{"id":174015,"date":"2021-10-06T13:37:37","date_gmt":"2021-10-06T16:37:37","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=174015"},"modified":"2021-10-06T13:37:39","modified_gmt":"2021-10-06T16:37:39","slug":"os-sapos-do-tamanho-de-uma-moeda-que-brasil-pode-perder-antes-mesmo-de-conhecer","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/10\/06\/174015-os-sapos-do-tamanho-de-uma-moeda-que-brasil-pode-perder-antes-mesmo-de-conhecer.html","title":{"rendered":"Os sapos do tamanho de uma moeda que Brasil pode perder antes mesmo de conhecer"},"content":{"rendered":"\n
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Sapinho-da-restinga, que mede menos de 2cm, s\u00f3 existe em uma pequena \u00e1rea no Esp\u00edrito Santo e foi pouco estudado at\u00e9 agora – PEDRO PELOSO-PROJETO DOTS<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O sapinho-da-restinga \u00e9 menor do que uma moeda e, at\u00e9 onde se sabe, s\u00f3 existe dentro de um parque estadual da cidade de Guarapari, no litoral do Esp\u00edrito Santo. O min\u00fasculo anf\u00edbio, de menos de 2cm, foi descoberto em 2006 pelo bi\u00f3logo Pedro Peloso e descrito em artigo cient\u00edfico seis anos depois.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Ainda assim, pouco se conhece at\u00e9 agora sobre o melanophryniscus setiba<\/em> (seu nome cient\u00edfico), para al\u00e9m do fato de sua condi\u00e7\u00e3o ser extremamente fr\u00e1gil.<\/p>\n\n\n\n

Desde 2014, o sapinho-da-restinga figura na lista de esp\u00e9cies de anf\u00edbios amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o, na categoria de criticamente sob perigo.<\/p>\n\n\n\n

“Ele s\u00f3 \u00e9 conhecido em uma localidade, cercada de desenvolvimento urbano. Qualquer dist\u00farbio no ambiente, como um fogo fora de controle, pode lev\u00e1-lo \u00e0 extin\u00e7\u00e3o”, explica Peloso \u00e0 BBC News Brasil.<\/p>\n\n\n\n

A perda de habitats, o desmatamento, as queimadas e o aquecimento global s\u00e3o amea\u00e7as, direta ou indiretamente, a muitas formas de vida do planeta. Mas anf\u00edbios anuros, como o sapinho-da-restinga e demais sapos, r\u00e3s e pererecas, s\u00e3o particularmente sens\u00edveis a pequenas mudan\u00e7as de temperatura, a parasitas ou altera\u00e7\u00f5es nos locais onde vivem.<\/p>\n\n\n\n

Por isso, e por ocuparem um papel importante no ecossistema, sua preserva\u00e7\u00e3o tem despertado a preocupa\u00e7\u00e3o de ambientalistas.<\/p>\n\n\n\n

\u00c0s vezes, esses anuros desaparecem de seus habitats e os bi\u00f3logos sequer conseguem entender o porqu\u00ea, diz Pedro Peloso, que \u00e9 professor de zoologia da p\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o da Universidade Federal do Par\u00e1 e idealizador do projeto\u00a0DoTS, que registra esp\u00e9cies de anf\u00edbios amea\u00e7adas no Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Em abril deste ano, um\u00a0estudo de pesquisadores brasileiros\u00a0publicado no peri\u00f3dico cient\u00edfico Biological Conservation detectou um “cont\u00ednuo e cr\u00edptico” decl\u00ednio de popula\u00e7\u00f5es de anuros no Sudeste do Brasil, provavelmente em decorr\u00eancia das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

Em 2018,\u00a0outro estudo\u00a0apontou que at\u00e9 10% das esp\u00e9cies end\u00eamicas de sapos, r\u00e3s e pererecas da Mata Atl\u00e2ntica podem ser extintas ao longo de 50 anos, \u00e0 medida que as temperaturas locais e globais aumentam.<\/p>\n\n\n\n

