{"id":171466,"date":"2021-06-22T15:33:10","date_gmt":"2021-06-22T18:33:10","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=171466"},"modified":"2021-06-22T15:33:12","modified_gmt":"2021-06-22T18:33:12","slug":"o-que-deixou-o-brasil-a-beira-de-uma-crise-hidrica-historica","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/06\/22\/171466-o-que-deixou-o-brasil-a-beira-de-uma-crise-hidrica-historica.html","title":{"rendered":"O que deixou o Brasil \u00e0 beira de uma crise h\u00eddrica hist\u00f3rica?"},"content":{"rendered":"\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/06\/usina_hidreletrica_de_Itaipu_em_2018.jpg\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"700\" height=\"394\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/06\/usina_hidreletrica_de_Itaipu_em_2018.jpg\" alt=\"\" class=\"wp-image-171467\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/06\/usina_hidreletrica_de_Itaipu_em_2018.jpg 700w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/06\/usina_hidreletrica_de_Itaipu_em_2018-300x169.jpg 300w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/06\/usina_hidreletrica_de_Itaipu_em_2018-678x381.jpg 678w\" sizes=\"(max-width: 700px) 100vw, 700px\" \/><\/a><figcaption>Juntas, as 162 estruturas que produzem energia hidrel\u00e9trica no Brasil t\u00eam atualmente o volume \u00fatil preocupante\u00a0de 54% (foto de arquivo mostra Itaipu em 2018)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n<p>A chegada do inverno no Brasil nesta segunda-feira (21\/06), a \u00e9poca mais seca do ano, pode tamb\u00e9m trazer dias mais quentes que o habitual para a esta\u00e7\u00e3o. A combina\u00e7\u00e3o deve agravar&nbsp;a j\u00e1 critica situa\u00e7\u00e3o h\u00eddrica no pa\u00eds, que v\u00ea o volume dos reservat\u00f3rios afundarem a n\u00edveis pr\u00e9vios \u00e0 crise de 2015.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;Se a situa\u00e7\u00e3o est\u00e1 grave neste momento \u00e9 porque o ver\u00e3o, que \u00e9 chuvoso, n\u00e3o foi chuvoso&#8221;, afirma Jos\u00e9 Marengo, climatologista e coordenador-geral de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).<\/p>\n\n\n\n<p><strong>Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n\n\n<ul class=\"wp-block-rss\"><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2023\/03\/13\/181626-desbarrancamento-em-manaus-mata-oito-pessoas.html'>Desbarrancamento em Manaus mata oito pessoas<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2023\/02\/23\/181541-prever-extremos-como-chuvas-em-sp-e-desafio-para-a-ciencia.html'>\u201cPrever extremos como chuvas em SP \u00e9 desafio para a ci\u00eancia\u201d<\/a><\/div><\/li><li class='wp-block-rss__item'><div class='wp-block-rss__item-title'><a href='https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/clipping\/2023\/02\/23\/181532-chuvas-em-sp-como-se-preparar-para-eventos-climaticos-extremos-cada-vez-mais-frequentes.html'>Chuvas em SP: como se preparar para eventos clim\u00e1ticos extremos cada vez mais frequentes?<\/a><\/div><\/li><\/ul>\n\n\n<p>H\u00e1 91 anos n\u00e3o se via t\u00e3o pouca \u00e1gua, diz o Comit\u00ea de Monitoramento do Setor El\u00e9trico (CMSE). Os danos n\u00e3o se restringem \u00e0 gera\u00e7\u00e3o de eletricidade nas usinas hidrel\u00e9tricas, que contam atualmente com um volume m\u00e9dio \u00fatil de 54%, calculado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).<\/p>\n\n\n\n<p>Na agricultura, o aumento em 7% da \u00e1rea plantada do milho, segundo tipo de gr\u00e3o mais cultivado no pa\u00eds, n\u00e3o foi suficiente para aliviar o peso da seca. A safra deve cair 6% em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 anterior, com produ\u00e7\u00e3o estimada em 96,4 milh\u00f5es, prev\u00ea a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)&nbsp;em seu \u00faltimo boletim.<\/p>\n\n\n\n<p>Enquanto a pouca chuva preocupa no Sudeste, no Norte a popula\u00e7\u00e3o sofre com a maior cheia do rio Negro em 119 anos. Os dois eventos s\u00e3o considerados extremos clim\u00e1ticos \u2013 um cen\u00e1rio que n\u00e3o surpreende cientistas que estudam o tema.