{"id":171706,"date":"2021-07-02T18:33:18","date_gmt":"2021-07-02T21:33:18","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=171706"},"modified":"2021-07-02T18:33:21","modified_gmt":"2021-07-02T21:33:21","slug":"ongs-denunciam-negligencia-do-governo-bolsonaro-na-pandemia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/07\/02\/171706-ongs-denunciam-negligencia-do-governo-bolsonaro-na-pandemia.html","title":{"rendered":"ONGs denunciam neglig\u00eancia do governo Bolsonaro na pandemia"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/a>
Governo Bolsonaro foi acusado de participa\u00e7\u00e3o na “supress\u00e3o de dados, desinforma\u00e7\u00e3o e intimida\u00e7\u00e3o de comunicadores”<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Numa audi\u00eancia convocada pela Comiss\u00e3o Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) nesta quinta-feira (01\/07), organiza\u00e7\u00f5es n\u00e3o governamentais denunciaram viola\u00e7\u00f5es de direitos humanos, neglig\u00eancia, negacionismo e desinforma\u00e7\u00e3o no Brasil durante a pandemia de covid-19.\u00a0Representantes do governo do presidente Jair Bolsonaro<\/a>, por sua vez, usaram o encontro para exaltar medidas adotadas na crise.<\/p>\n\n\n\n

A delega\u00e7\u00e3o brasileira de entidades da sociedade civil foi representada pelas ONGs Oxfam Brasil, Justi\u00e7a Global, Coliga\u00e7\u00e3o Negra por Direitos, Plataforma Dhesca, Rede Eclesial Pan-Amaz\u00f4nica (Repam) e Artigo 19.<\/p>\n\n\n\n

Do lado do governo, participaram da audi\u00eancia virtual representantes dos Minist\u00e9rios da Sa\u00fade, da Cidadania e da Mulher, da Fam\u00edlia e dos Direitos Humanos, com contribui\u00e7\u00f5es dos Minist\u00e9rios da Economia, da Justi\u00e7a e das Rela\u00e7\u00f5es Exteriores.<\/p>\n\n\n\n

Num momento em que a\u00a0CPI da Pandemia\u00a0investiga a\u00e7\u00f5es e omiss\u00f5es do governo Jair Bolsonaro na gest\u00e3o da pandemia e supostas irregularidades\u00a0na negocia\u00e7\u00e3o de vacinas, os representantes dos minist\u00e9rios afirmaram\u00a0que o governo adotou uma s\u00e9rie de medidas desde o in\u00edcio da pandemia, com destaque para o\u00a0aux\u00edlio emergencial.<\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m foi mencionada a campanha de vacina\u00e7\u00e3o contra a covid-19. “O minist\u00e9rio desenvolveu um Plano Nacional de Operacionaliza\u00e7\u00e3o da Vacina\u00e7\u00e3o e oferta gratuitamente a vacina contra a covid-19 para toda a popula\u00e7\u00e3o”, afirmou Arnaldo Medeiros, secret\u00e1rio de vigil\u00e2ncia do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade, citado pela Folha de S. Paulo<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

“Estamos mantendo nossa miss\u00e3o de salvar vidas”, completou Medeiros, ignorando o fato de que Bolsonaro\u00a0minimizou repetidamente a gravidade da covid-19<\/a>, criticou o isolamento social, promoveu aglomera\u00e7\u00f5es, defendeu insistentemente o uso de\u00a0medicamentos sem efic\u00e1cia comprovada\u00a0contra a doen\u00e7a, negou a efic\u00e1cia de vacinas e\u00a0ignorou uma s\u00e9rie de ofertas feitas pela Pfizer\u00a0para a compra de seu imunizante.\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0<\/p>\n\n\n\n

As ONGs participantes acusaram o governo de distorcer informa\u00e7\u00f5es relativas ao aux\u00edlio emergencial, lembrando que “durante tr\u00eas meses deste ano, n\u00e3o houve aux\u00edlio algum”.<\/p>\n\n\n\n

Entre abril e dezembro do ano passado, foi concedido aux\u00edlio emergencial de R$ 600 por m\u00eas. Ap\u00f3s uma pausa de tr\u00eas meses, o governo voltou a pagar a ajuda em abril deste ano, com as parcelas mensais entre R$ 150 e R$ 375 \u2013 a princ\u00edpio, por quatro meses.<\/p>\n\n\n\n

