{"id":166468,"date":"2021-01-07T16:00:36","date_gmt":"2021-01-07T19:00:36","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=166468"},"modified":"2021-01-07T15:35:40","modified_gmt":"2021-01-07T18:35:40","slug":"lemures-de-madagascar-sob-risco-de-extincao-estao-sendo-mortos-durante-a-pandemia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/01\/07\/166468-lemures-de-madagascar-sob-risco-de-extincao-estao-sendo-mortos-durante-a-pandemia.html","title":{"rendered":"L\u00eamures de Madagascar sob risco de extin\u00e7\u00e3o est\u00e3o sendo mortos durante a pandemia"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"1024\" height=\"576\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/lemure_de_madasgascar_na_arvore-1024x576.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-166469\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/lemure_de_madasgascar_na_arvore-1024x576.jpg 1024w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/lemure_de_madasgascar_na_arvore-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/lemure_de_madasgascar_na_arvore-768x432.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/lemure_de_madasgascar_na_arvore-1536x864.jpg 1536w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/lemure_de_madasgascar_na_arvore-678x381.jpg 678w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/lemure_de_madasgascar_na_arvore.jpg 1600w\" sizes=\"(max-width: 1024px) 100vw, 1024px\" \/><figcaption>&#8216;L\u00eamures-ratos, como os da esp\u00e9cie\u00a0<em>Microcebus berthae,<\/em>\u00a0criticamente amea\u00e7ada de extin\u00e7\u00e3o, s\u00e3o t\u00e3o pequenos que cabem na palma de nossa m\u00e3o. As pessoas recorreram \u00e0s florestas para buscar alimentos e combust\u00edveis durante a pandemia em curso e, com isso, aceleraram o desmatamento que j\u00e1 dura d\u00e9cadas, levando 107 esp\u00e9cies conhecidas de l\u00eamures de Madagascar a correrem um risco ainda maior.<br>FOTO DE\u00a0<strong>BRUNO DAMICIS, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>TIANA ANDRIAMANANA FICOU\u00a0alarmada ao ver os inc\u00eandios destruindo as florestas de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/madagascar\">Madagascar<\/a> em mar\u00e7o. Ela estava habituada a ver inc\u00eandios criminosos provocados pela expans\u00e3o agr\u00edcola, mas chamas amplamente espalhadas logo no in\u00edcio do ano eram extremamente incomuns.<\/p>\n\n\n\n<p>Os inc\u00eandios se intensificaram no fim de mar\u00e7o, ap\u00f3s o an\u00fancio do isolamento no pa\u00eds devido ao novo coronav\u00edrus. As pessoas come\u00e7aram a fugir da capital, Antananarivo, e de outras cidades, embarcando em ve\u00edculos lotados com destino \u00e0s \u00e1reas rurais. A esperan\u00e7a geral era de \u201clavrar a terra e dela obter algum rendimento para ajud\u00e1-las a superar a crise econ\u00f4mica e de sa\u00fade\u201d, explicou Andriamanana, diretora executiva da\u00a0Fanamby, organiza\u00e7\u00e3o sem fins lucrativos de conserva\u00e7\u00e3o de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/madagascar\">Madagascar<\/a>, respons\u00e1vel pela gest\u00e3o de cinco reservas de prote\u00e7\u00e3o ambiental.<\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2023\/02\/23\/181538-as-6-grandes-extincoes-em-massa-e-por-que-vivemos-uma-agora.html'>As 6 grandes extin\u00e7\u00f5es em massa e por que vivemos uma agora<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/12\/27\/181214-5-animais-das-americas-que-estao-em-perigo-de-extincao.html'>5 animais das Am\u00e9ricas que est\u00e3o em perigo de extin\u00e7\u00e3o<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/12\/16\/181036-qual-animal-esta-ha-mais-tempo-na-terra.html'>Qual animal est\u00e1 h\u00e1 mais tempo na Terra?