{"id":167670,"date":"2021-03-08T17:34:15","date_gmt":"2021-03-08T20:34:15","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=167670"},"modified":"2021-03-08T17:34:15","modified_gmt":"2021-03-08T20:34:15","slug":"esg-do-ponto-de-vista-de-uma-empresa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/divulgacao\/2021\/03\/08\/167670-esg-do-ponto-de-vista-de-uma-empresa.html","title":{"rendered":"ESG do ponto de vista de uma empresa"},"content":{"rendered":"\n
*Por Regina Magalh\u00e3es<\/p>\n\n\n\n
Em 2020, a ado\u00e7\u00e3o de crit\u00e9rios de Environmental, Social and Corporate Governance (ESG) tomou conta da agenda de investidores. Temos visto muitas discuss\u00f5es sobre o papel deles, mas ainda pouco sobre a vis\u00e3o de como as empresas devem atuar sobre esse tema. Neste artigo, vou abordar a relev\u00e2ncia das quest\u00f5es ambientais, sociais e de governan\u00e7a para as companhias, independentemente da necessidade de acesso a capital ou cr\u00e9dito e mostrar que ESG deve ser uma estrat\u00e9gia de neg\u00f3cio a ser definida em cada organiza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Em primeiro lugar \u00e9 importante lembrar que esse n\u00e3o \u00e9 um tema novo para as empresas. J\u00e1 nos anos 80 as companhias come\u00e7aram a introduzir a gest\u00e3o de riscos sociais e ambientais em sua agenda estrat\u00e9gica. Multas por n\u00e3o conformidade ambiental ou social e danos \u00e0 reputa\u00e7\u00e3o se tornaram riscos concretos para o desempenho financeiro e para a sobreviv\u00eancia das empresas.<\/p>\n\n\n\n
A partir do fim dos anos 90 e in\u00edcio dos anos 2000, as empresas come\u00e7aram a responder para bancos a exig\u00eancia de crit\u00e9rios sociais e ambientais como condi\u00e7\u00e3o para a tomada de empr\u00e9stimos, principalmente em projetos na modalidade project finance. Os Princ\u00edpios do Equador (benchmark criado em 2003) institu\u00edram uma forte massa cr\u00edtica em bancos e grandes empresas para avalia\u00e7\u00e3o de riscos sociais e ambientais em grandes projetos.<\/p>\n\n\n\n
Mas muita coisa mudou e a discuss\u00e3o sobre sustentabilidade ou ESG passou por uma grande evolu\u00e7\u00e3o. Qual \u00e9 a import\u00e2ncia, atualmente, do uso de crit\u00e9rios ESG nas empresas? Se a gest\u00e3o de riscos e reputa\u00e7\u00e3o j\u00e1 foi o resultado mais importante, hoje, medir o retorno financeiro das a\u00e7\u00f5es sociais e ambientais \u00e9 uma condi\u00e7\u00e3o fundamental para a defini\u00e7\u00e3o da estrat\u00e9gia a ser adotada.<\/p>\n\n\n\n
O artigo publicado por Bob Eccles e Serafein em 2013 mostra que nem sempre a rela\u00e7\u00e3o entre desempenho social e ambiental e desempenho financeiro \u00e9 positiva. A\u00e7\u00f5es de filantropia, responsabilidade social, mitiga\u00e7\u00e3o de impactos negativos ou mesmo gest\u00e3o de riscos podem ser estrat\u00e9gicas para as empresas, mas normalmente s\u00e3o a\u00e7\u00f5es que apresentam retornos financeiros nulos ou negativos, pelo menos no curto prazo. Elas geram retornos intang\u00edveis, que dificilmente podem ser mensurados, e, por isso, \u00e9 dif\u00edcil justific\u00e1-los em momentos em que a redu\u00e7\u00e3o de custos \u00e9 necess\u00e1ria.<\/p>\n\n\n\n
Com o aumento da percep\u00e7\u00e3o sobre a crise ambiental, a emerg\u00eancia clim\u00e1tica, a escassez de \u00e1gua, a degrada\u00e7\u00e3o dos solos e com o aumento da polui\u00e7\u00e3o, as empresas come\u00e7aram a identificar a\u00e7\u00f5es que poderiam aumentar a efici\u00eancia ambiental, melhorar a produtividade dos neg\u00f3cios e reduzir custos. O desafio desses projetos era calcular o retorno sobre o investimento: quanto devo reduzir o impacto ambiental para gerar um retorno financeiro positivo.<\/p>\n\n\n\n
