{"id":171608,"date":"2021-06-29T15:47:40","date_gmt":"2021-06-29T18:47:40","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=171608"},"modified":"2021-06-29T15:47:44","modified_gmt":"2021-06-29T18:47:44","slug":"bolsonaro-autoriza-operacao-das-forcas-armadas-na-amazonia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/06\/29\/171608-bolsonaro-autoriza-operacao-das-forcas-armadas-na-amazonia.html","title":{"rendered":"Bolsonaro autoriza opera\u00e7\u00e3o das For\u00e7as Armadas na Amaz\u00f4nia"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/a>
Governo encerrou outra opera\u00e7\u00e3o destinada a combater crimes ambientais na Amaz\u00f4nia, a Verde Brasil 2, em abril<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Em meio a cr\u00edticas internacionais e desmatamento em alta, o presidente Jair Bolsonaro assinou nesta segunda-feira (28\/06) um decreto autorizando o emprego de militares no combate a crimes ambientais na Amaz\u00f4nia<\/a>.<\/p>\n\n\n\n

O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) prev\u00ea que tropas sejam enviadas ao Amazonas, Mato Grosso, Par\u00e1 e Rond\u00f4nia, onde devem permanecer at\u00e9 31 de agosto. O objetivo da opera\u00e7\u00e3o apontado \u00e9 que os militares atuem preventiva e repressivamente contra delitos ambientais, especialmente o desmatamento ilegal.<\/p>\n\n\n\n

H\u00e1 dois meses, o governo federal encerrou uma opera\u00e7\u00e3o semelhante, a chamada Verde Brasil 2, no \u00e2mbito da qual tropas das For\u00e7as Armadas foram empregadas por um ano em a\u00e7\u00f5es contra crimes ambientais na regi\u00e3o amaz\u00f4nica. A opera\u00e7\u00e3o se sucedeu \u00e0 Verde Brasil 1, realizada em 2019, ap\u00f3s uma forte onda de queimadas na regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A nova opera\u00e7\u00e3o militar na Amaz\u00f4nia j\u00e1 havia sido anunciada pelo vice-presidente Hamilton Mour\u00e3o no in\u00edcio de junho. De acordo com Mour\u00e3o, que preside o Conselho Nacional da Amaz\u00f4nia, o custo da opera\u00e7\u00e3o seria de R$ 50 milh\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

Desta vez, as For\u00e7as Armadas s\u00f3 devem atuar em munic\u00edpios espec\u00edficos com situa\u00e7\u00e3o mais problem\u00e1tica, comunicou o governo.<\/p>\n\n\n\n

O decreto ainda estabelece que as a\u00e7\u00f5es das For\u00e7as Armadas ser\u00e3o realizadas exclusivamente em \u00e1reas de propriedade ou posse da Uni\u00e3o, como terras ind\u00edgenas, \u00e1reas federais de preserva\u00e7\u00e3o, im\u00f3veis da Uni\u00e3o, entre outros. A a\u00e7\u00e3o em outras \u00e1reas somente poder\u00e1 ser realizada se houver pedido do respectivo governador do estado ao presidente da Rep\u00fablica.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o decreto, os militares devem atuar de maneira coordenada com \u00f3rg\u00e3os de prote\u00e7\u00e3o ambiental e seguran\u00e7a p\u00fablica, e com o Conselho da Amaz\u00f4nia, institu\u00eddo pelo governo Bolsonaro no in\u00edcio de 2020.<\/p>\n\n\n\n

Proibi\u00e7\u00e3o de queimadas<\/h2>\n\n\n\n

Em outro decreto assinado nesta segunda-feira, Bolsonaro suspendeu queimadas controladas em todo o territ\u00f3rio nacional por 120 dias. Medida semelhante foi adotada nos \u00faltimos anos.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o Minist\u00e9rio do Meio Ambiente (MMA)<\/a>, dados recentes do Inpe apontam grande quantidade de focos de queimada no primeiro semestre deste ano, n\u00e3o apenas na Amaz\u00f4nia, mas tamb\u00e9m em outros biomas, como o Pantanal. Historicamente, refor\u00e7a a pasta, a maior incid\u00eancia de focos de queimada nessas regi\u00f5es ocorre entre os meses de julho e outubro.<\/p>\n\n\n\n

O decreto prev\u00ea exce\u00e7\u00f5es \u00e0 proibi\u00e7\u00e3o de queimadas, como as pr\u00e1ticas agr\u00edcolas de subsist\u00eancia executadas pelas popula\u00e7\u00f5es tradicionais e ind\u00edgenas e as queimas controladas em \u00e1reas fora da Amaz\u00f4nia Legal e no Pantanal, quando imprescind\u00edveis \u00e0 realiza\u00e7\u00e3o de pr\u00e1ticas agr\u00edcolas, desde que autorizadas previamente pelo \u00f3rg\u00e3o ambiental estadual.<\/p>\n\n\n\n