Jefferson Nascimento, da Oxfam Brasil, ressaltou que o governo n\u00e3o gastou R$ 28,9 bilh\u00f5es que haviam sido aprovados no \u00e2mbito do or\u00e7amento autorizado para o aux\u00edlio emergencial, segundo levantamento do Instituto de Estudos Socioecon\u00f4micos (Inesc).<\/p>\n\n\n\n

“S\u00e3o n\u00edtidas a desinforma\u00e7\u00e3o, o negacionismo e a manipula\u00e7\u00e3o da realidade que caracterizam a fala do Estado brasileiro nessa audi\u00eancia”, afirmou a representante da Plataforma Dhesca Brasil, Denise Carreira.<\/p>\n\n\n\n

Falta de aten\u00e7\u00e3o a grupos vulner\u00e1veis<\/h2>\n\n\n\n

Entre as cr\u00edticas feitas pelas ONGs tamb\u00e9m esteve tamb\u00e9m a falta de aten\u00e7\u00e3o a grupos vulner\u00e1veis no plano de vacina\u00e7\u00e3o, como os sem-teto, os ind\u00edgenas e os presos.<\/p>\n\n\n\n

“Se pegarmos a popula\u00e7\u00e3o privada de liberdade, por exemplo, apenas 5% tomou a primeira dose da vacina. A mesma coisa tem acontecido com a popula\u00e7\u00e3o de rua. \u00c9 urgente prestarmos aten\u00e7\u00e3o a isso”, defendeu a coordenadora da ONG Justi\u00e7a Global, Gl\u00e1ucia Marinho, que denunciou a “neglig\u00eancia” do Estado brasileiro nas a\u00e7\u00f5es de mitiga\u00e7\u00e3o e combate \u00e0 pandemia.<\/p>\n\n\n\n

Ela tamb\u00e9m apontou que a prioriza\u00e7\u00e3o de ind\u00edgenas na campanha de vacina\u00e7\u00e3o ocorreu somente ap\u00f3s determina\u00e7\u00e3o do Supremo Tribunal Federal (STF) e chamou aten\u00e7\u00e3o para invas\u00f5es de \u00e1reas ind\u00edgenas<\/a> nos \u00faltimos meses. “Dados recentes da Comiss\u00e3o Pastoral da Terra mostram que pelo menos 97 \u00e1reas ind\u00edgenas foram invadidas por entes privados em 2020.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Sheila de Carvalho, da Coliga\u00e7\u00e3o Negra por Direitos, chamou a aten\u00e7\u00e3o para o aumento significativo da popula\u00e7\u00e3o sem-abrigo no Brasil, apontando que mais de 100 mil pessoas ficaram nessa situa\u00e7\u00e3o no contexto da crise sanit\u00e1ria.<\/p>\n\n\n\n

Desinforma\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n

A ONG Artigo 19 denunciou a restri\u00e7\u00e3o da liberdade de imprensa e do acesso \u00e0 informa\u00e7\u00e3o. “Autoridades do governo t\u00eam participa\u00e7\u00e3o direta na supress\u00e3o de dados, na propaga\u00e7\u00e3o da desinforma\u00e7\u00e3o e na intimida\u00e7\u00e3o de comunicadores”, disse Ana Gabriela Ferreira, coordenadora de acesso \u00e0 informa\u00e7\u00e3o da Artigo 19, citada pela Folha<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

O relator da CIDH para o Brasil, Joel Hern\u00e1ndez, por sua vez, manifestou preocupa\u00e7\u00e3o com a situa\u00e7\u00e3o afirmou que os n\u00fameros de casos e mortes pela covid-19 no Brasil s\u00e3o “alarmantes” e que, enquanto em outros pa\u00edses foi observado um pico da pandemia, o gr\u00e1fico brasileiro “nunca mostra quedas”. At\u00e9 esta quinta-feira, o Brasil contabilizou mais de 18,6 milh\u00f5es de casos e mais de 520 mil \u00f3bitos em decorr\u00eancia da doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

A CIDH deve elaborar um relat\u00f3rio e instar o governo brasileiro a adotar medidas efetivas de combate \u00e0 pandemia e respeitar direitos humanos, segundo afirmou \u00e0 Folha <\/em>Melisanda Trentin, coordenadora da Plataforma Dhesca.<\/p>\n\n\n\n

Ap\u00f3s a audi\u00eancia, o Minist\u00e9rio das Rela\u00e7\u00f5es Exteriores afirmou em nota que o “Brasil permanece ativamente comprometido com o sistema interamericano de direitos humanos”.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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