<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>Mas lavrar a terra e cultivar alimentos como arroz, amendoim e milho implica derrubar \u00e1rvores. Logo, nuvens de fuma\u00e7a \u2014 sinais indicativos de inc\u00eandios criminosos \u2014 pairaram sobre as reservas de prote\u00e7\u00e3o. Em algumas regi\u00f5es do pa\u00eds, cada vez mais pessoas come\u00e7aram a cortar \u00e1rvores para queim\u00e1-las e transformar a madeira em carv\u00e3o, fonte de combust\u00edvel mais leve e mais f\u00e1cil de transportar do que a lenha.<\/p>\n\n\n\n<p>Toda essa atividade il\u00edcita nas florestas de Madagascar \u00e9 especialmente preocupante a Andriamanana e a outros conservacionistas devido \u00e0 grave situa\u00e7\u00e3o enfrentada pelas 107 esp\u00e9cies de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lemures\">l\u00eamures<\/a> da ilha \u2014 primatas arbor\u00edcolas de olhos redondos, focinhos longos e caudas peludas n\u00e3o encontrados em nenhum outro lugar da Terra. Quase um ter\u00e7o deles est\u00e3o\u00a0criticamente amea\u00e7ados de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/extincao\">extin\u00e7\u00e3o<\/a>, e a maioria dos demais s\u00e3o considerados amea\u00e7ados de extin\u00e7\u00e3o, sobretudo devido ao desmatamento das \u00faltimas d\u00e9cadas.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"474\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/imagem_vale.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-166470\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/imagem_vale.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/imagem_vale-300x200.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><figcaption>O desmatamento amea\u00e7a a biodiversidade espetacular da ilha, crucial \u00e0 ind\u00fastria do turismo que gera quase um bilh\u00e3o de d\u00f3lares por ano \u2014 at\u00e9 que a pandemia de covid-19 a paralisou.<br>FOTO DE\u00a0<strong>ADRIANE OHANESIAN, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>O isolamento geogr\u00e1fico de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/madagascar\">Madagascar<\/a> e os diversos tipos de vegeta\u00e7\u00e3o criaram um pa\u00eds de maravilhas biol\u00f3gicas, lar de milhares de animais e plantas end\u00eamicas que, assim como os <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lemures\">l\u00eamures<\/a>, sofrem com a press\u00e3o exercida pelos seres humanos.<\/p>\n\n\n\n<p>Muitos pesquisadores de l\u00eamures deixaram o pa\u00eds em mar\u00e7o, outros n\u00e3o conseguiram chegar \u00e0s \u00e1reas remotas onde atuavam. Mas relatos do campo n\u00e3o publicados de patrulhas de conserva\u00e7\u00e3o florestal em coopera\u00e7\u00e3o com oficiais de Madagascar, pesquisas domiciliares conduzidas por equipes de pesquisa do pa\u00eds e an\u00e1lises de imagens de sat\u00e9lite revelam um agravamento da situa\u00e7\u00e3o dos l\u00eamures, n\u00e3o apenas devido \u00e0 perda de&nbsp;<em>habitat,&nbsp;<\/em>mas tamb\u00e9m ao aumento da ca\u00e7a ilegal.<\/p>\n\n\n\n<p><a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/madagascar\">Madagascar<\/a> \u00e9 uma das na\u00e7\u00f5es mais pobres do mundo. A desnutri\u00e7\u00e3o \u00e9 generalizada no pa\u00eds, e quase uma a cada duas crian\u00e7as com menos de cinco anos sofre de atrasos no crescimento. Muitas pessoas nas \u00e1reas rurais dependem da ca\u00e7a de animais silvestres para se alimentarem, por\u00e9m, com o agravamento da pobreza devido \u00e0 pandemia de covid-19, os l\u00eamures s\u00e3o uma fonte bastante dispon\u00edvel de carne, segundo Cortni Borgerson, antrop\u00f3logo da Universidade Estadual de Montclair, em Nova Jersey, que estuda a ca\u00e7a e o consumo de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lemures\">l\u00eamures<\/a>.