{"id":172206,"date":"2021-07-26T15:34:10","date_gmt":"2021-07-26T18:34:10","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=172206"},"modified":"2021-07-26T15:34:14","modified_gmt":"2021-07-26T18:34:14","slug":"amazonia-como-el-nino-ajudou-a-devastar-25-bilhoes-de-arvores-e-cipos-em-meio-a-seca-e-incendios","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/07\/26\/172206-amazonia-como-el-nino-ajudou-a-devastar-25-bilhoes-de-arvores-e-cipos-em-meio-a-seca-e-incendios.html","title":{"rendered":"Amaz\u00f4nia: Como El Ni\u00f1o ajudou a devastar 2,5 bilh\u00f5es de \u00e1rvores e cip\u00f3s em meio a seca e inc\u00eandios"},"content":{"rendered":"\n
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Queimada de floresta amaz\u00f4nica ao lado da BR 163 no Par\u00e1 deixou grande n\u00famero de \u00e1rvores mortas (na imagem, sem folhas e esbranqui\u00e7adas) – MARIZILDA CRUPPE\/REDE AMAZ\u00d4NIA SUSTENT\u00c1VEL<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A intensa seca e os inc\u00eandios florestais<\/a> que atingiram a Amaz\u00f4nia em 2015 e 2016 mataram ao menos 2,5 bilh\u00f5es de \u00e1rvores e cip\u00f3s em apenas uma pequena parte da floresta, descobriram pesquisadores.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Cientistas das Universidades de Oxford e Lancaster, no Reino Unido, e da Embrapa, ao lado de pesquisadores de outras institui\u00e7\u00f5es brasileiras e estrangeiras, examinaram a regi\u00e3o que foi epicentro dos efeitos do El Ni\u00f1o na Amaz\u00f4nia<\/a>: o Baixo Tapaj\u00f3s.<\/p>\n\n\n\n

O El Ni\u00f1o \u00e9 um fen\u00f4meno<\/a> clim\u00e1tico que envolve um aquecimento incomum do Oceano Pac\u00edfico. Em 2015 e no in\u00edcio de 2016, provocou efeitos devastadores em diferentes regi\u00f5es do mundo\u2014- na Amaz\u00f4nia, houve redu\u00e7\u00e3o de chuvas e intensa seca em uma mata que normalmente \u00e9 \u00famida, al\u00e9m de favorecer a dissemina\u00e7\u00e3o de fogos causados por humanos.<\/p>\n\n\n\n

A \u00e1rea analisada pelos pesquisadores fica na regi\u00e3o da cidade de Santar\u00e9m, no Par\u00e1, e tem 6,5 milh\u00f5es de hectares \u2014 maior que os Estados de Alagoas e Sergipe juntos. Essa “pequena” parte onde morreram bilh\u00f5es de \u00e1rvores representa apenas 1,2% da Amaz\u00f4nia brasileira.<\/p>\n\n\n\n

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Floresta afetada pela seca e fogos na regi\u00e3o de Santar\u00e9m durante o El Ni\u00f1o em 2015 – ERIKA BERENGUER\/DIVULGA\u00c7\u00c3O<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Os pesquisadores tamb\u00e9m calcularam quanto carbono foi liberado na atmosfera em consequ\u00eancia da morte dessas bilh\u00f5es de \u00e1rvores: 495 milh\u00f5es de toneladas de CO\u00b2 \u2014 valor maior que o liberado pela floresta em um ano inteiro de desmatamento. E descobriram ainda que as \u00e1rvores continuaram a morrer e a liberar mais carbono na atmosfera por causa da seca provocada pelo El Ni\u00f1o anos depois do fen\u00f4meno clim\u00e1tico.<\/p>\n\n\n\n

O estudo “Tracking the impacts of El Ni\u00f1o drought and fire in human-modified Amazonian forests” (monitorando os impactos da seca e inc\u00eandios do El Ni\u00f1o em florestas amaz\u00f4nicas com interfer\u00eancia humana) foi publicado nesta segunda (19\/7) no peri\u00f3dico cient\u00edfico PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America).<\/p>\n\n\n\n

