{"id":170738,"date":"2021-05-29T15:32:21","date_gmt":"2021-05-29T18:32:21","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=170738"},"modified":"2021-08-11T17:55:14","modified_gmt":"2021-08-11T20:55:14","slug":"cilindros-de-lama-revelam-que-o-impacto-dos-humanos-na-terra-comecou-mais-cedo-do-que-pensavamos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/redacao\/traducoes\/2021\/05\/29\/170738-cilindros-de-lama-revelam-que-o-impacto-dos-humanos-na-terra-comecou-mais-cedo-do-que-pensavamos.html","title":{"rendered":"Cilindros de lama revelam que o impacto dos humanos na Terra come\u00e7ou mais cedo do que pens\u00e1vamos"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/118713711_scientists20with20mud20core.jpg\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"833\" height=\"1024\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/118713711_scientists20with20mud20core-833x1024.jpg\" alt=\"Pesquisadoras seguram um n\u00facleo de lama perfurado nas margens do rio Amazonas, no Brasil. Fonte: Luciane Fontana.\" class=\"wp-image-170739\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/118713711_scientists20with20mud20core-833x1024.jpg 833w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/118713711_scientists20with20mud20core-244x300.jpg 244w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/118713711_scientists20with20mud20core-768x944.jpg 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/118713711_scientists20with20mud20core.jpg 976w\" sizes=\"(max-width: 833px) 100vw, 833px\" \/><\/a><figcaption>Pesquisadoras seguram um n\u00facleo de lama perfurado nas margens do rio Amazonas, no Brasil. Fonte: Luciane Fontana.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Os cientistas t\u00eam analisado longos e finos cilindros de solo de p\u00e2ntanos e leitos de rios, na tentativa de olhar para tr\u00e1s no tempo e entender o impacto que os humanos tiveram na natureza. Os resultados os fizeram repensar radicalmente as suposi\u00e7\u00f5es anteriores sobre quando isso come\u00e7ou.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;\u00c9 incr\u00edvel &#8211; uma das coisas mais fascinantes&#8221;, diz Ondrejj Mottl.<\/p>\n\n\n\n<p>O objeto de seu fasc\u00ednio? Lama.<\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/redacao\/traducoes\/2021\/12\/11\/175433-as-florestas-tropicais-podem-se-recuperar-de-forma-surpreendentemente-rapida-em-terras-desmatadas-e-deixa-las-crescerem-naturalmente-e-uma-forma-eficaz-e-de-baixo-custo-de-desacelerar-as-mudancas-cl.html'>As florestas tropicais podem se recuperar de forma surpreendentemente r\u00e1pida em terras desmatadas \u2013 e deix\u00e1-las crescerem naturalmente \u00e9 uma forma eficaz e de baixo custo de desacelerar as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/redacao\/traducoes\/2021\/06\/22\/171422-gabao-e-o-primeiro-pais-africano-pago-para-proteger-sua-floresta-tropical.html'>Gab\u00e3o \u00e9 o primeiro pa\u00eds africano pago para proteger sua floresta tropical<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/redacao\/traducoes\/2021\/06\/10\/171152-uma-erupcao-vulcanica-ha-39-milhoes-de-anos-enterrou-uma-floresta-no-peru-agora-as-arvores-petrificadas-estao-revelando-a-historia-primitiva-da-america-do-sul.html'>Uma erup\u00e7\u00e3o vulc\u00e2nica h\u00e1 39 milh\u00f5es de anos enterrou uma floresta no Peru \u2013 agora as \u00e1rvores petrificadas est\u00e3o revelando a hist\u00f3ria primitiva da Am\u00e9rica do Sul<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>O Dr. Mottl e seus colegas extra\u00edram &#8220;n\u00facleos de lama&#8221; das profundezas de lagos e p\u00e2ntanos. Esses cilindros de terra longos e fortemente compactados cont\u00eam um registro de exatamente o que cresceu naquele solo, a mil\u00eanios atr\u00e1s.<\/p>\n\n\n\n<blockquote class=\"wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow\"><p>\u201cEles s\u00e3o nossa janela para o passado\u201d, diz o Dr. Mottl, ecologista de Bergen, Noruega.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n<p>A an\u00e1lise desses n\u00facleos de lama, olhando para o p\u00f3len que se estabeleceu em cada camada, trouxe uma compreens\u00e3o inteiramente nova de quando a atividade humana come\u00e7ou a mudar a vegeta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n<p>Os cientistas esperavam ver o primeiro &#8220;sinal&#8221; da interven\u00e7\u00e3o humana alguns s\u00e9culos atr\u00e1s, quando as paisagens realmente come\u00e7aram a se transformar durante a Revolu\u00e7\u00e3o Industrial. Os registros de p\u00f3len da pesquisa do n\u00facleo de lama os levaram a reajustar radicalmente essa suposi\u00e7\u00e3o e rastrear o primeiro impacto de nossa esp\u00e9cie no mundo natural desde cerca de 4.000 anos atr\u00e1s.