{"id":172492,"date":"2021-08-05T15:45:18","date_gmt":"2021-08-05T18:45:18","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=172492"},"modified":"2021-08-05T15:45:20","modified_gmt":"2021-08-05T18:45:20","slug":"anticorpos-contra-coronavirus-detectados-em-cervos-selvagens","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/08\/05\/172492-anticorpos-contra-coronavirus-detectados-em-cervos-selvagens.html","title":{"rendered":"Anticorpos contra coronav\u00edrus detectados em cervos selvagens"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/a>
Nova pesquisa sugere que veados-de-cauda-branca est\u00e3o sendo infectados pelo coronav\u00edrus na natureza, provavelmente contraindo-o de humanos.
FOTO DE\u00a0BEN HASTY, MEDIANEWS GROUP\/READING EAGLE VIA GETTY IMAGES<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O veado-de-cauda-branca, uma esp\u00e9cie encontrada em todos os estados dos Estados Unidos, exceto no Alasca, parece estar contraindo o coronav\u00edrus<\/a> na natureza, de acordo com o primeiro estudo realizado para buscar evid\u00eancias de um surto em veados selvagens.<\/p>\n\n\n\n

Pesquisadores do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em ingl\u00eas) analisaram amostras de sangue de mais de 600 cervos em Michigan, Illinois, Nova York e Pensilv\u00e2nia coletadas na \u00faltima d\u00e9cada e constataram que 40% dos 152 cervos selvagens testados de janeiro a mar\u00e7o de 2021 tinham anticorpos contra o SARS-CoV-2, o v\u00edrus que causa a\u00a0covid-19<\/a>. Outros tr\u00eas cervos de janeiro de 2020 tamb\u00e9m tinham anticorpos.<\/p>\n\n\n\n

A presen\u00e7a de anticorpos significa que provavelmente os cervos<\/a> tiveram contato com o v\u00edrus e que seus organismos tentaram combat\u00ea-lo. Os animais n\u00e3o pareciam doentes, ent\u00e3o provavelmente tiveram infec\u00e7\u00f5es assintom\u00e1ticas, afirma o USDA. Aproximadamente 30 milh\u00f5es de\u00a0veados-de-cauda-branca\u00a0vivem nos Estados Unidos.\u00a0<\/em><\/p>\n\n\n\n

\u201cO risco de os animais transmitirem o SARS-CoV-2 aos humanos \u00e9 considerado baixo\u201d, comenta o USDA \u00e0\u00a0National Geographic<\/strong>\u00a0em um comunicado. Ainda assim, os resultados podem sugerir \u201ca cria\u00e7\u00e3o de um reservat\u00f3rio secund\u00e1rio de SARS-CoV-2 na vida selvagem dos Estados Unidos\u201d, diz\u00a0J\u00fcergen Richt, veterin\u00e1rio e diretor do Centro de Doen\u00e7as Infecciosas Zoon\u00f3ticas e Emergentes da Universidade Estadual de Kansas, que n\u00e3o participou do estudo do USDA. Se o v\u00edrus estiver circulando em outras esp\u00e9cies, pode continuar evoluindo, talvez de maneiras que o tornem mais severo ou transmiss\u00edvel, prejudicando os esfor\u00e7os realizados para desacelerar a pandemia.<\/p>\n\n\n\n

No in\u00edcio deste ano, os pesquisadores constataram que os cervos s\u00e3o suscet\u00edveis ao v\u00edrus quando infectados em laborat\u00f3rio \u2014 e que podem\u00a0transmiti-lo uns aos outros. Mas at\u00e9 o momento, os cientistas n\u00e3o sabiam se as infec\u00e7\u00f5es estavam ocorrendo na natureza. O vison foi a \u00fanica esp\u00e9cie que, de acordo com resultados de laborat\u00f3rio,\u00a0contraiu o v\u00edrus na natureza, embora\u00a0gatos,\u00a0c\u00e3es, lontras,\u00a0le\u00f5es, tigres, leopardos-das-neves,\u00a0gorilas\u00a0e um\u00a0puma\u00a0tamb\u00e9m tenham sido atingidos por surtos em cativeiro ou zool\u00f3gicos.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

O novo relat\u00f3rio do USDA foi publicado em um site de\u00a0artigos cient\u00edficos que ainda n\u00e3o foram revisados por pares. Os Centros de Controle e Preven\u00e7\u00e3o de Doen\u00e7as dos Estados Unidos n\u00e3o responderam ao pedido de coment\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n

Transmiss\u00e3o humana<\/h3>\n\n\n\n

\u201cNo momento, n\u00e3o h\u00e1 evid\u00eancias de que o SARS-CoV-2 esteja exercendo efeitos prejudiciais sobre os cervos. E, no que diz respeito aos humanos, nosso maior problema est\u00e1 na transmiss\u00e3o entre as pessoas\u201d, diz\u00a0Daniel Bausch, especialista em doen\u00e7as zoon\u00f3ticas que reside na Su\u00ed\u00e7a e diretor de amea\u00e7as emergentes e seguran\u00e7a da sa\u00fade global da\u00a0organiza\u00e7\u00e3o sem fins lucrativos Find, que desenvolve testes para doen\u00e7as disseminadas em comunidades afetadas pela pobreza.<\/p>\n\n\n\n

