{"id":173924,"date":"2021-10-01T12:16:45","date_gmt":"2021-10-01T15:16:45","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=173924"},"modified":"2021-10-01T12:16:48","modified_gmt":"2021-10-01T15:16:48","slug":"especie-de-abelha-nao-e-vista-desde-2006-e-entra-na-lista-de-animais-ameacados","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/10\/01\/173924-especie-de-abelha-nao-e-vista-desde-2006-e-entra-na-lista-de-animais-ameacados.html","title":{"rendered":"Esp\u00e9cie de abelha n\u00e3o \u00e9 vista desde 2006 e entra na lista de animais amea\u00e7ados"},"content":{"rendered":"\n
\"\"<\/a>
Foto rara de uma\u00a0B. franklini<\/em>\u00a0coletando p\u00f3len de um tremo\u00e7o no Monte Ashland, no sul do estado de Oregon, nos Estados Unidos, em 2000. Encontrada apenas na regi\u00e3o da fronteira entre os estados de Oregon e Calif\u00f3rnia, a\u00a0B. franklini<\/em>\u00a0tem uma das menores distribui\u00e7\u00f5es geogr\u00e1ficas entre as esp\u00e9cies de abelhas.
FOTO DE\u00a0OF BRENDAN WHITE\/U.S. FISH AND WILDLIFE SERVICE<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O Servi\u00e7o de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos anunciou em agosto\u00a0que a\u00a0B. franklini<\/em>, esp\u00e9cie rara de abelha preta e amarela que\u00a0<\/strong>n\u00e3o \u00e9 avistada desde 2006, entrou para a lista de esp\u00e9cies amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o dos Estados Unidos.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 a primeira esp\u00e9cie de abelha a entrar para essa lista no oeste dos Estados Unidos e apenas a segunda em todo o pa\u00eds; a\u00a0Bombus affinis<\/em>, que podia ser econtrada em at\u00e9 28 estados,\u00a0foi declarada como esp\u00e9cie em risco de extin\u00e7\u00e3o em 2017.<\/p>\n\n\n\n

Batizada em homenagem ao pesquisador do in\u00edcio do s\u00e9culo 20, Henry J. Franklin, a B. franklini<\/em> enfrenta in\u00fameros desafios: pat\u00f3genos transmitidos por abelhas criadas para a ind\u00fastria do mel, pesticidas e um hist\u00f3rico de popula\u00e7\u00e3o pouco numerosa e distribui\u00e7\u00e3o geogr\u00e1fica limitada. Sua exist\u00eancia \u00e9 confirmada apenas em uma regi\u00e3o de aproximadamente 33 mil quil\u00f4metros quadrados, na fronteira entre os estados de Oregon e Calif\u00f3rnia. Essa \u00e9 possivelmente a menor distribui\u00e7\u00e3o de uma esp\u00e9cie de abelhas do mundo.<\/p>\n\n\n\n

Embora a esp\u00e9cie n\u00e3o seja avistada h\u00e1 15 anos, os cientistas envolvidos em projetos conservacionistas ainda n\u00e3o creem que ela tenha sido extinta. O fato de terem a seu favor a Lei de Esp\u00e9cies Amea\u00e7adas significa que, al\u00e9m de proibi\u00e7\u00f5es rigorosas a quaisquer a\u00e7\u00f5es que possam prejudicar a esp\u00e9cie, haver\u00e1 mais investimento federal em iniciativas de recupera\u00e7\u00e3o em n\u00edvel estadual, como a amplia\u00e7\u00e3o de pesquisas na \u00e1rea.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEu ficaria surpreso se n\u00e3o as encontr\u00e1ssemos\u201d, diz Jeff Everett, bi\u00f3logo de campo respons\u00e1vel pelo programa de conserva\u00e7\u00e3o das abelhas B. franklini<\/em> do Servi\u00e7o de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos. E \u201csabendo onde elas est\u00e3o, \u00e9 poss\u00edvel conseguir mais apoio para o trabalho de conserva\u00e7\u00e3o da esp\u00e9cie.\u201d<\/p>\n\n\n\n