<\/p>\n\n\n\n<p>Antes da pandemia, o turismo era a base da economia de Madagascar, proporcionando\u00a0mais de 300 mil empregos,\u00a0e a observa\u00e7\u00e3o de l\u00eamures era uma atividade popular. A receita que vinha do turismo gerava cerca de\u00a0US$ 900 milh\u00f5es\u00a0por ano em um pa\u00eds onde a maioria das pessoas sobrevive com menos de\u00a0US$ 2 por dia. Contudo, sem os voos internacionais, muitos dos empregos de guias de ecoturismo acabaram, assim como os empregos de cozinheiros, funcion\u00e1rios de hot\u00e9is e muitos outros. Sem uma renda est\u00e1vel, as pessoas recorreram \u00e0s florestas em busca de alimento e combust\u00edvel.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"653\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/ilustracao_lemure.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-166471\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/ilustracao_lemure.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/ilustracao_lemure-300x276.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><figcaption>O\u00a0<em>Indri indri<\/em>,\u00a0criticamente amea\u00e7ado de extin\u00e7\u00e3o, \u00e9 o maior l\u00eamure do mundo.<br>FOTO DE\u00a0<strong>ILLUSTRATION BY TAYLOR MAGGIACOMO<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>\u201cA covid-19 foi um grande rev\u00e9s devido \u00e0 paralisa\u00e7\u00e3o tempor\u00e1ria do ecoturismo, que era a for\u00e7a vital de algumas das comunidades\u201d, lamenta Russell Mittermeier, diretor de conserva\u00e7\u00e3o da organiza\u00e7\u00e3o sem fins lucrativos\u00a0Global Wildlife Conservation\u00a0e presidente do grupo de especialistas em primatas da\u00a0Comiss\u00e3o de Sobreviv\u00eancia de Esp\u00e9cies da Uni\u00e3o Internacional para a Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cAs pessoas que trabalham com conserva\u00e7\u00e3o ambiental est\u00e3o fazendo o m\u00e1ximo poss\u00edvel\u201d, conta Andriamanana. \u201c\u00c9uma trag\u00e9dia, mas \u00e9 uma trag\u00e9dia que assola todo o mundo devido \u00e0 covid-19.\u201d<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>Desmatamento<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>Dentre todas as amea\u00e7as aos <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lemures\">l\u00eamures<\/a> de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/madagascar\">Madagascar<\/a>, o aumento do desmatamento \u00e9 a maior delas, de acordo com Edward Louis, pesquisador de renome de l\u00eamures e diretor geral da organiza\u00e7\u00e3o n\u00e3o governamental (ONG) regional\u00a0Madagascar Biodiversity Partnership.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"474\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/visitantes_na_floresta.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-166472\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/visitantes_na_floresta.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/visitantes_na_floresta-300x200.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><figcaption>Antes da pandemia atual, cenas como essa \u2014 visitantes hipnotizados com um grupo de sifakas-diademas criticamente amea\u00e7ados de extin\u00e7\u00e3o no Parque Nacional de Andasibe-Mantadia \u2014 eram comuns nas florestas de Madagascar.<br>FOTO DE\u00a0<strong>ADRIANE OHANESIAN, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Se uma pessoa derrubar duas ou tr\u00eas \u00e1rvores de 50 anos em um dia (uma quantidade considerada normal, segundo Louis), a redu\u00e7\u00e3o total do\u00a0<em>habitat<\/em>\u00a0dos l\u00eamures pode ser desastrosa. Com a redu\u00e7\u00e3o das \u00e1reas de floresta, a fragmenta\u00e7\u00e3o isola as popula\u00e7\u00f5es, levando \u00e0 consanguinidade. Al\u00e9m disso, segundo Louis, um\u00a0<em>habitat<\/em>\u00a0muito reduzido pode desencadear disputas territoriais, fazendo com que, muitas vezes, <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lemures\">l\u00eamures<\/a> machos matem animais jovens com quem n\u00e3o compartilham nenhum parentesco.