{"id":172078,"date":"2021-07-20T14:57:49","date_gmt":"2021-07-20T17:57:49","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=172078"},"modified":"2021-07-20T14:57:51","modified_gmt":"2021-07-20T17:57:51","slug":"inundacoes-catastroficas-na-alemanha-sao-o-novo-normal","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/07\/20\/172078-inundacoes-catastroficas-na-alemanha-sao-o-novo-normal.html","title":{"rendered":"Inunda\u00e7\u00f5es catastr\u00f3ficas na Alemanha s\u00e3o o novo normal?"},"content":{"rendered":"\n
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Rua alagada em Aachen, no oeste da Alemanha, em 14 de julho<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Mais de 160 mortes foram confirmadas na Alemanha<\/a> e outras mais de 30 na vizinha B\u00e9lgica ap\u00f3s\u00a0inunda\u00e7\u00f5es devastadoras\u00a0na semana passada. Holanda e Su\u00ed\u00e7a tamb\u00e9m foram atingidas. Chuvas torrenciais fizeram com que rios e represas transbordassem, e enchentes causaram fortes correntezas, arrastando carros e destruindo casas.<\/p>\n\n\n\n

Nas \u00faltimas semanas, a Alemanha registrou grandes varia\u00e7\u00f5es no clima, com temperaturas elevadas e seca seguidas de chuvas intensas. At\u00e9 que as enchentes catastr\u00f3ficas assolaram o oeste alem\u00e3o e pa\u00edses vizinhos.<\/p>\n\n\n\n

Especialistas afirmam que eventos clim\u00e1ticos extremos como esse, que costumavam acontecer uma vez a cada gera\u00e7\u00e3o, podem ocorrer com mais frequ\u00eancia no futuro e com mais intensidade \u2013 um sinal dos impactos da mudan\u00e7a clim\u00e1tica<\/a>.<\/p>\n\n\n\n

“Normalmente, s\u00f3 vemos um clima como este no inverno”, afirmou Bernd Mehlig, autoridade ambiental do estado da Ren\u00e2nia do Norte-Vestf\u00e1lia, um dos mais atingidos pela recente cat\u00e1strofe na Alemanha, ao lado da Ren\u00e2nia-Palatinado. “Algo assim, com essa intensidade, \u00e9 completamente incomum no ver\u00e3o”, disse \u00e0 emissora WDR.<\/p>\n\n\n\n

“Esse \u00e9 o novo normal”, afirmou Johannes Quaas, meteorologista da Universidade de Leipzig. “A mudan\u00e7a clim\u00e1tica tamb\u00e9m est\u00e1 mudando a defini\u00e7\u00e3o de clima normal. Estamos lentamente nos aproximando de um novo normal que inclui padr\u00f5es diferentes de precipita\u00e7\u00f5es.”<\/p>\n\n\n\n

Eventos clim\u00e1ticos mais intensos<\/h2>\n\n\n\n

Temperaturas mais altas fazem com que eventos clim\u00e1ticos extremos sejam mais intensos. Quando o ar esquenta, ele cont\u00e9m mais umidade, um fen\u00f4meno que cientistas descobriram j\u00e1 no s\u00e9culo 19. Uma alta de 1 grau Celsius na temperatura aumenta a capacidade do ar de reter umidade em 7%. Temperaturas em ascens\u00e3o em n\u00edvel global tamb\u00e9m est\u00e3o levando a uma evapora\u00e7\u00e3o mais r\u00e1pida em terra e no mar \u2013 causando mais eventos de precipita\u00e7\u00e3o extrema e tempestades mais fortes.<\/p>\n\n\n\n

“As chuvas que vimos na Europa nos \u00faltimos dias s\u00e3o condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas extremas, cuja intensidade est\u00e1 sendo refor\u00e7ada pela mudan\u00e7a clim\u00e1tica \u2013 e vai continuar ganhando for\u00e7a com mais aquecimento”, afirmou Friederike Otto, do Instituto de Mudan\u00e7a Ambiental da Universidade de Oxford.<\/p>\n\n\n\n

O Servi\u00e7o Meteorol\u00f3gico Alem\u00e3o (DWD) afirmou que eventos de fortes precipita\u00e7\u00f5es se tornaram mais intensos com a alta das temperaturas. O DWD observou, no entanto, que foi registrado um maior aumento das temperaturas no inverno e que o quadro ainda n\u00e3o est\u00e1 claro para os meses de ver\u00e3o, quando fortes tempestades costumam ocorrer.<\/p>\n\n\n\n

Um estudo sobre precipita\u00e7\u00f5es extremas durante o ver\u00e3o de 2013, que levaram a graves enchentes<\/a> dos rios Dan\u00fabio e Elba, n\u00e3o identificou uma influ\u00eancia da mudan\u00e7a clim\u00e1tica. O DWD afirmou que n\u00e3o pode dizer se o aquecimento global fez com que as inunda\u00e7\u00f5es recentes fossem mais intensas at\u00e9 que um estudo do tipo seja feito.<\/p>\n\n\n\n

Tempestades mais lentas<\/h2>\n\n\n\n

Duas semanas antes das inunda\u00e7\u00f5es, uma pesquisa feita por um grupo de cientistas no Reino Unido apontou que o aquecimento global vai aumentar a probabilidade de chuvas intensas<\/a> na Europa. O estudo sugere que, devido a uma redu\u00e7\u00e3o na diferen\u00e7a de temperaturas entre os polos e os tr\u00f3picos, tempestades se movem de maneira mais lenta do que costumavam fazer em ver\u00f5es passados. Isso poderia levar a fortes precipita\u00e7\u00f5es numa \u00e1rea espec\u00edfica e elevar o risco de enchentes.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com o estudo, tempestades que se movem lentamente \u2013 antes um evento incomum na Europa \u2013 podem ocorrer 14 vezes mais frequentemente em todo o continente at\u00e9 o fim deste s\u00e9culo.<\/p>\n\n\n\n

“Como um pa\u00eds industrializado, a Alemanha est\u00e1 se aquecendo duas vezes mais r\u00e1pido do que a taxa de aquecimento global”, afirma Quaas. “Isso significa que as chances de chuvas fortes s\u00e3o 20% maiores em compara\u00e7\u00e3o com o s\u00e9culo 19 \u2013 e 10% maiores do que quando eu nasci, h\u00e1 cerca de quatro d\u00e9cadas.”<\/p>\n\n\n\n

Quando o solo e sistemas de drenagem n\u00e3o conseguem absorver a \u00e1gua rapidamente ou fatores como o desenvolvimento urbano impendem que a chuva se dissipe, pode haver inunda\u00e7\u00f5es torrenciais e danos significativos.<\/p>\n\n\n\n

Prever condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas extremas n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil, mas ainda \u00e9 quase imposs\u00edvel prever com precis\u00e3o onde exatamente uma tempestade vai despejar grandes quantidades de chuva e que \u00e1reas ser\u00e3o mais afetadas, afirma Quaas. Isso faz com que seja dif\u00edcil comunidades se prepararem para desastres e mitigarem as perdas, aponta.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m disso, com a destrui\u00e7\u00e3o de vegeta\u00e7\u00e3o e de outras barreiras terrestres como resultado da mudan\u00e7a nos padr\u00f5es de temperatura e clima, muitas zonas naturais de inunda\u00e7\u00e3o desapareceram.<\/p>\n\n\n\n

“Enquanto continuarmos emitindo CO2, provavelmente continuaremos vendo chuvas fortes como as recentes”, conclui o meteorologista.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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