As B. franklini<\/em> visitam diversos tipos de flores silvestres e coletam o p\u00f3len de tremo\u00e7os e papoulas e o n\u00e9ctar da hortel\u00e3. Se conhece muito pouco sobre a esp\u00e9cie. Portanto, sua import\u00e2ncia para essas flores e para o ecossistema em geral ainda n\u00e3o foi estimada. Em todo caso, as abelhas s\u00e3o polinizadoras importantes e o desaparecimento de qualquer esp\u00e9cie pode ter muitas consequ\u00eancias ecol\u00f3gicas.<\/p>\n\n\n\n

Encontrando uma abelha perdida<\/h3>\n\n\n\n

Desde que foi registrada pela primeira vez por cientistas, h\u00e1 cem anos, <\/strong>a B. franklini<\/em> foi avistada apenas 325 vezes, principalmente por Robbin Thorp, professor de entomologia da Universidade da Calif\u00f3rnia, na cidade de Davis. Em 1998, quando come\u00e7ou a monitorar a abelha j\u00e1 aposentado, avistou 98 indiv\u00edduos da esp\u00e9cie; em 2006, ele encontrou apenas um. Depois disso, mais nenhum foi visto.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 por isso que, em 2010, Thorp e a Sociedade Xerces para Conserva\u00e7\u00e3o de Invertebrados entraram com uma peti\u00e7\u00e3o junto ao Servi\u00e7o de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos para listar a B. franklini<\/em> como uma esp\u00e9cie amea\u00e7ada de extin\u00e7\u00e3o. Thorp faleceu em 2019, dois meses antes de o servi\u00e7o divulgar a atualiza\u00e7\u00e3o na lista.<\/p>\n\n\n\n

\u201c\u00c9 preocupante que nenhum indiv\u00edduo da esp\u00e9cie tenha sido avistado em 15 anos\u201d, afirma\u00a0Leif Richardson, bi\u00f3logo conservacionista da Sociedade Xerces que compilou todos os registros conhecidos da\u00a0B. franklini<\/em>\u00a0para sua avalia\u00e7\u00e3o de status. \u201cNo entanto, n\u00e3o acho que seja hora de desistir e declar\u00e1-la extinta.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Ainda h\u00e1 muita pesquisa a ser feita antes de tomar essa medida, defende Everett.<\/p>\n\n\n\n

Todo m\u00eas de julho, Everett organiza um evento de busca, que dura uma semana. O evento cresceu e agora envolve at\u00e9 60 pesquisadores e volunt\u00e1rios. Balan\u00e7ando redes e observando flores silvestres, eles se aventuram pela regi\u00e3o selvagem acidentada da hist\u00f3rica Cordilheira de Franklin, pesquisando locais estrat\u00e9gicos na Calif\u00f3rnia e no Oregon, na esperan\u00e7a de localizar a abelha.<\/p>\n\n\n\n

Mas, Everett diz: \u201cpodemos n\u00e3o estar procurando nos lugares certos e nas horas certas\u201d. E mesmo se estiverem, uma \u00fanica abelha pode estar logo atr\u00e1s dos pesquisadores, mas voar quando perceber o movimento.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 por isso que Everett tamb\u00e9m est\u00e1 trabalhando em outro m\u00e9todo de detec\u00e7\u00e3o da esp\u00e9cie.<\/p>\n\n\n\n

Nos \u00faltimos anos, o Servi\u00e7o de vida Selvagem e o Servi\u00e7o Geol\u00f3gico dos Estados Unidos t\u00eam desenvolvido uma impress\u00e3o digital de DNA para a B. franklini<\/em>. Assim que estiver conclu\u00edda, os cientistas poder\u00e3o testar amostras de flores para o material gen\u00e9tico da abelha. Com isso, eles n\u00e3o precisariam avistar a abelha para saber se ela ainda est\u00e1 na natureza ou se visitou uma \u00e1rea espec\u00edfica recentemente.<\/p>\n\n\n\n

