{"id":172312,"date":"2021-07-29T14:17:37","date_gmt":"2021-07-29T17:17:37","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=172312"},"modified":"2021-07-29T14:17:41","modified_gmt":"2021-07-29T17:17:41","slug":"dia-da-sobrecarga-da-terra-chega-mais-cedo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/07\/29\/172312-dia-da-sobrecarga-da-terra-chega-mais-cedo.html","title":{"rendered":"Dia da Sobrecarga da Terra chega mais cedo"},"content":{"rendered":"\n
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Hoje, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Ap\u00f3s um adiamento tempor\u00e1rio devido \u00e0 pandemia\u00a0em 2020\u00a0\u2013 quando o Dia da Sobrecarga da Terra foi em 22 de agosto \u2013 em 2021 a data em que a humanidade esgotou todos os recursos biol\u00f3gicos que a Terra regenera ao longo de um ano acontece tr\u00eas semanas antes, neste 29 de julho. No Brasil, a cota foi esgotada dois dias antes, em 27 de julho.<\/p>\n\n\n\n

“Apesar de nos restar quase meio ano, j\u00e1 esgotamos nossa cota de recursos biol\u00f3gicos para 2021”, advertiu Susan Aitken, l\u00edder do Conselho Municipal de Glasgow, onde lideran\u00e7as mundiais se reunir\u00e3o em novembro para a c\u00fapula clim\u00e1tica COP26. “Se precisamos lembrar que estamos sob uma emerg\u00eancia clim\u00e1tica e ecol\u00f3gica, o Dia da Sobrecarga da Terra \u00e9 a ocasi\u00e3o para isso”, lembrou. <\/p>\n\n\n\n

Como grande parte do mundo estava vivendo sob lockdowns impostos devido ao coronav\u00edrus no ano passado, o Dia da Sobrecarga aconteceu quase um m\u00eas depois do recorde de\u00a02018, quando foi em 25 de julho.<\/p>\n\n\n\n

Mas mesmo que as emiss\u00f5es de carbono causadas por viagens a\u00e9reas e transporte rodovi\u00e1rio ainda estejam abaixo dos altos \u00edndices de 2019, a economia global em ascens\u00e3o est\u00e1 empurrando as emiss\u00f5es e o consumo de volta para cima.<\/p>\n\n\n\n

“Em vez de reconhecer isto como oportunidade para recome\u00e7ar, os governos est\u00e3o ansiosos para voltar a fazer neg\u00f3cios como de costume. As emiss\u00f5es globais<\/a> j\u00e1 est\u00e3o voltando aos n\u00edveis pr\u00e9-pand\u00eamicos”, alertou Stephanie Feldstein, diretora de popula\u00e7\u00e3o e sustentabilidade do Centro de Diversidade Biol\u00f3gica (CBD, do nome em ingl\u00eas), um grupo ambiental baseado nos Estados Unidos.<\/p>\n\n\n\n

Em um e-mail para a DW, ela apontou que, apesar da menor movimenta\u00e7\u00e3o no ano passado, os gases de efeito estufa diminu\u00edram 6,4% em 2020 \u2013 uma queda substancial, que representa cerca de duas vezes as emiss\u00f5es anuais do Jap\u00e3o, mas n\u00e3o o suficiente para mudar a situa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

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“Perdemos oportunidades quando fundos de resgate foram dados a grandes poluidores clim\u00e1ticos, como a avia\u00e7\u00e3o e a ind\u00fastria da carne, sem nenhuma exig\u00eancia de recupera\u00e7\u00e3o verde”, disse Feldstein. “E continuamos a perder oportunidades todos os dias em que as autoridades se recusam a reconhecer as crises clim\u00e1ticas e de extin\u00e7\u00e3o como emerg\u00eancias \u2013 assim como a pandemia.” <\/p>\n\n\n\n

Como \u00e9 estipulada a data<\/h2>\n\n\n\n

O Dia da Sobrecarga da Terra<\/a> existe desde 2006. A Global Footprint Network (GFN), organiza\u00e7\u00e3o de pesquisa que apresenta a data a cada ano junto com o grupo ambiental WWF, compara o c\u00e1lculo a um extrato banc\u00e1rio que rastreia receitas em rela\u00e7\u00e3o\u00a0aos gastos. Ele considera milhares de dados da ONU sobre recursos como florestas biologicamente produtivas, pastagens, terras de cultivo, \u00e1reas de pesca e \u00e1reas urbanas. Esse c\u00e1lculo \u00e9 ent\u00e3o medido em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 demanda desses recursos naturais, entre eles alimentos de origem vegetal, madeira, gado, peixe e a capacidade das florestas de absorver emiss\u00f5es de di\u00f3xido de carbono.<\/p>\n\n\n\n

Hoje, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar. Para continuar vivendo nos padr\u00f5es atuais, precisar\u00edamos dos recursos de cerca de 1,7 planetas. E isso n\u00e3o parece mudar t\u00e3o cedo. De acordo com a Ag\u00eancia Internacional de Energia, as emiss\u00f5es de CO2 relacionadas \u00e0 energia \u2014 particularmente combust\u00edveis f\u00f3sseis como o carv\u00e3o \u2014 dever\u00e3o crescer 4,8% este ano sobre os n\u00edveis de 2020.<\/p>\n\n\n\n

Impulsionar a bioeconomia  <\/h2>\n\n\n\n

Feldstein, no entanto, v\u00ea algumas raz\u00f5es para ser otimista. “Os sinais mais esperan\u00e7osos est\u00e3o vindo de comunidades ao redor do mundo que est\u00e3o levando a crise clim\u00e1tica a s\u00e9rio, repensando o consumo e o crescimento, e integrando a equidade e a prote\u00e7\u00e3o ambiental em suas pol\u00edticas”, salientou.  <\/p>\n\n\n\n

