{"id":173173,"date":"2021-08-30T13:36:47","date_gmt":"2021-08-30T16:36:47","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=173173"},"modified":"2021-08-30T13:36:49","modified_gmt":"2021-08-30T16:36:49","slug":"o-lago-que-contem-a-mais-antiga-forma-de-vida-na-terra-de-3-bilhoes-de-anos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/08\/30\/173173-o-lago-que-contem-a-mais-antiga-forma-de-vida-na-terra-de-3-bilhoes-de-anos.html","title":{"rendered":"O lago que cont\u00e9m a mais antiga forma de vida na Terra, de 3 bilh\u00f5es de anos"},"content":{"rendered":"\n
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POLA DAMONTE\/GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A beleza do lago Bacalar, de acordo com Claudio Del Valle, vai al\u00e9m dos sete tons brilhantes de azul, que variam do turquesa vivo ao cobalto profundo, da lagoa mexicana.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Na verdade, diz o guia tur\u00edstico local, vai at\u00e9 100 m de profundidade \u2014 no fundo de calc\u00e1rio do lago, que abriga a vida mais antiga do planeta.<\/p>\n\n\n\n

Del Valle explica que o mais importante ao visitar o longo e estreito lago pr\u00f3ximo \u00e0 fronteira com Belize \u00e9 n\u00e3o deixar rastros.<\/p>\n\n\n\n

Ele passou anos levando grupos para fazer tours de stand-up paddle antes do amanhecer, enquanto o sol lan\u00e7ava seus primeiros raios sobre a lagoa.<\/p>\n\n\n\n

“Gra\u00e7as ao stand-up paddle, tive a oportunidade de explorar a maior parte da lagoa… era t\u00e3o \u00fanica, t\u00e3o majestosa, t\u00e3o bonita”, diz ele.<\/p>\n\n\n\n

“A claridade da \u00e1gua d\u00e1 esta colora\u00e7\u00e3o \u00fanica do azul ao verde; era delicioso apreciar.”<\/p>\n\n\n\n

Mas o “Lago das Sete Cores” est\u00e1 sob grave amea\u00e7a, afirma Del Valle, o que poderia n\u00e3o apenas mudar permanentemente sua cor, como tamb\u00e9m levar \u00e0 destrui\u00e7\u00e3o de uma antiga popula\u00e7\u00e3o de estromat\u00f3litos, um f\u00f3ssil vivo que antecede os humanos, dinossauros e at\u00e9 mesmo as plantas.<\/p>\n\n\n\n

Del Valle se mudou para Bacalar em 2017, ap\u00f3s o terremoto de magnitude 7,1 em Puebla, que o deixou com estresse p\u00f3s-traum\u00e1tico.<\/p>\n\n\n\n

Seguindo o conselho de um amigo psic\u00f3logo, ele deixou sua casa em San Crist\u00f3bal de las Casas, a 700 km a sudoeste de Bacalar, em busca de um ambiente mais tranquilo.<\/p>\n\n\n\n

E ficou maravilhado com o que encontrou.<\/p>\n\n\n\n

“Era o para\u00edso”, disse ele, ao ver a lagoa de Bacalar pela primeira vez.<\/p>\n\n\n\n

“Cada nascer e p\u00f4r do sol era inacredit\u00e1vel, cada um era \u00fanico. Mas agora eu vejo o que est\u00e1 acontecendo… e isso parte meu cora\u00e7\u00e3o, n\u00e3o est\u00e1 certo.”<\/p>\n\n\n\n

O Lago Bacalar vem caminhando para um desastre ecol\u00f3gico na \u00faltima d\u00e9cada, de acordo com Luisa Falc\u00f3n, ecologista microbiana da Universidade Nacional Aut\u00f4noma do M\u00e9xico em M\u00e9rida.<\/p>\n\n\n\n

Em novembro de 2015, a ag\u00eancia federal de prote\u00e7\u00e3o ambiental do M\u00e9xico emitiu um alerta de polui\u00e7\u00e3o para o lago.<\/p>\n\n\n\n

O problema atingiu seu \u00e1pice em junho de 2020, quando a tonalidade do Lago Bacalar se tornou marrom opaca. E ele ainda n\u00e3o se recuperou totalmente.<\/p>\n\n\n\n