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Anuros s\u00e3o muito sens\u00edveis a pequenas altera\u00e7\u00f5es no ambiente; acima, r\u00e3zinha-de-Serop\u00e9dica, que consta do projeto DoTS, cat\u00e1logo de esp\u00e9cies amea\u00e7adas – PROJETO DOTS-PEDRO PELOSO<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O decl\u00ednio de popula\u00e7\u00f5es de anf\u00edbios tem ocorrido em todo o mundo, muitas vezes de modo intrigante para pesquisadores.<\/p>\n\n\n\n

Mas o Brasil \u00e9 um dos pa\u00edses que mais t\u00eam a perder em termos absolutos, por concentrar uma variedade t\u00e3o grande de esp\u00e9cies, explica \u00e0 BBC News Brasil Felipe Andrade, bi\u00f3logo e doutor em biologia animal pela Unicamp, que se especializou em micro-sapinhos.<\/p>\n\n\n\n

Algumas esp\u00e9cies podem ser perdidas antes mesmo de serem estudadas ou sequer descobertas, diz Andrade.<\/p>\n\n\n\n

“Se ainda n\u00e3o conhecemos e descrevemos toda a biodiversidade brasileira desse grupo animal, ser\u00e1 que conseguimos estimar de fato tudo que estamos perdendo?”, questiona.<\/p>\n\n\n\n

Segundo um amplo\u00a0mapeamento de anf\u00edbios\u00a0feito em 2019, a Am\u00e9rica do Sul abrigava mais de 2,6 mil esp\u00e9cies de anuros, e as maiores concentra\u00e7\u00f5es dessa biodiversidade eram a Amaz\u00f4nia Ocidental e a Mata Atl\u00e2ntica do Sudeste brasileiro.<\/p>\n\n\n\n

Mas o que torna esses animais t\u00e3o vulner\u00e1veis?<\/p>\n\n\n\n

Inc\u00f3gnitas<\/h2>\n\n\n\n

“Os anf\u00edbios anuros s\u00e3o um dos grupos animais mais vulner\u00e1veis ao aquecimento global, por conta, sobretudo, de suas peles finas e perme\u00e1veis, bem como sua depend\u00eancia da \u00e1gua para reprodu\u00e7\u00e3o”, prossegue Andrade.<\/p>\n\n\n\n

“Qualquer diminui\u00e7\u00e3o nas chuvas tem implica\u00e7\u00e3o aos anf\u00edbios, que precisam de \u00e1reas \u00famidas”, agrega Peloso.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, ainda h\u00e1 muitas lacunas sobre o que a ci\u00eancia sabe a respeito dos perigos que amea\u00e7am esses animais e quais deles est\u00e3o sob maior risco.<\/p>\n\n\n\n

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Decl\u00ednio de anf\u00edbios anuros preocupa o mundo inteiro; acima, esp\u00e9cie da fam\u00edlia Hylidae, tamb\u00e9m amea\u00e7ada pela perda de habitat no Brasil – AFP<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“O dif\u00edcil \u00e9 saber quais (anf\u00edbios), quando e onde estar\u00e3o sob risco de extin\u00e7\u00e3o”, explica \u00e0 reportagem o bi\u00f3logo Agust\u00edn Camacho, que desenvolve algoritmos e sistemas dedicados justamente a tentar prever o comportamento de ecossistemas complexos.<\/p>\n\n\n\n

De um lado, diz ele, os anf\u00edbios t\u00eam algumas vantagens interessantes que podem ajud\u00e1-los a sobreviver: como s\u00e3o pequenos e rasteiros, s\u00e3o capazes de buscar ref\u00fagio com alguma facilidade.<\/p>\n\n\n\n

“E o fato de eles respirarem pela pele ainda gera debate entre cientistas quanto a se traz vulnerabilidade ou uma certa resili\u00eancia, porque eles conseguem reduzir suas temperaturas corporais em rela\u00e7\u00e3o ao ambiente”, agrega Camacho.<\/p>\n\n\n\n

Uma\u00a0disserta\u00e7\u00e3o de mestrado\u00a0orientada por Camacho no Instituto de Bioci\u00eancias da USP, de autoria de Caroline Guevara Molina, sinaliza que a toler\u00e2ncia t\u00e9rmica pode ser determinante para definir quais anuros conseguir\u00e3o sobreviver em um mundo mais quente.<\/p>\n\n\n\n

