{"id":172340,"date":"2021-07-30T14:34:23","date_gmt":"2021-07-30T17:34:23","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=172340"},"modified":"2021-07-30T14:34:25","modified_gmt":"2021-07-30T17:34:25","slug":"a-incrivel-civilizacao-antiga-que-mumificava-os-mortos-2-mil-anos-antes-dos-egipcios","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/07\/30\/172340-a-incrivel-civilizacao-antiga-que-mumificava-os-mortos-2-mil-anos-antes-dos-egipcios.html","title":{"rendered":"A incr\u00edvel civiliza\u00e7\u00e3o antiga que mumificava os mortos 2 mil anos antes dos eg\u00edpcios"},"content":{"rendered":"\n
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M\u00famias da cultura chinchorro foram inclu\u00eddas na Lista do Patrim\u00f4nio Mundial pela Unesco nesta semana – IMAGEN DE CHILE\/FELIPE CANTILLANA<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“As mais antigas evid\u00eancias arqueol\u00f3gicas conhecidas de mumifica\u00e7\u00e3o artificial de corpos”, segundo a Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas para a Educa\u00e7\u00e3o, a Ci\u00eancia e a Cultura (Unesco), est\u00e3o presentes na Am\u00e9rica do Sul<\/a>, na costa \u00e1rida do deserto do Atacama.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

H\u00e1 mais de 7 mil anos, essa regi\u00e3o foi habitada por uma sociedade de ca\u00e7adores-coletores na qual os mortos tinham grande import\u00e2ncia. As habilidosas t\u00e9cnicas de mumifica\u00e7\u00e3o da cultura chinchorro datam de 2 mil anos antes dos eg\u00edpcios.<\/p>\n\n\n\n

O valor foi reconhecido pela Unesco, que incluiu no fim de julho de 2021, suas m\u00famias e a \u00e1rea que guarda seus achados arqueol\u00f3gicos na Lista do Patrim\u00f4nio Mundial<\/a>.<\/p>\n\n\n\n

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No in\u00edcio, t\u00e9cnica era usada apenas em crian\u00e7as e rec\u00e9m-nascidos mortos – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Uma sociedade de pescadores<\/h2>\n\n\n\n

A cultura chinchorro habitou a regi\u00e3o entre os portos de Ilo, no Peru, e Antofagasta, no Chile<\/a>.<\/p>\n\n\n\n

Apesar de muito \u00e1rida, a \u00e1rea tinha recursos marinhos em abund\u00e2ncia devido aos efeitos da corrente fria de Humboldt, que cria um fen\u00f4meno chamado ressurg\u00eancia no oceano, e dos diversos riachos que a atravessam para desembocar no mar.<\/p>\n\n\n\n

Assim, os chinchorro se especializaram na explora\u00e7\u00e3o dos recursos marinhos e chegaram a desenvolver diversas ferramentas para facilitar a atividade pesqueira, como um anzol feito de espinhos de cactos e pontas de arp\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A descri\u00e7\u00e3o feita pela Unesco fala ainda de “ferramentas feitas de materiais de origem mineral e vegetal, bem como instrumentos simples feitos de ossos e conchas”.<\/p>\n\n\n\n

Informa\u00e7\u00f5es do Museu Chileno de Arte Pr\u00e9-Colombiana d\u00e3o conta de que, “a partir de tumores encontrados nas orelhas das m\u00famias da \u00e9poca, sabe-se que mergulhavam em grande profundidade”.<\/p>\n\n\n\n

A habilidade para a pesca permitiu que eles constru\u00edssem assentamentos semipermanentes na foz dos rios e riachos da \u00e1rea.<\/p>\n\n\n\n

Embora existam poucas informa\u00e7\u00f5es sobre a forma como se organizavam, h\u00e1 ind\u00edcios de que se reuniam em grupos de 30 a 50 pessoas que aparentemente tinham alguma rela\u00e7\u00e3o de parentesco.<\/p>\n\n\n\n

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At\u00e9 hoje foram analisadas cerca de 208 m\u00famias – GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Como os chinchorro mumificavam os mortos<\/h2>\n\n\n\n

Segundo informa\u00e7\u00f5es da Universidade de Tarapac\u00e1, no Chile, que tem liderado a pesquisa e conserva\u00e7\u00e3o da cultura chinchorro, o processo de mumifica\u00e7\u00e3o consistia na extra\u00e7\u00e3o dos \u00f3rg\u00e3os e v\u00edsceras dos mortos por meio de incis\u00f5es e na sua substitui\u00e7\u00e3o por vegetais, penas, peda\u00e7os de couro, l\u00e3 e outros materiais.<\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m se removia o couro cabeludo e a pele do rosto e abria-se o cr\u00e2nio para retirar o c\u00e9rebro \u2014 depois de seco, ele era preenchido com cinzas, terra, argila e pelos de animais.<\/p>\n\n\n\n

Por fim, modelava-se o rosto, que era adornado com uma peruca feita com cabelo humano. O corpo ganhava uma vestimenta de tecido vegetal e era coberto com uma camada de argila.<\/p>\n\n\n\n

Embora no in\u00edcio os chinchorro mumificassem apenas rec\u00e9m-nascidos e crian\u00e7as \u2014 que eram preservados junto de estatuetas de barro \u2014, em seu auge, por volta de 3.000 a.C., eles chegaram a mumificar todo tipo de membro da sociedade, independentemente da idade.<\/p>\n\n\n\n

Diferentes tipos de m\u00famias<\/h2>\n\n\n\n

Ainda segundo a Universidade de Tarapac\u00e1, at\u00e9 o momento foram analisadas 208 m\u00famias. O estudo da amostra revelou que as t\u00e9cnicas de embalsamamento usadas por esse povo variaram ao longo do tempo e foram simplificadas nos est\u00e1gios finais, ao contr\u00e1rio do que aconteceu com os eg\u00edpcios, que foram sofisticando suas t\u00e9cnicas.<\/p>\n\n\n\n

H\u00e1 m\u00famias negras, cobertas por \u00f3xido de mangan\u00eas; m\u00famias vermelhas, pintadas com \u00f3xido de ferro; e m\u00famias enfaixadas. Entre os pontos em comum que compartilham est\u00e3o a peruca, uma m\u00e1scara facial e bast\u00f5es para refor\u00e7ar o corpo.<\/p>\n\n\n\n

“A cultura chinchorro considerava suas m\u00famias como parte do mundo dos vivos, o que explica por que deixavam os olhos e a boca abertos e usavam macas, feitas de fibra vegetal ou pele de animal, para transport\u00e1-las”, destaca a Universidade de Tarapac\u00e1.<\/p>\n\n\n\n

As avan\u00e7adas t\u00e9cnicas de embalsamamento, auxiliadas pelas condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas do ambiente des\u00e9rtico e salino do Atacama, levaram \u00e0 preserva\u00e7\u00e3o das cerca de 120 m\u00famias que hoje est\u00e3o no acervo do Museu Arqueol\u00f3gico de San Miguel de Azapa, no Chile.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"