{"id":172854,"date":"2021-08-17T18:17:14","date_gmt":"2021-08-17T21:17:14","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=172854"},"modified":"2021-08-17T18:17:14","modified_gmt":"2021-08-17T21:17:14","slug":"astronomos-veem-galaxias-em-alta-definicao","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/redacao\/traducoes\/2021\/08\/17\/172854-astronomos-veem-galaxias-em-alta-definicao.html","title":{"rendered":"Astr\u00f4nomos veem gal\u00e1xias em alta defini\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"\n
\"Um<\/a>
Um buraco negro supermassivo no centro de uma gal\u00e1xia, visto vagamente no centro, lan\u00e7a jatos de material pelo espa\u00e7o. Fonte: R. TIMMERMAN\/LOFAR.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Os astr\u00f4nomos capturaram algumas das imagens mais detalhadas j\u00e1 vistas de gal\u00e1xias no espa\u00e7o profundo.<\/p>\n\n\n\n

Elas est\u00e3o em uma defini\u00e7\u00e3o muito mais alta do que o normal e revelam o funcionamento interno das gal\u00e1xias com detalhes sem precedentes.<\/p>\n\n\n\n

Muitas das imagens podem fornecer informa\u00e7\u00f5es sobre o papel dos buracos negros na forma\u00e7\u00e3o de estrelas e planetas.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores dizem que as imagens transformar\u00e3o nossa compreens\u00e3o de como as gal\u00e1xias evoluem.<\/p>\n\n\n\n

As imagens s\u00e3o das ondas de r\u00e1dio emitidas pelas gal\u00e1xias. Os pesquisadores costumam estudar as ondas de r\u00e1dio de objetos astron\u00f4micos, em vez da luz vis\u00edvel que eles emitem, porque permite que vejam coisas que, de outra forma, seriam bloqueadas pela atmosfera da Terra ou por poeira e g\u00e1s de gal\u00e1xias distantes.<\/p>\n\n\n\n

Muitas regi\u00f5es do espa\u00e7o que s\u00e3o escuras aos nossos olhos, na verdade brilham intensamente nas ondas de r\u00e1dio que emitem. Isso permite que os astr\u00f4nomos observem as regi\u00f5es de forma\u00e7\u00e3o de estrelas ou o cora\u00e7\u00e3o das gal\u00e1xias.<\/p>\n\n\n\n

A novidade \u00e9 que a equipe melhorou drasticamente a resolu\u00e7\u00e3o das imagens de r\u00e1dio ao conectar mais de 70.000 pequenas antenas espalhadas por nove condados europeus.<\/p>\n\n\n\n

\"Os<\/a>
Os sinais de r\u00e1dio foram captados por 70.000 antenas de um metro de altura em nove pa\u00edses europeus. Fonte: BBC NEWS.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Combinar sinais de r\u00e1dio de tantas antenas n\u00e3o \u00e9 um processo direto. A equipe passou seis anos desenvolvendo uma maneira completamente nova de coletar o sinal de cada antena, digitalizando-o, transportando-o para um processador central e, em seguida, combinando todos os dados em imagens que n\u00e3o s\u00e3o apenas de enorme interesse cient\u00edfico, mas tamb\u00e9m de grande beleza.<\/p>\n\n\n\n

A realiza\u00e7\u00e3o \u00e9 um grande esfor\u00e7o t\u00e9cnico e foi liderada pela Dra. Leah Morabito da Universidade de Durham, no Reino Unido.<\/p>\n\n\n\n

“Trabalhar com os dados por tanto tempo e, finalmente, obter essas imagens e ser a primeira pessoa a ver como \u00e9, \u00e9 simplesmente incr\u00edvel”, disse ela \u00e0 BBC News.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

\u201cAndei por a\u00ed com um grande sorriso no rosto pelo resto do dia, porque me senti muito orgulhosa por ter feito essas imagens e poder ver algo que ningu\u00e9m nunca tinha visto antes\u201d.<\/p>\n\n\n\n

A imagem no topo da p\u00e1gina foi produzida por um membro da equipe da Dra. Morabito. Mostra uma gal\u00e1xia quase invis\u00edvel, situada no meio de jatos de material laranja, disparando de ambos os lados, cada um muito maior do que a pr\u00f3pria gal\u00e1xia.<\/p>\n\n\n\n

Os jatos s\u00e3o causados \u200b\u200bpor um buraco negro supermassivo no cora\u00e7\u00e3o da gal\u00e1xia – um objeto com uma gravidade t\u00e3o forte que nem mesmo a luz consegue escapar. Normalmente suga o material – mas a atra\u00e7\u00e3o para dentro tamb\u00e9m cria for\u00e7as ao redor do buraco negro que resultam no material sendo cuspido para longe no espa\u00e7o.<\/p>\n\n\n\n

Esses jatos j\u00e1 foram observados anteriormente – mas os astr\u00f4nomos obtiveram novas informa\u00e7\u00f5es cient\u00edficas das faixas escuras no jato \u00e0 direita, que n\u00e3o foram vistas antes. Estes, acreditam os astr\u00f4nomos, representam per\u00edodos de relativa inatividade do buraco negro – quando ele cospe menos material. A imagem, portanto, d\u00e1 aos pesquisadores uma vis\u00e3o sobre o “ciclo do sono” do buraco negro.<\/p>\n\n\n\n