Como monitorar tantas \u00e1rvores?<\/h2>\n\n\n\n

Desde 2010, pesquisadores monitoram 21 parcelas de terra da Floresta Amaz\u00f4nica espalhadas com at\u00e9 100 km de dist\u00e2ncia umas das outras na regi\u00e3o do Baixo Tapaj\u00f3s.<\/p>\n\n\n\n

Em 2015, observando a extrema seca causada pelo El Ni\u00f1o, resolveram verificar como o fen\u00f4meno impactaria as plantas daquela regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

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Autora principal do estudo, Erika Berenguer, monitora \u00e1rvores em uma floresta amaz\u00f4nica queimada durante o El Ni\u00f1o de 2015 – MARIZILDA CRUPPE\/REDE AMAZ\u00d4NIA SUSTENT\u00c1VEL<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Eles j\u00e1 tinham mapeado 6.117 delas \u2014 “como num jogo de batalha naval”, explica a bi\u00f3loga Erika Berenguer, das universidades de Oxford e Lancaster e autora principal do estudo. Cada \u00e1rvore era registrada em quadrantes diferentes, com seu “X” e “Y” correspondente para facilitar sua identifica\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Ao longo de tr\u00eas anos, entre outubro de 2015 e outubro de 2018, os pesquisadores voltaram trimestralmente para cada uma daquelas 21 parcelas de terra e verificavam \u00e1rvore por \u00e1rvore para saber qual havia sido seu destino.<\/p>\n\n\n\n

As \u00e1rvores morrem pela seca ou pelo fogo causado por humanos. E esse fogo, por sua vez, pode ter diferentes origens. Uma delas, talvez a mais conhecida, \u00e9 o desmatamento. Depois de derrubadas as \u00e1rvores, o fogo \u00e9 colocado para se livrar da floresta no ch\u00e3o. Outras origem s\u00e3o seu uso para a limpeza de pasto na Amaz\u00f4nia ou para incorporar os nutrientes da vegeta\u00e7\u00e3o no solo \u2014 uma pr\u00e1tica antiga que, no entanto, \u00e9 afetada negativamente pela seca que deixa a paisagem mais inflam\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n

Esses fogos controlados podem escapar da \u00e1rea designada e entrar dentro de \u00e1reas de floresta. Em um per\u00edodo de seca, isso \u00e9 perigoso.<\/p>\n\n\n\n

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Inc\u00eandios florestais na Amaz\u00f4nia s\u00e3o feitos de fogos bem pequenos, com chamas de 30 cm de altura que se movem muito devagar durante dias e dias de queima – ERIKA BERENGUER\/DIVULGA\u00c7\u00c3O<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“A Amaz\u00f4nia \u00e9 muito \u00famida. Normalmente esse fogo, se escapasse, morreria, igual fogo em um peda\u00e7o de pano molhado”, explica Berenguer. Mas como, no per\u00edodo analisado por cientistas, o clima estava muito seco \u2014 foram oito meses de seca \u2014 “o fogo, quando escapava, entrava na floresta”. “Ela estava como um pano seco parado no sol.”<\/p>\n\n\n\n

S\u00e3o fogos bem pequenos, com chamas de 30 cm de altura, e que se movem muito devagar durante dias e dias de queima. “\u00c9 lerdo e de baixa intensidade. Mas quando cobre grandes \u00e1reas, fica dif\u00edcil de apagar”, diz a pesquisadora. Al\u00e9m disso, \u00e9 dif\u00edcil de ver, porque as \u00e1rvores s\u00e3o altas. Sua fuma\u00e7a, sim, \u00e9 vis\u00edvel.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, pesquisadores voltavam para aquelas parcelas de mata para ver se as \u00e1rvores haviam morrido. \u00c9 poss\u00edvel descobrir se uma \u00e1rvore na Amaz\u00f4nia morreu de acordo com diferentes fatores.<\/p>\n\n\n\n

