{"id":172005,"date":"2021-07-16T14:52:41","date_gmt":"2021-07-16T17:52:41","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=172005"},"modified":"2021-07-16T14:52:44","modified_gmt":"2021-07-16T17:52:44","slug":"as-vacinas-atuais-protegem-contra-a-variante-delta","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/07\/16\/172005-as-vacinas-atuais-protegem-contra-a-variante-delta.html","title":{"rendered":"As vacinas atuais protegem contra a variante delta?"},"content":{"rendered":"\n
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Apesar do avan\u00e7o na vacina\u00e7\u00e3o, variante delta vem se espalhando pela Europa<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

At\u00e9 agora, no Reino Unido, pelo menos 259 pessoas que contra\u00edram a\u00a0variante delta do coronav\u00edrus\u00a0morreram. Destas, mais de cem estavam totalmente vacinadas, de acordo com os dados mais recentes da Public Health England (PHE), uma ag\u00eancia do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade do pa\u00eds. Com isso, surge a pergunta: a vacina\u00e7\u00e3o protege contra a variante delta?<\/p>\n\n\n\n

Primeiro a boa not\u00edcia: sim, ela protege.<\/p>\n\n\n\n

Por que existe risco apesar da vacina\u00e7\u00e3o completa?<\/h2>\n\n\n\n

Nenhuma das vacinas<\/a> aprovadas at\u00e9 agora oferece 100% de prote\u00e7\u00e3o contra a infec\u00e7\u00e3o por coronav\u00edrus \u2013 isso tem sido demonstrado desde o in\u00edcio atrav\u00e9s de estudos. Embora o risco seja baixo, pessoas vacinadas, sobretudo aquelas com doen\u00e7as pr\u00e9-existentes, podem sim se infectar\u00a0\u2013 e, no pior dos casos, at\u00e9 morrer. No Reino Unido, a atual taxa de mortalidade ainda \u00e9 bastante baixa, e isso apesar do aumento de infec\u00e7\u00f5es por covid-19<\/a>.<\/p>\n\n\n\n

“H\u00e1 casos de pessoas que receberam as duas doses da vacina e mesmo assim morreram”, disse em junho o virologista mais conhecido da Alemanha, Christian Drosten, no podcast Coronavirus Update<\/em>, da emissora alem\u00e3 NDR. Nesses casos, seria necess\u00e1rio uma an\u00e1lise para descobrir por que, de fato, elas morreram, e como foi feito o diagn\u00f3stico, afirma.<\/p>\n\n\n\n

A alta propor\u00e7\u00e3o de pessoas j\u00e1 vacinadas entre os mortos no Reino Unido \u2013 assim como a taxa de mortalidade baixa mencionada acima \u2013 provavelmente se deve ao fato de que cerca da metade da popula\u00e7\u00e3o brit\u00e2nica j\u00e1 est\u00e1 totalmente imunizada. Al\u00e9m disso, dos 118 mortos, 116 tinham mais de 50 anos, conforme os dados.<\/p>\n\n\n\n

Peggy Riese, cientista do Centro Helmholtz para Pesquisa de Infec\u00e7\u00f5es, d\u00e1 um exemplo claro: “Se 100% da popula\u00e7\u00e3o \u00e9 vacinada, ent\u00e3o algumas pessoas vacinadas tamb\u00e9m morrem.” Isso n\u00e3o significa que a vacina n\u00e3o seja segura. Ela simplesmente n\u00e3o protege 100%.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m disso, alguns \u00f3bitos entre vacinados podem ser atribu\u00eddos a uma menor resposta \u00e0 vacina, como em pessoas que tomam imunossupressores ou fizeram transplantes, explica \u00e0 DW Georg Behrens, professor da Escola de Medicina de Hannover na cl\u00ednica de Reumatologia e Imunologia. Isso tudo se soma ao fato de que o efeito da vacina\u00e7\u00e3o diminuir ap\u00f3s alguns meses.<\/p>\n\n\n\n

