{"id":174065,"date":"2021-10-08T13:31:21","date_gmt":"2021-10-08T16:31:21","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=174065"},"modified":"2021-10-08T13:31:23","modified_gmt":"2021-10-08T16:31:23","slug":"facebook-promete-coibir-anuncio-de-venda-ilegal-de-terras-na-amazonia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/10\/08\/174065-facebook-promete-coibir-anuncio-de-venda-ilegal-de-terras-na-amazonia.html","title":{"rendered":"Facebook promete coibir an\u00fancio de venda ilegal de terras na Amaz\u00f4nia"},"content":{"rendered":"\n
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An\u00fancio oferece \u00e1reas de mata dentro da Floresta Nacional do Aripuan\u00e3, no Amazonas; florestas nacionais s\u00e3o p\u00fablicas e se destinam a comunidades tradicionais<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Sob duras cr\u00edticas nesta semana por conta de uma grande falha t\u00e9cnica e den\u00fancias de uma ex-funcion\u00e1ria, o Facebook anunciou nesta sexta-feira (8\/10) que passar\u00e1 a coibir o uso de suas plataformas para a venda de \u00e1reas protegidas da Amaz\u00f4nia.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A decis\u00e3o foi anunciada oito meses ap\u00f3s a BBC lan\u00e7ar um document\u00e1rio mostrando que usu\u00e1rios do Facebook estavam utilizando o site para vender ilegalmente peda\u00e7os da Floresta Amaz\u00f4nica no Brasil.<\/p>\n\n\n\n

As vendas eram feitas por meio do Facebook Markeplace, espa\u00e7o virtual onde usu\u00e1rios podem negociar de itens pessoais a propriedades rurais.<\/p>\n\n\n\n

Alguns usu\u00e1rios exibidos no document\u00e1rio estavam tentando vender ilegalmente \u00e1reas que ficam dentro de unidades de conserva\u00e7\u00e3o, como a Floresta Nacional do Aripuan\u00e3, no Amazonas, e da Terra Ind\u00edgena Uru Eu Wau Wau, em Rond\u00f4nia.<\/p>\n\n\n\n

Segundo a empresa, uma base de dados da ONU sobre \u00e1reas protegidas ser\u00e1 usada para filtrar os an\u00fancios irregulares feitos por usu\u00e1rios.<\/p>\n\n\n\n

A nova pol\u00edtica tamb\u00e9m ser\u00e1 aplicada ao Instagram e ao Whatsapp, que tamb\u00e9m pertencem ao Facebook.<\/p>\n\n\n\n

A empresa n\u00e3o deu detalhes, por\u00e9m, de como ser\u00e1 feita essa filtragem, e uma pesquisadora expressou d\u00favidas quanto \u00e0 efic\u00e1cia da medida (leia mais abaixo).<\/p>\n\n\n\n

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Madeireiro derruba \u00e1rvore em \u00e1rea protegida nos arredores de Porto Velho; Rond\u00f4nia j\u00e1 perdeu um ter\u00e7o de sua mata nativa<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Apenas \u00e1reas protegidas<\/h2>\n\n\n\n

A nova pol\u00edtica do Facebook se aplica \u00e0 venda de \u00e1reas protegidas da Amaz\u00f4nia nos nove pa\u00edses que a comp\u00f5em, e n\u00e3o engloba outros biomas ou regi\u00f5es do mundo.<\/p>\n\n\n\n

A nova pol\u00edtica tampouco engloba partes da Amaz\u00f4nia sem status de conserva\u00e7\u00e3o – caso, por exemplo, das florestas p\u00fablicas n\u00e3o destinadas, que responderam por um ter\u00e7o de todo o desmatamento na Amaz\u00f4nia brasileira no primeiro trimeste de 2021, segundo o Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amaz\u00f4nia).<\/p>\n\n\n\n

A venda de peda\u00e7os de florestas p\u00fablicas n\u00e3o destinadas tamb\u00e9m \u00e9 ilegal.<\/p>\n\n\n\n

