{"id":173187,"date":"2021-08-30T14:09:29","date_gmt":"2021-08-30T17:09:29","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=173187"},"modified":"2021-08-30T14:09:33","modified_gmt":"2021-08-30T17:09:33","slug":"a-luta-para-combater-nuvens-de-metano-tao-grandes-que-podem-ser-vistas-do-espaco","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/08\/30\/173187-a-luta-para-combater-nuvens-de-metano-tao-grandes-que-podem-ser-vistas-do-espaco.html","title":{"rendered":"A luta para combater ‘nuvens’ de metano t\u00e3o grandes que podem ser vistas do espa\u00e7o"},"content":{"rendered":"\n
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Pluma de metano detectada pela Nasa no ver\u00e3o de 2020, identificada como um vazamento de g\u00e1s na Calif\u00f3rnia. O operador conseguiu confirmar e reparar o vazamento – NASA\/JPL-CALTECH<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Deter os vazamentos de metano de aterros, campos petrol\u00edferos, tubula\u00e7\u00f5es de g\u00e1s natural e outras fontes \u00e9 uma das ferramentas mais poderosas que temos para reduzir rapidamente o aquecimento global.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A amea\u00e7a era invis\u00edvel para os olhos: toneladas de metano subindo para o c\u00e9u, escapando de gasodutos de g\u00e1s natural serpenteando pela Sib\u00e9ria. Tempos atr\u00e1s, as plumas de potentes gases do efeito estufa liberados pelas opera\u00e7\u00f5es petrol\u00edferas russas no ano passado poderiam haver passado despercebidas. Mas, equipado com novas e poderosas tecnologias de imagens,\u00a0um sat\u00e9lite “ca\u00e7ador” de metano “farejou” as emiss\u00f5es e as rastreou at\u00e9 as suas fontes.<\/p>\n\n\n\n

Gra\u00e7as aos r\u00e1pidos avan\u00e7os tecnol\u00f3gicos, uma frota de sat\u00e9lites cada vez maior tenta agora ajudar a conter esses vazamentos identificando-os do espa\u00e7o. A miss\u00e3o \u00e9 vital e diversos relat\u00f3rios recentes fizeram soar o alarme cada vez mais urgente para o corte das emiss\u00f5es de metano.<\/p>\n\n\n\n

Embora tenha vida mais curta e seja menos abundante que di\u00f3xido de carbono (CO2), metano \u00e9 muito mais poderoso na captura de calor e seu impacto sobre o aquecimento global \u00e9 mais de 80 vezes maior (que o CO2) a curto prazo.\u00a0Cerca de 60% das emiss\u00f5es mundiais de metano\u00a0s\u00e3o produzidas por atividades humanas – a maior parte, da agricultura, descarte de res\u00edduos e produ\u00e7\u00e3o de combust\u00edvel f\u00f3ssil. Segundo estimativas do Fundo de Defesa do Meio Ambiente (EDF, na sigla em ingl\u00eas), o metano gerado pela atividade humana \u00e9 respons\u00e1vel por pelo menos\u00a025% do aquecimento global atual.<\/p>\n\n\n\n

Estancar essas emiss\u00f5es \u00e9 a nossa maior esperan\u00e7a para frear rapidamente o aquecimento global, como destaca a nova\u00a0Avalia\u00e7\u00e3o do Metano Global\u00a0(em tradu\u00e7\u00e3o livre do ingl\u00eas), do Programa Ambiental das Na\u00e7\u00f5es Unidas.<\/p>\n\n\n\n

“Esta \u00e9 a ferramenta mais poderosa que temos para reduzir o aquecimento global e todos os efeitos decorrentes das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas nos pr\u00f3ximos 30 anos”, afirma Drew Shindell, professor de Ci\u00eancias da Terra da Universidade de Duke e o principal autor do relat\u00f3rio da ONU. Os cientistas salientam que redu\u00e7\u00f5es consider\u00e1veis de di\u00f3xido de carbono e metano s\u00e3o fundamentais para evitar mudan\u00e7as clim\u00e1ticas extremas. “Elas n\u00e3o substituem a redu\u00e7\u00e3o de CO2, mas a complementam”, segundo Shindell.<\/p>\n\n\n\n

