{"id":172285,"date":"2021-07-28T14:26:19","date_gmt":"2021-07-28T17:26:19","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=172285"},"modified":"2021-07-28T14:26:22","modified_gmt":"2021-07-28T17:26:22","slug":"mudancas-climaticas-os-preocupantes-sinais-que-unem-frio-recorde-no-brasil-a-enchentes-e-calor-pelo-mundo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/07\/28\/172285-mudancas-climaticas-os-preocupantes-sinais-que-unem-frio-recorde-no-brasil-a-enchentes-e-calor-pelo-mundo.html","title":{"rendered":"Mudan\u00e7as clim\u00e1ticas: os preocupantes sinais que unem frio recorde no Brasil a enchentes e calor pelo mundo"},"content":{"rendered":"\n
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Mudan\u00e7a clim\u00e1tica aumenta frequ\u00eancia de eventos extremos, inclusive frio – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A onda de frio extremo que chega ao Sul e Sudeste do Brasil nesta semana poder\u00e1 fazer com que alguns brasileiros questionem se o planeta est\u00e1, de fato, aquecendo. Sim, est\u00e1 \u2014 e h\u00e1 fortes ind\u00edcios de que a onda de frio seja ela mesma intensificada pelas mudan\u00e7as clim\u00e1ticas em curso.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A onda deve derrubar as temperaturas nos Estados do Sul, Sudeste e de parte do Centro-Oeste at\u00e9 o pr\u00f3ximo domingo (1\u00ba\/8).<\/p>\n\n\n\n

Nas serras catarinense e ga\u00facha, as m\u00ednimas previstas s\u00e3o de -10\u00baC, com sensa\u00e7\u00e3o t\u00e9rmica de at\u00e9 -25\u00baC, enquanto Curitiba, Florian\u00f3polis, Porto Alegre, Campo Grande, S\u00e3o Paulo, Belo Horizonte e Vit\u00f3ria devem registrar as menores temperaturas do ano.<\/p>\n\n\n\n

Ser\u00e1 a segunda onda de frio<\/a> intenso a atingir a regi\u00e3o em menos de um m\u00eas. Em 30 de junho, v\u00e1rias cidades do Sul e Sudeste tiveram as menores temperaturas dos \u00faltimos anos \u2014 marcas que agora poder\u00e3o ser batidas pela nova onda.<\/p>\n\n\n\n

O frio extremo atinge o sul do Brasil enquanto, no Hemisf\u00e9rio Norte, v\u00e1rios pa\u00edses registram recordes de calor e de volume de chuvas.<\/p>\n\n\n\n

No Canad\u00e1, os term\u00f4metros na cidade de Lytton mediram 49,6\u00baC no fim de junho \u2014 marca que superou em 4,6\u00baC a temperatura mais alta registrada no pa\u00eds at\u00e9 ent\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Poucas semanas depois, chuvas muito acima dos padr\u00f5es inundaram cidades na Alemanha e na China. Os eventos extremos nos tr\u00eas pa\u00edses provocaram centenas de mortes.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 mais f\u00e1cil entender como as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas<\/a> favorecem recordes de calor e de chuva.<\/p>\n\n\n\n

Intensificados nas \u00faltimas d\u00e9cadas, a queima de combust\u00edveis f\u00f3sseis (como o petr\u00f3leo e o carv\u00e3o) e o desmatamento ampliam a quantidade na atmosfera de gases causadores do chamado efeito estufa.<\/p>\n\n\n\n

Esses gases dificultam a dispers\u00e3o do calor dos raios solares que atingem o planeta, o que tende a aumentar a temperatura no globo como um todo.<\/p>\n\n\n\n

Temperaturas mais altas, por sua vez, aceleram a evapora\u00e7\u00e3o da \u00e1gua, o que facilita a ocorr\u00eancia de temporais.<\/p>\n\n\n\n

A temperatura da Terra j\u00e1 subiu cerca de 1,2\u00baC desde o in\u00edcio da era industrial, e as temperaturas devem continuar aumentando a menos que os governos ao redor do mundo tomem medidas para reduzir as emiss\u00f5es. Por\u00e9m, o aumento das temperaturas m\u00e9dias n\u00e3o quer dizer que ondas de frio n\u00e3o continuar\u00e3o a ocorrer \u2014 nem mesmo que elas n\u00e3o possam se intensificar em situa\u00e7\u00f5es espec\u00edficas.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 o caso da massa polar que chega ao Brasil nesta semana, diz \u00e0 BBC News Brasil o ge\u00f3grafo e climatologista Francisco Eliseu Aquino, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS).<\/p>\n\n\n\n