Mas se nada for feito, o dano pode ir muito al\u00e9m da tonalidade est\u00e9tica da \u00e1gua, alerta Falc\u00f3n.<\/p>\n\n\n\n

Bacalar abriga o maior recife de microbialita de \u00e1gua doce do mundo \u2014 estruturas semelhantes a rochas formadas por milhares de micr\u00f3bios que fazem a precipita\u00e7\u00e3o de minerais carbon\u00e1ticos.<\/p>\n\n\n\n

“Os microbialitos de Bacalar t\u00eam uma idade que varia entre d\u00e9cadas e mais de 9 mil anos”, diz ela.<\/p>\n\n\n\n

Mas \u00e9 a contraparte f\u00f3ssil viva do microbialito, os estromat\u00f3litos, que data de “aproximadamente 3,5 bilh\u00f5es de anos”, tornando a popula\u00e7\u00e3o de Bacalar a mais antiga evid\u00eancia de vida na Terra.<\/p>\n\n\n\n

Os estromat\u00f3litos se assemelham a uma couve-flor \u2014 grandes estruturas bege “acolchoadas” que crescem no fundo de calc\u00e1rio da lagoa.<\/p>\n\n\n\n

Eles se parecem com rochas, mas na verdade est\u00e3o vivos.<\/p>\n\n\n\n

O sedimento se deposita mil\u00edmetro a mil\u00edmetro, com o aux\u00edlio de organismos fotossintetizantes chamados cianobact\u00e9rias, at\u00e9 que as estruturas se transformam em um monte rochoso subaqu\u00e1tico que pode ser visto na superf\u00edcie de \u00e1guas rasas.<\/p>\n\n\n\n

Os estromat\u00f3litos parecidos com couve-flor ainda existem apenas em alguns lugares do mundo \u2014 e a popula\u00e7\u00e3o de Bacalar revela uma hist\u00f3ria que parou no tempo, como a temperatura ou a composi\u00e7\u00e3o geoqu\u00edmica da \u00e1gua h\u00e1 milh\u00f5es de anos.<\/p>\n\n\n\n

Isso porque eles realmente preservam as condi\u00e7\u00f5es f\u00edsico-qu\u00edmicas da \u00e1gua em seu processo de sedimenta\u00e7\u00e3o incrivelmente lento.<\/p>\n\n\n\n

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O Lago Bacalar \u00e9 conhecido como o “Lago das Sete Cores” devido \u00e0 sua varia\u00e7\u00e3o de tons – MARCO BOTTIGELLI\/GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Essencialmente, os estromat\u00f3litos tamb\u00e9m ajudam a reciclar elementos. Os micr\u00f3bios que comp\u00f5em um estromat\u00f3lito retiram carbono do CO2 do ar e o depositam no carbonato do fundo do lago para armazen\u00e1-lo.<\/p>\n\n\n\n

Como as \u00e1rvores, hom\u00f3logas a eles fora da \u00e1gua, os estromat\u00f3litos melhoram ativamente nosso meio ambiente.<\/p>\n\n\n\n

Mas o problema enfrentado pelos estromat\u00f3litos \u00e9 duplo, diz Falc\u00f3n.<\/p>\n\n\n\n

O lago \u00e9 alimentado por um rio subterr\u00e2neo de 450 km que faz parte da maior caverna e sistema de t\u00faneis aqu\u00e1ticos do mundo ao longo da pen\u00ednsula de Yucat\u00e1n.<\/p>\n\n\n\n

Na verdade, isso \u00e9 bom para os estromat\u00f3litos \u2014 acredita-se que a rocha carbon\u00e1tica dos t\u00faneis os fa\u00e7a crescer mais do que o normal, se proliferando na superf\u00edcie da lagoa.<\/p>\n\n\n\n

Mas os ambientes c\u00e1rsticos, em que a \u00e1gua subterr\u00e2nea flui por meio de fraturas e sistemas de cavernas interconectados a corpos d’\u00e1gua, tamb\u00e9m deixam os estromat\u00f3litos mais vulner\u00e1veis \u200b\u200ba mudan\u00e7as rio acima.<\/p>\n\n\n\n

E o desmatamento da floresta tropical rio acima da lagoa aumentou “exponencialmente” na \u00faltima d\u00e9cada devido a pr\u00e1ticas agr\u00edcolas insustent\u00e1veis, explica Falc\u00f3n.<\/p>\n\n\n\n