Apesar da pandemia, 2020 presenciou o maior salto j\u00e1 registrado das concentra\u00e7\u00f5es de metano na atmosfera em um ano.<\/p>\n\n\n\n

Segundo a avalia\u00e7\u00e3o da ONU, as cerca de 380 milh\u00f5es de toneladas de metano liberadas anualmente por atividades humanas poderiam ser reduzidas praticamente pela metade nesta d\u00e9cada com os m\u00e9todos dispon\u00edveis \u2014 e que s\u00e3o, em sua maioria, economicamente vi\u00e1veis. Isso evitaria cerca de 0,3 \u00b0C de aquecimento at\u00e9 os anos 2040 \u2014 e ganhar\u00edamos tempo precioso para controlar as emiss\u00f5es de outros gases do efeito estufa.<\/p>\n\n\n\n

Os ganhos mais f\u00e1ceis podem ser obtidos reparando-se vazamentos em tubula\u00e7\u00f5es, impedindo libera\u00e7\u00f5es deliberadas \u2014 como a ventila\u00e7\u00e3o de gases indesejados de sondas de perfura\u00e7\u00e3o \u2014 e outras a\u00e7\u00f5es na ind\u00fastria do petr\u00f3leo e g\u00e1s, segundo o relat\u00f3rio da ONU. A captura de gases de materiais em decomposi\u00e7\u00e3o em aterros e a redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es de gases de ruminantes em rebanhos tamb\u00e9m ajudariam.<\/p>\n\n\n\n

No momento, entretanto, a tend\u00eancia \u00e9 seguir na dire\u00e7\u00e3o oposta: a concentra\u00e7\u00e3o de metano na atmosfera da Terra vem crescendo ao longo dos \u00faltimos cinco anos, segundo o\u00a0\u00cdndice Anual de Gases do Efeito Estufa\u00a0(em tradu\u00e7\u00e3o livre do ingl\u00eas) da Administra\u00e7\u00e3o Nacional Oce\u00e2nica e Atmosf\u00e9rica dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em ingl\u00eas).<\/p>\n\n\n\n

E, apesar da pandemia, 2020 presenciou o maior salto j\u00e1 registrado em um ano. As causas do recente pico s\u00e3o incertas, mas podem incluir fraturamento hidr\u00e1ulico (“fracking”) de g\u00e1s natural, aumento das emiss\u00f5es de micr\u00f3bios produtores de metano estimulado pela eleva\u00e7\u00e3o das temperaturas ou uma combina\u00e7\u00e3o de fontes naturais e de origem humana.<\/p>\n\n\n\n

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Sat\u00e9lites detectaram vazamentos de metano em todo o mundo, incluindo em tubula\u00e7\u00f5es de g\u00e1s em pa\u00edses como o Cazaquist\u00e3o – COPERNICUS\/KAYRROS<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Tudo isso, segundo os especialistas, enfatiza a necessidade de rastrear e eliminar todos os vazamentos ou fontes que podem ser controlados. Mas o rastreamento das emiss\u00f5es at\u00e9 a sua fonte n\u00e3o \u00e9 uma tarefa f\u00e1cil. Os vazamentos muitas vezes s\u00e3o intermitentes e passam facilmente despercebidos. Os sensores terrestres podem detect\u00e1-los em \u00e1reas locais, mas sua cobertura \u00e9 limitada. Pesquisas com avi\u00f5es e drones s\u00e3o caras e demoradas e o acesso a\u00e9reo \u00e9 restrito em boa parte do mundo.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 aqui que entra uma sofisticada frota de sat\u00e9lites \u2014 alguns lan\u00e7ados recentemente e outros a serem colocados em \u00f3rbita em breve.<\/p>\n\n\n\n

