{"id":170306,"date":"2021-05-17T11:47:05","date_gmt":"2021-05-17T14:47:05","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=170306"},"modified":"2021-05-17T11:47:08","modified_gmt":"2021-05-17T14:47:08","slug":"mamaes-chimpanzes-sao-como-nos-choram-fazem-carinho-e-reservam-um-tempo-so-para-elas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/05\/17\/170306-mamaes-chimpanzes-sao-como-nos-choram-fazem-carinho-e-reservam-um-tempo-so-para-elas.html","title":{"rendered":"Mam\u00e3es-chimpanz\u00e9s s\u00e3o como n\u00f3s: choram, fazem carinho e reservam um tempo s\u00f3 para elas"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/chimpanzes.jpg\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"702\" height=\"1024\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/chimpanzes-702x1024.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-170307\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/chimpanzes-702x1024.jpg 702w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/chimpanzes-206x300.jpg 206w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/chimpanzes.jpg 710w\" sizes=\"(max-width: 702px) 100vw, 702px\" \/><\/a><figcaption>Um beb\u00ea chimpanz\u00e9 abra\u00e7a sua m\u00e3e. Esses grandes primatas compartilham cerca de 99% de seu DNA com os humanos.<br>FOTO DE\u00a0<strong>ERIC GEVAERT, ALAMY<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Cuidados com seus <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/filhote\">filhotes<\/a> 24 horas o ano todo. Amamenta\u00e7\u00e3o por at\u00e9 cinco horas por dia. Um relacionamento intenso e duradouro de mais de uma d\u00e9cada.<\/p>\n\n\n\n<p>Algu\u00e9m se identifica? Assim como as m\u00e3es humanas,\u00a0as <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/chimpanzes\">chimpanz\u00e9s<\/a>\u00a0se empenham muito para que seus filhos se tornem adultos saud\u00e1veis. Assim, os chimpanz\u00e9s chegam, em m\u00e9dia, a 40 anos de vida quando criados na natureza. Embora as comunidades de chimpanz\u00e9s que vivem entre a regi\u00e3o de\u00a0Uganda\u00a0at\u00e9 a savana da Tanz\u00e2nia sejam diversas e tenham comportamentos particulares, todos os grupos t\u00eam algo em comum: os impressionantes la\u00e7os entre m\u00e3es e filhos.<\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2023\/02\/01\/181436-os-sinais-entendidos-tanto-por-humanos-quanto-por-chimpanzes.html'>Os sinais entendidos tanto por humanos quanto por chimpanz\u00e9s<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/11\/22\/180758-o-emocionante-reencontro-de-mae-chimpanze-com-filhote-apos-parto-por-cesarea.html'>O emocionante reencontro de m\u00e3e chimpanz\u00e9 com filhote ap\u00f3s parto por ces\u00e1rea<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2022\/09\/12\/179500-o-batuque-particular-de-chimpanzes-em-arvores-para-se-comunicarem-na-selva.html'>O batuque particular de chimpanz\u00e9s em \u00e1rvores para se comunicarem na selva<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>Nos \u00faltimos anos, novas pesquisas destacaram a maternidade dos chimpanz\u00e9s e trouxeram a p\u00fablico informa\u00e7\u00f5es valiosas sobre esses grandes s\u00edmios que est\u00e3o <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/ameacadas-de-extincao\">amea\u00e7ados de extin\u00e7\u00e3o<\/a>.<\/p>\n\n\n\n<p>As popula\u00e7\u00f5es de chimpanz\u00e9s diminu\u00edram em pelo menos 70% devido \u00e0 destrui\u00e7\u00e3o de seu&nbsp;<em>habitat<\/em>, ca\u00e7a e doen\u00e7as. Em 1900, havia cerca de um milh\u00e3o de chimpanz\u00e9s; hoje esses n\u00fameros est\u00e3o entre apenas 172 mil e 300 mil indiv\u00edduos. Aprender mais sobre as rela\u00e7\u00f5es sociais dos chimpanz\u00e9s pode ser bastante \u00fatil para as medidas de prote\u00e7\u00e3o aos chimpanz\u00e9s e ajudar os ambientalistas a entender quais s\u00e3o os fatores determinantes para que as comunidades de chimpanz\u00e9s se desenvolvam, como por exemplo o tamanho ideal do&nbsp;<em>habitat<\/em>.