<\/p>\n\n\n\n<p>\u00c9 uma descoberta que tem grandes implica\u00e7\u00f5es para o futuro de nossas florestas e outras paisagens naturais.<\/p>\n\n\n\n<p>A evid\u00eancia para todas essas grandes teorias existe nos min\u00fasculos gr\u00e3os de p\u00f3len que ca\u00edram e se assentaram em camadas e camadas de lama ao longo dos s\u00e9culos. Ao extrair cuidadosamente essa lama, como uma rolha de uma garrafa de vinho, e analisar o &#8220;p\u00f3len f\u00f3ssil&#8221; em diferentes profundidades, os pesquisadores conseguiram datar cada camada de lama para descobrir o que cresceu e quando.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/foto_polen_nucleo-de-lama.jpg\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"615\" height=\"781\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/foto_polen_nucleo-de-lama.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-170760\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/foto_polen_nucleo-de-lama.jpg 615w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/foto_polen_nucleo-de-lama-236x300.jpg 236w\" sizes=\"(max-width: 615px) 100vw, 615px\" \/><\/a><\/figure>\n\n\n\n<p>Mas o que exatamente eles identificaram que os levou a repensar as teorias sobre quando o homem come\u00e7ou a impactar a natureza? A equipe encontrou na lama um aumento na taxa de mudan\u00e7a &#8211; camada por camada &#8211; da composi\u00e7\u00e3o do p\u00f3len. Basicamente, cada camada come\u00e7ou a parecer mais diferente da outra, em termos do p\u00f3len da planta que continha.<\/p>\n\n\n\n<p>Os cientistas escolheram olhar 18.000 anos para tr\u00e1s, para capturar a \u00e9poca em que o planeta havia come\u00e7ado a emergir da \u00faltima era do gelo. A Terra estava descongelando, ent\u00e3o quase todos os ambientes estavam mudando.<\/p>\n\n\n\n<blockquote class=\"wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow\"><p>&#8220;Os \u00faltimos 10.000 anos foram &#8211; em termos de clima &#8211; relativamente est\u00e1veis, ent\u00e3o [\u00e9 quando] somos capazes de captar a influ\u00eancia dos humanos&#8221;, diz Suzette Flantua, ecologista global tamb\u00e9m da Universidade de Bergen. Essa influ\u00eancia iniciou assim que n\u00f3s &#8211; humanos &#8211; come\u00e7amos a limpar a vegeta\u00e7\u00e3o selvagem para dar espa\u00e7o para n\u00f3s, para nossas colheitas e nosso gado.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n<p>\u201cVemos essa tend\u00eancia [na mudan\u00e7a da vegeta\u00e7\u00e3o] aumentando em pontos diferentes\u201d, diz a Dra. Flantua. \u00c9 mais cedo na \u00c1sia e na Am\u00e9rica do Sul, e um pouco mais tarde &#8211; cerca de 2.000 anos atr\u00e1s &#8211; na Europa.<\/p>\n\n\n\n<p>De acordo com muitos bi\u00f3logos e cientistas do clima, estamos agora em um per\u00edodo da hist\u00f3ria da Terra que pode ser apelidado de Antropoceno &#8211; uma \u00e9poca de influ\u00eancia humana em nosso planeta. Mais de tr\u00eas quartos da superf\u00edcie terrestre da Terra foram alterados pela atividade humana.<\/p>\n\n\n\n<p>As descobertas do n\u00facleo de lama n\u00e3o mudam apenas as suposi\u00e7\u00f5es sobre o passado. Elas tamb\u00e9m fornecem uma vis\u00e3o valiosa sobre a dire\u00e7\u00e3o do ambiente natural do nosso planeta.<\/p>\n\n\n\n<p>O aumento da mudan\u00e7a, detectado naquele p\u00f3len h\u00e1 muito enterrado, continua cada vez mais r\u00e1pido.<\/p>\n\n\n\n<blockquote class=\"wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow\"><p>&#8220;Vamos continuar a ter influ\u00eancia humana em grande escala e, al\u00e9m disso, h\u00e1 a mudan\u00e7a clim\u00e1tica&#8221;, disse o Dr. Jonathan Overpeck, cientista clim\u00e1tico da Universidade de Michigan.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n<p>Isso significa, um tanto ironicamente, que se as florestas devem reter o m\u00e1ximo de carbono poss\u00edvel e nos ajudar a minimizar os impactos das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, teremos que intervir mais em como essas florestas crescem.