{"id":172224,"date":"2021-07-26T16:38:00","date_gmt":"2021-07-26T19:38:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=172224"},"modified":"2021-07-26T16:38:03","modified_gmt":"2021-07-26T19:38:03","slug":"derretimento-de-gelo-nos-alpes-suicos-gerou-mais-de-mil-lagos-desde-1850","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/07\/26\/172224-derretimento-de-gelo-nos-alpes-suicos-gerou-mais-de-mil-lagos-desde-1850.html","title":{"rendered":"Derretimento de gelo nos Alpes Su\u00ed\u00e7os gerou mais de mil lagos desde 1850"},"content":{"rendered":"\n
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Acima, o lago glacial Griesseeli, no Cant\u00e3o de Uri, entre Clariden e Klausenpass, nos Alpes su\u00ed\u00e7os (Foto: Nico M\u00f6lg, Eawag)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Quando uma equipe de pesquisadores da Su\u00ed\u00e7a se reuniu para investigar como a presen\u00e7a dos lagos glaciais nos\u00a0Alpes Su\u00ed\u00e7os\u00a0se alterou ao longo dos \u00faltimos 170 anos, eles esperavam encontrar apenas algumas centenas desses corpos de \u00e1gua restantes. Mas o grupo descobriu que, dos 1.192 lagos glaciais formados desde 1850 na regi\u00e3o, 987 ainda existiam em 2016. E mais: 180 deles surgiram somente nos \u00faltimos dez anos.<\/p>\n\n\n\n

Os resultados, publicados no peri\u00f3dico cient\u00edfico\u00a0Earth Surface Processes and Landforms<\/em>\u00a0no \u00faltimo dia 6 de julho, mostram como o\u00a0derretimento acelerado das geleiras\u00a0alterou drasticamente a paisagem montanhosa dos Alpes Su\u00ed\u00e7os como resultado vis\u00edvel das\u00a0mudan\u00e7as clim\u00e1ticas<\/a>.<\/p>\n\n\n\n

\u201cPor um lado, ficamos surpresos com os n\u00fameros absolutos e, por outro, com a acentuada acelera\u00e7\u00e3o da forma\u00e7\u00e3o\u201d, recorda,\u00a0em comunicado, Daniel Odermatt, chefe do Grupo de Sensoriamento Remoto do Instituto de Pesquisa Aqu\u00e1tica Eawag. \u201cNo in\u00edcio do projeto, esper\u00e1vamos algumas centenas de\u00a0lagos glaciais. Agora s\u00e3o mais de mil\u201d, diz o cientista e coautor da investiga\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

O estudo, descrito pelos autores como \u201cum dos invent\u00e1rios mais completos de lagos glaciais no espa\u00e7o e no tempo desde o LIA [sigla em ingl\u00eas para a Pequena Idade do Gelo]\u201d, tamb\u00e9m contou com a participa\u00e7\u00e3o de pesquisadores de outras tr\u00eas institui\u00e7\u00f5es su\u00ed\u00e7as: a Universidade de Zurique, o Escrit\u00f3rio Federal para o Meio Ambiente da Su\u00ed\u00e7a e a Cooperativa Nacional para o Descarte de Res\u00edduos Radioativos (Nagra), al\u00e9m da austr\u00edaca ENVEO (Tecnologia de Informa\u00e7\u00e3o de Observa\u00e7\u00e3o Ambiental da Terra GmbH).<\/p>\n\n\n\n

A constru\u00e7\u00e3o da base de dados s\u00f3 foi poss\u00edvel devido \u00e0 disponibilidade de imagens \u00e1reas de alta qualidade que datam de antes de 1990\u00a0\u2014 o\u00a0que, reconhecem os pesquisadores no\u00a0documento, n\u00e3o \u00e9 o padr\u00e3o na maior parte do planeta, especialmente em pa\u00edses maiores e em desenvolvimento.<\/p>\n\n\n\n

Com informa\u00e7\u00f5es que datavam desde o s\u00e9culo 19, os cientistas conseguiram registrar localiza\u00e7\u00e3o, eleva\u00e7\u00e3o, forma, \u00e1rea, tipo de material da barragem e drenagem superficial em diferentes momentos de cada um dos quase 1.200 lagos glaciais formados a partir do\u00a0derretimento de geleiras<\/a>\u00a0desde 1850 na regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

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Mapa geral da \u00e1rea de estudo na Su\u00ed\u00e7a (Foto: Earth Surface Processes and Landforms)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

De acordo com o estudo, a forma\u00e7\u00e3o de lagos glaciais atingiu um pico inicial entre 1946 e 1973, quando uma m\u00e9dia de quase oito lagos<\/a> surgiam anualmente na regi\u00e3o. Uma queda foi observada no final do s\u00e9culo 20, mas o intervalo entre 2006 e 2016 conseguiu substituir o recorde anterior: em m\u00e9dia, 18 novos lagos surgiram a cada ano nesse per\u00edodo e a superf\u00edcie da \u00e1gua aumentou mais de 150 mil metros quadrados anualmente.<\/p>\n\n\n\n

Em 2016, a \u00e1rea coberta pelos lagos glaciais su\u00ed\u00e7os correspondia a 620 hectares. Enquanto o maior lago media 40 hectares, mais de 90% dos corpos de \u00e1gua eram menores do que 1 hectare. Os dados mostram ainda que 187 lagoas glaciais desapareceram completamente ou pelo menos encolheram para menos de 200 metros quadrados nos \u00faltimos 170 anos, porque foram lentamente sendo cobertas por sedimentos transportados pelas geleiras ou romperam.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o\u00a0estudo, esses dados permitem a m\u00e1xima precis\u00e3o e integridade para detectar o potencial de risco individual dos lagos.\u00a0Os pesquisadores consideram que uma quest\u00e3o importante a saber com anteced\u00eancia \u00e9 onde podem surgir novos lagos glaciais e o volume de\u00a0\u00e1gua\u00a0que eles podem conter. Em uma segunda etapa, tamb\u00e9m sugerem que seria ben\u00e9fico estimar com seguran\u00e7a a vida \u00fatil desses lagos.<\/p>\n\n\n\n

“Por um lado, o n\u00famero crescente de lagos glaciais aumenta o risco de erup\u00e7\u00f5es repentinas e, portanto, o perigo de ondas de inunda\u00e7\u00e3o para os assentamentos localizados abaixo deles”, avalia Odermatt. “Por outro lado, os fen\u00f4menos naturais oferecem atrativos tur\u00edsticos impressionantes e a amplia\u00e7\u00e3o artificial dos lagos abre novas oportunidades para a\u00a0energia hidrel\u00e9trica”.<\/p>\n\n\n\n

O grupo tamb\u00e9m acredita que uma abordagem de monitoramento regular, ainda escassa na Su\u00ed\u00e7a,\u00a0pode ajudar na detec\u00e7\u00e3o precoce de perigos relacionados aos lagos glaciais. \u201cO grande n\u00famero de lagos e sua localiza\u00e7\u00e3o em um contexto topogr\u00e1fico frequentemente inst\u00e1vel e \u00edngreme mostram a necessidade de uma an\u00e1lise mais profunda de seu potencial de risco\u201d, escrevem no\u00a0documento.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"