{"id":173952,"date":"2021-10-04T13:02:26","date_gmt":"2021-10-04T16:02:26","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=173952"},"modified":"2021-10-04T13:02:28","modified_gmt":"2021-10-04T16:02:28","slug":"especies-populares-de-atum-nao-estao-mais-ameacadas-para-surpresa-de-cientistas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/10\/04\/173952-especies-populares-de-atum-nao-estao-mais-ameacadas-para-surpresa-de-cientistas.html","title":{"rendered":"Esp\u00e9cies populares de atum n\u00e3o est\u00e3o mais amea\u00e7adas, para surpresa de cientistas"},"content":{"rendered":"\n
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Cardume de atum-azul no Mar Mediterr\u00e2neo pr\u00f3ximo \u00e0 Sardenha, na It\u00e1lia. A esp\u00e9cie teve uma recupera\u00e7\u00e3o incr\u00edvel da pesca predat\u00f3ria.
FOTO DE\u00a0NORBERT WU\/ MINDEN PICTURES, NAT GEO IMAGE COLLECTION<\/strong><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Em meio a um mundo sofrendo simultaneamente\u00a0inc\u00eandios\u00a0e\u00a0inunda\u00e7\u00f5es\u00a0devido \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, os cientistas anunciaram boas novas: diversas esp\u00e9cies importantes de atum n\u00e3o est\u00e3o mais \u00e0 beira da extin\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Duas esp\u00e9cies de atum-azul, al\u00e9m da albacora e da albacora-branca, n\u00e3o est\u00e3o mais criticamente amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o ou foram retiradas completamente da lista internacional de esp\u00e9cies amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A recupera\u00e7\u00e3o inesperadamente r\u00e1pida demonstra o \u00eaxito das iniciativas da \u00faltima d\u00e9cada para p\u00f4r fim \u00e0 pesca predat\u00f3ria. Mas o atum n\u00e3o \u00e9 a \u00fanica esp\u00e9cie que os cientistas est\u00e3o analisando no\u00a0Congresso Mundial de Conserva\u00e7\u00e3o de 2021\u00a0em Marselha, na Fran\u00e7a, organizado pela Uni\u00e3o Internacional para a Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza (UICN). Pesquisadores alertam que muitas outras esp\u00e9cies marinhas permanecem amea\u00e7adas. Por exemplo, mais de\u00a0um ter\u00e7o dos tubar\u00f5es e raias do mundo permanecem amea\u00e7ados de extin\u00e7\u00e3o\u00a0devido \u00e0\u00a0pesca predat\u00f3ria, \u00e0 perda de\u00a0habitat\u00a0<\/em>e \u00e0s\u00a0mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

\u201cAcredito que a boa not\u00edcia seja que\u00a0ind\u00fastrias pesqueiras sustent\u00e1veis\u00a0s\u00e3o vi\u00e1veis\u201d, afirma\u00a0Beth Polidoro, bi\u00f3loga marinha da Universidade Estadual do Arizona. \u201c\u00c9 poss\u00edvel consumir peixes de forma sustent\u00e1vel e sem esgotar sua popula\u00e7\u00e3o em n\u00edveis pr\u00f3ximos ao colapso ou \u00e0 extin\u00e7\u00e3o.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Ao mesmo tempo, ela adverte que as mudan\u00e7as na classifica\u00e7\u00e3o n\u00e3o deverem servir de incentivo para aumentar as cotas permitidas de pesca, tampouco para uma pesca sem limites.<\/p>\n\n\n\n

\u201c\u00c9 preciso prosseguir com o que est\u00e1 funcionando\u201d, reitera Polidoro.<\/p>\n\n\n\n

A UICN, que classifica as esp\u00e9cies mais amea\u00e7adas do mundo em sua\u00a0Lista Vermelha de Esp\u00e9cies Amea\u00e7adas\u00a0com o apoio de 16 mil especialistas em todo o mundo, tamb\u00e9m anunciou na reuni\u00e3o que alguns animais est\u00e3o seguindo a dire\u00e7\u00e3o oposta e sendo inclu\u00eddos na Lista Vermelha. Um exemplo not\u00e1vel \u00e9 o drag\u00e3o-de-komodo, um lagarto que vive em uma ilha, bastante suscet\u00edvel \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

H\u00e1 quase duas d\u00e9cadas, Polidoro integra um grupo de especialistas encarregados de avaliar a classifica\u00e7\u00e3o de mais de 60 esp\u00e9cies de atuns e marlins para a UICN. Sua equipe anunciou suas primeiras conclus\u00f5es abrangentes em 2011, revelando que diversas esp\u00e9cies de atum pescadas comercialmente estavam perigosamente perto de desaparecer.<\/p>\n\n\n\n

Passados dez anos, Polidoro revela ter ficado surpresa com tamanha recupera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Segundo os novos dados, o atum-azul\u00a0(Thunnus thynnus<\/em>),\u00a0antes listado como amea\u00e7ado de extin\u00e7\u00e3o, agora \u00e9 considerado uma esp\u00e9cie pouco preocupante. Assim como a albacora\u00a0(Thunnus albacares<\/em>) e a albacora-branca (Thunnus alalunga<\/em>), consideradas quase amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o na \u00faltima avalia\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m disso, a situa\u00e7\u00e3o do atum-azul-do-sul (Thunnus maccoyii<\/em>) melhorou de criticamente amea\u00e7ado de extin\u00e7\u00e3o para amea\u00e7ado de extin\u00e7\u00e3o, ao passo que a albacora-bandolim (Thunnus obesus<\/em>) permanecer\u00e1 como vulner\u00e1vel, e o bonito-listrado (Katsuwonus pelamis<\/em>) manter\u00e1 a classifica\u00e7\u00e3o de pouco preocupante.<\/p>\n\n\n\n