O an\u00fancio do Facebook foi feito em uma semana em que a empresa enfrenta forte press\u00e3o nos EUA. Na ter\u00e7a-feira (5\/10), uma ex-funcion\u00e1ria afirmou em depoimento a senadores americanos que a rede priorizou o “crescimento em detrimento da seguran\u00e7a” dos usu\u00e1rios.<\/p>\n\n\n\n

Um dia antes, uma pane tirou do ar o Facebook, o Whatsapp e o Instagram do ar em v\u00e1rios pa\u00edses por v\u00e1rias horas, o que afetou neg\u00f3cios e alimentou um debate sobre a depend\u00eancia da popula\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s redes.<\/p>\n\n\n\n

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Queimada em Rond\u00f4nia; ao desmatar um terreno, grileiros creem ter mais chance de poder regularizar a ocupa\u00e7\u00e3o – BBC NEWS BRASIL<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Grava\u00e7\u00f5es com c\u00e2mera escondida<\/h2>\n\n\n\n

Em fevereiro, o document\u00e1rio da BBC Amaz\u00f4nia \u00e0 venda: o mercado ilegal de terras protegidas no Facebook<\/em> revelou que peda\u00e7os de floresta com \u00e1rea equivalente a at\u00e9 1.600 campos de futebol estavam \u00e0 venda no Marketplace do Facebook.<\/p>\n\n\n\n

Para provar que os an\u00fancios eram reais, a BBC se encontrou em Rond\u00f4nia com quatro vendedores com uma c\u00e2mera escondida.<\/p>\n\n\n\n

Um dos vendedores estava tentando vender um trecho da Terra Ind\u00edgena Uru Eu Wau Wau, territ\u00f3rio onde h\u00e1 inclusive presen\u00e7a de ind\u00edgenas isolados.<\/p>\n\n\n\n

Em mar\u00e7o, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a Pol\u00edcia Federal (PF) investigasse os fatos citados no document\u00e1rio. Em julho, a PF fez uma opera\u00e7\u00e3o de busca e apreens\u00e3o em endere\u00e7os de todos os vendedores expostos.<\/p>\n\n\n\n

Segundo a pol\u00edcia, os investigados foram ouvidos e responder\u00e3o pelos crimes de invas\u00e3o e desmatamento de terras p\u00fablicas e por estelionato. As penas, somadas, ultrapassam 13 anos de pris\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Na \u00e9poca, o Facebook disse que estava “pronto para trabalhar com autoridades locais” sobre eventuais crimes expostos no document\u00e1rio, mas que n\u00e3o tomaria medidas por conta pr\u00f3pria para impedir que essas negocia\u00e7\u00f5es ilegais ocorressem em suas plataformas.<\/p>\n\n\n\n

Agora a empresa diz ter trabalhado com o Programa das Na\u00e7\u00f5es Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e outras organiza\u00e7\u00f5es para dar os “primeiros passos” para tentar resolver a quest\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

“A partir de agora, analisaremos as listagens no Facebook Marketplace com base em um banco de dados oficial de \u00e1reas protegidas de uma organiza\u00e7\u00e3o internacional para identificar quais podem violar essa nova pol\u00edtica”, disse o Facebook, em um comunicado.<\/p>\n\n\n\n

“Com base em crit\u00e9rios espec\u00edficos, o Facebook buscar\u00e1 identificar e bloquear novas listagens no Marketplace nessas \u00e1reas”, completou a empresa.<\/p>\n\n\n\n

Ainda segundo a companhia, a nova pol\u00edtica ser\u00e1 aplicada “gradualmente”. O Facebook n\u00e3o detalhou, por\u00e9m, quais crit\u00e9rios usar\u00e1 para fazer a filtragem.<\/p>\n\n\n\n

Hoje muitos usu\u00e1rios que tentam vender terras na Amaz\u00f4nia pela plataforma n\u00e3o citam dados precisos sobre a localiza\u00e7\u00e3o das \u00e1reas, o que dificulta a checagem sobre elas estarem ou n\u00e3o dentro de \u00e1reas protegidas.<\/p>\n\n\n\n