Aquino foi um dos primeiros pesquisadores a estudar as conex\u00f5es clim\u00e1ticas entre o sul do Brasil e Pen\u00ednsula Ant\u00e1rtica \u2014 tema de sua tese de doutorado, em 2012.<\/p>\n\n\n\n

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Imagem de sat\u00e9lite mostra avan\u00e7o da massa de ar frio da Ant\u00e1rtida rumo \u00e0 Am\u00e9rica do Sul – GOES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Ele diz que, ao longo do ano, massas de ar circulam em sentido hor\u00e1rio entre as duas regi\u00f5es: o sul do Brasil envia \u00e0 Ant\u00e1rtida massas de ar quente e recebe dela massas de ar frio.<\/p>\n\n\n\n

Segundo Aquino, a velocidade dessa circula\u00e7\u00e3o se acelera conforme a mudan\u00e7a clim\u00e1tica eleva a temperatura no Brasil no inverno, \u00e9poca do ano em que a Ant\u00e1rtida<\/a> est\u00e1 bem gelada por n\u00e3o receber qualquer insola\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m disso, o calor acima do habitual no sul do Brasil “perturba” o sistema de trocas, induzindo o ar quente a entrar na Ant\u00e1rtida e abrindo o caminho para a chegada de ar frio.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o por acaso, diz ele, exceto pelas ondas pontuais de frio de 2021, o centro-sul do Brasil tem tido um inverno mais quente que a m\u00e9dia \u2014 o que tamb\u00e9m tem ocorrido nos \u00faltimos anos.<\/p>\n\n\n\n

Na v\u00e9spera da chegada desta massa polar, os term\u00f4metros em cidades como Porto Alegre e S\u00e3o Paulo beiravam os 30\u00baC. Em pleno inverno.<\/p>\n\n\n\n

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Imagem computadorizada da \u00faltima ter\u00e7a (27\/7) mostra massa de ar quente deixando a Am\u00e9rica do Sul rumo \u00e0 Ant\u00e1rtida enquanto massa de ar frio deixa a Ant\u00e1rtida rumo \u00e0 Am\u00e9rica do Sul – UNIVERSIDADE DO MAINE<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Outro ponto que tende ampliar o impacto desta onda de frio, diz Aquino, \u00e9 que a massa que chega ao pa\u00eds se resfriou ainda mais ao passar pelo mar de Weddell \u2014 uma das regi\u00f5es mais geladas da Ant\u00e1rtida.<\/p>\n\n\n\n

As condi\u00e7\u00f5es s\u00e3o t\u00e3o prop\u00edcias ao avan\u00e7o da massa, diz ele, que a onda deve derrubar as temperaturas at\u00e9 o sul da Amaz\u00f4nia.<\/p>\n\n\n\n

Aquino afirma que especialistas j\u00e1 previam h\u00e1 cerca de 15 anos a ocorr\u00eancia dos eventos que hoje observamos no centro-sul do Brasil \u2014 incluindo ondas de frio extremo em meio a invernos quentes e secos.<\/p>\n\n\n\n

“Caminhamos para um cen\u00e1rio de estiagens mais longas e secas no Brasil, com o desmatamento e as queimadas intensificando esses processos”, ele diz.<\/p>\n\n\n\n

Aquino afirma que o planeta caminha rumo aos “limiares mais perigosos poss\u00edveis” dos cen\u00e1rios projetados para 2030 ou 2050.<\/p>\n\n\n\n

Embora o Acordo de Paris tenha estabelecido a meta de limitar o aquecimento global a 1,5\u00baC em rela\u00e7\u00e3o aos padr\u00f5es pr\u00e9-industriais, ele diz que os esfor\u00e7os foram comprometidos pelos anos em que Donald Trump exerceu a Presid\u00eancia nos EUA.<\/p>\n\n\n\n

Trump retirou os EUA do acordo e estimulou setores poluentes, o que atrasou a implanta\u00e7\u00e3o das metas mundo afora.<\/p>\n\n\n\n

“O que a comunidade cient\u00edfica entende hoje \u00e9 que com certeza vamos ultrapassar os 1,5 ou 2 graus.”<\/p>\n\n\n\n

Para Aquino, os eventos extremos em curso “j\u00e1 d\u00e3o sinais de que as mudan\u00e7as podem ser mais intensas do que as previstas pelos cen\u00e1rios mais ruins”.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"