Como a ci\u00eancia est\u00e1 salvando esp\u00e9cies do mar<\/h3>\n\n\n\n

A maioria das pessoas pensa no atum apenas como uma poss\u00edvel refei\u00e7\u00e3o, mas esses peixes s\u00e3o criaturas enormes e maravilhosas.<\/p>\n\n\n\n

Por exemplo, um\u00a0atum-azul\u00a0come\u00e7a sua vida como um ovo com a espessura de um cart\u00e3o de cr\u00e9dito. Por\u00e9m, em uma d\u00e9cada, ele pode atingir comprimentos de mais de 1,8 metro e pesar mais de 250 quilos. Os atuns s\u00e3o predadores ferozes que cortam os oceanos a velocidades pr\u00f3ximas de\u00a064 quil\u00f4metros por hora\u00a0e engolem presas inteiras: tudo o que couber em sua garganta.<\/p>\n\n\n\n

Embora esses animais possam ser maiores que um jogador de basquete, n\u00e3o s\u00e3o p\u00e1reo para as t\u00e9cnicas modernas de pescaria.\u00a0A partir da d\u00e9cada de 1970, embarca\u00e7\u00f5es de pesca de espinhel pescaram os maiores atuns-azuis quando os animais se reuniam no Golfo do M\u00e9xico na \u00e9poca de reprodu\u00e7\u00e3o ano ap\u00f3s ano. Ao mesmo tempo, redes de arrasto capturaram os peixes menores e mais jovens ao se alimentar ao longo da costa leste da Am\u00e9rica do Norte.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, segundo Polidoro, a redu\u00e7\u00e3o das cotas de pesca e a fiscaliza\u00e7\u00e3o dessas cotas ajudaram em sua recupera\u00e7\u00e3o. Dados aprimorados tamb\u00e9m permitiram avalia\u00e7\u00f5es e decis\u00f5es de manejo mais precisas, conta ela.<\/p>\n\n\n\n

Mas h\u00e1 ressalvas. Afinal, o atum habita vastas extens\u00f5es dos oceanos do mundo e ocupa diferentes regi\u00f5es ao longo de seus ciclos de vida, o que torna o manejo de suas popula\u00e7\u00f5es bastante complexo.<\/em><\/p>\n\n\n\n

\u201cA situa\u00e7\u00e3o da albacora no Oceano \u00cdndico \u00e9 um grande mist\u00e9rio\u201d, afirma Polidoro. \u201cN\u00e3o se sabe ao certo sua classifica\u00e7\u00e3o, mas tudo indica que haja pesca predat\u00f3ria da esp\u00e9cie.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Da mesma forma, a popula\u00e7\u00e3o de atum-azul no oeste do Atl\u00e2ntico foi praticamente esgotada desde a d\u00e9cada de 1970 e ainda n\u00e3o se recuperou totalmente, observa ela.<\/p>\n\n\n\n

Esperan\u00e7a aos drag\u00f5es-de-komodo<\/h3>\n\n\n\n

Outra altera\u00e7\u00e3o importante determinada no Congresso Mundial de Conserva\u00e7\u00e3o foi a mudan\u00e7a na classifica\u00e7\u00e3o dos\u00a0drag\u00f5es-de-komodo\u00a0(Varanus komodoensis<\/em>). Mas essa mudan\u00e7a \u00e9 menos animadora do que a do atum.<\/p>\n\n\n\n

Como habitantes das ilhas de Sonda, na\u00a0Indon\u00e9sia, os maiores lagartos do mundo podem ter at\u00e9 30% de seu\u00a0habitat<\/em>\u00a0afetado pela eleva\u00e7\u00e3o do n\u00edvel do mar nos pr\u00f3ximos 45 anos, o que levou os cientistas a alterar a classifica\u00e7\u00e3o do r\u00e9ptil de vulner\u00e1vel para amea\u00e7ado de extin\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

\u201cSe forem consideradas as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e a eleva\u00e7\u00e3o do n\u00edvel do mar, acredito que a maioria das esp\u00e9cies que vivem em pequenas ilhas enfrentar\u00e1 o mesmo problema\u201d, escreveu por e-mail\u00a0Achmad Ariefiandy, ecologista da\u00a0Komodo Survival Program, organiza\u00e7\u00e3o indon\u00e9sia sem fins lucrativos. Ariefiandy n\u00e3o participou da decis\u00e3o referente \u00e0 listagem.<\/p>\n\n\n\n

Apesar da amea\u00e7a existencial iminente, os drag\u00f5es-de-komodo podem estar em situa\u00e7\u00e3o melhor do que outras esp\u00e9cies na categoria amea\u00e7ada de extin\u00e7\u00e3o. O governo indon\u00e9sio se comprometeu a salvar os drag\u00f5es, com um programa lan\u00e7ado sistematicamente em 2013, segundo Ariefiandy. O programa inclui parcerias entre governos regionais e locais, bem como com comunidades locais, com o mundo acad\u00eamico e organiza\u00e7\u00f5es n\u00e3o governamentais, conta ele.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNa pr\u00e1tica, esses animais est\u00e3o se recuperando\u201d, afirma Ariefiandy.<\/p>\n\n\n\n

Evidentemente, o trabalho de conserva\u00e7\u00e3o nunca cessa e exigir\u00e1 monitoramento para garantir que nem o atum nem os drag\u00f5es-de-komodo voltem a ficar pr\u00f3ximos \u00e0 extin\u00e7\u00e3o. Contudo, por ora, os conservacionistas podem comemorar algumas vit\u00f3rias para o mundo animal.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: National Geographic Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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