Um conjunto de sat\u00e9lites lan\u00e7ados por ag\u00eancias espaciais nacionais e companhias privadas ao longo dos \u00faltimos cinco anos aprimorou nosso conhecimento sobre quais vazamentos de metano est\u00e3o ocorrendo e onde.<\/p>\n\n\n\n

Nos pr\u00f3ximos dois anos, novos projetos de sat\u00e9lites est\u00e3o programados para lan\u00e7amento \u2014 incluindo o\u00a0Mapeador de Carbono\u00a0(“Carbon Mapper”), uma parceria p\u00fablico-privada da Calif\u00f3rnia, e o\u00a0MethaneSAT, uma subsidi\u00e1ria do Fundo de Defesa do Meio Ambiente \u2014 que ajudar\u00e3o a preencher o quadro com alcance e detalhes sem precedentes.<\/p>\n\n\n\n

Segundo os especialistas, esses esfor\u00e7os ser\u00e3o fundamentais, n\u00e3o apenas para identificar vazamentos, mas tamb\u00e9m para desenvolver normas e orientar sua execu\u00e7\u00e3o, duas medidas seriamente em falta.<\/p>\n\n\n\n

“Voc\u00ea n\u00e3o pode reduzir o que n\u00e3o consegue medir”, afirma Cassandra Ely, diretora da MethaneSAT.<\/p>\n\n\n\n

Sat\u00e9lites mais antigos, como o\u00a0Gosat, da Ag\u00eancia Japonesa de Explora\u00e7\u00e3o Aeroespacial, lan\u00e7ado em 2009, conseguiam detectar metano, mas sua resolu\u00e7\u00e3o n\u00e3o era suficiente para identificar as fontes espec\u00edficas.<\/p>\n\n\n\n

Mas a tecnologia espacial agora est\u00e1 avan\u00e7ando rapidamente, ampliando a resolu\u00e7\u00e3o dos sensores, reduzindo seu tamanho e atingindo uma s\u00e9rie de capacidades de ponta. Novos e poderosos olhos nos espa\u00e7o incluem o\u00a0Sentinel 5P\u00a0da Ag\u00eancia Espacial Europeia (lan\u00e7ado em 2017), o\u00a0Prisma\u00a0da Ag\u00eancia Espacial Italiana (lan\u00e7ado em 2019) e os sistemas operados pela companhia privada canadense\u00a0GHGSat\u00a0(com sat\u00e9lites lan\u00e7ados em 2016, 2020 e 2021).<\/p>\n\n\n\n

Companhias como a francesa\u00a0Kayrros\u00a0est\u00e3o usando intelig\u00eancia artificial para amplificar a forma\u00e7\u00e3o de imagens via sat\u00e9lite, ao lado de dados a\u00e9reos e terrestres, para fornecer relat\u00f3rios detalhados sobre metano.<\/p>\n\n\n\n

No ano passado, sat\u00e9lites “ca\u00e7adores” de metano fizeram v\u00e1rias descobertas preocupantes. Entre elas: apesar da pandemia, as emiss\u00f5es de metano de opera\u00e7\u00f5es de petr\u00f3leo e g\u00e1s na\u00a0R\u00fassia\u00a0aumentaram em 32% em 2020. Os sat\u00e9lites tamb\u00e9m observaram libera\u00e7\u00f5es consider\u00e1veis em gasodutos do\u00a0Turcomenist\u00e3o, um aterro em\u00a0Bangladesh, um campo de g\u00e1s natural no\u00a0Canad\u00e1\u00a0e em minas de carv\u00e3o na\u00a0Bacia dos Apalaches, nos Estados Unidos.<\/p>\n\n\n\n

