{"id":168229,"date":"2021-03-12T10:00:00","date_gmt":"2021-03-12T13:00:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=168229"},"modified":"2021-03-12T00:40:46","modified_gmt":"2021-03-12T03:40:46","slug":"as-marcas-do-desastre-de-fukushima-dez-anos-depois","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/03\/12\/168229-as-marcas-do-desastre-de-fukushima-dez-anos-depois.html","title":{"rendered":"As marcas do desastre de Fukushima, dez anos depois"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/homenagem_vitimas_terremoto.jpg\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"700\" height=\"394\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/homenagem_vitimas_terremoto.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-168230\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/homenagem_vitimas_terremoto.jpg 700w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/homenagem_vitimas_terremoto-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/homenagem_vitimas_terremoto-678x381.jpg 678w\" sizes=\"(max-width: 700px) 100vw, 700px\" \/><\/a><figcaption>Mulher lembra v\u00edtimas do terremoto seguido de tsunami que matou milhares e desencadeou desastre nuclear<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Primeiro, o <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/terremoto\">terremoto<\/a> de 11 de mar\u00e7o de 2011 destruiu a principal fonte de energia da central nuclear de Fukushima Daiichi. O tsunami que se seguiu inundou os geradores de emerg\u00eancia. Logo, o combust\u00edvel em tr\u00eas dos seis reatores da instala\u00e7\u00e3o nuclear superaqueceu, causando derretimento de seu n\u00facleo. Como resultado, houve v\u00e1rias explos\u00f5es, causadas pelo ac\u00famulo de hidrog\u00eanio. As imagens da televis\u00e3o das nuvens de fuma\u00e7a radioativa sobre as <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/usina-nuclear\">usinas<\/a> est\u00e3o presentes na mem\u00f3ria coletiva\u00a0 mundo afora. Part\u00edculas radioativas contaminaram mais de mil quil\u00f4metros quadrados, e mais de 160 mil moradores tiveram que deixar a regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n<p>Dez anos depois, os sinais vis\u00edveis da cat\u00e1strofe v\u00e3o desaparecendo. Em toda a \u00e1rea de 20 quil\u00f4metros em volta da instala\u00e7\u00e3o nuclear, escavadeiras e guindastes est\u00e3o demolindo muitos pr\u00e9dios e casas que se tornaram inabit\u00e1veis \u200b\u200bdevido a <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/terremoto\">terremotos<\/a> e contamina\u00e7\u00e3o. As montanhas de sacos com os restos da descontamina\u00e7\u00e3o que arruinaram a paisagem por anos foram em grande parte removidas. Nos campos e prados da regi\u00e3o, h\u00e1 hoje placas solares.<\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2021\/03\/12\/168229-as-marcas-do-desastre-de-fukushima-dez-anos-depois.html'>As marcas do desastre de Fukushima, dez anos depois<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2020\/09\/29\/163783-ameba-comedora-de-cerebros-o-que-levou-autoridades-do-texas-a-emitirem-alerta.html'>Ameba \u2018comedora de c\u00e9rebros\u2019: o que levou autoridades do Texas a emitirem alerta<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2019\/02\/28\/150705-metodo-desenvolvido-no-cemaden-pode-ajudar-a-prevenir-deslizamentos-de-terra.html'>M\u00e9todo desenvolvido no Cemaden pode ajudar a prevenir deslizamentos de terra<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>No entanto, o\u00a0governador de Fukushima, Masao Uchibori, fala de &#8220;luzes e sombras&#8221; em sua avalia\u00e7\u00e3o do d\u00e9cimo anivers\u00e1rio da cat\u00e1strofe. &#8220;Parte da luz \u00e9 que o n\u00edvel de radia\u00e7\u00e3o diminuiu. N\u00f3s descontaminamos, hoje apenas 2,4% da \u00e1rea da cidade est\u00e3o fechados&#8221;, diz Uchibori. &#8220;No lado negativo, 37 mil ex-residentes continuam deslocados.