{"id":174243,"date":"2021-10-18T11:20:08","date_gmt":"2021-10-18T14:20:08","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=174243"},"modified":"2021-10-18T11:20:11","modified_gmt":"2021-10-18T14:20:11","slug":"conheca-a-missao-lucy-da-nasa-que-busca-fosseis-no-espaco","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2021\/10\/18\/174243-conheca-a-missao-lucy-da-nasa-que-busca-fosseis-no-espaco.html","title":{"rendered":"Conhe\u00e7a a miss\u00e3o Lucy, da Nasa, que busca ‘f\u00f3sseis’ no espa\u00e7o"},"content":{"rendered":"\n
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Lucy deixou no s\u00e1bado a Terra a bordo de um foguete Atlas, da United Launch Alliance – REUTERS<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Uma nave espacial foi lan\u00e7ada no \u00faltimo s\u00e1bado (16\/10) do Cabo Canaveral, na Fl\u00f3rida, com a miss\u00e3o de descobrir “os f\u00f3sseis” do Sistema Solar.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A sonda Lucy vai para a \u00f3rbita de J\u00fapiter para estudar dois grupos de asteroides que correm \u00e0 frente e atr\u00e1s do gigante gasoso. Esses grupos s\u00e3o chamados de “enxame”.<\/p>\n\n\n\n

Cientistas da ag\u00eancia espacial norte-americana (Nasa) dizem que os objetos s\u00e3o sobras da forma\u00e7\u00e3o dos planetas.<\/p>\n\n\n\n

Assim, esses “cavalos de Tr\u00f3ia”, como s\u00e3o conhecidos, cont\u00eam pistas importantes sobre a evolu\u00e7\u00e3o inicial do Sistema Solar.<\/p>\n\n\n\n

A decolagem, a bordo de um foguete Atlas-V da Esta\u00e7\u00e3o da For\u00e7a Espacial do Cabo Canaveral, foi realizada conforme programado, na manh\u00e3 de s\u00e1bado.<\/p>\n\n\n\n

A Nasa comprometeu inicialmente U$ 981 milh\u00f5es (cerca de R$ 5,3 bilh\u00f5es), ao longo de 12 anos, para a miss\u00e3o. Nesse momento, a sonda Lucy visitar\u00e1 sete “cavalos de Tr\u00f3ia”.<\/p>\n\n\n\n

Existe um famoso f\u00f3ssil humano da \u00c1frica que foi apelidado de Lucy, que nos ensinou muito sobre a origem de nossa esp\u00e9cie.<\/p>\n\n\n\n

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O f\u00f3ssil de Lucy mudou nossa compreens\u00e3o das origens e evolu\u00e7\u00e3o humana – JASON KUFFER CC<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A nova miss\u00e3o da Nasa tem inspira\u00e7\u00e3o direta nessa hist\u00f3ria, com a diferen\u00e7a que os f\u00f3sseis que a nave procura est\u00e3o a centenas de milh\u00f5es de quil\u00f4metros da Terra, circundando o Sol em forma\u00e7\u00e3o com J\u00fapiter.<\/p>\n\n\n\n

“Os asteroides seguem J\u00fapiter em sua \u00f3rbita em cerca de 60 grau”, explicou Hal Levison, o principal pesquisador do projeto Lucy e do Southwest Research Institute (SwRI) em Boulder, no Colorado.<\/p>\n\n\n\n

“Eles s\u00e3o mantidos dessa forma pelo efeito gravitacional de J\u00fapiter e do Sol. E se um objeto \u00e9 colocado l\u00e1 no in\u00edcio da hist\u00f3ria do Sistema Solar, ele fica est\u00e1vel para sempre. Ent\u00e3o, essas coisas s\u00e3o realmente os f\u00f3sseis dos quais os planetas se formaram,” disse Levison, em uma confer\u00eancia de imprensa.<\/p>\n\n\n\n