A todo momento, segundo a\u00a0Kayrros, existem cerca de cem vazamentos de metano em alto volume em todo o mundo, al\u00e9m de uma enorme quantidade de vazamentos menores que aumentam significativamente o volume total. Observar as emiss\u00f5es do espa\u00e7o em escala global fornece “uma nova e importante ferramenta para combater as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas”, segundo a Ag\u00eancia Espacial Europeia.<\/p>\n\n\n\n

Agora, o Mapeador de Carbono est\u00e1 desenvolvendo o que promete ser a ferramenta mais precisa e sens\u00edvel j\u00e1 criada para localizar fontes pontuais. O projeto pretende lan\u00e7ar dois sat\u00e9lites em 2023, aumentando at\u00e9 atingir uma constela\u00e7\u00e3o de at\u00e9 20 sat\u00e9lites que fornecer\u00e3o monitoramento de metano e CO2 quase constante em todo o mundo.<\/p>\n\n\n\n

Os parceiros incluem o Laborat\u00f3rio de Propuls\u00e3o a Jato da Nasa, o Conselho de Recursos Atmosf\u00e9ricos da Calif\u00f3rnia, a companhia privada de sat\u00e9lites Planet, universidades e organiza\u00e7\u00f5es sem fins lucrativos, com financiamento de grandes doadores privados, como a Bloomberg Philanthropies.<\/p>\n\n\n\n

A inspira\u00e7\u00e3o \u00e9 a atual aus\u00eancia de monitoramento global, afirma Riley Duren, cientista de sensoriamento remoto da Universidade do Arizona e executivo-chefe do Mapeador de Carbono. “N\u00e3o h\u00e1 uma \u00fanica organiza\u00e7\u00e3o que tenha a cultura institucional, a autoriza\u00e7\u00e3o e os recursos necess\u00e1rios para fornecer um sistema de monitoramento operacional para gases do efeito estufa”, segundo Duren. “Pelo menos n\u00e3o no prazo necess\u00e1rio.” Duren compara o Mapeador de Carbono com o Sistema Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, pois ele fornecer\u00e1 um “servi\u00e7o p\u00fablico essencial” com seu monitoramento cont\u00ednuo e rotineiro de gases do efeito estufa.<\/p>\n\n\n\n

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Regi\u00f5es que n\u00e3o produzem petr\u00f3leo ou g\u00e1s tamb\u00e9m possuem grandes concentra\u00e7\u00f5es de metano, potencialmente devido \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o das tubula\u00e7\u00f5es – CR\u00c9DITO: COPERNICUS\/KAYRROS\/US EIA<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O foco principal do projeto \u00e9 encontrar os superemissores, afirma Duren. Ele e seus colegas conduziram um estudo anterior por meio de pesquisas com avi\u00f5es sensores de metano em opera\u00e7\u00f5es de petr\u00f3leo e g\u00e1s, aterros, esta\u00e7\u00f5es de tratamento de esgoto e \u00e1reas agr\u00edcolas na Calif\u00f3rnia e conclu\u00edram que cerca de metade das emiss\u00f5es de metano do Estado v\u00eam de\u00a0menos de 1% da sua infraestrutura. Os aterros produziram a maior parcela do total das emiss\u00f5es do Estado, segundo a pesquisa, seguidos pela agricultura e, em seguida, por petr\u00f3leo e g\u00e1s.<\/p>\n\n\n\n

A pesquisa indicou a necessidade de “escalonamento e operacionaliza\u00e7\u00e3o global, indo para o espa\u00e7o”, afirma Duren. Os sat\u00e9lites empregar\u00e3o espectr\u00f4metros de “hiperespectro” projetados pelo Laborat\u00f3rio de Propuls\u00e3o a Jato, que, segundo o website do projeto, fornecer\u00e3o “sensibilidade, resolu\u00e7\u00e3o e versatilidade sem paralelo”. Os sat\u00e9lites, do tamanho de frigobares, ser\u00e3o capazes de localizar emiss\u00f5es com precis\u00e3o de at\u00e9 30 m, suficiente para identificar o equipamento espec\u00edfico que est\u00e1 causando o vazamento.<\/p>\n\n\n\n

