{"id":172166,"date":"2021-07-23T15:01:39","date_gmt":"2021-07-23T18:01:39","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=172166"},"modified":"2021-07-23T15:01:42","modified_gmt":"2021-07-23T18:01:42","slug":"sonda-da-nasa-revela-como-e-marte-por-dentro","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/07\/23\/172166-sonda-da-nasa-revela-como-e-marte-por-dentro.html","title":{"rendered":"Sonda da Nasa revela como \u00e9 Marte ‘por dentro’"},"content":{"rendered":"\n
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O sism\u00f4metro da InSight detectou mais de 700 eventos s\u00edsmicos desde o in\u00edcio de 2019 – NASA\/JPL-CALTECH<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Cientistas dizem que agora podem descrever com n\u00fameros absolutos a estrutura rochosa interna de Marte.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Os dados foram obtidos a partir da sonda InSight, que detecta movimentos s\u00edsmicos no planeta vermelho desde o in\u00edcio de 2019.<\/p>\n\n\n\n

A miss\u00e3o liderada pela Nasa<\/a>, ag\u00eancia espacial americana, revelou que a espessura m\u00e9dia da crosta de Marte tem entre 24km e 72km \u2014 um pouco mais fina do que se esperava.<\/p>\n\n\n\n

Mas a principal descoberta foi o tamanho do n\u00facleo do planeta \u2014 seu raio de 1.830 km est\u00e1 no topo das estimativas anteriores.<\/p>\n\n\n\n

Esta \u00e9 a primeira vez que cientistas conseguem mapear diretamente as camadas internas de um planeta (sem contar a Terra). Isso tamb\u00e9m foi feito na Lua, mas Marte<\/a> (raio total: 3.390 km) est\u00e1 em uma escala muito maior.<\/p>\n\n\n\n

Ter essas informa\u00e7\u00f5es permite que os pesquisadores entendam melhor a forma\u00e7\u00e3o<\/a> e a evolu\u00e7\u00e3o dos diferentes corpos planet\u00e1rios.<\/p>\n\n\n\n

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A Insight chegou a estes resultados da mesma maneira que os sism\u00f3logos estudam as camadas internas da Terra \u2014 rastreando os sinais de abalos s\u00edsmicos.<\/p>\n\n\n\n

Esses eventos liberam ondas de energia. Mudan\u00e7as no trajeto e na velocidade das ondas revelam a natureza dos materiais rochosos pelos quais est\u00e3o passando.<\/p>\n\n\n\n

O sistema de sism\u00f4metro instalado pela sonda da Nasa observou centenas de tremores, sendo que alguns detectados nos \u00faltimos dois anos tinham as propriedades certas para “imaginar” o interior de Marte.<\/p>\n\n\n\n

A equipe de instrumenta\u00e7\u00e3o, liderada a partir da Fran\u00e7a e do Reino Unido, determinou que a parte externa r\u00edgida, a crosta, de Marte tem 20 km ou 39 km de espessura diretamente abaixo da sonda (dependendo da subcamada que exista).<\/p>\n\n\n\n

Extrapolando os dados para a geologia de superf\u00edcie conhecida do resto do planeta, isso sugere uma espessura m\u00e9dia entre 24km e 72km. Para efeito de compara\u00e7\u00e3o, a espessura m\u00e9dia da crosta terrestre \u00e9 de 15-20km. Somente em uma regi\u00e3o continental como a dos Himalaias pode chegar a 70km.<\/p>\n\n\n\n

O n\u00famero realmente interessante, no entanto, se refere ao n\u00facleo. Os sinais de “martemotos” que reverberam neste elemento met\u00e1lico indicam que come\u00e7a quase na metade do caminho para baixo da superf\u00edcie, a uma profundidade de cerca de 1.560 km \u2014 e que est\u00e1 em estado l\u00edquido.<\/p>\n\n\n\n