“Se n\u00e3o tem folha, \u00e9 um sinal que j\u00e1 est\u00e1 morta, j\u00e1 que a maioria das \u00e1rvores na Amaz\u00f4nia n\u00e3o perdem folhas em partes do ano”, explica Berenguer. Outra t\u00e9cnica: fazer um corte com um fac\u00e3o. “Voc\u00ea tira um peda\u00e7o da casca para ver se ela est\u00e1 seca ou n\u00e3o.”<\/p>\n\n\n\n

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Entre outubro de 2015 e outubro de 2018, pesquisadores voltavam trimestralmente para 21 parcelas de terra e verificavam \u00e1rvore por \u00e1rvore – JOS BARLOW\/DIVULGA\u00c7\u00c3O<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Ela explica que, diferentemente de outros biomas, a Amaz\u00f4nia n\u00e3o evoluiu com o fogo. “As \u00e1rvores n\u00e3o est\u00e3o preparadas para lidar com o fogo, elas t\u00eam uma casca muito fina, sem o isolamento t\u00e9rmico que \u00e1rvores do cerrado t\u00eam. A casca de \u00e1rvores da Amaz\u00f4nia s\u00e3o iguais a uma folha de papel. Ela \u00e9 superfina, sem prote\u00e7\u00e3o alguma”, diz.<\/p>\n\n\n\n

Depois de descobrirem quantas \u00e1rvores e cip\u00f3s tinham morrido em excesso, os cientistas extrapolaram esse resultado para a \u00e1rea maior do Baixo Tapaj\u00f3s, de 6,5 milh\u00f5es de hectares. “A gente sabe o quanto de floresta tem nessa \u00e1rea grande e o quanto em m\u00e9dia a gente perdeu de \u00e1rvores nas parcelas. Se a gente perdeu em m\u00e9dia tantas \u00e1rvores nessas parcelas todas, o quanto a gente perdeu na regi\u00e3o toda?”, explica Berenguer.<\/p>\n\n\n\n

O resultado foram os inacredit\u00e1veis 2,5 bilh\u00f5es de \u00e1rvores e cip\u00f3s perdidos naquela regi\u00e3o. Para Berenguer, os n\u00fameros surpreenderam ao mostrar a grandeza da mortalidade das \u00e1rvores e a perda de carbono. “Quando voc\u00ea est\u00e1 andando na floresta, voc\u00ea sabe que a situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 boa. Mas n\u00e3o sab\u00edamos a magnitude disso.”<\/p>\n\n\n\n

Ver grande parte da floresta que monitorava havia anos de repente morta foi “dif\u00edcil emocionalmente”, diz Berenguer. “Voc\u00ea cria liga\u00e7\u00f5es com a floresta, como se fosse o quarteir\u00e3o onde voc\u00ea mora, com a \u00e1rvore que voc\u00ea gosta.”<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores tamb\u00e9m descobriram que os efeitos da seca do El Ni\u00f1o duraram mais de tr\u00eas anos em florestas afetadas pela seca e dois anos e meio em florestas afetadas tanto pela seca quanto pelo fogo, com \u00e1rvores ainda morrendo nesse per\u00edodo por conta do fen\u00f4meno clim\u00e1tico.<\/p>\n\n\n\n

O n\u00famero menor para as florestas afetadas pela seca e pelo fogo parece, de in\u00edcio, contraintuitivo. Mas “n\u00e3o \u00e9 porque fogo causa menos dano”, explica Berenguer. “\u00c9 porque j\u00e1 morreu tanta planta no in\u00edcio, que acaba n\u00e3o tendo mais o que matar.”<\/p>\n\n\n\n

As \u00e1rvores localizadas em florestas que j\u00e1 sofreram impacto s\u00e3o muito mais vulner\u00e1veis ao pr\u00f3ximo fogo, com maior chance de morrerem. A floresta fica aberta, com maior entrada de luz e vento, o que a deixa mais seca. “Se o fogo escapar em outros anos, \u00e9 mais prop\u00edcio de se sustentar ali. Acaba criando um looping <\/em>de feedback<\/em> negativo”, diz Berenguer.<\/p>\n\n\n\n