Quando forem detectadas emiss\u00f5es, os assinantes de um servi\u00e7o de alerta r\u00e1pido ser\u00e3o notificados em at\u00e9 24 horas pela\u00a0Planet, uma operadora de sat\u00e9lites privada com sede em San Francisco que construir\u00e1 e administrar\u00e1 os sat\u00e9lites Mapeadores de Carbono.<\/p>\n\n\n\n

Os sat\u00e9lites refor\u00e7ar\u00e3o o monitoramento do Conselho de Recursos Atmosf\u00e9ricos da Calif\u00f3rnia com cobertura mais ampla e frequente, afirma John Herner, chefe do programa de monitoramento de emiss\u00f5es do Conselho. O monitoramento agora \u00e9 feito uma vez por trimestre, segundo ele. Quando a constela\u00e7\u00e3o completa de sat\u00e9lites Mapeadores de Carbono for lan\u00e7ada, ser\u00e1 feito quase diariamente. “Teremos um controle muito melhor do que est\u00e1 acontecendo [e] quando”, afirma Herner, “e poderemos cuidar de eventuais vazamentos com mais rapidez.”<\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m estar\u00e1 se unindo aos “ca\u00e7adores” em \u00f3rbita o sat\u00e9lite MethaneSAT, que varrer\u00e1 \u00e1reas mais amplas \u2014 at\u00e9 200 km por faixa, mas com menor resolu\u00e7\u00e3o, de 100 m. Este programa utiliza um algoritmo especial que calcula a taxa de fluxo a partir dos dados do sat\u00e9lite. “Por isso, em vez de apenas fotografar, na verdade voc\u00ea consegue um filme”, segundo a diretora da MethaneSAT, Cassandra Ely. Isso \u00e9 in\u00e9dito em sensoriamento por sat\u00e9lite e um trunfo no rastreamento de plumas sopradas pelo vento at\u00e9 a sua fonte, afirma ela.<\/p>\n\n\n\n

O MethaneSAT se concentrar\u00e1 na ind\u00fastria global de petr\u00f3leo e g\u00e1s e pretende ser suficientemente sens\u00edvel para revelar a enorme quantidade de pequenos vazamentos de metano que podem representar a maioria das emiss\u00f5es, afirma Ely. As descobertas ser\u00e3o fornecidas para operadores da ind\u00fastria, reguladores, investidores e para o p\u00fablico, quase em tempo real. Os dados, segundo ela, ajudar\u00e3o a “priorizar o que fizer mais sentido em termos de redu\u00e7\u00e3o e mitiga\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es”.<\/p>\n\n\n\n

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Uma pluma de metano detectada pela Nasa no ver\u00e3o de 2020 identificou uma linha de vazamento de g\u00e1s na Calif\u00f3rnia. O operador conseguiu confirmar e reparar o vazamento – NASA\/JPL-CALTECH<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Mas, embora a capacidade global de eliminar emiss\u00f5es de metano esteja crescendo, as pol\u00edticas globais necess\u00e1rias para fazer algo sobre isso ainda n\u00e3o foram tomadas.<\/p>\n\n\n\n

Grande parte da abordagem atual de controle de metano depende de a\u00e7\u00f5es volunt\u00e1rias da ind\u00fastria de petr\u00f3leo e g\u00e1s. Os sat\u00e9lites podem ajudar com isso, segundo Shindell, o principal autor do relat\u00f3rio da ONU, e outros, identificando vazamentos que, se estancados, trar\u00e3o economia ou lucros para essas companhias. “Se voc\u00ea capturar o metano em vez de deix\u00e1-lo escapar para a atmosfera, isso ser\u00e1 muito \u00fatil”, afirma Shindell. “Por isso, existe um bom incentivo financeiro para evitar o desperd\u00edcio.”<\/p>\n\n\n\n