\"Fonte:<\/a>
Fonte: N. RAMIREZ-OLIVENCIA\/LOFAR.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A imagem acima mostra duas gal\u00e1xias colidindo. O ponto brilhante do lado esquerdo \u00e9 causado pela explos\u00e3o de estrelas – criando o que \u00e9 efetivamente um vento gal\u00e1ctico – soprando poeira e g\u00e1s para longe dele.<\/p>\n\n\n\n

\"Fonte:<\/a>
Fonte: F. SWEIJEN\/LOFA.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A luz da gal\u00e1xia vista diretamente acima se originou quando o Universo tinha apenas 2,6 bilh\u00f5es de anos. Acima e abaixo est\u00e3o jatos de material jogados pelo buraco negro interno. Normalmente, essas gal\u00e1xias primitivas n\u00e3o podem ser estudadas em detalhes. Mas agora, pela primeira vez, os astr\u00f4nomos viram a estrutura de um deles em frequ\u00eancias de r\u00e1dio – que fornece informa\u00e7\u00f5es cient\u00edficas cr\u00edticas sobre como o buraco negro est\u00e1 interagindo com seu entorno.<\/p>\n\n\n\n

As imagens revelam que as gal\u00e1xias s\u00e3o muito mais do que uma cole\u00e7\u00e3o de estrelas. S\u00e3o f\u00e1bricas din\u00e2micas que fazem o sol e planetas, alimentadas por buracos negros, de acordo com o Dr. Neal Jackson, da Universidade de Manchester.<\/p>\n\n\n\n

“At\u00e9 astr\u00f4nomos experientes ir\u00e3o dizer ‘uau!’ quando virem essas imagens”, ele me disse.<\/p>\n\n\n\n

“Ficou muito claro que, para entender a evolu\u00e7\u00e3o da gal\u00e1xia, precisamos entender o buraco negro bem no centro, porque parece ter uma influ\u00eancia bastante fundamental em como as gal\u00e1xias evoluem e \u00e9 isso que essas imagens nos permitem fazer”, diz o Dr. Jackson.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

“Essas imagens de alta resolu\u00e7\u00e3o nos permitem ampliar para ver o que realmente est\u00e1 acontecendo quando buracos negros supermassivos lan\u00e7am esses jatos de material.”<\/p>\n\n\n\n

\"A<\/a>
A imagem \u00e0 esquerda \u00e9 de uma gal\u00e1xia observada na luz vis\u00edvel. A imagem do meio mostra a mesma gal\u00e1xia, mas vista em frequ\u00eancias de r\u00e1dio e \u00e0 direita est\u00e1 a imagem de alta defini\u00e7\u00e3o. Fonte: L. K. MORABITO\/L.K. WILLIAMS.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A Dra. Morabito diz que imagens como essas est\u00e3o ajudando os astr\u00f4nomos a aprender como esses processos, que criaram estrelas e planetas – incluindo nosso pr\u00f3prio Sistema Solar – realmente funcionam.<\/p>\n\n\n\n

“Estamos realmente come\u00e7ando a entender como as gal\u00e1xias evolu\u00edram. E os buracos negros s\u00e3o uma grande parte disso, porque seus jatos podem levar combust\u00edvel para a forma\u00e7\u00e3o de estrelas. E, \u00e0 medida que avan\u00e7am, podem perturbar as gal\u00e1xias. Eles podem at\u00e9 mesmo desencadear a forma\u00e7\u00e3o de estrelas ou apag\u00e1-la e fazer com que aconte\u00e7a menos”, disse ela.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

O primeiro conjunto de resultados levou \u00e0 publica\u00e7\u00e3o de nove artigos cient\u00edficos sobre a din\u00e2mica dos buracos negros nas gal\u00e1xias. Mas este \u00e9 apenas o come\u00e7o para a equipe. Eles planejam explorar milh\u00f5es de gal\u00e1xias nos pr\u00f3ximos anos.<\/p>\n\n\n\n

“E isso \u00e9 realmente o que precisamos ser capazes de entender, o quadro completo de como os buracos negros impactam a evolu\u00e7\u00e3o da gal\u00e1xia”, disse a Dra. Morabito,<\/p>\n\n\n\n

“Acho que definitivamente teremos algumas surpresas. Sempre que voc\u00ea come\u00e7a a fazer algo novo em astronomia, voc\u00ea descobre coisas que nunca imaginava e \u00e9 isso que eu realmente espero.”<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

A rede internacional de telesc\u00f3pios \u00e9 conhecida como Low Frequency Array, ou simplesmente Lofar. A maioria das antenas est\u00e1 localizada em Exloo, nos Pa\u00edses Baixos.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC News \/ Pallab Ghosh
Tradu\u00e7\u00e3o: Reda\u00e7\u00e3o Ambientebrasil \/ Maria Beatriz Ayello Leite
Para ler a reportagem original em ingl\u00eas acesse:<\/em>
https:\/\/www.bbc.com\/news\/science-environment-57998940<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"