Solu\u00e7\u00f5es<\/h2>\n\n\n\n

O El Ni\u00f1o acontece a cada dois a sete anos, em m\u00e9dia, e h\u00e1 estudos que apontam que as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas podem agravar o fen\u00f4meno. Seu efeito na Amaz\u00f4nia, como se v\u00ea, \u00e9 devastador. Mas h\u00e1 a\u00e7\u00f5es que podem ser feitas para evitar que seja t\u00e3o destrutivo.<\/p>\n\n\n\n

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Brasil pode fazer mapa de risco de inc\u00eandio para evitar maiores perdas em eventos de seca – ERIKA BERENGUER\/DIVULGA\u00c7\u00c3O<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Um ponto fundamental \u00e9 a preven\u00e7\u00e3o, diz Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa Amaz\u00f4nia Oriental e da Rede Amaz\u00f4nia Sustent\u00e1vel e uma das autoras do estudo. Por meio de sat\u00e9lites, cientistas j\u00e1 t\u00eam a capacidade de prever secas. “E j\u00e1 sabemos que a seca \u00e9 altamente relacionada com queimadas. Uma vez que o fogo inicia \u00e9 muito dif\u00edcil controlar.”<\/p>\n\n\n\n

Quando o desmatamento em um ano \u00e9 muito alto, \u00e9 poss\u00edvel inferir, tamb\u00e9m, que isso poder\u00e1 se refletir no ano seguinte com uma possibilidade maior de inc\u00eandios, j\u00e1 que regi\u00f5es com \u00e1reas mais desmatadas e mais secas s\u00e3o mais vulner\u00e1veis a queimadas.<\/p>\n\n\n\n

Por isso, diz Ferreira, o Brasil tem “toda a condi\u00e7\u00e3o de fazer um mapa de risco de inc\u00eandio”, como est\u00e1 sendo feito na regi\u00e3o do Tapaj\u00f3s.<\/p>\n\n\n\n

E h\u00e1 tr\u00eas pontos que podem ser endere\u00e7ados. A seca, o fogo causado pela limpeza de pasto ou por comunidades para incorporar os nutrientes da vegeta\u00e7\u00e3o ao solo e, claro, o fogo causado para “limpar” uma regi\u00e3o desmatada.<\/p>\n\n\n\n

Para diminuir as consequ\u00eancias de um evento de seca como o El Ni\u00f1o, a m\u00e9dio e longo prazo, \u00e9 preciso investir na restaura\u00e7\u00e3o florestal, diz Ferreira, para reduzir a degrada\u00e7\u00e3o das florestas. Dessa maneira, as matas ficam menos secas e, assim, menos vulner\u00e1veis a secas.<\/p>\n\n\n\n

Para controlar o fogo que pode escapar quando usado para limpar o pasto ou para incorporar nutrientes ao solo, gestores podem fazer regras mais r\u00edgidas, determinando certas condi\u00e7\u00f5es para a realiza\u00e7\u00e3o dessas queimadas.<\/p>\n\n\n\n

Podem determinar, por exemplo, a quantos dias de diferen\u00e7a da chuva esses fogos poder\u00e3o ser feitos, impedir que sejam levados a cabo em hor\u00e1rios de maior calor ou que sejam postos no contravento e n\u00e3o a favor do vento, entre outros.<\/p>\n\n\n\n

O governo pode tamb\u00e9m disseminar t\u00e9cnicas agr\u00edcolas que dependam menos do fogo, diz Ferreira, e dar apoio para que popula\u00e7\u00f5es tenham condi\u00e7\u00f5es de usar essas outras t\u00e9cnicas.<\/p>\n\n\n\n

Por fim, \u00e9 preciso combater o desmatamento \u2014 em sua maior parte, ilegal. “\u00c9 uma quest\u00e3o de comando e controle. As institui\u00e7\u00f5es t\u00eam que ser mais fortalecidas, devem ser mais rigorosas nas multas, na regulariza\u00e7\u00e3o ambiental das propriedades e realmente fazer esfor\u00e7o para utilizar recursos que tem para responsabilizar quem faz as pr\u00e1ticas ilegais”, diz Ferreira.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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