A Am\u00e9rica Latina e o Caribe sofrem um acelerado processo de destrui\u00e7\u00e3o de florestas que, em 2003, causou a perda de 2,5 milh\u00f5es de hectares de matas na Amaz\u00f4nia, onde se encontra metade da diversidade biol\u00f3gica do planeta, denunciaram os participantes da C\u00fapula Clim\u00e1tica, que est\u00e1 sendo realizada em Buenos Aires (Argentina).<\/p>\n
“Na Am\u00e9rica Latina e no Caribe temos um processo intenso de desmatamento”, afirmou Ricardo S\u00e1nchez Sosa, diretor do escrit\u00f3rio regional para a Am\u00e9rica Latina do Pnuma – Programa das Na\u00e7\u00f5es Unidas para o Meio Ambiente.<\/p>\n
“Somente em 2003, foram perdidos 2,5 milh\u00f5es de hectares na Amaz\u00f4nia. No M\u00e9xico desaparecem mais de 700 mil hectares de florestas por ano; a Am\u00e9rica Central tem o principal \u00edndice de desmatamento do planeta. Os pa\u00edses andinos perdem 300 mil hectares de florestas por ano”, afirmou.<\/p>\n
Segundo a FAO – Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas para a Agricultura e a Alimenta\u00e7\u00e3o, o \u00edndice de desmatamento no Brasil nos anos 90 foi de 0,4% a cada ano, na Argentina, de 0,8%, e no M\u00e9xico, de 1,1%.<\/p>\n
S\u00e1nchez Sosa explicou que a regi\u00e3o produz 4,3% das emiss\u00f5es globais totais de di\u00f3xido de carbono por processos industriais, mas \u00e9 respons\u00e1vel por 48,3% das emiss\u00f5es causadas pela mudan\u00e7a do uso de solo, basicamente a transforma\u00e7\u00e3o de zonas de terrenos para a agricultura.<\/p>\n
De acordo com ele, a massa florestal apresentou crescimento apenas no Uruguai, Costa Rica e Cuba, “tr\u00eas pa\u00edses pequenos com importantes programas ambientais”, disse. “Em todos os demais, continua a tend\u00eancia de diminuir sua camada florestal.”<\/p>\n
Brasil – <\/b>O Brasil, em cujo territ\u00f3rio se localiza a maior quantidade de florestas da Am\u00e9rica Latina e do Caribe, informou que o processo de desmatamento progride na Amaz\u00f4nia a um ritmo de 1,7 milh\u00e3o de hectares por ano.<\/p>\n
O informe Mudan\u00e7a Clim\u00e1tica na Am\u00e9rica Latina e no Caribe, apresentado este s\u00e1bado (11) pelo Pnuma e pelo governo do M\u00e9xico, informou que o corte de \u00e1rvores na Amaz\u00f4nia brasileira durante a d\u00e9cada passada aumentou 32%, passando de 14 mil a mais de 18 mil quil\u00f4metros quadrados – 1,8 milh\u00e3o de hectares – por ano. Os funcion\u00e1rios brasileiros admitem que desde 1990 seu pa\u00eds perdeu 16,5% de sua massa florestal.<\/p>\n
O Brasil deu essa informa\u00e7\u00e3o no ato em que apresentou seu primeiro comunicado nacional \u00e0 Conven\u00e7\u00e3o de Mudan\u00e7a Clim\u00e1tica das Na\u00e7\u00f5es Unidas, com o correspondente invent\u00e1rio dos processos que produzem gases de efeito estufa em seu territ\u00f3rio.<\/p>\n
Jo\u00e3o Paulo Capobianco, secret\u00e1rio de Biodiversidade e Florestas do MMA – Minist\u00e9rio do Meio Ambiente, informou que, em 2003, o governo criou uma comiss\u00e3o interministerial, entre treze minist\u00e9rios, para executar um plano de a\u00e7\u00e3o e prevenir o desmatamento da Amaz\u00f4nia. Para S\u00e1nchez Sosa, essa decis\u00e3o de Bras\u00edlia (DF) “demonstra vontade pol\u00edtica de lutar contra o desmatamento”.<\/p>\n
Ra\u00fal Estrada Oyuela, representante da Argentina, declarou, por sua vez, que seu pa\u00eds est\u00e1 investindo h\u00e1 anos para reverter o processo de desmatamento, e que gra\u00e7as a suas florestas “se captura 30% do carbono emitido”. (Folha Online)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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