<\/p>\n\n\n\n<p>Conseguir medir exatamente a magnitude do desmatamento \u2014 e a perda resultante do\u00a0<em>habitat<\/em>\u00a0dos l\u00eamures \u2014 \u00e9 um desafio, sobretudo durante a pandemia de covid-19. Imagens de sat\u00e9lite de todo o pa\u00eds referentes a 2020 estar\u00e3o dispon\u00edveis apenas ap\u00f3s maio de 2021, com base nos levantamentos dos anos anteriores, afirma Lucienne Wilm\u00e9, coordenadora nacional do programa de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/madagascar\">Madagascar<\/a> para a\u00a0Global Forest Watch, iniciativa virtual de monitoramento florestal que fornece dados mundiais sobre o desmatamento.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cOs dados da Global Forest Watch baseiam-se no percentual de cobertura de dossel e, assim, se uma clareira for aberta, ser\u00e1 poss\u00edvel identific\u00e1-la\u201d, explica Wilm\u00e9. Mas \u201cclareiras\u201d na floresta podem n\u00e3o significar a aus\u00eancia de \u00e1rvores. Elas podem, por exemplo, evidenciar locais em que pare\u00e7am faltar \u00e1rvores devido \u00e0 perda das folhas em diferentes \u00e9pocas do ano. \u201c\u00c9 um processo muito complexo, e cada floresta \u00e9 muito diferente das outras\u201d, acrescenta ela.<\/p>\n\n\n\n<p>Para obter um retrato mais completo, a organiza\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m conta com relat\u00f3rios complementares e observa\u00e7\u00f5es de campo feitas por grupos de pesquisa regionais e organiza\u00e7\u00f5es sem fins lucrativos. Esse trabalho de campo \u2014 \u00e1rduo em regi\u00f5es remotas e de dif\u00edcil acesso no pa\u00eds \u2014 foi dificultado ainda mais durante a pandemia, tendo em vista as restri\u00e7\u00f5es de viagens. Al\u00e9m disso, a instabilidade dos servi\u00e7os de Internet pode impossibilitar o compartilhamento de dados quase por completo, conta Wilm\u00e9.<\/p>\n\n\n\n<p>Segundo Andriamanana \u2014 com base no monitoramento de cerca de 600 mil hectares de terras protegidas e administradas pela Fanamby \u2014 o desmatamento aumentou em m\u00e9dia 10% desde 2019. No in\u00edcio de outubro, o grupo estimou que cerca de 50 hectares haviam sido desmatados ilegalmente.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"474\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/lemure_na_cabeca_de_um_turista.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-166473\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/lemure_na_cabeca_de_um_turista.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/lemure_na_cabeca_de_um_turista-300x200.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><figcaption>L\u00eamure da esp\u00e9cie\u00a0<em>Eulemur fulvus<\/em>\u00a0se agarra ao cabelo de uma mulher em hotel no leste de Madagascar. O hotel mant\u00e9m l\u00eamures para entreter os h\u00f3spedes.<br>FOTO DE\u00a0<strong>ADRIANE OHANESIAN, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Embora esse n\u00famero baixo possa parecer irris\u00f3rio, n\u00e3o \u00e9 bem assim, afirma Andriamanana. A maioria das perdas ocorreu em Alaotra-Mangoro, ao leste de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/madagascar\">Madagascar<\/a>, e em Menabe, ao oeste. Essas regi\u00f5es s\u00e3o lar de esp\u00e9cies criticamente amea\u00e7adas de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/extincao\">extin\u00e7\u00e3o<\/a>, como o\u00a0<em>Indri indri<\/em>, o maior de todos os <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lemures\">l\u00eamures<\/a> e o\u00a0<em>Microcebus berthae<\/em>, um\u00a0l\u00eamure-rato\u00a0t\u00e3o pequeno que cabe na palma da nossa m\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n<p>Andriamanana acredita que registrar\u00e1 ainda mais redu\u00e7\u00f5es nas matas devido aos inc\u00eandios criminosos frequentes que normalmente ocorrem entre outubro e novembro, antes do in\u00edcio da esta\u00e7\u00e3o chuvosa.