<\/p>\n\n\n\n<p>Segundo Rachna Reddy, p\u00f3s-doutoranda na Universidade de Harvard, que h\u00e1 anos observa os chimpanz\u00e9s na natureza, h\u00e1 alguns aspectos das rela\u00e7\u00f5es entre os chimpanz\u00e9s \u201cque s\u00e3o de certa forma indescrit\u00edveis, assim como nas rela\u00e7\u00f5es amorosas entre os humanos\u201d.<\/p>\n\n\n\n<p>Conhe\u00e7a algumas descobertas que est\u00e3o mudando o que conhecemos sobre as m\u00e3es chimpanz\u00e9s e revelando semelhan\u00e7as entre elas e os humanos.<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\" id=\"h-la-o-entre-m-e-e-filho\">La\u00e7o entre m\u00e3e e filho<\/h3>\n\n\n\n<p>Gera\u00e7\u00f5es passadas de primat\u00f3logos chegaram a documentar a forte liga\u00e7\u00e3o entre m\u00e3es chimpanz\u00e9s e seus filhos adultos. Mas um estudo realizado no ano passado revelou que essa rela\u00e7\u00e3o, al\u00e9m de comovente, \u00e9 um padr\u00e3o de comportamento entre os chimpanz\u00e9s.<\/p>\n\n\n\n<p>Reddy e o co-autor da pesquisa,\u00a0Aaron Sandel, passaram tr\u00eas anos observando a intera\u00e7\u00e3o de 29 adolescentes e jovens adultos do sexo masculino na comunidade de chimpanz\u00e9s Ngogo, do Parque Nacional Kibale, de Uganda, com outros chimpanz\u00e9s. Os chimpanz\u00e9s machos n\u00e3o tinham mais contato com suas m\u00e3es com a frequ\u00eancia de antes, mas quando as encontravam,\u00a0afagavam e limpavam os pelos de suas progenitoras por longas horas, provavelmente repetindo comportamentos de quando ainda eram mais jovens.<\/p>\n\n\n\n<p>Alguns tinham comportamentos ainda mais \u00edntimos: \u201cCerca de um ter\u00e7o dos machos adultos s\u00e3o os melhores amigos de suas m\u00e3es\u201d, afirma Reddy.<\/p>\n\n\n\n<p>\u00c9 prov\u00e1vel que esse tipo de relacionamento duradouro entre m\u00e3e e filho ocorra entre todos os grupos de chimpanz\u00e9s. Por outro lado, esse comportamento \u00e9 bastante incomum entre os mam\u00edferos, pois a maioria dos machos deixa seu grupo de origem quando atinge certa maturidade. Entre os chimpanz\u00e9s, s\u00e3o as f\u00eameas que saem para encontrar um novo grupo, talvez por isso os parentes mais pr\u00f3ximos de um chimpanz\u00e9 f\u00eamea sejam seus pr\u00f3prios filhos.<\/p>\n\n\n\n<p>E os machos jovens, ainda que n\u00e3o deixem suas comunidades de origem, enfrentam uma transi\u00e7\u00e3o dif\u00edcil: adentrar a hierarquia social dos machos adultos.<\/p>\n\n\n\n<p>O estudo tamb\u00e9m revelou que as m\u00e3es desempenham um papel crucial nessa transi\u00e7\u00e3o pela qual os machos jovens devem passar, defendendo seus filhos em conflitos contra machos mais velhos e os reconfortando com afagos.<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\" id=\"h-cuidados-pessoais-das-m-es-chimpanz-s\">Cuidados pessoais das m\u00e3es chimpanz\u00e9s&nbsp;<\/h3>\n\n\n\n<p>Sean Lee, cientista e p\u00f3s-doutorando na Universidade George Washington, tem reconsiderado os conhecimentos cl\u00e1ssicos sobre a vida cotidiana dos chimpanz\u00e9s f\u00eameas.<\/p>\n\n\n\n<p>Por exemplo: por muito tempo os especialistas concordaram que as m\u00e3es chimpanz\u00e9s n\u00e3o eram t\u00e3o soci\u00e1veis em suas comunidades porque passavam muito tempo com seus filhos.<\/p>\n\n\n\n<p>Mas com a mente aberta e se baseando em conjuntos de dados mais abrangentes, Lee e seus colegas descobriram que as m\u00e3es chimpanz\u00e9s passam tempo de qualidade com outros chimpanz\u00e9s adultos, assim como seus famosos primos greg\u00e1rios, os bonobos.