Isso levou a um aumento nos sedimentos, pesticidas e fertilizantes que chegam \u00e0 \u00e1gua durante a esta\u00e7\u00e3o de chuva.<\/p>\n\n\n\n

Altos n\u00edveis de nitrog\u00eanio e am\u00f4nia est\u00e3o sendo registrados na lagoa, especialmente perto da cidade.<\/p>\n\n\n\n

A composi\u00e7\u00e3o da \u00e1gua est\u00e1 mudando \u2014 e algas e moluscos est\u00e3o se multiplicando em um ritmo acelerado.<\/p>\n\n\n\n

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O lago abriga uma antiga popula\u00e7\u00e3o de estromat\u00f3litos, que s\u00e3o a evid\u00eancia mais antiga de vida na Terra – GERARD PUIGMAL\/GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

At\u00e9 agora, nenhuma pesquisa mostrou que as comunidades microbialitas podem se recuperar dos danos ambientais no curto prazo.<\/p>\n\n\n\n

A ind\u00fastria de turismo local desempenhou um papel importante na degrada\u00e7\u00e3o de Bacalar.<\/p>\n\n\n\n

“Bacalar como destino tur\u00edstico tem recebido cada vez mais aten\u00e7\u00e3o, mas sem o planejamento urbano necess\u00e1rio, incluindo tratamento de esgoto e instala\u00e7\u00f5es sanit\u00e1rias suficientes” diz Falc\u00f3n.<\/p>\n\n\n\n

Um estudo do qual Falc\u00f3n \u00e9 coautora observou grandes quantidades de bact\u00e9rias Firmicutes, encontradas no intestino humano, na lagoa.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m disso, Del Valle diz que a fren\u00e9tica ind\u00fastria do turismo no lago \u2014 incluindo barcos, caiaques, jet skis, \u00e2ncoras, p\u00e9s de pato e at\u00e9 mesmo pessoas paradas na beira da lagoa \u2014 est\u00e1 danificando a superf\u00edcie dos estromat\u00f3litos.<\/p>\n\n\n\n

Quando sua superf\u00edcie \u00e9 perfurada, eles morrem, assim como os recifes de coral.<\/p>\n\n\n\n

“H\u00e1 muitos albergues, hot\u00e9is, Airbnbs, muitos n\u00e3o ligam para os estromat\u00f3litos e os manguezais que permitem que os recursos naturais da lagoa se regenerem”, diz ele.<\/p>\n\n\n\n

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Devido \u00e0 falta de medidas contra a polui\u00e7\u00e3o, os tons vibrantes do lago est\u00e3o ficando amarronzados – MEDIOS Y MEDIA\/GETTY IMAGES<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

De certa forma, afirma Del Valle, como ex-guia tur\u00edstico, ele era parte do problema.<\/p>\n\n\n\n

Bacalar, ao sul dos famosos pontos tur\u00edsticos de Quintana Roo, Canc\u00fan, Tulum e Playa del Carmen, estava atraindo cerca de 100 mil turistas por temporada nos \u00faltimos anos. E as operadoras locais estavam lucrando.<\/p>\n\n\n\n

“Est\u00e1vamos fazendo propaganda e publicidade para tornar aquele lugar mais famoso e popular, sabendo que n\u00e3o tem infraestrutura, planejamento, projetos para proteger a lagoa”, diz ele.<\/p>\n\n\n\n

A pesquisadora e bi\u00f3loga local Silvana Ibarra, membro do Conselho Cidad\u00e3o e Cient\u00edfico para a Restaura\u00e7\u00e3o e Preserva\u00e7\u00e3o do Aqu\u00edfero e Sistema Lagunar de Bacalar, concorda.<\/p>\n\n\n\n

“O aumento de turistas em Bacalar foi de 600% em tr\u00eas anos, e os anfitri\u00f5es n\u00e3o est\u00e3o preparados: n\u00e3o aceitam a capacidade que o ecossistema pode suportar”, diz ela.<\/p>\n\n\n\n

Mas a diminui\u00e7\u00e3o da atividade tur\u00edstica nos \u00faltimos 12 meses deu aos 42 km de extens\u00e3o do lago uma chance de se recuperar.<\/p>\n\n\n\n