<\/p>\n\n\n\n<p>O desmatamento tamb\u00e9m se acentuou em algumas regi\u00f5es das 43 reservas de prote\u00e7\u00e3o, abrangendo 1,7 milh\u00e3o de hectares, administradas pelos Parques Nacionais de Madagascar, afirma Mamy Rakotoarijaona, seu diretor-geral. Em um ano normal, quase sete mil hectares de floresta s\u00e3o perdidos, segundo Ollier Duranton Andrianambinina, chefe do departamento de sistemas de informa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o dos parques.<\/p>\n\n\n\n<p>Mas neste ano, afirma Andrianambinina, teme-se que as perdas sejam ainda maiores. Apesar da implanta\u00e7\u00e3o de novas tecnologias pelos Parques Nacionais de Madagascar em 2019 para aperfei\u00e7oar o monitoramento e os alertas de inc\u00eandios florestais, a pandemia limitou a realiza\u00e7\u00e3o de patrulhas de guardas florestais.<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>Corrida do carv\u00e3o<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>Mesmo com as restri\u00e7\u00f5es de viagem devido \u00e0 chegada do novo coronav\u00edrus e as leis que pro\u00edbem o desmatamento em \u00e1reas de prote\u00e7\u00e3o, as pessoas mais pobres de cidades ao sul da ilha t\u00eam procurado reservas florestais no norte em busca de trabalho no corte de madeira para ser utilizada como carv\u00e3o, de acordo com Edward Louis da Madagascar Biodiversity Partnership. \u201cEsse \u00e9 um grande neg\u00f3cio, e as pessoas est\u00e3o buscando alguma renda.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Sua organiza\u00e7\u00e3o tem colaborado com as autoridades locais para conduzir patrulhas de guardas florestais em Montagne des Fran\u00e7ais, \u00e1rea de prote\u00e7\u00e3o de floresta seca ao norte, e em Kianjavato, \u00e1rea de prote\u00e7\u00e3o ao sudeste, onde a organiza\u00e7\u00e3o sem fins lucrativos tenta preservar um corredor verde que liga \u00e1reas remanescentes de floresta natural.<\/p>\n\n\n\n<p>Em Montagne des Fran\u00e7ais, o\u00a0<em>habitat<\/em>\u00a0exclusivo do l\u00eamure-desportista-do-norte \u2014 animal marrom-acinzentado com cerca de 18 cent\u00edmetros de altura conhecido por seus gritos estridentes \u2014 as patrulhas identificaram novas \u00e1reas com corte raso das \u00e1rvores para a produ\u00e7\u00e3o de carv\u00e3o. Cerca de 80% desses l\u00eamures-desportistas-do-norte foram exterminados durante as duas \u00faltimas d\u00e9cadas devido \u00e0 perda de\u00a0<em>habitat<\/em>\u00a0e \u00e0 ca\u00e7a, restando\u00a0menos de cem\u00a0deles atualmente.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cAcabei de retornar da floresta de Manombo, no sudeste da ilha, e presenciei inc\u00eandios na reserva especial da floresta diariamente, o que me entristece muito porque conduzo pesquisas sobre <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lemures\">l\u00eamures<\/a> nessa floresta desde 1997\u201d, lamentou Jonah Ratsimbazafy, primatologista de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/madagascar\">Madagascar<\/a> e presidente da\u00a0International Primatological Society,\u00a0organiza\u00e7\u00e3o de pesquisa e conserva\u00e7\u00e3o, no fim de novembro.<\/p>\n\n\n\n<p>Com o seguimento da pandemia de covid-19, \u201cos pr\u00f3ximos seis meses ser\u00e3o cruciais ao pa\u00eds inteiro\u201d, alerta Louis, que, embora esteja atualmente em Nebraska, mant\u00e9m contato constante com suas equipes localizadas no pa\u00eds. A demanda por \u00e1rvores e carne n\u00e3o acabou, e os efeitos da perda de\u00a0<em>habitat<\/em>\u00a0dos l\u00eamures em longo prazo podem demorar a aparecer, explica ele.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"474\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/floresta_de_lemures.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-166474\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/floresta_de_lemures.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/floresta_de_lemures-300x200.