{"id":171740,"date":"2021-07-06T14:43:36","date_gmt":"2021-07-06T17:43:36","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=171740"},"modified":"2021-07-06T14:43:40","modified_gmt":"2021-07-06T17:43:40","slug":"267-milhoes-de-pessoas-estao-ameacadas-pelo-aumento-do-nivel-do-mar","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/07\/06\/171740-267-milhoes-de-pessoas-estao-ameacadas-pelo-aumento-do-nivel-do-mar.html","title":{"rendered":"267 milh\u00f5es de pessoas est\u00e3o amea\u00e7adas pelo aumento do n\u00edvel do mar"},"content":{"rendered":"\n
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267 milh\u00f5es de pessoas est\u00e3o amea\u00e7adas pelo aumento do n\u00edvel do mar, estima estudo (Foto: Daniel Halseth\/Unsplash)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Calcular a quantidade de\u00a0\u00e1reas costeiras\u00a0mais suscet\u00edveis ao\u00a0aumento do n\u00edvel do mar<\/a>\u00a0n\u00e3o \u00e9 uma tarefa f\u00e1cil. Por isso, dados precisos associados a esse cen\u00e1rio s\u00f3 foram obtidos em algumas partes do mundo at\u00e9 o momento. Mas um estudo publicado pelo peri\u00f3dico\u00a0Nature Communications<\/em>\u00a0no \u00faltimo dia 29 de junho oferece uma estimativa mais abrangente sobre o panorama.<\/p>\n\n\n\n

A pesquisa conclui que, no mundo, h\u00e1 cerca de 1,05 milh\u00e3o de\u00a0km\u00b2 de \u00e1reas situadas a menos de dois metros acima do n\u00edvel do mar, onde o risco de intemp\u00e9ries \u00e9 maior. No total, s\u00e3o 267 milh\u00f5es de pessoas vivendo nessas regi\u00f5es,\u00a0das aquais 62% est\u00e3o nos tr\u00f3picos.<\/p>\n\n\n\n

A popula\u00e7\u00e3o que habita essas \u00e1reas est\u00e1 mais sujeita a sofrer com\u00a0inunda\u00e7\u00f5es e mar\u00e9s de tempestade, dois eventos clim\u00e1ticos cuja frequ\u00eancia os cientistas estimam que dever\u00e1 ser maior nas pr\u00f3ximas d\u00e9cadas em fun\u00e7\u00e3o do avan\u00e7o do\u00a0aquecimento global<\/a>. Isso porque, \u00e0 medida que\u00a0as temperaturas globais continuam a subir, um dos fen\u00f4menos acelerados \u00e9 o\u00a0derretimento das calotas polares e geleiras<\/a>, o que faz com que mais \u00e1gua flua para os oceanos e aumente seu volume.<\/p>\n\n\n\n

Mas a carga desses efeitos n\u00e3o ser\u00e1 distribu\u00edda igualmente entre as regi\u00f5es costeiras: de acordo com o estudo, dos 20 pa\u00edses com mais de 12 mil\u00a0km\u00b2 de terras situadas a menos de dois metros acima do n\u00edvel do mar, nove est\u00e3o totalmente ou parcialmente na \u00c1sia Tropical, onde se encontram extensas faixas de litoral, grandes deltas de rios e numerosas ilhas. Com 11,3% dessa \u00e1rea, a\u00a0Indon\u00e9sia\u00a0\u00e9 apontada pelo documento como o pa\u00eds que se encontra em maior situa\u00e7\u00e3o de risco.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNo entanto, h\u00e1 pouca aten\u00e7\u00e3o para a\u00a0vulnerabilidade ao aumento do n\u00edvel do mar\u00a0fora de algumas \u00e1reas urbanas, e o pa\u00eds [Indon\u00e9sia<\/em>] geralmente n\u00e3o \u00e9 priorizado nas discuss\u00f5es das \u00e1reas de maior risco de aumento do n\u00edvel do mar\u201d, escrevem os pesquisadores no estudo, que foi liderado por A. Hooijer, cientista do Instituto de Pesquisa Ambiental NUS da Universidade Nacional de Singapura.<\/p>\n\n\n\n

Tr\u00f3picos s\u00e3o (e ser\u00e3o) os mais afetados<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Com o objetivo de mapear as regi\u00f5es do mundo a menos de dois metros acima do n\u00edvel dos oceanos, Hooijer e seus colegas usaram medi\u00e7\u00f5es de sat\u00e9lite a partir do m\u00e9todo LiDAR, t\u00e9cnica de sensoriamento remoto que usa luz laser pulsada para medir a eleva\u00e7\u00e3o na superf\u00edcie da\u00a0Terra.\u00a0De acordo com a equipe, \u00e9 a primeira vez que esse m\u00e9todo \u00e9 aplicado em uma investiga\u00e7\u00e3o de ordem global.<\/p>\n\n\n\n