Mas, se os pre\u00e7os do g\u00e1s n\u00e3o forem suficientemente altos, os operadores podem achar que as despesas para encontrar, estancar e utilizar emiss\u00f5es fugitivas n\u00e3o valem a pena. “\u00c9 realmente fundamental ter regulamenta\u00e7\u00f5es mais rigorosas”, afirma Shindell.<\/p>\n\n\n\n

As\u00a0regulamenta\u00e7\u00f5es sobre as emiss\u00f5es de metano\u00a0atuais s\u00e3o uma colcha de retalhos de medidas locais e nacionais, com poucos acordos internacionais definindo alvos espec\u00edficos, segundo indica o relat\u00f3rio da ONU. Nos Estados Unidos, as pol\u00edticas estaduais variam de controles razoavelmente rigorosos em alguns Estados, como a\u00a0Calif\u00f3rnia\u00a0e o\u00a0Colorado, at\u00e9 pouca implementa\u00e7\u00e3o no\u00a0Texas\u00a0e em outros.<\/p>\n\n\n\n

Enquanto isso, a\u00a0Uni\u00e3o Europeia\u00a0est\u00e1 atualmente elaborando novas regulamenta\u00e7\u00f5es para emiss\u00f5es do setor energ\u00e9tico. Mas outros grandes emissores, como a R\u00fassia, quase n\u00e3o t\u00eam pol\u00edticas de restri\u00e7\u00e3o de metano em vigor, segundo a an\u00e1lise da\u00a0Ag\u00eancia Internacional de Energia.<\/p>\n\n\n\n

Antecipando-se \u00e0 confer\u00eancia sobre mudan\u00e7as clim\u00e1ticas das Na\u00e7\u00f5es Unidas em novembro, a COP26, o F\u00f3rum Internacional de Energia lan\u00e7ou este m\u00eas o seu\u00a0Projeto de Metodologia de Medi\u00e7\u00e3o de Metano, fornecendo aos pa\u00edses membros acesso a dados do sat\u00e9lite Sentinel 5P e an\u00e1lises da Kayrros, para oferecer melhor controle das emiss\u00f5es da ind\u00fastria energ\u00e9tica.<\/p>\n\n\n\n

Os dados de sat\u00e9lites poder\u00e3o fornecer uma ferramenta pol\u00edtica \u00fatil para for\u00e7ar os pa\u00edses a coibir suas emiss\u00f5es, segundo os cientistas. Medi\u00e7\u00f5es precisas dos vazamentos em tubula\u00e7\u00f5es russas, por exemplo, poder\u00e3o permitir que a Uni\u00e3o Europeia, como importante consumidora de petr\u00f3leo e g\u00e1s da R\u00fassia, imponha barreiras tarif\u00e1rias com base nas emiss\u00f5es na produ\u00e7\u00e3o e no transporte. Melhor monitoramento poder\u00e1 tamb\u00e9m auxiliar em\u00a0a\u00e7\u00f5es recentes\u00a0de acionistas e ju\u00edzes obrigando as principais empresas de combust\u00edvel f\u00f3ssil a refrear suas emiss\u00f5es de gases do efeito estufa.<\/p>\n\n\n\n

Sejam quais forem as medidas que entrarem em vigor, os legisladores e reguladores necessitar\u00e3o de olhos no espa\u00e7o para controlar se essas normas est\u00e3o funcionando, apontar violadores e incentivar mudan\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n

Como ressalta Duren, dos Mapeadores de Carbono: “Existem muitas formas de tornar vis\u00edvel o invis\u00edvel.”<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Deter os vazamentos de metano de aterros, campos petrol\u00edferos, tubula\u00e7\u00f5es de g\u00e1s natural e outras fontes \u00e9 uma das ferramentas mais poderosas que temos para reduzir rapidamente o aquecimento global. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":173188,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[221,46,1295],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/173187"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=173187"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/173187\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":173192,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/173187\/revisions\/173192"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/173188"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=173187"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=173187"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=173187"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}