<\/p>\n\n\n\n<p>Lee e seus colegas registraram imagens do comportamento de bonobos amamentando, na Rep\u00fablica Democr\u00e1tica do Congo, para um estudo que foi\u00a0publicado no in\u00edcio deste ano. Os pesquisadores compararam os resultados de sua pesquisa com os dados de outros estudos de d\u00e9cadas passadas relacionados aos chimpanz\u00e9s do Parque Nacional Gombe Stream,\u00a0na Tanz\u00e2nia.<\/p>\n\n\n\n<p>Eles observaram quanto tempo cada esp\u00e9cie passava realizando algumas atividades, como alimenta\u00e7\u00e3o, migra\u00e7\u00e3o de um lugar para outro, cata\u00e7\u00e3o e divers\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n<p>De fato, as m\u00e3es chimpanz\u00e9s passam mais tempo sozinhas com seus filhotes \u2014 e menos tempo com outros chimpanz\u00e9s \u2014 do que as m\u00e3es bonobos. Mas as m\u00e3es chimpanz\u00e9s tamb\u00e9m passavam tanto tempo quanto \u2014 ou mais \u2014 que as m\u00e3es bonobos em atividades sociais, como praticar cata\u00e7\u00e3o e brincar.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cFoi exatamente o oposto do que esper\u00e1vamos\u201d, afirma Lee. As descobertas proporcionadas pela pesquisa mostram que \u201cas m\u00e3es chimpanz\u00e9s ainda precisam interagir e passar tempo com outros chimpanz\u00e9s \u2014 e elas fazem isso\u201d.<\/p>\n\n\n\n<h3 class=\"wp-block-heading\" id=\"h-sofrendo-juntos\">Sofrendo juntos&nbsp;<\/h3>\n\n\n\n<p>Pesquisas com chimpanz\u00e9s em cativeiro tamb\u00e9m trazem algumas respostas sobre o comportamento de seus parentes que vivem na natureza.<\/p>\n\n\n\n<p>Moni, um dos membros de menor escal\u00e3o de sua comunidade no\u00a0Royal Burgers\u2019 Zoo\u00a0, na Holanda, tentou se relacionar com os outros 14 chimpanz\u00e9s no recinto em que estava, encarando os <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/chimpanzes\">chimpanz\u00e9s<\/a> com quem ela queria se socializar atrav\u00e9s da cata\u00e7\u00e3o ou simplesmente puxando os pelos deles.<\/p>\n\n\n\n<p>\u201cEla realmente n\u00e3o sabia como ser um chimpanz\u00e9\u201d, diz\u00a0Zo\u00eb Goldsborough, candidata a doutorado na Universidade de Utrecht, que passou meses observando Moni e sua comunidade.<\/p>\n\n\n\n<p>Certa manh\u00e3, Goldsborough e sua colega, Kayla Kolff, descobriram um rec\u00e9m-nascido morto no recinto e perceberam que um dos motivos para que Moni se mantivesse isolada dos outros era a gravidez.<\/p>\n\n\n\n<p>Aquela comunidade de chimpanz\u00e9s ficou estranhamente quieta naquele dia. Em vez de evitar Moni, como de costume, naquele dia os chimpanz\u00e9s se sentaram perto dela, a beijaram e ofereceram os dedos para ela segurar ou colocar na boca.<\/p>\n\n\n\n<p>Os pesquisadores\u00a0j\u00e1 sabiam que os chimpanz\u00e9s sofrem juntos, mas a experi\u00eancia de\u00a0Moni pode ser a primeira evid\u00eancia documentada de que os chimpanz\u00e9s\u00a0\u2014 pelo menos quando est\u00e3o em cativeiro \u2014 consolam o indiv\u00edduo que sofreu uma perda, diz Goldsborough, autora principal de um estudo recente sobre esse comportamento.<\/p>\n\n\n\n<p>Embora a afei\u00e7\u00e3o intensa dos outros chimpanz\u00e9s para com Moni tenha durado apenas algumas horas, a perda que passou pode t\u00ea-la ajudado a ganhar posi\u00e7\u00e3o no grupo: agora ela \u00e9 uma chimpanz\u00e9 de m\u00e9dio escal\u00e3o e tem v\u00e1rios parceiros de cata\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n<p>Segundo Goldsborough, a consci\u00eancia sobre a morte era vista como algo que \u201cdistanciava os animais dos humanos\u201d, mas a pesquisa mostra que os chimpanz\u00e9s tamb\u00e9m t\u00eam experi\u00eancias de sofrimento intenso com as perdas \u2014 e essa \u00e9 apenas uma entre tantas outras emo\u00e7\u00f5es que compartilhamos com nossos primos primatas.<\/p>\n\n\n\n<p>Fonte: National Geographic Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>Cuidados com seus filhotes 24 horas o ano todo. 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