{"id":172134,"date":"2021-07-22T14:44:36","date_gmt":"2021-07-22T17:44:36","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=172134"},"modified":"2021-07-22T14:44:58","modified_gmt":"2021-07-22T17:44:58","slug":"foguete-lancado-ha-quase-50-anos-deve-cair-na-terra-saiba-quando","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/07\/22\/172134-foguete-lancado-ha-quase-50-anos-deve-cair-na-terra-saiba-quando.html","title":{"rendered":"Foguete lan\u00e7ado h\u00e1 quase 50 anos deve cair na Terra; saiba quando"},"content":{"rendered":"\n
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Um corpo de um foguete descartado no espa\u00e7o h\u00e1 48 anos deve reentrar na atmosfera<\/a> terrestre neste final de semana. Trata-se do\u00a0segundo est\u00e1gio\u00a0do foguete\u00a0sovi\u00e9tico\u00a0Kosmos-3M, que foi lan\u00e7ado em 26 de dezembro de 1973 a partir do Cosm\u00f3dromo de Plesetsk.<\/p>\n\n\n\n

O foguete colocou em \u00f3rbita o\u00a0sat\u00e9lite<\/a>\u00a0DS-U2-GKA (ou Aureole-2), que tinha como objetivos investigar a atmosfera superior da\u00a0Terra\u00a0em latitudes elevadas e estudar a natureza das auroras polares.<\/p>\n\n\n\n

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Foguete Kosmos-3M (esquerda) e sat\u00e9lite DS-U2-GKA (direita). Fonte:\u00a0kosmonautix.cz<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Reentrada<\/h2>\n\n\n\n

A reentrada est\u00e1 prevista para ocorrer nesta sexta (23) ou s\u00e1bado (24). Segundo o engenheiro\u00a0Joseph Remis, ela deve ocorrer \u00e0s 21:47 (hor\u00e1rio de Bras\u00edlia) de sexta. A previs\u00e3o tem uma margem de erro de +- 13 horas, o que significa que ela pode ocorrer entre a manh\u00e3 de sexta e a manh\u00e3 de s\u00e1bado.<\/p>\n\n\n\n

Dentro dessa margem de erro, o corpo do foguete, tamb\u00e9m chamado de SL-8 R\/B, deve completar 17 \u00f3rbitas ao redor da Terra<\/a> e em 4 delas ele passa sobre o Brasil. Isso significa que h\u00e1 uma pequena possibilidade da reentrada ocorrer sobre o territ\u00f3rio brasileiro. Os c\u00e1lculos mais precisos devem ser divulgados apenas na quinta ou sexta feira, e podem aumentar ou afastar a possibilidade de reentrada sobre o Brasil.<\/p>\n\n\n\n

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Passagens (linhas amarelas) do SL-8 R\/B dentro da margem de erro da previs\u00e3o da reentrada. Reprodu\u00e7\u00e3o:\u00a0satflare.com<\/a><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Por que o foguete deve reentrar na atmosfera<\/h2>\n\n\n\n

Para orbitar a Terra, qualquer objeto precisa viajar a uma velocidade de cerca de 27 mil quil\u00f4metros por hora, o que gera uma for\u00e7a centr\u00edfuga que compensa a atra\u00e7\u00e3o gravitacional. Ap\u00f3s cumprir sua miss\u00e3o, muitos foguetes s\u00e3o deixados em \u00f3rbita baixa, onde existem part\u00edculas de gases atmosf\u00e9ricos em quantidade suficiente para produzir arrasto, e isso reduz a velocidade do foguete, fazendo com que, aos poucos, a gravidade prevale\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

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For\u00e7a centr\u00edfuga (v) e acelera\u00e7\u00e3o da gravidade (a) gerando movimento orbital.
Fonte:\u00a0wikimedia.org<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A cada \u00f3rbita em torno da Terra, o arrasto reduz ainda mais a velocidade do foguete, como consequ\u00eancia, sua altitude diminui, o que faz o foguete atingir camadas ainda mais baixas e mais densas da atmosfera, que oferecem ainda mais resist\u00eancia. \u00c9 um caminho sem volta. Sua \u00f3rbita vai deteriorando at\u00e9 ele atingir o ponto de ruptura, quando o calor intenso e a desacelera\u00e7\u00e3o mec\u00e2nica far\u00e1 com que o foguete se despedace e queime por algum tempo.<\/p>\n\n\n\n

No caso do SL-8 R\/B, ele foi deixado em uma \u00f3rbita n\u00e3o t\u00e3o baixa, mas que ainda sofria algum arrasto. Por isso, sua \u00f3rbita demorou quase 50 anos para se deteriorar at\u00e9 o ponto de estar prestes a reentrar na atmosfera.<\/p>\n\n\n\n

Reentrada n\u00e3o deve oferecer riscos<\/h2>\n\n\n\n

Quando lan\u00e7ado, o segundo est\u00e1gio do Kosmos-3M tinha mais de 20 toneladas, mas depois de queimar e drenar seu combust\u00edvel, ele ficou com \u201capenas\u201d 1,4 toneladas de massa. \u00c9 uma pe\u00e7a cil\u00edndrica com 6 metros de comprimento e 2,4 metros de di\u00e2metro. Nada t\u00e3o pequeno e nem t\u00e3o leve ao ponto de nos deixar \u00e0 vontade ao saber que ele vai cair na Terra a qualquer momento.<\/p>\n\n\n\n

Entretanto, n\u00e3o h\u00e1 com o qu\u00ea se preocupar, pois gra\u00e7as \u00e0 enorme velocidade em que isso ocorre, cerca de 28 mil km\/h, a atmosfera terrestre funciona como um escudo, desintegrando quase que completamente o objeto. Durante o processo de reentrada, os gases atmosf\u00e9ricos s\u00e3o aquecidos e ionizados, gerando uma enorme bola de fogo que pode ser vista a centenas de quil\u00f4metros de dist\u00e2ncia. O calor \u00e9 t\u00e3o elevado que vaporiza completamente at\u00e9 80% do objeto. O pouco que sobrar, deve ser fragmentado freado pela resist\u00eancia do ar, e deve chegar \u00e0 superf\u00edcie praticamente inofensivo.<\/p>\n\n\n\n

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Bola de fogo gerada na reentrada do ATV-5 em 2015. Cr\u00e9ditos: ESA\/Nasa<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Apenas os componentes mais maci\u00e7os devem resistir \u00e0 passagem atmosf\u00e9rica. Geralmente a carca\u00e7a do motor e os tanques de pressuriza\u00e7\u00e3o tem essa capacidade. Apesar de n\u00e3o serem partes t\u00e3o leves, o risco de que eles possam causar algum dano em solo \u00e9 extremamente pequeno. Dois ter\u00e7os da superf\u00edcie do planeta s\u00e3o cobertos por oceanos e as \u00e1reas continentais ainda contam com uma enorme quantidade de regi\u00f5es pouco povoadas ou completamente desabitadas. Por isso, essa reentrada n\u00e3o deve gerar grandes preocupa\u00e7\u00f5es. O \u00fanico risco que corremos \u00e9 de poder observar um belo espet\u00e1culo no c\u00e9u, principalmente se tivermos a sorte se tivermos a sorte dela ocorrer durante a noite.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Olhar Digital<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"