p>Quando finalmente estouram, lama e gelo acima do bols\u00e3o preenchido com g\u00e1s, junto com muito do material na pr\u00f3pria se\u00e7\u00e3o descongelada, s\u00e3o arremessados \u200b\u200bpara fora a at\u00e9 300 metros de dist\u00e2ncia. A for\u00e7a \u00e9 t\u00e3o grande que blocos de terra de at\u00e9 um metro de di\u00e2metro s\u00e3o lan\u00e7ados para fora, deixando uma cratera com um parapeito elevado, uma boca larga e um orif\u00edcio cil\u00edndrico mais estreito \u2014 considerado uma bolsa descongelada \u2014 que fica para tr\u00e1s.<\/p>\n\n\n\n<p>Os pastores de renas locais relataram ter visto chamas e fuma\u00e7a ap\u00f3s a <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/explosao\">explos\u00e3o<\/a> de uma cratera em junho de 2017 ao longo das margens do rio Myudriyakha. Os alde\u00f5es nas proximidades de Seyakha \u2014 um assentamento a cerca de 33 km ao sul da cratera \u2014 disseram que o g\u00e1s continuou queimando por cerca de 90 minutos e as chamas atingiram metros de altura.<\/p>\n\n\n\n<p>Nesta regi\u00e3o do mundo escassamente povoada, o fato de ocorrer uma cratera t\u00e3o perto de um assentamento tem causado preocupa\u00e7\u00e3o. A regi\u00e3o tamb\u00e9m est\u00e1 repleta de oleodutos para a infraestrutura de petr\u00f3leo e g\u00e1s.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;Ainda n\u00e3o sabemos se isso \u00e9 algo que pode representar um risco para as pessoas no \u00c1rtico&#8221;, diz Natali. Ela e seus colegas t\u00eam tentado responder a essa pergunta, procurando por sinais de outras crateras em imagens de sat\u00e9lite de alta resolu\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;Assim que encontramos algo que se parece com uma cratera, estamos usando imagens de s\u00e9rie temporal de alta resolu\u00e7\u00e3o [fotos de sat\u00e9lite do mesmo local tiradas em momentos diferentes] para tentar descobrir quando elas se formaram&#8221;, diz ela.<\/p>\n\n\n\n<p>Seu trabalho sugere que existem mais <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cratera\">crateras<\/a> na regi\u00e3o que se acreditava anteriormente. &#8220;At\u00e9 agora, confirmamos duas novas localiza\u00e7\u00f5es de crateras. Considerando que em 2013 n\u00e3o sab\u00edamos nada sobre elas, parece muito prov\u00e1vel que haja mais por a\u00ed. &#8220;<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"800\" height=\"450\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/crateras.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-166044\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/crateras.jpg 800w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/crateras-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/crateras-768x432.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/crateras-678x381.jpg 678w\" sizes=\"(max-width: 800px) 100vw, 800px\" \/><figcaption>N\u00e3o se sabe exatamente o que os buracos significam para o futuro do \u00c1rtico e para as pessoas que vivem e trabalham l\u00e1 &#8211; EVGENY CHUVILIN<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>A equipe de Natali tamb\u00e9m encontrou mais 17 potenciais crateras no in\u00edcio deste ano, mas a an\u00e1lise de imagens de alta resolu\u00e7\u00e3o os levou a concluir que podem ser outro tipo de forma\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o as crateras de emiss\u00e3o de g\u00e1s. &#8220;\u00c9 dif\u00edcil validar totalmente os dados at\u00e9 estarmos no local&#8221;, acrescenta Natali.<\/p>\n\n\n\n<p>Ela e sua equipe esperam reunir dados suficientes para automatizar o processo de pesquisa. O objetivo \u00e9 criar um algoritmo que possa prever crateras antes que se elas formem, procurando por \u200b\u200bmontes de emiss\u00e3o de g\u00e1s em imagens de sat\u00e9lite.<\/p>\n\n\n\n<p>Desvendar exatamente o qu\u00e3o comuns essas <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cratera\">crateras<\/a> s\u00e3o atualmente \u00e9 um processo lento. Ap\u00f3s seu nascimento violento, a maioria parece desaparecer na paisagem quase t\u00e3o rapidamente quanto surgiu.<\/p>\n\n\n\n<p>O vazio deixado pela <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/explosao\">explos\u00e3o<\/a> perto de Seyakha \u2014 que media 70 metros de largura em alguns lugares e mais de 50 metros de profundidade \u2014 foi inundado de \u00e1gua em apenas quatro dias devido \u00e0 sua proximidade com o rio.