Esperan\u00e7a de redescoberta<\/h3>\n\n\n\n

Por ter uma popula\u00e7\u00e3o reduzida e distribui\u00e7\u00e3o geogr\u00e1fica limitada, a B. franklini<\/em> \u00e9 bastante vulner\u00e1vel. A esp\u00e9cie n\u00e3o costuma visitar fazendas ou \u00e1reas agr\u00edcolas, mas ainda h\u00e1 a possibilidade de que a abelha esteja exposta a pesticidas neonicotinoides, que interferem no sistema nervoso do inseto e levam \u00e0 paralisia e morte.<\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m \u00e9 poss\u00edvel que \u00a0abelhas utilizadas em servi\u00e7os comerciais de poliniza\u00e7\u00e3o\u00a0espalhem pat\u00f3genos\u00a0para as\u00a0B. franklini<\/em>\u00a0e outras esp\u00e9cies na natureza. Por exemplo: o surto de uma doen\u00e7a f\u00fangica, em meados da d\u00e9cada de 1990 entre abelhas utilizadas em servi\u00e7os comerciais de poliniza\u00e7\u00e3o,\u00a0foi associado\u00a0ao r\u00e1pido desaparecimento de v\u00e1rias esp\u00e9cies de abelhas ocidentais, inclusive a\u00a0B. franklini<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

Apesar dos riscos contra a esp\u00e9cie, Richardson e Everett dizem que est\u00e3o otimistas de que, com a atualiza\u00e7\u00e3o da lista da Lei das Esp\u00e9cies Amea\u00e7adas e mais pesquisas, reencontrar\u00e3o a B. franklini<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

E assim que o fizerem, os especialistas poder\u00e3o desenvolver estrat\u00e9gias de conserva\u00e7\u00e3o mais eficientes. Isso pode incluir a limita\u00e7\u00e3o do uso de pesticidas em certos locais e em determinados per\u00edodos, a limita\u00e7\u00e3o de atividades que prejudicam as abelhas durante a \u00e9poca de nidifica\u00e7\u00e3o ou hiberna\u00e7\u00e3o, o estabelecimento de um processo de licenciamento relacionado ao transporte e alojamento de abelhas utilizadas para fins comerciais em todo o pa\u00eds e a classifica\u00e7\u00e3o de um habitat<\/em> espec\u00edfico para a recupera\u00e7\u00e3o da esp\u00e9cie.<\/p>\n\n\n\n

Mesmo depois de 15 anos, n\u00e3o \u00e9 ut\u00f3pico pensar que a\u00a0B. franklini<\/em>\u00a0possa ser reencontrada. Existem exemplos not\u00e1veis de pesquisadores que reencontraram abelhas e outros insetos ap\u00f3s terem sido declarados extintos: A\u00a0abelha-azul\u00a0(Osmia calaminthae<\/em>)\u00a0foi encontrada ap\u00f3s nove anos sem ser avistada na Fl\u00f3rida;\u00a0A borboleta-azul de Fender (Icaricia icarioides fenderi<\/em>)\u00a0foi encontrada ap\u00f3s 52 anos no Oregon; e\u00a0a abelha-gigante de Wallace (Chalicodoma pluto<\/em>), a maior esp\u00e9cie de abelha do mundo, foi redescoberta ap\u00f3s 122 anos na Indon\u00e9sia. Das mais de 350 esp\u00e9cies redescobertas desde 1889,\u00a0o tempo m\u00e9dio entre o \u00faltimo avistamento e a redescoberta \u00e9 de 61 anos, revelou um estudo realizado em 2011.<\/p>\n\n\n\n

E a maioria das esp\u00e9cies que foram redescobertas possuem distribui\u00e7\u00e3o geogr\u00e1fica limitada e popula\u00e7\u00f5es reduzidas, assim como a\u00a0B. franklini<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: National Geographic Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O Servi\u00e7o de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos anunciou em agosto\u00a0que a\u00a0B. franklini, esp\u00e9cie rara de abelha preta e amarela que\u00a0n\u00e3o \u00e9 avistada desde 2006. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":173925,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[392,523,3003],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/173924"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=173924"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/173924\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":173926,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/173924\/revisions\/173926"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/173925"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=173924"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=173924"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=173924"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}