O USDA diz que o risco para as pessoas que ca\u00e7am veados-de-cauda-branca n\u00e3o \u00e9 alto. Embora os pesquisadores aleguem que o v\u00edrus pode ter originalmente saltado de um hospedeiro animal e infectado pessoas em um\u00a0mercado de produtos perec\u00edveis\u00a0na China, onde animais selvagens eram abatidos e vendidos como alimento, cuidados tomados na prepara\u00e7\u00e3o dos alimentos fazem a diferen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o h\u00e1 \u201cnenhuma evid\u00eancia de que seja poss\u00edvel contrair covid-19 consumindo alimentos contaminados, incluindo carne de animais selvagens\u201d, segundo o USDA. O departamento n\u00e3o emitiu novas orienta\u00e7\u00f5es, mas ressalta as recomenda\u00e7\u00f5es do governo sobre boas pr\u00e1ticas de higiene no processamento de animais, que incluem cozinhar e armazenar a carne adequadamente, bem como limpar e desinfetar todas as facas, superf\u00edcies e equipamentos.  <\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o se sabe exatamente como os cervos podem ter sido expostos ao v\u00edrus, embora os pesquisadores suspeitem que tenham sido infectados por humanos. \u201cDiversas atividades podem colocar os cervos em contato com as pessoas, incluindo o manuseio desses animais em cativeiro, pesquisa de campo, trabalhos de conserva\u00e7\u00e3o, turismo de vida selvagem, reabilita\u00e7\u00e3o de animais selvagens, alimenta\u00e7\u00e3o suplementar e ca\u00e7a\u201d, escreveram os pesquisadores do USDA. Outras possibilidades incluem infe\u00e7\u00e3o por meio de \u00e1guas residuais contaminadas ou da exposi\u00e7\u00e3o a outras esp\u00e9cies infectadas, como o vison.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores tamb\u00e9m n\u00e3o sabem se os cervos est\u00e3o transmitindo o v\u00edrus uns aos outros ou a outras esp\u00e9cies.<\/p>\n\n\n\n

Ampliando a rede<\/h3>\n\n\n\n

H\u00e1 tamb\u00e9m a possibilidade de os cervos n\u00e3o terem contra\u00eddo o SARS-CoV-2, diz Bausch. Outra explica\u00e7\u00e3o seria um fen\u00f4meno conhecido como reatividade cruzada, quando o exame detecta anticorpos contra outros coronav\u00edrus, o que pode ter acontecido com os testes do USDA.<\/p>\n\n\n\n

O USDA afirma que isso \u00e9 improv\u00e1vel. Os pesquisadores utilizaram um teste de rastreamento de anticorpos contra SARS-CoV-2 que est\u00e1 dispon\u00edvel no mercado e que apresenta alta precis\u00e3o em outras esp\u00e9cies. O USDA tamb\u00e9m ajudou a descartar as chances de reatividade cruzada testando um subconjunto das amostras com um segundo tipo de teste de pesquisa de anticorpos ainda mais espec\u00edfico para o SARS-CoV-2. Os resultados do segundo teste refletiram as constata\u00e7\u00f5es anteriores, sugerindo que os testes estavam realmente detectando anticorpos contra o SARS-CoV-2, segundo informado pelo USDA \u00e0 National Geographic<\/em> em um comunicado.<\/p>\n\n\n\n

Amostras de sangue coletadas de cervos anteriormente \u00e0 pandemia tamb\u00e9m refor\u00e7am os resultados: se os testes estivessem detectando apenas anticorpos contra outros coronav\u00edrus, os n\u00edveis de anticorpos em cervos provavelmente seriam semelhantes em amostras coletadas antes e durante a pandemia. No entanto, quando os pesquisadores testaram 239 amostras coletadas antes de janeiro de 2020 de um grupo um pouco mais amplo que tamb\u00e9m inclu\u00eda cervos de Nova Jersey, obtiveram apenas um teste positivo \u2014 de 2019. (O USDA diz que o \u00fanico valor discrepante foi quase certamente um falso positivo, uma vez que apresentava um n\u00edvel muito baixo de anticorpos. Richt afirma que a conclus\u00e3o do USDA sobre o resultado falso positivo parece razo\u00e1vel.) <\/p>\n\n\n\n

Bausch afirma que realizar os dois tipos de testes permite maior confian\u00e7a nos resultados. Ainda assim, \u00e9 poss\u00edvel que a reatividade cruzada seja um problema. \u201cExistem diversos coronav\u00edrus que circulam em animais e provavelmente muitos que ainda n\u00e3o descobrimos\u201d, explica ele. De acordo com Bausch, a forma mais confi\u00e1vel de descartar a reatividade cruzada seria isolar o v\u00edrus em uma cultura celular \u2014 talvez testando as secre\u00e7\u00f5es respirat\u00f3rias de cervos. Contudo, isso exigiria encontrar um cervo quando ele estivesse com uma infec\u00e7\u00e3o ativa pelo coronav\u00edrus.<\/p>\n\n\n\n

Segundo os pesquisadores, a exposi\u00e7\u00e3o ao v\u00edrus pareceu variar bastante de acordo com o local. Dos quatro estados, Michigan tinha a maior porcentagem de cervos com anticorpos contra o SARS-CoV-2 \u2014 67%. O estado foi seguido pela Pensilv\u00e2nia, com 44%, por Nova York, com 31% e por Illinois, com 7% das amostras contendo anticorpos. Os cervos com anticorpos contra o coronav\u00edrus tamb\u00e9m estavam concentrados em condados espec\u00edficos, relata o USDA. De acordo com o estudo, \u201cquase metade dos 32 condados amostrados n\u00e3o apresentavam evid\u00eancias\u201d de exposi\u00e7\u00e3o ao coronav\u00edrus.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEsses resultados refor\u00e7am a necessidade de monitorar a vida selvagem continuamente e de ampliar o monitoramento a fim de determinar os efeitos do SARS-CoV-2 em cervos selvagens\u201d, afirma o USDA. Agora, escreveram os pesquisadores, tamb\u00e9m \u00e9 importante procurar o v\u00edrus em predadores e animais carniceiros que podem se alimentar de cervos.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: National Geographic Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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