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><figcaption>Para ca\u00e7ar l\u00eamures de forma ilegal para utiliz\u00e1-los como alimento, os ca\u00e7adores \u00e0s vezes usam armadilhas feitas com um tronco e pequenos galhos em formato quadrado, como a mostrada nesta reserva de prote\u00e7\u00e3o.<br>FOTO DE\u00a0<strong>ADRIANE OHANESIAN, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>L\u00eamures como alimento<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>Antes da covid-19, <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lemures\">l\u00eamures<\/a> e outros animais da floresta, incluindo os felinos\u00a0fossas\u00a0e os pequenos\u00a0tenreques, semelhantes a musaranhos, eram consumidos h\u00e1 muito tempo como alimentos, apesar da proibi\u00e7\u00e3o da ca\u00e7a de l\u00eamures desde a d\u00e9cada de 1960.<\/p>\n\n\n\n<p>\u00a0Cortni Borgerson, antrop\u00f3loga e Exploradora da National Geographic, estima que ao menos 1,6 mil l\u00eamures-vermelhos e 10 mil l\u00eamures da esp\u00e9cie\u00a0<em>Eulemur albifrons<\/em>\u00a0foram mortos para servir de alimento todos os anos at\u00e9 o come\u00e7o da pandemia.<\/p>\n\n\n\n<p>Borgerson afirma que suas an\u00e1lises mais recentes, que ainda n\u00e3o foram publicadas, revelam uma tend\u00eancia preocupante: fam\u00edlias desesperadas para se alimentar ou vender carne nos mercados locais est\u00e3o recorrendo cada vez mais \u00e0 ca\u00e7a. Ela diz que as popula\u00e7\u00f5es de\u00a0l\u00eamures-vermelhos\u00a0criticamente amea\u00e7adas de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/extincao\">extin\u00e7\u00e3o<\/a> e, sobretudo, de\u00a0l\u00eamures da esp\u00e9cie\u00a0<em>Eulemur albifrons<\/em>\u00a0est\u00e3o em seus n\u00edveis mais baixos em 10 anos.<\/p>\n\n\n\n<p>Com base nos relatos recentes de suas equipes de pesquisa atuantes no Parque Nacional de Masoala, onde ela trabalhou por quase 15 anos, Borgerson estima que a densidade de l\u00eamures da esp\u00e9cie\u00a0<em>Eulemur albifrons<\/em>\u00a0na regi\u00e3o caiu 56% \u2014 de mais de 20 animais por quil\u00f4metro quadrado em 2019 para menos de 10 neste ano.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"710\" height=\"474\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/copas_das_arvores.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-166475\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/copas_das_arvores.jpg 710w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/01\/copas_das_arvores-300x200.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 710px) 100vw, 710px\" \/><figcaption>Muitos dos l\u00eamures de Madagascar, animais n\u00e3o encontrados em nenhum outro lugar do mundo, passam a maior parte do tempo nas copas de \u00e1rvores como essas do Parque Nacional Ranomafana.<br>FOTO DE\u00a0<strong>ADRIANE OHANESIAN, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>N\u00e3o \u00e9 nenhum mist\u00e9rio o que vem acontecendo com esses animais desaparecidos. \u201cAs perdas condizem com as quantidades utilizadas como alimento\u201d, esclarece ela. Borgerson chegou a essa conclus\u00e3o ap\u00f3s analisar os dados semanais provenientes de relatos de pessoas com rela\u00e7\u00e3o a seu consumo dom\u00e9stico, obtidos por suas equipes de pesquisa, para depois compar\u00e1-los com contagens de densidade de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lemures\">l\u00eamures<\/a>.<\/p>\n\n\n\n<p>A densidade populacional do l\u00eamure-vermelho tamb\u00e9m caiu \u2014 em m\u00e9dia 63% apenas no ano passado, conta Borgerson. Ela acredita que a maior parte dessa perda seja decorrente da destrui\u00e7\u00e3o do&nbsp;<em>habitat,<\/em>&nbsp;e cerca de um quarto, da ca\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n<p>Relat\u00f3rios de Ollier Duranton Andrianambinina, dos Parques Nacionais de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/madagascar\">Madagascar<\/a>, parecem confirmar as conclus\u00f5es de Borgerson \u2014 e tamb\u00e9m indicam uma intensifica\u00e7\u00e3o da ca\u00e7a de l\u00eamures. Entre janeiro e setembro de 2020, suas patrulhas notaram aumentos na ca\u00e7a bem acima do normal \u2014 564 l\u00eamures capturados em armadilhas e 132 casos em que encontraram ca\u00e7adores.