Os tr\u00f3picos destacam-se como tendo os maiores n\u00fameros globalmente, tanto em termos de quilometragem de \u00e1reas costeiras a menos de dois metros do n\u00edvel do mar quanto no n\u00famero de pessoas que vivem nessas regi\u00f5es. As maiores \u00e1reas e popula\u00e7\u00f5es est\u00e3o na \u00c1sia Tropical, com 31% e 59% do total global de 2020, respectivamente, sendo seguida pelos tr\u00f3picos das Am\u00e9ricas \u2013 o que inclui o\u00a0Brasil\u00a0\u2013 em termos de \u00e1rea de terra (20%), mas n\u00e3o de popula\u00e7\u00e3o (3%). Entre 2000 e 2020, as\u00a0\u00e1reas de plan\u00edcie costeira e as popula\u00e7\u00f5es na \u00c1frica tropical t\u00eam as maiores taxas de crescimento populacional.<\/p>\n\n\n\n

“Consequentemente, sejam medidos por \u00e1rea, tamanho da popula\u00e7\u00e3o ou crescimento populacional, os efeitos do aumento do n\u00edvel do mar provavelmente cair\u00e3o desproporcionalmente sobre os\u00a0pa\u00edses em desenvolvimento\u00a0nos tr\u00f3picos, que muitas vezes t\u00eam capacidade limitada de adapta\u00e7\u00e3o”, avaliam os pesquisadores no\u00a0estudo.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

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Mapa ilustra eleva\u00e7\u00e3o de terras baixas na parte central da \u00c1sia tropical. Na figura a, em 2020 e, na b, ap\u00f3s 1 m de aumento relativo do n\u00edvel do mar, conforme proje\u00e7\u00e3o realizada pelos pesquisadores (Foto: Nature Communications)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Ao projetar um cen\u00e1rio hipot\u00e9tico de aumento do n\u00edvel do mar em um metro, considerando um crescimento populacional zero dessas popula\u00e7\u00f5es, os autores tamb\u00e9m chegaram \u00e0 estimativa de que, at\u00e9 2100, cerca de 410 milh\u00f5es de pessoas estar\u00e3o vivendo em localidades a menos de dois metros acima do n\u00edvel do mar. Desse grupo, 72% estaria nos tr\u00f3picos, sendo 59% apenas na \u00c1sia Tropical.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com a investiga\u00e7\u00e3o, o n\u00famero de habitantes afetados ser\u00e1 maior se a densidade populacional costeira aumentar. No entanto, os pesquisadores consideram que o futuro da densidade demogr\u00e1fica em \u00e1raes costeiras das regi\u00f5es tropicais ainda \u00e9 incerto e, por isso, n\u00e3o foi considerado nessa avalia\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Pioneiro<\/strong><\/p>\n\n\n\n

“A alta vulnerabilidade de terras e popula\u00e7\u00f5es em regi\u00f5es costeiras e deltas, especialmente na \u00c1sia Tropical, j\u00e1 foi observada anteriormente”, avaliam os pesquisadores no estudo. “No entanto, esta an\u00e1lise, ao aplicar um modelo de eleva\u00e7\u00e3o global substancialmente mais preciso do que estava dispon\u00edvel at\u00e9 o momento, \u00e9 a primeira a relacionar n\u00fameros acurados e globais para \u00e1rea tropical e popula\u00e7\u00e3o a menos de 2 m acima do n\u00edvel do mar, ou seja, com risco mais imediato”, diz o documento.<\/p>\n\n\n\n

Os especialistas argumentam que, embora as estimativas devam ser constantemente atualizadas, esses dados destacam a necessidade urgente de colocar as regi\u00f5es dos tr\u00f3picos \u2013 sobretudo as asi\u00e1ticas \u2013, no centro das discuss\u00f5es sobre medidas de adapta\u00e7\u00e3o e planejamento espacial para preven\u00e7\u00e3o de\u00a0inunda\u00e7\u00f5es\u00a0a longo prazo.<\/p>\n\n\n\n

“N\u00e3o h\u00e1 tempo a perder no desenvolvimento de medidas de adapta\u00e7\u00e3o”, escrevem os autores. “A recente disponibilidade de dados de sat\u00e9lite LiDAR com cobertura global pode ajudar a melhorar a prontid\u00e3o para lidar com o aumento do n\u00edvel do mar, especialmente nas regi\u00f5es que at\u00e9 o momento n\u00e3o tinham DTMs [modelos de eleva\u00e7\u00e3o digital, como o utillizado na pesquisa<\/em>] precisos para apoiar respostas adequadas”.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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