“Com azar, algumas pessoas ainda podem desenvolver um quadro grave da doen\u00e7a”, ressalta o cientista. As vacinas protegem muito bem, acrescenta, mas \u00e9 claro que nunca h\u00e1 100% de prote\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Um estudo sugere que as vacinas evitaram cerca de 7,2 milh\u00f5es de infec\u00e7\u00f5es e 27 mil mortes somente na Inglaterra. “O n\u00famero de infec\u00e7\u00f5es e mortes evitadas pelo programa de vacina\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 apenas surpreendentemente alto, mas cresce exponencialmente ao longo do programa de vacina\u00e7\u00e3o”, aponta Paul Birrell, um dos cientistas envolvidos na pesquisa.<\/p>\n\n\n\n

Bom efeito protetor ap\u00f3s duas doses<\/h2>\n\n\n\n

Especialistas questionados pela DW se dizem convencidos da efic\u00e1cia das vacinas contra a variante delta. “As vacinas s\u00e3o fant\u00e1sticas”, diz o virologista Friedemann Weber, da Universidade Justus Liebig, de Giessen, na Alemanha. “A resposta imunol\u00f3gica entre vacinados que receberam as duas doses e aguardam o tempo necess\u00e1rio \u00e9, em m\u00e9dia, maior ou at\u00e9 igual \u00e0 de pessoas que obtiveram uma resposta imunol\u00f3gica ap\u00f3s uma infec\u00e7\u00e3o”, explica.<\/p>\n\n\n\n

A avalia\u00e7\u00e3o dos especialistas \u00e9 corroborada pelas descobertas cient\u00edficas.<\/p>\n\n\n\n

Um estudo recente publicado na revista\u00a0Nature<\/em>\u00a0concluiu que a\u00a0\u00a0vacina\u00e7\u00e3o com as duas doses da\u00a0Biontech-Pfizer\u00a0continua a proteger fortemente contra a variante delta.<\/p>\n\n\n\n

No entanto,\u00a0novos dados de Israel apontam para uma prote\u00e7\u00e3o menor contra a delta. Conforme um comunicado do departamento de sa\u00fade israelense, a efic\u00e1cia da vacina da Biontech-Pfizer contra a variante delta, em termos de preven\u00e7\u00e3o completa de uma infec\u00e7\u00e3o, caiu para 64%. Al\u00e9m disso, a vacina\u00e7\u00e3o previne uma doen\u00e7a com sintomas em “apenas” 64% dos casos. No entanto, a vacina\u00e7\u00e3o continua a proteger 93% dos imunizados de uma infec\u00e7\u00e3o grave com hospitaliza\u00e7\u00e3o, segundo o estudo. N\u00e3o ficou claro, por\u00e9m, como o departamento de sa\u00fade israelense obteve tais dados, e um pedido da DW por maiores informa\u00e7\u00f5es n\u00e3o obteve resposta at\u00e9 o momento da publica\u00e7\u00e3o desta reportagem.<\/p>\n\n\n\n

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No geral, estudos j\u00e1 publicados sobre a prote\u00e7\u00e3o das vacinas da Biontech-Pfizer, AstraZeneca e Moderna contra a variante delta revelam grandes disparidades, como mostra uma compara\u00e7\u00e3o entre Israel, Canad\u00e1, Inglaterra e Esc\u00f3cia feita pelo jornal Financial Times<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com um estudo canadense, a vacina da Moderna tamb\u00e9m apresenta um n\u00edvel de prote\u00e7\u00e3o relativamente alto contra a delta: 14 dias ap\u00f3s a primeira dose, a prote\u00e7\u00e3o j\u00e1 seria de 72%. Ainda faltam dados sobre a efic\u00e1cia ap\u00f3s a segunda dose.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 necess\u00e1ria uma vacina\u00e7\u00e3o de refor\u00e7o?<\/h2>\n\n\n\n

Behrens, da Escola de Medicina de Hannover, enfatiza que deve ser levado em considera\u00e7\u00e3o em que momento foram vacinadas as pessoas em Israel posteriormente infectadas com a variante delta. As primeiras vacinas foram aplicadas em dezembro do ano passado, ou seja, o efeito pode ter diminu\u00eddo lentamente e outra dose pode se fazer necess\u00e1ria, disse o professor.<\/p>\n\n\n\n