Mas algumas empresas foram al\u00e9m disso. H\u00e1 dez anos, quando Michael Porter e Mark Kramer publicaram na Harvard Business Review o artigo Creating Shared Value, v\u00e1rias empresas j\u00e1 estavam desenvolvendo neg\u00f3cios lucrativos que visavam solucionar problemas sociais, como produzir medicamentos, tratamentos de sa\u00fade ou alimentos nutritivos e acess\u00edveis para popula\u00e7\u00f5es de baixa renda. Al\u00e9m disso, alguns bancos come\u00e7aram a identificar boas oportunidades de neg\u00f3cios com a cria\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os financeiros mais acess\u00edveis e adequados \u00e0s necessidades de um p\u00fablico que, de maneira geral, n\u00e3o entrava em suas ag\u00eancias. A percep\u00e7\u00e3o quanto \u00e0 urg\u00eancia em reduzir a desigualdade tem chamado a aten\u00e7\u00e3o de grandes empresas e ampliado a cria\u00e7\u00e3o de neg\u00f3cios orientados para esse fim.<\/p>\n\n\n\n
A emerg\u00eancia clim\u00e1tica \u00e9 o outro grande tema desta d\u00e9cada que se inicia agora. V\u00e1rias empresas est\u00e3o assumindo metas para neutralizar suas emiss\u00f5es. Com isso, as companhias de energias renov\u00e1veis e de tecnologias de gest\u00e3o de energia, de mobilidade el\u00e9trica, entre outras, est\u00e3o ampliando seus neg\u00f3cios para atender a essa demanda e, assim, contribuir para a solu\u00e7\u00e3o do maior desafio desta gera\u00e7\u00e3o e tamb\u00e9m ter lucros. \u00c9 uma nova vis\u00e3o de neg\u00f3cio.<\/p>\n\n\n\n
A ideia antiga era criar um neg\u00f3cio lucrativo e gastar uma parte dos resultados para mitigar ou compensar os impactos negativos. O problema desse modelo \u00e9 o conflito constante entre o lucro e o impacto.<\/p>\n\n\n\n
A ideia que come\u00e7ou a surgir \u00e9 criar um neg\u00f3cio lucrativo, cujo produto ou servi\u00e7o em si gere impactos sociais ou ambientais positivos. O conflito desaparece na medida em que, se o neg\u00f3cio cresce e os lucros aumentam, automaticamente os impactos sociais ou ambientais se tornam mais positivos e com maior escala.<\/p>\n\n\n\n
Portanto, a estrat\u00e9gia ESG ou de sustentabilidade de uma empresa n\u00e3o precisaria responder a press\u00f5es externas. As empresas t\u00eam a oportunidade de desenvolver neg\u00f3cios orientados para os pr\u00f3prios objetivos estrat\u00e9gicos e para a solu\u00e7\u00e3o de problemas relevantes da sociedade. Essa \u00e9 a tend\u00eancia do empreendedorismo moderno.<\/p>\n\n\n\n
*Regina Magalh\u00e3es \u00e9 diretora do Segmento de Mobilidade da Schneider Electric para Am\u00e9rica do Sul<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Regina Magalh\u00e3es, diretora do Segmento de Mobilidade da Schneider Electric para Am\u00e9rica do Sul, aborda a vis\u00e3o das empresas sobre os crit\u00e9rios de ESG e como o tema vem se desenvolvendo nos \u00faltimos anos. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":168135,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[147],"tags":[64,4933,4931,4932,276,4934,158],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/167670"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=167670"}],"version-history":[{"count":6,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/167670\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":168142,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/167670\/revisions\/168142"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/168135"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=167670"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=167670"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=167670"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}