Entre elas est\u00e3o comunidades que buscam explorar a bioeconomia, trocando uma economia baseada em combust\u00edveis f\u00f3sseis por uma “de base biol\u00f3gica ou de base renov\u00e1vel”, ao mesmo tempo em que enfrenta os desafios da sociedade, conforme delineado em um relat\u00f3rio de dezembro de 2019 do Instituto Ambiental de Estocolmo (SEI).<\/p>\n\n\n\n

Rocio Diaz-Chavez, vice-diretora do SEI \u00c1frica, em Nair\u00f3bi, no Qu\u00eania, e autora do relat\u00f3rio, disse que a mudan\u00e7a para uma bioeconomia pode ajudar a preservar os recursos naturais para as gera\u00e7\u00f5es futuras, enquanto trabalha para criar ind\u00fastrias sustent\u00e1veis. Ela destacou grupos regionais, como a Comiss\u00e3o Econ\u00f4mica da ONU para a Am\u00e9rica Latina e o Caribe, ou BioInnovate Africa, no Qu\u00eania,\u00a0organiza\u00e7\u00f5es que est\u00e3o trabalhando para promover a bioeconomia e o desenvolvimento sustent\u00e1vel em suas regi\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

Diaz-Chavez disse \u00e0 DW que a pandemia poderia ser a oportunidade para estas regi\u00f5es explorarem alternativas \u00e0 economia tradicional que “contribuiriam para a cria\u00e7\u00e3o de empregos e melhorariam a subsist\u00eancia, ao produzir alternativas aos produtos de combust\u00edveis f\u00f3sseis”. <\/p>\n\n\n\n

Um exemplo: reduzir a depend\u00eancia do Sul Global de pesticidas e fertilizantes derivados de combust\u00edveis f\u00f3sseis<\/a> importados do exterior em favor de biofertilizantes produzidos localmente. “Isto teria uma s\u00e9rie de contribui\u00e7\u00f5es para a sa\u00fade humana e para o meio ambiente”, assinalou, acrescentando que esta mudan\u00e7a tamb\u00e9m poderia ajudar a desenvolver cadeias alternativas de fornecimento para outros produtos sustent\u00e1veis.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Ela enfatizou, no entanto, que o desenvolvimento da bioeconomia depende da exist\u00eancia da infraestrutura necess\u00e1ria ou da melhoria das cadeias de abastecimento para apoiar e comercializar tais produtos, especialmente na \u00c1frica subsaariana.<\/p>\n\n\n\n

Em busca de solu\u00e7\u00f5es <\/h2>\n\n\n\n

A “ecologiza\u00e7\u00e3o” de nossas economias n\u00e3o \u00e9 a \u00fanica maneira de nos trazer de volta ao equil\u00edbrio com a Terra. Em seu site, sob o lema #MoveTheDate (mude a data), a Global Footprint Network destaca outras formas de aproximar essa data de 31 de dezembro. <\/p>\n\n\n\n

Reflorestar uma \u00e1rea do tamanho da \u00cdndia, por exemplo, adiaria a data em oito dias, de acordo com a GFN. Reformas de edif\u00edcios e ind\u00fastrias com tecnologias para economizar energia, como atualiza\u00e7\u00f5es de sistemas, controles de conserva\u00e7\u00e3o de \u00e1gua, sensores que controlam a ilumina\u00e7\u00e3o com precis\u00e3o, a temperatura e a qualidade do ar, atrasariam a data em 21 dias.<\/p>\n\n\n\n

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Os alimentos s\u00e3o outra \u00e1rea importante \u2014 segundo a GFN, metade da biocapacidade da Terra \u00e9 usada apenas para nos\u00a0manter alimentados. Mas muito desse alimento \u00e9 perdido devido a inefici\u00eancias durante o processo de produ\u00e7\u00e3o, ou desperd\u00edcio. Estima-se que 30% a 40% dos alimentos nos EUA acabem em aterros sanit\u00e1rios a cada ano.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Eliminando a perda e o desperd\u00edcio de alimentos, reduzindo o consumo de carne e escolhendo alimentos cultivados com pr\u00e1ticas agr\u00edcolas mais sustent\u00e1veis e menos dependentes de combust\u00edveis f\u00f3sseis, outro m\u00eas poderia ser adicionado \u00e0 conta de biocapacidade da Terra. Mudar para dietas mais baseadas em vegetais, por exemplo, poderia ajudar a reduzir as emiss\u00f5es relacionadas aos alimentos em at\u00e9 70% at\u00e9 2050, de acordo com um recente relat\u00f3rio preliminar divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

“Enquanto precisamos fazer a transi\u00e7\u00e3o da agricultura industrial como um todo, n\u00e3o podemos resolver este problema simplesmente ajustando a forma como os alimentos s\u00e3o produzidos \u2014 devemos mudar o que \u00e9 produzido”, disse Feldstein, acrescentando que, enquanto os combust\u00edveis f\u00f3sseis s\u00e3o respons\u00e1veis por mais emiss\u00f5es em geral, a produ\u00e7\u00e3o de carne e latic\u00ednios tamb\u00e9m \u00e9 uma das principais causas da perda de habitats pelo mundo. “Os governos podem acelerar esta mudan\u00e7a, ao apoiar a agricultura e dietas baseadas em vegetais, e acabando com os subs\u00eddios para carne e latic\u00ednios”.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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