{"id":167930,"date":"2021-03-04T06:00:17","date_gmt":"2021-03-04T09:00:17","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=167930"},"modified":"2021-08-11T17:10:28","modified_gmt":"2021-08-11T20:10:28","slug":"como-o-menor-porco-selvagem-do-mundo-foi-salvo-da-extincao","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/redacao\/traducoes\/2021\/03\/04\/167930-como-o-menor-porco-selvagem-do-mundo-foi-salvo-da-extincao.html","title":{"rendered":"Feliz como porco na lama: como o menor porco selvagem do mundo foi salvo da extin\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"\n
\"Uma<\/a>
Uma porca pigmeu f\u00eamea com membros de sua ninhada. Fotografia: Craig Jones.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O porco pigmeu ainda est\u00e1 em perigo, mas um programa de reintrodu\u00e7\u00e3o em Assam, \u00cdndia, deu a ele uma chance maior de sobreviv\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

O porco-pigmeu marrom acinzentado (Porcula salvania), com seu cabelo ralo e um corpo aerodin\u00e2mico que \u00e9 quase do tamanho de um gato<\/strong>, \u00e9 o menor porco selvagem do mundo, e tamb\u00e9m um dos mais raros, aparecendo na lista vermelha da Uni\u00e3o Internacional para Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/a> (IUCN, sigla em ingl\u00eas) como amea\u00e7ados de extin\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n

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Nomeados ap\u00f3s serem encontrados pela primeira vez em pastagens de sal, eles prosperaram nas plan\u00edcies exuberantes do sub Himalaia, do Nepal a Uttar Pradesh. Mas hoje, estima-se que haja menos de 300 na natureza<\/strong>, em Assam, \u00cdndia.<\/p>\n\n\n\n

O habitat do porco pigmeu est\u00e1 cada vez mais sob press\u00e3o da invas\u00e3o humana, do sobrepastoreio e do desmatamento para a agricultura. \u201cO porco pigmeu \u00e9 o primeiro a desaparecer quando o habitat muda, ao contr\u00e1rio de seu primo, o javali, que se adapta bem \u00e0s mudan\u00e7as em seu ambiente\u201d, diz o Dr. Goutam Narayan, consultor de projeto do Programa de Conserva\u00e7\u00e3o do Porco Pigmeu (PHCP, sigla em ingl\u00eas).<\/p>\n\n\n\n

\u201cEmbora tenhamos a tend\u00eancia de nos concentrar na conserva\u00e7\u00e3o de habitats para grandes animais ic\u00f4nicos como o rinoceronte, pequenos animais como o porco pigmeu s\u00e3o \u00f3timos bar\u00f4metros de habitat, e devemos gerenciar melhor esses animais eco-sens\u00edveis. Eles chamam nossa aten\u00e7\u00e3o para mudan\u00e7as ainda m\u00ednimas nas pastagens, muito antes das esp\u00e9cies maiores \u201d, acrescenta.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

\"Caixas<\/a>
Caixas de transporte para porco pigmeu no local de soltura. Fotografia: Goutam Narayan.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Na d\u00e9cada de 1960, acreditava-se que o porco pigmeu estava extinto<\/strong>, antes de ser “redescoberto” por um gerente de propriedade de ch\u00e1 em 1971. As primeiras tentativas de introduzir a reprodu\u00e7\u00e3o em cativeiro falharam at\u00e9 1995, quando o PHCP foi estabelecido pelo Durrell Wildlife Conservation Trust, o Grupo de Especialistas em Porcos Selvagens da IUCN, departamento florestal de Assam e minist\u00e9rio do meio ambiente da \u00cdndia.<\/p>\n\n\n\n

A organiza\u00e7\u00e3o estabeleceu um programa de cria\u00e7\u00e3o em cativeiro com o objetivo de reintroduzir os animais na natureza.<\/p>\n\n\n\n

\u201cA reprodu\u00e7\u00e3o em cativeiro bem-sucedida, come\u00e7ou com seis porcos capturados na reserva de Manas em Assam\u201d, diz Parag Deka, diretor do projeto do PHCP, um cientista veterin\u00e1rio que ingressou no programa em 1997 como estagi\u00e1rio. \u201cA reintrodu\u00e7\u00e3o dos porcos em cativeiro na natureza come\u00e7ou em 2008, com 16 porcos pigmeus soltos no santu\u00e1rio de vida selvagem Sonai Rupai\u201d, acrescenta.<\/p>\n\n\n\n

Na sede do PHCP de Assam, em Basistha, os animais s\u00e3o criados e eventualmente soltos nos santu\u00e1rios de vida selvagem de Orang, Sonai-Rupai e Bornadi. Antes de serem soltos na natureza, os porcos s\u00e3o mantidos em instala\u00e7\u00f5es especiais por cinco meses.<\/p>\n\n\n\n

\"Um<\/a>
Um porco pigmeu macho adulto. Fotografia: Parag Deka.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