O estudo coloca em xeque a antiga sabedoria popular de que uma r\u00e3, ao ser colocada em uma panela de \u00e1gua fervida lentamente, vai se adaptar \u00e0 nova temperatura e ser\u00e1 cozida sem perceber.<\/p>\n\n\n\n

Na verdade, a r\u00e3 estudada rem laborat\u00f3rio fez exatamente o contr\u00e1rio: ela foi ficando cada vez mais intolerante ao calor do recipiente onde estava.<\/p>\n\n\n\n

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Phyllomedusa distincta, esp\u00e9cie de sapinho brasileira sob amea\u00e7a; pa\u00eds concentra uma das maiores quantidades de anf\u00edbios do mundo – AFP<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“Essa toler\u00e2ncia vinha sendo estudada como uma carater\u00edstica fixa dos animais (anuros), mas na verdade ela pode variar”, diz Camacho.<\/p>\n\n\n\n

Isso, prossegue ele, acrescenta uma camada adicional de complexidade na tentativa de se mapear as popula\u00e7\u00f5es mais vulner\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n

“Voc\u00ea pode dizer: ‘um animal nunca vai viver isso (de estar em um ambiente em aquecimento lento e constante) na vida real’. Talvez n\u00e3o vivencie o tempo todo durante sua exist\u00eancia, mas pode vivenciar em alguns per\u00edodos determinados.”<\/p>\n\n\n\n

E a quest\u00e3o ser\u00e1 saber quais delas sobreviver\u00e3o a esses aumentos cont\u00ednuos de calor.<\/p>\n\n\n\n

O fungo ‘apocal\u00edptico’ e a \u00e1gua mais escassa<\/h2>\n\n\n\n

Para al\u00e9m disso, existe um inimigo dos anuros que j\u00e1 \u00e9 fartamente documentado: o fungo Bd, ou Batrachochytrium dendrobatidis<\/em>, “um dos principais respons\u00e1veis pela redu\u00e7\u00e3o da abund\u00e2ncia e riqueza de anf\u00edbios dos biomas brasileiros”, explica Felipe Andrade.<\/p>\n\n\n\n

Essa amea\u00e7a do Bd \u00e9 mundial: em 2019, uma reportagem da revista National Geographic culpou o fungo pelo “apocalipse” sofrido por sapos e salamandras ao redor do mundo, uma vez que o pat\u00f3geno, atra\u00eddo pela prote\u00edna da pele dos anf\u00edbios, “come-a viva”.<\/p>\n\n\n\n

A reportagem cita um estudo publicado na revista Science que atribu\u00eda ao Bd o decl\u00ednio de ao menos 501 esp\u00e9cies de anf\u00edbios no planeta – ou uma em cada 16 esp\u00e9cies conhecidas da ci\u00eancia at\u00e9 ent\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

E a associa\u00e7\u00e3o desse fungo com as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e com o aumento da temperatura das \u00e1guas tamb\u00e9m \u00e9 objeto de estudo. “O Bd est\u00e1 presente no mundo inteiro, mas uma altera\u00e7\u00e3o do clima pode fazer com que ele se manifeste mais em alguma \u00e1rea onde talvez j\u00e1 estivesse sob controle”, explica Peloso.<\/p>\n\n\n\n

Segundo Peloso, no Brasil, a principal amea\u00e7a a sapos, r\u00e3s e salamandras ainda recai sobre o desmatamento, que destr\u00f3i habitats e deixa as \u00e1reas de floresta cada vez mais fragmentadas e, por consequ\u00eancia, tamb\u00e9m mais secas.<\/p>\n\n\n\n

Nesse contexto, \u00e9 bom lembrar que o Brasil est\u00e1 com\u00a0cada vez menos \u00e1reas \u00famidas: levantamento recente da organiza\u00e7\u00e3o MapBiomas mostra que o pa\u00eds perdeu 15% de sua superf\u00edcie de \u00e1gua desde o in\u00edcio dos anos 1990.<\/p>\n\n\n\n