Desmatamento em alta<\/h2>\n\n\n\n

Em maio, os\u00a0alertas de desmatamento<\/a> na Amaz\u00f4nia Legal atingiram um novo recorde, com um aumento de 41% em compara\u00e7\u00e3o com o mesmo per\u00edodo do ano passado. Em apenas 28 dias, os alertas abrangem uma \u00e1rea de 1.180 quil\u00f4metros quadrados,\u00a0 segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).<\/p>\n\n\n\n

Trata-se da maior \u00e1rea desde o in\u00edcio da s\u00e9rie hist\u00f3rica, em 2016, e a primeira vez que o n\u00famero ultrapassa 1.000 quil\u00f4metros quadrados para esse m\u00eas, de acordo com o Sistema de Detec\u00e7\u00e3o de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe.<\/p>\n\n\n\n

Foi o terceiro m\u00eas consecutivo em que o desmatamento da Floresta Amaz\u00f4nica atinge o pico. Em\u00a0mar\u00e7o, o Deter registrou perda de 367 quil\u00f4metros quadrados, o equivalente a 12,5% a mais em rela\u00e7\u00e3o ao mesmo per\u00edodo do ano passado. Em abril, a \u00e1rea foi de mais de 580 metros quadrados, o pior \u00edndice da s\u00e9rie hist\u00f3ria para o m\u00eas.<\/p>\n\n\n\n

Segundo dados do Inpe, o desmatamento na Amaz\u00f4nia entre agosto de 2019 e julho de 2020 atingiu o\u00a0maior patamar em mais de uma d\u00e9cada. Foram 11.088 km\u00b2 de devasta\u00e7\u00e3o, a maior taxa registrada desde 2008.<\/p>\n\n\n\n

Press\u00e3o internacional<\/h2>\n\n\n\n

As duas opera\u00e7\u00f5es Verde Brasil j\u00e1 realizadas envolveram milhares de soldados, mas ambientalistas afirmam que os militares estavam mal preparados e que as a\u00e7\u00f5es tiveram efic\u00e1cia limitada.<\/p>\n\n\n\n

O secret\u00e1rio-executivo do Observat\u00f3rio do Clima, Marcio Astrini, classificou a nova opera\u00e7\u00e3o autorizada por Bolsonaro de uma “cortina de fuma\u00e7a\u201d, que vai servir para que o governo alegue estar combatendo o desmatamento ap\u00f3s adotar “uma s\u00e9rie de medidas que simplesmente destroem a capacidade de monitoramento pelo Estado\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Na semana passada,\u00a0o ent\u00e3o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demiss\u00e3o do cargo, ap\u00f3s uma gest\u00e3o marcada por desmatamento e queimadas recordes, desmonte de pol\u00edticas de conserva\u00e7\u00e3o ambiental, ataques a ONGs e cr\u00edticas por parte de entidades ambientalistas e da comunidade internacional.<\/p>\n\n\n\n

Desde que assumiu a Presid\u00eancia, defendendo a explora\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica da Amaz\u00f4nia, Bolsonaro tem sido cobrado no cen\u00e1rio internacional para proteger a floresta.<\/p>\n\n\n\n

Em meados de abril, John Kerry, enviado para o clima do governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu que o presidente Jair Bolsonaro tomasse “a\u00e7\u00f5es imediatas” contra o desmatamento\u00a0e disse esperar que o governo brasileiro atuasse ao lado das comunidades ind\u00edgenas e da sociedade civil nas quest\u00f5es ambientais.<\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m em abril,\u00a0o ministro noruegu\u00eas do Meio Ambiente, Sveinung Rotevatn, afirmou que\u00a0a\u00a0Noruega s\u00f3 pretende retomar os repasses para o Fundo Amaz\u00f4nia quando o Brasil demonstrar que pode reduzir o desmatamento\u00a0da Floresta Amaz\u00f4nica. O pa\u00eds\u00a0parou de financiar o mecanismo em 2019, ap\u00f3s uma s\u00e9rie de mudan\u00e7as unilaterais promovidas pelo governo Bolsonaro.\u00a0Al\u00e9m do governo noruegu\u00eas, o\u00a0maior doador, o programa bilion\u00e1rio de prote\u00e7\u00e3o \u00e0 Floresta Amaz\u00f4nica contava com doa\u00e7\u00f5es da Alemanha.<\/p>\n\n\n\n

Em setembro do ano passado,\u00a0oito na\u00e7\u00f5es europeias encabe\u00e7adas pela Alemanha\u00a0manifestaram, numa carta aberta a Mour\u00e3o, “extrema preocupa\u00e7\u00e3o” com o desmatamento da Amaz\u00f4nia e pediram “a\u00e7\u00f5es reais imediatas” para conter a destrui\u00e7\u00e3o, advertindo que a “atual tend\u00eancia crescente de desflorestamento no Brasil est\u00e1 tornando cada vez mais dif\u00edcil para empresas e investidores atender a seus crit\u00e9rios ambientais, sociais e de governan\u00e7a”.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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