\u201cO Durrell Wildlife Conservation Trust tem experi\u00eancia em trazer de volta v\u00e1rias esp\u00e9cies \u00e0 beira da extin\u00e7\u00e3o, como a Marreca-Malgaxe de Madagascar e o morcego frug\u00edvoro Rodrigues, e m\u00e9todos sofisticados de reprodu\u00e7\u00e3o em cativeiro s\u00e3o seguidos, aprendendo com as esp\u00e9cies e atendendo \u00e0s suas necessidades na natureza.\u201d diz Deka.<\/p>\n\n\n\n

\u201cGarantimos que os porcos pigmeus vivam com o m\u00ednimo de contato humano, que sua dieta suplementar seja reduzida para 15% e eles aprendam a forragear e construir rela\u00e7\u00f5es sociais com outros su\u00ednos, antes de serem soltos na natureza. S\u00e3o liberados cerca de 12 su\u00ednos por ano. \u201d<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

Um on\u00edvoro que se alimenta de tub\u00e9rculos, frutas, grama, insetos, ovos e pequenos r\u00e9pteis, o porco pigmeu \u00e9 um dos poucos mam\u00edferos no mundo que realmente constr\u00f3i uma casa<\/strong> – uma depress\u00e3o rasa na terra forrada com vegeta\u00e7\u00e3o e at\u00e9 mesmo um telhado de galhos.<\/p>\n\n\n\n

Uma vez reintroduzido na natureza, no entanto, rastrear os porcos n\u00e3o \u00e9 uma tarefa f\u00e1cil. \u201cEles s\u00e3o criaturas extremamente t\u00edmidas e evasivas, sendo quase imposs\u00edvel avist\u00e1-los durante o trabalho de campo\u201d, diz Narayan.<\/p>\n\n\n\n

\u201cCom a ajuda de armadilhas fotogr\u00e1ficas, al\u00e9m de visualizar seus excrementos e pegadas, conseguimos rastrear os porcos e as evid\u00eancias de reprodu\u00e7\u00e3o\u201d, acrescenta Deka. \u201cFizemos v\u00e1rias tentativas para desenvolver melhores sistemas de rastreamento e agora usamos um implante do tamanho de uma moeda.\u201d<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

\"Um<\/a>
Um porco pigmeu entra na natureza, vindo do recinto de soltura na reserva de Manas. Fotografia: Goutam Narayan.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

As pastagens que s\u00e3o seu habitat protegem as terras florestais das inunda\u00e7\u00f5es e fornecem forragem para o gado. \u201cTrabalhamos com as comunidades locais e o departamento florestal no manejo adequado das pastagens, restringindo o sobrepastoreio e sugerindo alternativas para a queima de todas as pastagens\u201d, diz Deka.<\/p>\n\n\n\n

\u201cA queima de pastagens para estimular o crescimento fresco durante a esta\u00e7\u00e3o seca \u00e9 a maior amea\u00e7a para os porcos pigmeus, pois eles precisam de uma cobertura espessa e constroem ninhos de grama ao longo do ano\u201d.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

O objetivo do PHCP, diz Deka, \u00e9 que at\u00e9 2025, no 100\u00ba anivers\u00e1rio do nascimento do naturalista brit\u00e2nico Gerald Durrell, “o ecossistema seja restaurado e o porco pigmeu possa prosperar mais uma vez nessas pastagens”.<\/p>\n\n\n\n

\u201cO prop\u00f3sito da minha vida tem sido trazer de volta esta esp\u00e9cie \u00e0 beira da extin\u00e7\u00e3o\u201d, acrescenta.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

O PHCP est\u00e1 otimista de que a meta ser\u00e1 alcan\u00e7ada, mas, diz Narayan: \u201cEmbora tenhamos esses marcos a atingir, tamb\u00e9m precisamos estar cientes das v\u00e1rias restri\u00e7\u00f5es – quest\u00f5es sociais e pessoais que est\u00e3o interligadas com a conserva\u00e7\u00e3o do porco pigmeu , da invas\u00e3o ao apoio aos meios de subsist\u00eancia locais.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNossa tentativa \u00e9 sensibilizar a comunidade para a conserva\u00e7\u00e3o desses \u00faltimos bols\u00f5es de pastagem remanescentes, que s\u00e3o habitats importantes n\u00e3o apenas para os porcos pigmeus, mas para muitos outros animais e p\u00e1ssaros.\u201d<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

Fonte: The Guardian \/ Phoebe Weston e Patrick Greenfield
Tradu\u00e7\u00e3o: Reda\u00e7\u00e3o Ambientebrasil \/ Maria Beatriz Ayello Leite
Para ler a reportagem original em ingl\u00eas acesse: <\/em>
https:\/\/www.theguardian.com\/environment\/2021\/mar\/03\/how-the-pygmy-hog-was-saved-from-extinction-aoe<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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