E, novamente, mesmo pequenas altera\u00e7\u00f5es j\u00e1 colocam muitas esp\u00e9cies em perigo.<\/p>\n\n\n\n

Peloso cita o exemplo dos sapos pingo-de-ouro, que habitam as partes mais montanhosas da Mata Atl\u00e2ntica e gostam de chuva fina e neblina. “S\u00e3o bichos restritos a um ambiente bem espec\u00edfico e a condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas bem espec\u00edficas”, aponta o bi\u00f3logo.<\/p>\n\n\n\n

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Sapinho-admir\u00e1vel-de-barriga-vermelha ocupa uma \u00e1rea de apenas 700m na Serra Ga\u00facha – PROJETO DOTS-PEDRO PELOSO<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Outro exemplo \u00e9 o da salamandra-do-Par\u00e1. “\u00c9 um animal bastante \u00fanico, que tem sido afetado pelo desmatamento em Bel\u00e9m (PA) e seu entorno. E mudan\u00e7as no regime das chuvas podem afetar muito essa esp\u00e9cie.”<\/p>\n\n\n\n

Ao mesmo tempo, novas esp\u00e9cies s\u00e3o frequentemente descobertas com base em min\u00facias invis\u00edveis ao olho nu, explica Felipe Andrade:<\/p>\n\n\n\n

“A olho nu elas at\u00e9 parecem iguais, mas quando vamos analisar seu DNA, seu canto ou seu comportamento, encontramos diferen\u00e7as muito grandes e vemos que se trata de uma esp\u00e9cie nova. Exige um trabalho de formiguinha dos cientistas”.<\/p>\n\n\n\n

Alguns sobreviveram, ao menos temporariamente, a amea\u00e7as iminentes. Na Serra Ga\u00facha, a preserva\u00e7\u00e3o do sapinho-admir\u00e1vel-de-barriga-vermelha, anuro de at\u00e9 4cm que ocupa uma \u00e1rea de apenas 700m \u00e0 beira do rio Forqueta, levou ao cancelamento de uma licen\u00e7a ambiental para a constru\u00e7\u00e3o de uma usina hidrel\u00e9trica ali.<\/p>\n\n\n\n

Classificado como criticamente em perigo – al\u00e9m da possibilidade de constru\u00e7\u00e3o da barragem, ele \u00e9 amea\u00e7ado pela polui\u00e7\u00e3o de agrot\u00f3xicos no rio e pela perda de habitat, informa o projeto DoTS -, o sapinho virou s\u00edmbolo ao ser destacado na capa do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Amea\u00e7ada de Extin\u00e7\u00e3o,<\/em> publicado em 2018 pelo ICMBio, \u00f3rg\u00e3o do Minist\u00e9rio do Meio Ambiente.<\/p>\n\n\n\n

Por que os sapinhos importam<\/h2>\n\n\n\n

Nem todo mundo tem apre\u00e7o por sapos, r\u00e3s e pererecas, mas eles s\u00e3o importantes para o ecossistema.<\/p>\n\n\n\n

“S\u00e3o predadores de mosquitos e demais insetos, e sua pele tem compostos qu\u00edmicos que podem ser a base de princ\u00edpios farmacol\u00f3gicos – mas isso requer estudos e financiamento”, explica Andrade. “Al\u00e9m disso, eles s\u00e3o bioindicadores da sa\u00fade de um bioma: quando os anf\u00edbios somem de um determinado lugar, \u00e9 um sinal de que algo est\u00e1 acontecendo naquele ecossistema.”<\/p>\n\n\n\n

Por fim, a amea\u00e7a que recai sobre eles serve de advert\u00eancia e permite estudos que ajudem a prever como o aquecimento do planeta vai acabar afetando outros animais – inclusive n\u00f3s, humanos, conclui Andrade.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O sapinho-da-restinga \u00e9 menor do que uma moeda e, at\u00e9 onde se sabe, s\u00f3 existe dentro de um parque estadual da cidade de Guarapari, no litoral do Esp\u00edrito Santo. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":174016,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[4589,2773,3206],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/174015"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=174015"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/174015\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":174021,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/174015\/revisions\/174021"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/174016"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=174015"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=174015"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=174015"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}