Lucy usar\u00e1 seus instrumentos para estudar objetos do tamanho de uma cidade (alguns s\u00e3o at\u00e9 maiores), detalhando a forma, estrutura, caracter\u00edsticas de superf\u00edcie, composi\u00e7\u00e3o e temperatura.<\/p>\n\n\n\n

Se os asteroides forem compostos pelo mesmos tipos de materiais que as luas de J\u00fapiter, isso sugere que eles se formaram \u00e0 mesma dist\u00e2ncia do Sol que o planeta gigante. Mas essa n\u00e3o \u00e9 a expectativa.<\/p>\n\n\n\n

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Ilustra\u00e7\u00e3o Lucy \u00e9 apenas uma de uma s\u00e9rie de miss\u00f5es da Nasa em dire\u00e7\u00e3o a asteroides do Sistema Solar – NASA\/SWRI<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“Se, por exemplo, eles s\u00e3o feitos do tipo que vemos muito mais longe, no local que chamamos de Cintur\u00e3o de Kuiper, ent\u00e3o essa informa\u00e7\u00e3o nos diz que eles podem ter se formado l\u00e1 e ent\u00e3o, em algum ponto, foram puxados para dentro”, diz Carly Howett., cientista da miss\u00e3o SwRI.<\/p>\n\n\n\n

“Esta miss\u00e3o \u00e9 um teste de nossos modelos. Temos a teoria de que houve um grande rearranjo de objetos no in\u00edcio da hist\u00f3ria do Sistema Solar, quando alguns elementos gravitacionalmente foram jogados para fora e outros foram jogados para dentro. As evid\u00eancias apontam para essa teoria, como bolas de bilhar, mas poderemos verificar se ela est\u00e1 correta”, disse ela \u00e0 BBC News.<\/p>\n\n\n\n

O plano da miss\u00e3o \u00e9 o resultado de alguns c\u00e1lculos de navega\u00e7\u00e3o extraordin\u00e1rios.<\/p>\n\n\n\n

Pesquisadores do Sistema Solar descobriram que, se a sonda retornar periodicamente para fazer um sobrevoo da Terra, ela pode usar um efeito de estilingue para visitar os dois asteroides.<\/p>\n\n\n\n

O projeto prev\u00ea que Lucy possa encontrar os asteroides em 2027 ou 2028, seguido por um tour por outro agrupamento em 2033. A dist\u00e2ncia total da viagem \u00e9 de mais de 6 bilh\u00f5es de quil\u00f4metros.<\/p>\n\n\n\n

Previs\u00e3o de chegar aos asteroides que lideram o ‘enxame’:<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Euribates e Queta (lua) – agosto de 2027<\/p>\n\n\n\n

Polymele – setembro de 2027<\/p>\n\n\n\n

Leucus – abril de 2028<\/p>\n\n\n\n

Orus – novembro de 2028<\/p>\n\n\n\n

Previs\u00e3o para chegar os asteroides \u00e0 direita:<\/strong><\/p>\n\n\n\n

P\u00e1troclo e Meno\u00e9cio – mar\u00e7o de 2033<\/p>\n\n\n\n

Asteroide da cintura principal:<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Donald Johanson – abril de 2025<\/p>\n\n\n\n

“O que \u00e9 incr\u00edvel sobre essa trajet\u00f3ria \u00e9 que podemos continuar a fazer loops atrav\u00e9s dos enxames, enquanto a espa\u00e7onave estiver saud\u00e1vel. E assim, ap\u00f3s o encontro final com P\u00e1troclo e Menoetius, planejamos propor \u00e0 Nasa uma miss\u00e3o estendida para explorar mais asteroides”, diz Coralie Adam, da KinetX Aerospace, que est\u00e1 fornecendo suporte de navega\u00e7\u00e3o para o projeto.<\/p>\n\n\n\n