Os fabricantes Biontech-Pfizer j\u00e1 haviam atentado para esse fato em um recente comunicado de imprensa. Para manter a efic\u00e1cia, eles pedem a\u00a0aprova\u00e7\u00e3o de uma terceira dose de vacina\u00e7\u00e3o\u00a0seis meses ap\u00f3s a segunda.<\/p>\n\n\n\n

Behrens ressalta que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel prever com exatid\u00e3o o surgimento de variantes ainda mais perigosas. No entanto, sempre h\u00e1 muta\u00e7\u00f5es menos perigosas que n\u00e3o prevalecem. Em todo caso, a vacina\u00e7\u00e3o continua sendo a melhor forma de se proteger, afirma, afinal, quanto mais pessoas forem vacinadas, maior ser\u00e1 a imunidade da popula\u00e7\u00e3o e menor ser\u00e1 a taxa de infec\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Tal racioc\u00ednio \u00e9 corroborado pela cientista Peggy Riese, que igualmente atesta a impossibilidade de se prever cen\u00e1rios como esses com precis\u00e3o. No geral, o coronav\u00edrus<\/a> sofre muta\u00e7\u00f5es com mais frequ\u00eancia do que v\u00edrus como o do sarampo, por exemplo, mas com menos frequ\u00eancia do que o v\u00edrus da gripe. Portanto, n\u00e3o se trata de um v\u00edrus de muta\u00e7\u00e3o particularmente r\u00e1pida, nem de um com muta\u00e7\u00e3o muito lenta.<\/p>\n\n\n\n

Precisamos de novas vacinas?<\/h2>\n\n\n\n

At\u00e9 agora, as vacinas existentes t\u00eam sido muito eficazes contra todas as muta\u00e7\u00f5es mais preocupantes do coronav\u00edrus. Quando a efic\u00e1cia delas diminuir, \u00e9 claro, elas precisar\u00e3o ser ajustadas, avalia Riese. No entanto, n\u00e3o devemos nos precipitar, diz.<\/p>\n\n\n\n

J\u00e1 Weber considera que as\u00a0vacinas deveriam ser ajustadas\u00a0imediatamente. Mas o grande impedimento s\u00e3o os amplos\u00a0e demorados estudos que precisam ser feitos antes de cada nova aprova\u00e7\u00e3o, aponta.<\/p>\n\n\n\n

Atualmente, a Biontech-Pfizer trabalha no desenvolvimento de uma vacina espec\u00edfica contra a variante delta, com os primeiros estudos cl\u00ednicos previstos para come\u00e7ar j\u00e1 em agosto.<\/p>\n\n\n\n

Pesquisadores do renomado hospital universit\u00e1rio Charit\u00e9, em Berlim, tamb\u00e9m acreditam que as vacinas contra a covid-19 ter\u00e3o que ser verificadas regularmente durante a pandemia e devidamente ajustadas, caso necess\u00e1rio. At\u00e9 o momento, o v\u00edrus tem mudado de forma muito veloz, pois h\u00e1 muitas infe\u00e7\u00f5es em todo o mundo, diz um comunicado de imprensa da institui\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

“Com base nas taxas de evolu\u00e7\u00e3o dos v\u00edrus de resfriados, presumimos que o Sars-Cov-2 tamb\u00e9m demorar\u00e1 mais para sofrer\u00a0muta\u00e7\u00f5es assim que as infec\u00e7\u00f5es diminu\u00edrem \u2013 ou seja, ap\u00f3s uma grande parte da popula\u00e7\u00e3o global ter desenvolvido prote\u00e7\u00e3o imunol\u00f3gica atrav\u00e9s da pr\u00f3pria doen\u00e7a ou por meio da vacina\u00e7\u00e3o”, explica Jan Felix Drexler,\u00a0do Instituto de Virologia do Charit\u00e9. Assim que a situa\u00e7\u00e3o se estabilizar, as vacinas provavelmente poder\u00e3o ser utilizadas por um per\u00edodo mais longo, prev\u00ea.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

At\u00e9 agora, no Reino Unido, pelo menos 259 pessoas que contra\u00edram a variante delta do coronav\u00edrus morreram. Destas, mais de cem estavam totalmente vacinadas. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":172008,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[4278,4379,316],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/172005"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=172005"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/172005\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":172023,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/172005\/revisions\/172023"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/172008"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=172005"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=172005"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=172005"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}