&#8221;<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/central_nuclear_de_Fukushima.jpg\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"700\" height=\"394\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/central_nuclear_de_Fukushima.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-168231\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/central_nuclear_de_Fukushima.jpg 700w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/central_nuclear_de_Fukushima-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/central_nuclear_de_Fukushima-678x381.jpg 678w\" sizes=\"(max-width: 700px) 100vw, 700px\" \/><\/a><figcaption>A central nuclear de Fukushima dez anos ap\u00f3s desastre: destino de \u00e1gua contaminada acumulada no local ainda \u00e9 incerto<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\" id=\"h-rea-inabit-vel-atinge-340-quil-metros-quadrados\">\u00c1rea inabit\u00e1vel atinge 340 quil\u00f4metros quadrados<\/h2>\n\n\n\n<p>Embora todas as ordens de evacua\u00e7\u00e3o para a zona de 20 quil\u00f4metros em volta da instala\u00e7\u00e3o nuclear j\u00e1 tenham sido retiradas, grandes partes das cidades diretamente adjacentes \u00e0s usinas e as povoa\u00e7\u00f5es a noroeste ainda est\u00e3o altamente contaminadas, totalizando uma \u00e1rea de quase 340 quil\u00f4metros quadrados. Ali, a radioatividade est\u00e1 pelo menos 50 vezes acima do limite padr\u00e3o de um milisievert. At\u00e9 agora, nessas cidades foram criadas apenas pequenas zonas econ\u00f4micas especiais descontaminadas, visando o posterior repovoamento.<\/p>\n\n\n\n<p>Entre 30% e 60% dos antigos moradores retornaram \u00e0s cidades e vilas mais afastadas da <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/usina-nuclear\">usina nuclear<\/a>. Entre elas, no entanto, est\u00e3o apenas algumas fam\u00edlias com crian\u00e7as. Temendo a radia\u00e7\u00e3o, muitas j\u00e1 criaram ra\u00edzes em novas cidades. Entre os retornados, est\u00e3o predominantemente idosos. Como Tomoko Kobayashi, de 68 anos, que dirige uma pens\u00e3o com seu marido a 14 quil\u00f4metros da central nuclear.<\/p>\n\n\n\n<p>Ap\u00f3s o <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/desastres\">desastre<\/a>, ela se mudou para Nagoia, onde o filho vive com a fam\u00edlia. Mas logo ela ficou com saudades da terra natal. &#8220;A comida n\u00e3o era t\u00e3o saborosa em Nagoia quanto em Fukushima&#8221;, diz ela. &#8220;Ent\u00e3o voltamos a Fukushima na esperan\u00e7a de que os alimentos locais pudessem ser consumidos.&#8221;<\/p>\n\n\n\n<p>O casal se juntou a um grupo de cidad\u00e3os que faz as pr\u00f3prias medi\u00e7\u00f5es de radia\u00e7\u00e3o no solo, ar e alimentos. Segundo seus dados, o consumo de arroz e verduras, por exemplo, \u00e9 seguro.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/fumaca_apos_explosao_em_Daiichi.jpg\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"700\" height=\"394\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/fumaca_apos_explosao_em_Daiichi.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-168232\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/fumaca_apos_explosao_em_Daiichi.jpg 700w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/fumaca_apos_explosao_em_Daiichi-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/fumaca_apos_explosao_em_Daiichi-678x381.jpg 678w\" sizes=\"(max-width: 700px) 100vw, 700px\" \/><\/a><figcaption>Fuma\u00e7a ap\u00f3s explos\u00e3o do reator 3 de Daiichi em mar\u00e7o de 2011<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\">Lenta reconstru\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n<p>O apego \u00e0 terra natal tamb\u00e9m motivou Seimei Sasaki a retornar. Sua fam\u00edlia viveu por v\u00e1rios s\u00e9culos na regi\u00e3o, aluga campos para produtores de arroz e vive dos recursos de uma pequena floresta. O robusto homem de 95 anos mandou reformar sua casa com o t\u00edpico telhado curvo. Ele n\u00e3o tem ilus\u00f5es quanto ao futuro.