Para a advogada Brenda Brito, pesquisadora do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amaz\u00f4nia), a nova pol\u00edtica do Facebook ter\u00e1 pouco efeito se a empresa n\u00e3o exigir que os vendedores passem a citar a localiza\u00e7\u00e3o precisa das \u00e1reas que est\u00e3o tentando vender.<\/p>\n\n\n\n

“Eles (Facebook) podem usar a melhor base de dados do mundo, mas, se n\u00e3o tiverem alguma refer\u00eancia de geolocaliza\u00e7\u00e3o, n\u00e3o vai dar certo”, afirma Brito.<\/p>\n\n\n\n

A BBC questionou o Facebook por que a empresa n\u00e3o exigia a localiza\u00e7\u00e3o das \u00e1reas \u00e0 venda e se passaria a adotar a medida.<\/p>\n\n\n\n

Em resposta na qual n\u00e3o abordou o tema, o Facebook disse que as medidas anunciadas “s\u00e3o resultado de conversas com parceiros e especialistas ambientais”, entre os quais a ONG WWF.<\/p>\n\n\n\n

“Sabemos que n\u00e3o existem ‘balas de prata’ neste espa\u00e7o e continuaremos trabalhando para evitar que as pessoas burlem nossa fiscaliza\u00e7\u00e3o”, afirmou a empresa.<\/p>\n\n\n\n

Para Brenda Brito, o Facebook tamb\u00e9m poderia ter inclu\u00eddo em sua base de dados as florestas nacionais p\u00fablicas n\u00e3o destinadas, que s\u00e3o um dos principais alvos de grileiros e desmatadores na Amaz\u00f4nia hoje.<\/p>\n\n\n\n

O Servi\u00e7o Florestal Brasileiro mant\u00e9m desde 2016 mapas atualizados sobre essas \u00e1reas, que poderiam ser usados para ampliar o alcance das medidas anunciados pelo Facebook, segundo a pesquisadora.<\/p>\n\n\n\n

A empresa afirmou, por\u00e9m, que utilizaria uma base de dados que n\u00e3o inclui esses territ\u00f3rios, mantida pelo Centro Mundial de Monitoramento da Conserva\u00e7\u00e3o do Programa das Na\u00e7\u00f5es Unidas para o Meio Ambiente (UNEP-WCMC, na sigla em ingl\u00eas).<\/p>\n\n\n\n

Em nota \u00e0 BBC, uma porta-voz da UNEP-WCMC disse que o \u00f3rg\u00e3o gerencia “a mais abrangente base global de dados sobre \u00e1rea protegidas”, atualizada mensalmente com informa\u00e7\u00f5es de governos e outras institui\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

Para a ambientalista Ivaneide Bandeira, fundadora da ONG Kanind\u00e9, a mudan\u00e7a na pol\u00edtica do Facebook \u00e9 positiva.<\/p>\n\n\n\n

“Considero esse an\u00fancio uma coisa boa, embora esteja chegando atrasado, porque eles nunca deveriam ter permitido (os an\u00fancios de terras protegidas)”, afirmou.<\/p>\n\n\n\n

“Mas o fato de agora estarem tomando essa posi\u00e7\u00e3o \u00e9 bom, porque vai ajudar na prote\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio, j\u00e1 que vai ajudar a n\u00e3o divulgar venda de terra dentro de \u00e1rea protegida e de terra ind\u00edgena”, disse Bandeira.<\/p>\n\n\n\n

A ambientalista afirmou, no entanto, que o Facebook poderia fazer mais nesse campo e sugeriu que a empresa crie canais para que usu\u00e1rios denunciem a a\u00e7\u00e3o de criminosos ambientais pela plataforma<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Facebook anunciou nesta sexta-feira (8\/10) que passar\u00e1 a coibir o uso de suas plataformas para a venda de \u00e1reas protegidas da Amaz\u00f4nia. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":174066,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32,3974,1738],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/174065"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=174065"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/174065\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":174069,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/174065\/revisions\/174069"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/174066"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=174065"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=174065"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=174065"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}