&nbsp;<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;O que estamos experimentando agora \u2013 muita chuva na Amaz\u00f4nia, ver\u00f5es com chuvas abaixo da m\u00e9dia no Sudeste \u2013 s\u00e3o exemplos de extremos clim\u00e1ticos, que, de certa forma, s\u00e3o consequ\u00eancias de uma variabilidade muito irregular do clima. Uma consequ\u00eancia do <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/aquecimento-global\">aquecimento global<\/a>&#8220;, afirma Marengo.<\/p>\n\n\n\n<p>Desde a Revolu\u00e7\u00e3o Industrial, a temperatura m\u00e9dia do planeta subiu 1 \u00baC devido, principalmente, \u00e0 queima de combust\u00edveis f\u00f3sseis e \u00e0 derrubada de florestas tropicais, como a Amaz\u00f4nia. A ci\u00eancia indica que a crise h\u00eddrica atual \u00e9 uma amostra do que poder\u00e1 ser mais comum no futuro.<\/p>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\" id=\"h-efeito-no-bolso-energia-mais-cara-e-risco-de-racionamento\">Efeito no bolso: energia mais cara e risco de racionamento&nbsp;<\/h2>\n\n\n\n<p>Com forte depend\u00eancia da \u00e1gua para gerar eletricidade, o Brasil pode sofrer mais solavancos em sua economia com a irregularidade das chuvas j\u00e1 no presente.<\/p>\n\n\n\n<p>Juntas, as 162 estruturas que produzem energia hidrel\u00e9trica e que est\u00e3o interligadas pelo ONS t\u00eam atualmente o volume \u00fatil preocupante&nbsp;de 54%, com situa\u00e7\u00e3o mais cr\u00edtica na bacia do rio Paran\u00e1. Essa regi\u00e3o, que abrange os estados de Minas Gerais, Goi\u00e1s, Mato Grosso do Sul, S\u00e3o Paulo e Paran\u00e1, est\u00e1 em alerta com alguns reservat\u00f3rios quase vazios.<\/p>\n\n\n\n<p>A usina de Itumbiara, por exemplo, a maior do sistema Furnas, entre as cidades de Itumbiara (GO) e Arapor\u00e3 (MG), tem apenas 9% do seu volume dispon\u00edvel. O mesmo \u00e9 observado na usina de Marimbondo, a segunda maior do\u00a0Furnas, e \u00c1gua Vermelha, no interior paulista.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/06\/volume_equivalente_do_Sistema_Interligado_Nacional.png\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"979\" height=\"1024\" src=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/06\/volume_equivalente_do_Sistema_Interligado_Nacional-979x1024.png\" alt=\"\" class=\"wp-image-171468\" srcset=\"https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/06\/volume_equivalente_do_Sistema_Interligado_Nacional-979x1024.png 979w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/06\/volume_equivalente_do_Sistema_Interligado_Nacional-287x300.png 287w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/06\/volume_equivalente_do_Sistema_Interligado_Nacional-768x804.png 768w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/06\/volume_equivalente_do_Sistema_Interligado_Nacional-1468x1536.png 1468w, https:\/\/cdn.noticias.ambientebrasil.com.br\/wp-content\/uploads\/2021\/06\/volume_equivalente_do_Sistema_Interligado_Nacional.png 1920w\" sizes=\"(max-width: 979px) 100vw, 979px\" \/><\/a><\/figure>\n\n\n\n<p>Sob press\u00e3o, Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS, tentou afastar o risco de racionamento em recente audi\u00eancia p\u00fablica na C\u00e2mara dos Deputados. Medidas estariam sendo adotadas para que n\u00e3o haja interrup\u00e7\u00f5es no abastecimento na esta\u00e7\u00e3o seca, afirmou Ciocchi.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;O governo est\u00e1 colocando todas as usinas pra operar. Est\u00e1 adiando paradas para manuten\u00e7\u00e3o, maximizando a oferta de energia. Isso inclui a redu\u00e7\u00e3o da vaz\u00e3o dos rios para que haja energia el\u00e9trica suficiente&#8221;, avalia Nivalde de Castro, professor e coordenador do Grupo de Estudos do Setor El\u00e9trico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lembrando que a pol\u00edtica de segurar \u00e1gua nos reservat\u00f3rios afeta outros setores, como o transporte fluvial, pesca, abastecimento e qualidade de \u00e1gua para comunidades ribeirinhas.