{"id":173959,"date":"2021-10-04T13:22:32","date_gmt":"2021-10-04T16:22:32","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=173959"},"modified":"2021-10-04T13:22:34","modified_gmt":"2021-10-04T16:22:34","slug":"poluicao-luminosa-cresceu-49-nos-ultimos-25-anos-diz-estudo-global","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/10\/04\/173959-poluicao-luminosa-cresceu-49-nos-ultimos-25-anos-diz-estudo-global.html","title":{"rendered":"Polui\u00e7\u00e3o luminosa cresceu 49% nos \u00faltimos 25 anos, diz estudo global"},"content":{"rendered":"\n
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Polui\u00e7\u00e3o luminosa cresceu 49% nos \u00faltimos 25 anos, diz estudo (Foto: Griffin Wooldridge\/Unsplash)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O ambiente natural est\u00e1 cada vez mais polu\u00eddo pela ilumina\u00e7\u00e3o artificial. Entre 1992 e 2017, a\u00a0polui\u00e7\u00e3o luminosa\u00a0\u2014 termo que se refere ao uso excessivo de luzes durante a noite \u2014 cresceu ao menos 49% em todo o mundo. A estimativa \u00e9 de um estudo in\u00e9dito conduzido por pesquisadores da Universidade de Exeter, na\u00a0Inglaterra, que combinou dados de consumo de energia de ilumina\u00e7\u00e3o p\u00fablica municipal e\u00a0imagens de sat\u00e9lite\u00a0de diferentes fontes.<\/p>\n\n\n\n

O levantamento, publicado no peri\u00f3dico cient\u00edfico\u00a0Remote Sensing<\/em>\u00a0em agosto, revela que a luz artificial detect\u00e1vel por sat\u00e9lite aumentou a uma taxa constante nos \u00faltimos 25 anos mundo afora, com tend\u00eancias regionais diferentes. Enquanto n\u00edveis persistentes de crescimento foram observados em pa\u00edses em desenvolvimento na\u00a0\u00c1sia,\u00a0Am\u00e9rica do Sul,\u00a0Oceania\u00a0e\u00a0\u00c1frica, os \u00edndices se estabilizaram na Europa a partir de 2010 e parecem estar em decl\u00ednio na Am\u00e9rica do Norte.<\/p>\n\n\n\n

Mas essa diminui\u00e7\u00e3o em pa\u00edses mais desenvolvidos pode ser s\u00f3 aparente, segundo o estudo. E ainda: o pr\u00f3prio aumento de 49% referente \u00e0 polui\u00e7\u00e3o artificial no per\u00edodo analisado pode ser ainda maior. Isso porque os sensores de sat\u00e9lite n\u00e3o conseguem captar a luz azul, que \u00e9 emitida em maior quantidade pelas\u00a0l\u00e2mpadas LED\u00a0em compara\u00e7\u00e3o com tecnologias de ilumina\u00e7\u00e3o mais antigas.<\/p>\n\n\n\n

Um dos sensores utilizados na pesquisa, o radi\u00f4metro de imagem infravermelha vis\u00edvel (VIIRS, na sigla em ingl\u00eas), por exemplo, s\u00f3 detecta luz emitida na faixa de comprimento de onda de 500 a 900 nan\u00f4metros. O comprimento da\u00a0luz azul, por sua vez, \u00e9 menor do que 500 nan\u00f4metros.\u00a0Com os valores ajustados a essas condi\u00e7\u00f5es, os cientistas estimam que o aumento chegaria a 270% em n\u00edvel global e 400% em algumas regi\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

\u201cPara tomar o Reino Unido como exemplo, se voc\u00ea ignorar o efeito da transi\u00e7\u00e3o para LEDs \u2013 que tem sido extenso \u2013 voc\u00ea tem a falsa impress\u00e3o de que a polui\u00e7\u00e3o luminosa diminuiu recentemente\u201d, explica Alejandro S\u00e1nchez de Miguel, pesquisador do Instituto de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Universidade de Exeter. “No entanto, a corre\u00e7\u00e3o desse efeito mostra que ele realmente aumentou, e potencialmente de forma muito marcante\u201d, avalia o principal autor do estudo,\u00a0em comunicado.<\/p>\n\n\n\n

Por que isso \u00e9 um problema?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

As luzes artificiais ajudam a iluminar as cidades e nos proporcionam maior seguran\u00e7a para andar na rua \u00e0 noite, mas seu uso indiscriminado pode trazer uma s\u00e9rie de consequ\u00eancias para animais e plantas, por exemplo. Ao alterar padr\u00f5es de reprodu\u00e7\u00e3o e migra\u00e7\u00e3o de algumas esp\u00e9cies, o dispositivo coloca em risco a pr\u00f3pria\u00a0biodiversidade. Para ter ideia,\u00a0estima-se que ela tenha desempenhado um papel significativo no decl\u00ednio hist\u00f3rico da popula\u00e7\u00e3o de\u00a0insetos.<\/p>\n\n\n\n

E os humanos n\u00e3o escapam aos seus preju\u00edzos. H\u00e1 suspeitas de que a exposi\u00e7\u00e3o excessiva \u00e0 luz artificial tamb\u00e9m interrompe ritmos circadianos do nosso organismo (o tal \u201crel\u00f3gio biol\u00f3gico\u201d), com consequ\u00eancias para o sistema cardiovascular e a produ\u00e7\u00e3o de\u00a0horm\u00f4nios. Al\u00e9m disso, quando forma um nevoeiro luminoso que esconde as\u00a0estrelas\u00a0e constela\u00e7\u00f5es no\u00a0c\u00e9u\u00a0noturno (um fen\u00f4meno conhecido como\u00a0sky glow<\/em>), ela atrapalha a observa\u00e7\u00e3o astron\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

Para os autores do estudo, a investiga\u00e7\u00e3o refor\u00e7a um in\u00eddicio j\u00e1 levantado por pesquisas anteriores: o avan\u00e7o de luzes altamente eficientes como o LED n\u00e3o est\u00e3o provocando um decr\u00e9scimo mundial no\u00a0consumo de energia\u00a0como esperado. Na verdade, h\u00e1 \u201cevid\u00eancias limitadas\u201d de que a\u00a0tecnologia\u00a0aprimorada reduziu a polui\u00e7\u00e3o luminosa, segundo o documento.<\/p>\n\n\n\n

“Este estudo fornece evid\u00eancias claras n\u00e3o apenas de como a\u00a0polui\u00e7\u00e3o luminosa\u00a0se tornou um problema global, mas tamb\u00e9m de que continua piorando, e provavelmente a um ritmo cada vez mais r\u00e1pido”, avalia\u00a0S\u00e1nchez de Miguel. “Sem uma a\u00e7\u00e3o conjunta para reverter essa tend\u00eancia, o impacto no ambiente natural vai se acelerar, exacerbando ainda mais a crise da biodiversidade e o desperd\u00edcio de energia”.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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