<\/p>\n\n\n\n<p>Outras crateras demoram mais para inundar, mas em cerca de no m\u00e1ximo um ou dois anos as bordas do buraco escuro sofrem eros\u00e3o e se enchem de \u00e1gua. Se tornam quase indistingu\u00edveis dos milhares de outros pequenos lagos redondos que pontilham a paisagem. Exatamente quantos desses lagos s\u00e3o as resqu\u00edcios das crateras de emiss\u00e3o de g\u00e1s ainda n\u00e3o est\u00e1 claro.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;\u00c9 prov\u00e1vel que alguns dos lagos no permafrost sejam crateras de emiss\u00e3o de g\u00e1s inundadas&#8221;, diz Kizyakov. &#8220;\u00c9 muito cedo para dizer o qu\u00e3o comum isso \u00e9 como um mecanismo de forma\u00e7\u00e3o de lagos.&#8221;<\/p>\n\n\n\n<p>Alguns pesquisadores tentaram identificar antigas crateras de emiss\u00e3o de g\u00e1s medindo as subst\u00e2ncias dissolvidas em lagos, mas n\u00e3o conseguiram identificar nenhum padr\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\" id=\"Mudan\u00e7as-clim\u00e1ticas\">Mudan\u00e7as clim\u00e1ticas<\/h2>\n\n\n\n<p>Descobrir o qu\u00e3o comuns esses eventos s\u00e3o n\u00e3o \u00e9 apenas uma quest\u00e3o de curiosidade. H\u00e1 uma preocupa\u00e7\u00e3o crescente de que o aparecimento das <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cratera\">crateras<\/a> no noroeste da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/siberia\">Sib\u00e9ria<\/a> possa estar relacionado a mudan\u00e7as mais amplas que ocorrem no \u00c1rtico devido \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n<p>As temperaturas da superf\u00edcie do ar no \u00c1rtico est\u00e3o esquentando a uma taxa duas vezes maior que a m\u00e9dia global, o que est\u00e1 aumentando o degelo do permafrost durante os meses de ver\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n<p>Isso, por si s\u00f3, est\u00e1 transformando a paisagem do \u00c1rtico, levando a deslizamentos de terra conhecidos como decl\u00ednios de degelo.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;Em nenhum outro lugar do planeta as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas est\u00e3o causando uma mudan\u00e7a na estrutura f\u00edsica do solo&#8221;, diz Natali.<\/p>\n\n\n\n<p>Enormes quantidades de carbono est\u00e3o presas dentro do permafrost \u00e1rtico \u2014 cerca de duas vezes mais do que a quantidade atualmente na atmosfera. Esse carbono est\u00e1 na forma de restos congelados de plantas e outros materiais org\u00e2nicos, junto com o metano que ficou preso dentro dos cristais de gelo \u2014 os hidratos de g\u00e1s que Chuvilin mencionou anteriormente.<\/p>\n\n\n\n<p>\u00c0 medida que o solo descongela, ele permite que os microorganismos quebrem a mat\u00e9ria org\u00e2nica, liberando metano e di\u00f3xido de carbono como subprodutos, enquanto o metano preso no gelo tamb\u00e9m se solta.<\/p>\n\n\n\n<p>Esse vazamento de metano do permafrost tem o potencial de acelerar o aquecimento global, j\u00e1 que o g\u00e1s \u00e9 um potente causador do efeito estufa Isso cria um c\u00edrculo vicioso que pode causar ainda mais derretimento.<\/p>\n\n\n\n<p>Mas em Yamal um processo ainda mais complexo acontece. Se os cientistas descobrirem que os dep\u00f3sitos de metano aprisionados no subsolo pelo permafrost est\u00e3o come\u00e7ando a se infiltrar pelas camadas normalmente impenetr\u00e1veis \u200b\u200bdo permafrost, pode ser um sinal de que a calota de gelo congelada sobre a tundra est\u00e1 se tornando mais perme\u00e1vel. Isso poderia introduzir novos n\u00edveis de incerteza sobre como as mudan\u00e7as no \u00c1rtico impactar\u00e3o o aquecimento global.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;As crateras s\u00e3o um indicador muito chocante do que est\u00e1 acontecendo no \u00c1rtico de forma mais ampla&#8221;, diz Natali. &#8220;Quando voc\u00ea olha para as mudan\u00e7as que est\u00e3o acontecendo nesta paisagem, algumas est\u00e3o ocorrendo gradualmente e outras de forma abrupta.&#8221;<\/p>\n\n\n\n<p>Embora o mist\u00e9rio das <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/cratera\">crateras<\/a> de Yamal ainda n\u00e3o esteja completamente resolvido, o que foi desvendado at\u00e9 agora sugere que talvez dev\u00eassemos observ\u00e1-las cuidadosamente no futuro.<\/p>\n\n\n\n<p>Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>Em torno da borda da cratera, h\u00e1 uma mistura confusa e cinza de terra, gelo e torr\u00f5es de permafrost. 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