“Esses problemas come\u00e7aram h\u00e1 uma d\u00e9cada e pioraram h\u00e1 dois anos, mas a melhora durante a pandemia foi demonstrada porque vimos novamente animais como a lontra”, explica Ibarra.<\/p>\n\n\n\n

Essa desacelera\u00e7\u00e3o da atividade tur\u00edstica tamb\u00e9m fez com que as cores da lagoa voltassem \u00e0 vida.<\/p>\n\n\n\n

Com um turismo mais sustent\u00e1vel, o Lago Bacalar pode continuar sua recupera\u00e7\u00e3o e restaurar sua reputa\u00e7\u00e3o como o “Lago das Sete Cores”.<\/p>\n\n\n\n

E h\u00e1 v\u00e1rias maneiras simples de os turistas fazerem isso, segundo Ibarra. Ela aconselha a nunca tocar, pisar ou sentar nos estromat\u00f3litos da lagoa.<\/p>\n\n\n\n

E diz que os visitantes devem entrar na lagoa descal\u00e7os, e nunca usando protetor solar ou maquiagem, pois ambos podem branquear os estromat\u00f3litos.<\/p>\n\n\n\n

De maneira geral, ela recomenda: “Fique em hot\u00e9is ecol\u00f3gicos e, muito, muito importante: reduza o desperd\u00edcio”.<\/p>\n\n\n\n

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A redu\u00e7\u00e3o da atividade tur\u00edstica durante a pandemia deu ao lago de 42 km uma chance de se recuperar – BENEDICTE DESRUS\/ALAMY<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“Venha sabendo que \u00e9 um santu\u00e1rio natural fr\u00e1gil que deve ser tratado com cuidado”, acrescenta ela.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 importante proteger a lagoa e principalmente se adaptar ao territ\u00f3rio, porque caso contr\u00e1rio, suas belezas e servi\u00e7os naturais ser\u00e3o perdidos.”<\/p>\n\n\n\n

Enquanto isso, antes que as viagens voltem aos n\u00edveis de antes da pandemia, Del Valle diz que cabe aos operadores de turismo locais salvar a lagoa cristalina \u2014 a maior da pen\u00ednsula de Yucat\u00e1n.<\/p>\n\n\n\n

Del Valle abordou v\u00e1rias operadoras que cercam a lagoa para ajudar a tornar seus servi\u00e7os de turismo mais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n

“Os moradores locais s\u00e3o donos de todas as lanchas da lagoa, na casa das centenas. Conversei v\u00e1rias vezes com muitos deles para persuadi-los”, diz ele.<\/p>\n\n\n\n

“Ofereci a eles, de gra\u00e7a, treinamento para tours de stand-up paddle, para fazer passeios \u00e0 vela, coisas que n\u00e3o afetam a lagoa”.<\/p>\n\n\n\n

“Espero que, quando chegar a hora certa, haver\u00e1 uma mudan\u00e7a na sociedade e com isso o mais importante, que \u00e9 a natureza, comece a se recuperar”, afirma.<\/p>\n\n\n\n

Lembrando de suas primeiras impress\u00f5es do ent\u00e3o glorioso Lago Bacalar, em um momento em que ele estava lutando com seu pr\u00f3prio trauma, Del Valle faz uma pausa.<\/p>\n\n\n\n

“Ele realmente come\u00e7ou a me deixar bem [de novo]”, avalia.<\/p>\n\n\n\n

De certa forma, ele acrescenta, a lagoa agora amea\u00e7ada era um catalisador para sua pr\u00f3pria cura.<\/p>\n\n\n\n

“Foi a primeira vez na minha vida adulta que tive esse sentimento de pertencer a uma ‘coisa’.”<\/p>\n\n\n\n

Ele espera agora que, com um pouco de ajuda, o “Lago das Sete Cores” do M\u00e9xico tamb\u00e9m se recupere.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A beleza do lago Bacalar, de acordo com Claudio Del Valle, vai al\u00e9m dos sete tons brilhantes de azul, que variam do turquesa vivo ao cobalto profundo, da lagoa mexicana. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":173174,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[3734,854,4498],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/173173"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=173173"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/173173\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":173179,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/173173\/revisions\/173179"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/173174"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=173173"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=173173"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=173173"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}