<\/p>\n\n\n\n<p>Vinte anos depois da crise do apag\u00e3o, quando a falta de <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/chuvas\">chuvas<\/a> e o baixo n\u00edvel dos reservat\u00f3rios provocaram blecautes no pa\u00eds, Castro espera que o drama n\u00e3o se repita. &#8220;O \u00fanico elemento em comum com aquela \u00e9poca \u00e9 que, ao longo do ano, o governo pode ter que adotar medida de restri\u00e7\u00e3o de consumo no hor\u00e1rio de pico&#8221;, pondera.<\/p>\n\n\n\n<p>Em 2001, quando come\u00e7aram as interrup\u00e7\u00f5es no abastecimento, a energia hidrel\u00e9trica era respons\u00e1vel por 95% da matriz brasileira. Atualmente, ela corresponde a 63,5%. Energia e\u00f3lica vem em segundo lugar, com 11%; seguida pela gerada em usinas a g\u00e1s, com 8,8%; biomassa (8,3%);&nbsp;\u00f3leo e diesel (2,5%); solar (2,5%); carv\u00e3o (1,8%) e nuclear (1,2%).<\/p>\n\n\n\n<p>Para o consumidor, a irregularidade do clima traz uma conta mais cara. Em maio, o regime de tarifa foi para o patamar mais alto, a chamada bandeira vermelha, o que representou uma alta de 5,37% na <a href=\"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/tag\/energia-eletrica\">energia el\u00e9trica<\/a>.<\/p>\n\n\n\n<h2 class=\"wp-block-heading\">O que vem pela frente<\/h2>\n\n\n\n<p>A crise h\u00eddrica atual e seus impactos confirmam os progn\u00f3sticos do Painel Intergovernamental das Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas (IPCC),&nbsp;que deve finalizar em breve seu sexto relat\u00f3rio, com a participa\u00e7\u00e3o de mais de 3 mil cientistas.<\/p>\n\n\n\n<p>&#8220;Com as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, esses eventos extremos, como o que estamos vivenciando agora, v\u00e3o se tornar mais frequentes e com intensidades maiores&#8221;, comenta Samuel Barreto, gerente de \u00e1gua da ONG The&nbsp;Nature Conservancy, fazendo refer\u00eancia ao trabalho do IPCC.<\/p>\n\n\n\n<p>Outro exemplo vem do\u00a0Pantanal, que teve mais de 30% de sua \u00e1rea afetada pelas queimadas no ano passado. Na regi\u00e3o, o \u00faltimo ver\u00e3o, assim como os dois anteriores, foram mais secos que a m\u00e9dia, aponta Marengo. &#8220;Ser\u00e1 que os servi\u00e7os de combate ao fogo est\u00e3o preparados para enfrentar mais uma temporada com grande probabilidade de inc\u00eandios?&#8221;, questiona.<\/p>\n\n\n\n<p>A perda da vegeta\u00e7\u00e3o nativa, ressalta Barreto, piora a situa\u00e7\u00e3o. &#8220;Nesse contexto, as florestas cumprem um servi\u00e7o importante. Elas ajudam a reter a \u00e1gua da chuva que infiltra no solo e nos len\u00e7\u00f3is fre\u00e1ticos. Isso atenua os picos de enchente e de seca&#8221;, pontua.<\/p>\n\n\n\n<p>Apesar das evid\u00eancias que v\u00eam da ci\u00eancia do clima, a pol\u00edtica ambiental brasileira insiste no retrocesso. &#8220;Em vez de proteger o meio ambiente, o governo favorece o desmatamento e queimadas pensando apenas no avan\u00e7o da fronteira agr\u00edcola, do agrobusiness, um dos pilares de sustenta\u00e7\u00e3o de Bolsonaro&#8221;, critica\u00a0Castro.<\/p>\n\n\n\n<p>Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>A chegada do inverno no Brasil nesta segunda-feira (21\/06), a \u00e9poca mais seca do ano, pode tamb\u00e9m trazer dias mais quentes que o habitual para a esta\u00e7\u00e3o. <a class=\"mh-excerpt-more\" href=\"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/06\/22\/171466-o-que-deixou-o-brasil-a-beira-de-uma-crise-hidrica-historica.html\" title=\"O que deixou o Brasil \u00e0 beira de uma crise h\u00eddrica hist\u00f3rica?\"><\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":171467,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[476,165,853],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/171466"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=171466"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/171466\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":171469,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/171466\/revisions\/171469"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/171467"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=171466"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=171466"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=171466"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}