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;Espero que a reconstru\u00e7\u00e3o seja r\u00e1pida. Mas ainda vai demorar 30 anos, talvez at\u00e9 50, at\u00e9 que tudo esteja bem de novo&#8221;, afirma. &#8220;Eu tamb\u00e9m gostaria de ver mais pessoas na agricultura. Mas ningu\u00e9m vem.&#8221; Um dos motivos, segundo ele, s\u00e3o as elevadas indeniza\u00e7\u00f5es pagas. &#8220;Muitos compraram uma nova casa em outro lugar e agora j\u00e1 n\u00e3o querem mais voltar.&#8221;<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/Seimei_Sasaki.jpg\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"700\" height=\"394\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/Seimei_Sasaki.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-168233\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/Seimei_Sasaki.jpg 700w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/Seimei_Sasaki-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/03\/Seimei_Sasaki-678x381.jpg 678w\" sizes=\"(max-width: 700px) 100vw, 700px\" \/><\/a><figcaption>Fam\u00edlia de Seimei Sasaki vive h\u00e1 s\u00e9culos na regi\u00e3o<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Na <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/usina-nuclear\">usina nuclear<\/a> de Fukushima Daiichi, o combust\u00edvel derretido est\u00e1 sendo\u00a0resfriado e as ru\u00ednas resistiram a novos tremores. Mas a limpeza est\u00e1 sendo muito mais lenta do que o planejado por causa da radia\u00e7\u00e3o. Mais de mil tanques com 1,3 milh\u00e3o de metros c\u00fabicos de \u00e1gua foram acumulados no local.<\/p>\n\n\n\n<p>A operadora Tepco quer desviar a \u00e1gua para o Oceano Pac\u00edfico, mas o governo hesita porque o l\u00edquido cont\u00e9m tr\u00edtio radioativo. Al\u00e9m disso, ainda n\u00e3o se sabe a localiza\u00e7\u00e3o exata do combust\u00edvel derretido, muito menos como recuper\u00e1-lo. Mas o gerente da Tepco, Akira Ono, n\u00e3o quer discutir o assunto: &#8220;Se voc\u00ea pergunta a dez pessoas, recebe dez opini\u00f5es.&#8221;<\/p>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\">Nenhuma mudan\u00e7a na pol\u00edtica energ\u00e9tica<\/h2>\n\n\n\n<p>O <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/desastres\">desastre<\/a> nuclear no Jap\u00e3o n\u00e3o provocou um abalo pol\u00edtico. H\u00e1 mais de oito anos, uma coaliz\u00e3o conservadora de direita est\u00e1 no poder, mantendo-se fiel \u00e0 energia nuclear. Entretanto, devido \u00e0 necessidade de atualizar a tecnologia de seguran\u00e7a, apenas um em cada seis dos 54 reatores originais p\u00f4de ser reiniciado.<\/p>\n\n\n\n<p>Pesquisas mostram que a maioria dos japoneses se op\u00f5e ao seu uso continuado, mas isto n\u00e3o tem impacto nas elei\u00e7\u00f5es, explica a japonesa Kristina Iwata-Weickgenannt, da Universidade de Nagoia.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;Com exce\u00e7\u00e3o dos anos 60 e in\u00edcio dos anos 70, o Jap\u00e3o nunca teve uma cultura de protesto muito pronunciada. Pelo contr\u00e1rio, o ativismo pol\u00edtico tem sido fortemente estigmatizado desde aquela \u00e9poca&#8221;, diz a especialista alem\u00e3. Como resultado, diz ela, o desencanto com a pol\u00edtica \u00e9 enormemente alto, e h\u00e1 pouca esperan\u00e7a de que os protestos de rua tragam mudan\u00e7as. &#8220;Por isso, n\u00e3o me surpreende que os protestos iniciais contra a energia nuclear em grande parte tenham parado.&#8221;<\/p>\n\n\n\n<p>Ao menos Fukushima aposta completamente em energia limpa, produzida a partir de fontes renov\u00e1veis. Sua cota deve aumentar dos atuais 40% para 100% at\u00e9 2041. Ali, nunca mais se quer produzir energia nuclear.<\/p>\n\n\n\n<p>Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>As imagens da televis\u00e3o das nuvens de fuma\u00e7a radioativa sobre as usinas est\u00e3o presentes na mem\u00f3ria coletiva  mundo afora. 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