Embora focada nos asteroides, Lucy tamb\u00e9m visitar\u00e1 um tipo diferente de astro no caminho para a \u00f3rbita de J\u00fapiter: um objeto chamado Donald Johanson, que tem esse nome por conta de uma homenagem ao paleoantrop\u00f3logo que descobriu o esqueleto f\u00f3ssil humano et\u00edope, em 1974.<\/p>\n\n\n\n

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A espa\u00e7onave Lucy pesa 1,5 tonelada e tem financiamento inicial para 12 anos – NASA\/GLENN BENSON<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A espa\u00e7onave compartilha uma grande heran\u00e7a de engenharia com a miss\u00e3o New Horizon, da Nasa, que fez o primeiro \u2014 e at\u00e9 agora o \u00fanico \u2014 sobrevoo de Plut\u00e3o em 2015.<\/p>\n\n\n\n

Lucy traz vers\u00f5es atualizadas de alguns dos principais instrumentos da New Horizons.<\/p>\n\n\n\n

Uma grande diferen\u00e7a \u00e9 a fonte de alimenta\u00e7\u00e3o. Enquanto a sonda Plut\u00e3o extrai sua energia de uma bateria nuclear, Lucy est\u00e1 voando com dois pain\u00e9is solares em forma de leque.<\/p>\n\n\n\n

Essas “asas” s\u00e3o enormes, com mais de sete metros de di\u00e2metro. Elas precisam ser grandes para gerar eletricidade suficiente para conduzir os sistemas da espa\u00e7onave pela regi\u00e3o menos iluminada da \u00f3rbita de J\u00fapiter.<\/p>\n\n\n\n

“Quando estamos perto da Terra, essas asas t\u00eam cerca de 18 mil watts de pot\u00eancia. Isso seria equivalente a abastecer de energia a minha casa e a de alguns vizinhos”, explicou Katie Oakman, da empresa fabricante de espa\u00e7onaves Lockheed Martin.<\/p>\n\n\n\n

“No entanto, quando levamos Lucy para os asteroides de J\u00fapiter, temos apenas cerca de 500 watts de pot\u00eancia. Isso acenderia apenas algumas l\u00e2mpadas e n\u00e3o seria o suficiente para ligar meu micro-ondas pela manh\u00e3 para esquentar o caf\u00e9”, explica.<\/p>\n\n\n\n

Felizmente, os instrumentos de Lucy precisam de apenas 82 watts para fazer seu trabalho.<\/p>\n\n\n\n

Lucy representa outra etapa do que est\u00e1 se revelando uma era de ouro para o estudo de asteroides pela Nasa.<\/p>\n\n\n\n

A miss\u00e3o Osiris-Rex, tamb\u00e9m da ag\u00eancia americana, est\u00e1 voltando para casa no momento, ap\u00f3s coletar amostras da superf\u00edcie de um objeto conhecido como Bennu.<\/p>\n\n\n\n

No pr\u00f3ximo ano, a Nasa lan\u00e7ar\u00e1 a espa\u00e7onave Psyche para chegar a um asteroide de metal, tamb\u00e9m chamado de Psyche.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 realmente o grande momento dos asteroides e espero um salto no entendimento que temos sobre eles”, explica Thomas Zurbuchen, administrador associado de ci\u00eancias.<\/p>\n\n\n\n

“Para entender qualquer popula\u00e7\u00e3o, precisamos de v\u00e1rias medi\u00e7\u00f5es de diferentes tipos de asteroides. \u00c9 exatamente o que estamos fazendo”, diz.<\/p>\n\n\n\n

“Asteroides podem amea\u00e7ar a Terra e em novembro lan\u00e7aremos um experimento de colis\u00e3o chamado Dart. Ele ser\u00e1 seguido pela miss\u00e3o Hera, da Europa, e ajudar\u00e1 a descobrir se podemos dar impulso e empurrar a um objeto no espa\u00e7o”, disse Zurbuchen \u00e0 BBC News.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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