<\/p>\n\n\n\n<p>Aubin Andriajaona, gerente local da Madagascar Biodiversity Partnership em Montagne des Fran\u00e7ais, afirma que o desmatamento foi \u201cmuito elevado\u201d entre mar\u00e7o e junho, e que as patrulhas na regi\u00e3o encontraram partes e pelagem de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lemures\">l\u00eamures<\/a> em algumas idas ao local.<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\"><strong>Conscientiza\u00e7\u00e3o e alternativas oferecidas<\/strong><\/h3>\n\n\n\n<p>Tiana Andriamanana afirma que as equipes de patrulha de Fanamby \u00e0s vezes encontram pessoas que nem sequer sabem que queimar \u00e1rvores \u00e9 ilegal. Quando isso acontece, diz ela, as equipes podem optar por n\u00e3o as prender e lhes explicar que esses inc\u00eandios s\u00e3o proibidos e que as \u00e1rvores t\u00eam valor.<\/p>\n\n\n\n<p>A pandemia atual destacou a necessidade de reduzir a depend\u00eancia dos empregos do ecoturismo e de criar outras oportunidades de trabalho para aliviar a pobreza, que \u00e9 justamente a causa do comportamento ilegal, explica ela.<\/p>\n\n\n\n<p>Louis concorda. Ele sugere que os neg\u00f3cios existentes \u2014 a produ\u00e7\u00e3o de \u00f3leos essenciais e materiais de aromaterapia, bem como a produ\u00e7\u00e3o de baunilha, caf\u00e9 e manga \u2014 devem ser desenvolvidas e organizadas em cooperativas.<\/p>\n\n\n\n<p>Contudo, para proteger os l\u00eamures e ajudar a preservar a mata remanescente em <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/madagascar\">Madagascar<\/a>, a necessidade mais urgente \u00e9 controlar a pandemia, afirma ele. O reflorestamento continuar\u00e1 sendo prioridade para repor o que foi perdido \u2014 reconectando o\u00a0<em>habitat\u00a0<\/em>fragmentado dos <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/lemures\">l\u00eamures<\/a> e expandindo as zonas de prote\u00e7\u00e3o em torno das reservas.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201c\u00c9 preciso assegurar a autossufici\u00eancia da seguran\u00e7a alimentar e de sa\u00fade nas comunidades locais\u201d, afirma Andriamanana. \u201cSem que isso aconte\u00e7a, a floresta sempre continuar\u00e1 a ser explorada.\u201d<\/p>\n\n\n\n<p>Fonte: National Geographic Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>Os inc\u00eandios se intensificaram no fim de mar\u00e7o, ap\u00f3s o an\u00fancio do isolamento no pa\u00eds devido ao novo coronav\u00edrus. As pessoas come\u00e7aram a fugir da capital, Antananarivo, e de outras cidades, embarcando em ve\u00edculos lotados com destino \u00e0s \u00e1reas rurais.  <a class=\"mh-excerpt-more\" href=\"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/01\/07\/166468-lemures-de-madagascar-sob-risco-de-extincao-estao-sendo-mortos-durante-a-pandemia.html\" title=\"L\u00eamures de Madagascar sob risco de extin\u00e7\u00e3o est\u00e3o sendo mortos durante a pandemia\"><\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":166469,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[61,3845,3979],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/166468"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=166468"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/166468\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":166476,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/166468\/revisions\/166476"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/166469"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=166468"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=166468"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=166468"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}