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/118713709_c5afba1f-9246-420f-adbd-5ea8e220f875.jpg\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"976\" height=\"700\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/118713709_c5afba1f-9246-420f-adbd-5ea8e220f875.jpg\" alt=\"Pistas em camadas de lama antigas podem nos mostrar o prov\u00e1vel destino das florestas, como esta floresta de pinheiros no Novo M\u00e9xico que est\u00e1 sendo morta pela seca. Fonte: Craig Allen.\" class=\"wp-image-170749\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/118713709_c5afba1f-9246-420f-adbd-5ea8e220f875.jpg 976w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/118713709_c5afba1f-9246-420f-adbd-5ea8e220f875-300x215.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/05\/118713709_c5afba1f-9246-420f-adbd-5ea8e220f875-768x551.jpg 768w\" sizes=\"(max-width: 976px) 100vw, 976px\" \/><\/a><figcaption>Pistas em camadas de lama antigas podem nos mostrar o prov\u00e1vel destino das florestas, como esta floresta de pinheiros no Novo M\u00e9xico que est\u00e1 sendo morta pela seca. Fonte: Craig Allen.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>Embora muitos conservacionistas apoiem \u200b\u200ba prote\u00e7\u00e3o das florestas &#8211; deixando-as sozinhas e intactas para fazer seu trabalho de dar um lar para a vida selvagem e manter muito carbono trancado &#8211; podemos ter mudado nosso planeta t\u00e3o radicalmente que as florestas precisar\u00e3o de ajuda pr\u00e1tica simplesmente para sobreviver.<\/p>\n\n\n\n<blockquote class=\"wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow\"><p>\u201cJ\u00e1 existe alguma mudan\u00e7a clim\u00e1tica incorporada\u201d, explica o Dr. Overpeck. &#8220;E a maioria das \u00e1rvores antigas em nossas florestas eram mudas quando estava mais frio, ent\u00e3o precisamos colocar mudas que prosperar\u00e3o quando estiver mais quente.&#8221;<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n<p>Proteger as florestas dos inc\u00eandios florestais, que tamb\u00e9m est\u00e3o se tornando mais frequentes e violentos em climas mais quentes e secos, tamb\u00e9m pode exigir um manejo florestal muito mais intensivo &#8211; a remo\u00e7\u00e3o de \u00e1rvores menores que fornecem o &#8220;combust\u00edvel excelente&#8221; para os inc\u00eandios florestais.<\/p>\n\n\n\n<p>O Dr. Overpeck sugere que, se fizermos isso corretamente, poderemos &#8220;cultivar florestas para obter carbono&#8221;, criando empregos ao mesmo tempo.<\/p>\n\n\n\n<p>O que isso significar\u00e1 para a biodiversidade &#8211; a mir\u00edade de esp\u00e9cies vegetais e animais que atualmente dependem do habitat florestal existente &#8211; \u00e9 muito menos claro e muito mais complicado de se fazer um plano. Mas os cientistas que vasculham o antigo registro de p\u00f3len da Terra dizem que ele tamb\u00e9m pode orientar como podemos proteger e restaurar os habitats naturais que nos restam.<\/p>\n\n\n\n<blockquote class=\"wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow\"><p>&#8220;Este \u00e9 o ponto cr\u00edtico&#8221;, disse o Dr. Mottl. \u201cSaber o que estamos tentando restaurar, saber o que exatamente \u00e9 uma natureza intocada &#8211; isso \u00e9 a coisa mais importante.\u201d Muitos parques nacionais est\u00e3o tentando ser selvagens e intocados, sem saber se o que est\u00e3o fazendo \u00e9 devolver um lugar ao seu estado natural.&#8221;<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n<p>Em vez de fazer suposi\u00e7\u00f5es com base no que cresce em uma paisagem selvagem agora, o uso de n\u00facleos de lama se aprofunda para perguntar diretamente \u00e0 Terra sobre sua hist\u00f3ria. E at\u00e9 que tenhamos as informa\u00e7\u00f5es da pr\u00f3pria natureza, diz o Dr. Mottl, n\u00e3o podemos saber se o que estamos fazendo pela natureza \u00e9 para o melhor.<\/p>\n\n\n\n<p><em>Fonte: BBC News \/ Victoria Gill<br>Tradu\u00e7\u00e3o: Reda\u00e7\u00e3o Ambientebrasil \/ Maria Beatriz Ayello Leite<br>Para ler a reportagem original em ingl\u00eas acesse: <\/em><a href=\"https:\/\/www.bbc.com\/news\/science-environment-57273664\" target=\"_blank\" rel=\"noreferrer noopener\">https:\/\/www.bbc.com\/news\/science-environment-57273664<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>Os cientistas t\u00eam analisado cilindros de solo de p\u00e2ntanos e leitos de rios na tentativa de olhar para tr\u00e1s no tempo e entender o impacto que os humanos tiveram na natureza. 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