A maioria das estimativas anteriores previa um n\u00facleo menor.<\/p>\n\n\n\n

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A sonda InSight foi lan\u00e7ada em 2018, pousando em Marte em novembro do mesmo ano – NASA\/JPL-CALTECH\/LOCKHEED MARTIN<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A equipe da miss\u00e3o diz que duas consequ\u00eancias fascinantes derivam das novas observa\u00e7\u00f5es diretas.<\/p>\n\n\n\n

A primeira \u00e9 que a massa e o momento de in\u00e9rcia conhecidos de Marte indicam que o n\u00facleo \u00e9 muito menos denso do que se pensava anteriormente, e que a liga de ferro-n\u00edquel que domina sua composi\u00e7\u00e3o deve ser fortemente enriquecida com elementos mais leves, como enxofre.<\/p>\n\n\n\n

A segunda consequ\u00eancia est\u00e1 relacionada \u00e0 camada entre o n\u00facleo e a crosta \u2014 o manto, que \u00e9 mais fino do que se pensava inicialmente.<\/p>\n\n\n\n

Mais uma vez, com base no tamanho conhecido de Marte, \u00e9 altamente improv\u00e1vel que este manto possa atingir as press\u00f5es em que o mineral bridgmanita se torna est\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n

Na Terra, esse mineral r\u00edgido cobre o n\u00facleo, desacelerando a convec\u00e7\u00e3o e a perda de calor. No in\u00edcio de Marte, sua aus\u00eancia teria levado a um resfriamento r\u00e1pido.<\/p>\n\n\n\n

Isso inicialmente teria permitido uma forte convec\u00e7\u00e3o no n\u00facleo met\u00e1lico e um efeito d\u00ednamo que gerou um campo magn\u00e9tico global. Mas isso, \u00e9 claro, agora foi desativado. Hoje, nenhum campo magn\u00e9tico global pode ser detectado no planeta.<\/p>\n\n\n\n

Se estivesse l\u00e1, forneceria alguma blindagem para proteger sua superf\u00edcie da radia\u00e7\u00e3o prejudicial que \u00e9 lan\u00e7ada constantemente do espa\u00e7o e torna o mundo extremamente in\u00f3spito.<\/p>\n\n\n\n

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A superf\u00edcie de Marte \u00e9 fria e seca, al\u00e9m de ser bombardeada com radia\u00e7\u00e3o – NASA\/JPL-CALTECH\/ASU\/MSSS<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Tom Pike, professor da Universidade Imperial College London, no Reino Unido, \u00e9 um dos principais pesquisadores do sistema de sism\u00f4metro da Insight.<\/p>\n\n\n\n

“Fomos capazes, pela primeira vez, de olhar dentro de outro planeta usando a sismologia, e o que vimos em Marte \u00e9 que temos um n\u00facleo maior e mais leve do que era esperado. E isso diz um pouco sobre como o planeta evoluiu ao longo do tempo geol\u00f3gico”, afirma ele \u00e0 BBC News.<\/p>\n\n\n\n

Sanne Cottaar, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que n\u00e3o faz parte da equipe da miss\u00e3o, descreveu os resultados da Insight como um “feito”, dada a dificuldade de estudar os abalos s\u00edsmicos de pequena magnitude que ocorrem em Marte.<\/p>\n\n\n\n

Eles nunca ficam acima de magnitude 4, o que os humanos s\u00f3 notariam a v\u00e1rios quil\u00f4metros do epicentro de um tremor. “Os martemotos s\u00e3o muito, muito fracos”, explica.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 muito mais desafiador do que fazer sismologia na Terra. Os cientistas da miss\u00e3o tamb\u00e9m tiveram que desenvolver m\u00e9todos para trabalhar com apenas um sism\u00f4metro representado pela sonda InSight. Ent\u00e3o, ver esses dados surgirem, e eles realmente serem capazes de olhar para dentro do planeta com esses dados \u00e9 realmente impressionante.”<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"